EUA: PRESIDENCIAIS 2008

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Se vc fosse Americano em Quem Votaria?

Esta enquete foi concluída em Qua Nov 05, 2008 12:46 pm

Obama/Biden
22
71%
McCain/Palin
9
29%
 
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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#451 Mensagem por Clermont » Seg Out 20, 2008 6:51 pm

(Uma interessante mensagem de um fórum americano, a respeito da bomba (nos meios militares americanos, da ativa e da reserva) do general Powell ter se voltado contra o Partido Republicano e seus ex-chefes da Família Bush e ter dado apoio à Obama...)
Fulano escreveu:

“Quando era adolescente no ensino fundamental, tornei-me um bom amigo de nosso professor de física. Eu o admirava um bocado, ele assumiu o papel de um sábio avô, num momento difícil da minha vida. Ele tinha servido na Coréia, numa das companhias Ranger e tinha as cicatrizes para provar.

Eu era a única pessoa, que eu saiba, em todo o corpo de estudantes, a quem ele confidenciou sobre suas experiências na Coréia. Qualquer um que conheça sobre a história das companhias Ranger na Guerra da Coréia, sabe o quanto foi horrível para eles.

Na época, eu era um dedicado apoiador do presidente Reagan e da luta contra o comunismo. Eu mal podia esperar para alistar-me.

Mas, ele, o professor, certa vez, tentou explicar-me por quê se opunha tanto ao que o recém-empossado Partido Republicano queria fazer. Embora, frente a frente, eu possa ter discordado, suas palavras criaram raízes e eu sempre as tive em consideração, por toda minha vida adulta.

Eu fui tão republicano quanto qualquer um podia ser. Votei pelo primeiro presidente Bush, duas vezes, votei para Bob Dole, diabos, votei, mesmo, em Jesse Helms e costumava passar por cima da propaganda de Harvey Gant (político democrata dos anos 1990) com meu caminhão, quando ninguém estava olhando.

Mas, eu fiquei velho e, quanto mais vejo os resultados desta ideologia conservadora que, uma vez, abracei, mais e mais passo a rejeitá-la, e me opor a ela, abertamente.

A invasão do Iraque, foi, provavelmente, a gota d’água. Eu fui contra ela, porque não estava convencido de que Saddam representasse ameaça ao nosso país. E eu acreditava que uma invasão do Iraque iria resultar numa longa ocupação e a negligência da guerra no Afeganistão. Tudo veio à tona, um dia, quando um paisano e ávido fã de Rush Limbaugh tentou chamar-me de anti-patriota e questionar meu amor ao país. Nós ficamos, cara-a-cara, e prontos pro pau, quando nosso patrão, um ex-combatente do Vietnam, ficou entre nós, voltou-se para o outro cara e disse-lhe para calar a porra da sua boca e, que se ele estava com tanto tesão de lutar, que fosse se alistar.

Esta idéia de que se você é contra o que o Partido Republicano tem feito ao nosso país, nos últimos trinta anos, de algum modo, é menos americano e patriota, é pura merda. Uma coisa que eu nunca fiz é questionar o patriotismo de outra pessoa, baseado em suas escolhas políticas, porém, os republicanos parecem acreditar que só eles são patriotas, só eles apóiam os soldados, só eles querem o que é melhor para a América.

Agora, pelo que foi dito por Colin Powell, hoje, é essa mesma atmosfera de hiper-patriotismo e questionamento da dedicação ao país das pessoas, baseando-se em suas escolhas políticas, que desempenhou um grande papel na sua decisão. Agora, os republicanos querem voltar suas frustrações contra ele, um homem que, apenas vinte e quatro horas antes, eles, com alegria, teriam aceitado como seu candidato à presidência, se ele tivesse concorrido.

Isso é mais uma prova de pessoas permitindo que seus temores acabem com o melhor de seus julgamentos, jogando-as nas sombras.

Se Barack Obama vencer, o céu não vai desabar; a Foice e o Martelo não irá ser hasteada acima do Capitólio e os T-72 não irão passar por cima das cercas da Casa Branca.

Acreditar que nosso governo deve ter alguma responsabilidade por cuidar de nosso povo, para servi-los; para construir hospitais, aqui; escolas, ali; para fornecer tratamento médico e educação para todos; para garantir, não os resultados, mas a igualdade de oportunidade para todos.

Há entre nós, aqueles que acreditam que nosso governo deve proteger os empregos americanos e a indústria americana, antes do que ajudar corporações a se mudarem para o além-mar, em nome do “livre comércio”; há entre nós aqueles que desejam que nosso país construa coisas, novamente; que desejam ver nosso governo se preocupar mais sobre algum trabalhador no Ohio ou no Alabama, do que ele se preocupa com trabalhadores na China ou Índia.

Há entre nós, aqueles que desejam um governo que trabalhe para nós, antes do que contra nós.

Estas idéias não são socialistas e não são anti-americanas.

Sim, devem haver restrições ao governo; o governo não deve ter papel algum em nossas camas; não é sua função dizer-nos o que devemos e o que não devemos assistir; ler ou dizer. O governo não tem a função de ditar moralidade ao povo ou utilizar seu poder de polícia para impor, sobre nós, a conformidade com os “valores familiares” dos cristãos conservadores.

Quanto a mim, estou contente por ter aberto os olhos para o aquilo que o Partido Republicano tem significado nesses anos, do que sofrer a vergonha de, mais tarde, em idade avançada, saber que estive iludido, de forma cega, a tudo isso, durante tanto tempo.

A Revolução Reagan deve morrer, uma morte merecida, neste novembro, nas urnas, e eu não irei derramar uma só lágrima pelo seu fim”.
Sicrano escreveu:

“Sempre existiram certos membros do Partido Republicano e, até mesmo da administração Bush que tinham meu respeito. Colin Powell é um deles. Eu digo isso, há anos, para conhecidos meus, tanto liberais quanto conservadores. Mesmo se não concordo com ele em todas as coisas, sempre o considerei como um homem inteligente, racional e um respeitado conservador-moderado.

Em dias recentes, alguns, amplamente conhecidos, altamente respeitáveis, moderados, republicanos pela vida toda, endossaram Obama. Muitos deles citam as mesmas razões. A explicação de Powell foi tão sucinta quanto qualquer outra.

O Partido Republicano não é o que costumava ser. Ele costumava ser o partido da responsabilidade fiscal, dos orçamentos equilibrados, das pequenas empresas e da diplomacia cautelosa. Agora, é o partido das posturas religiosas escancaradas, do gasto excessivo, dos orçamentos extremamente deficitários e da diplomacia “bombardear primeiro, questionar depois”.

Eu costumava votar Republicano, mais da metade do tempo. Eu sou um conservador fiscal e um social-liberal. Na verdade, eu sou mais um libertário social (isto é, fiquem longe dos meus negócios particulares, e eu deixo vocês em paz, também). Em 2000, eu não gostei de nenhum dos candidatos, mas decidi votar por Bush. O pai dele não tinha sido ruim, e Gore parecia do tipo maria-vai-com-as-outras. Eu, também, não gostei de nenhum candidato, em 2004, mas queria ter votado em Kerry, pois não estava gostando dos rumos que estavam tomando o Partido Republicano e a administração Bush. As políticas fiscais conservadoras e orçamentos equilibrados que eu esperava ver... não estavam lá. Ao invés, quando mais fundo eu olhava, mais corrupção encontrava. As posturas religiosas deixavam-me enjoado – utilizar Deus e a religião para obter ganhos políticos é, simplesmente, doentio e errado. No entanto, eu estava em missão na época, e apesar de múltiplas requisições, meus documentos de votação postal nunca chegaram. (Meu estado ficou com Kerry, portanto, tudo bem.)

Este ano, não sei o que esperar dos republicanos. Eu temi que eles fossem indicar um fantoche ignorante, carola e faminto por guerra. Ao invés, fiquei aliviado que eles tenham escolhido McCain. Eu pensei: mesmo se o indicado democrata não vencer, McCain tem sido, tipicamente, um moderado. Eu o respeito. Não importa o que aconteça, não vai ser tão ruim.

E, então, o senador McCain fez tudo o que podia para provar que eu estava errado.

Eu ainda respeito o serviço dele, de uniforme, mas não posso mais respeitá-lo como um funcionário eleito, nem como candidato. Sua escolha para vice, foi temerária (não da forma boa) e enganadora. Ele tem sido negativo, no melhor dos casos, e sua campanha tem despertado uma raiva sombria, em certas facções de nossa nação, que eu esperava nunca ter visto.

McCain não é mais o homem que eu costumava respeitar. O Partido Republicano não é mais partido que eu conhecia.

Eu não amo o Partido Democrata, também, mas, neste momento, ele é o melhor dos dois. NENHUM dos partidos é, fiscalmente, conservador, e ambos se apegam à religião. No entanto, a única administração, na minha memória, com um orçamento equilibrado, foi a de um presidente democrata. E os democratas não utilizam a religião com arma, brandindo-a para dividir os americanos e conseguir votos emocionais, ao invés dos racionais.

Pessoalmente, eu amaria ver um novo partido, FINALMENTE, chegar à proeminência. Eu gostaria de ver um partido de conservadores fiscais, que fossem sociais-liberais/libertários. Eu gostaria de ver este partido utilizar os dólares dos impostos para servir ao povo americano. Eu gostaria de ver este partido reestruturar, completamente, nossa economia com algo que funcione. (A história de nosso declínio econômicO vêm desde a Segunda Guerra Mundial, e se vocês não sabem como escorregamos do padrão-ouro para um sistema de moeda falsa, vocês deveriam se educar.) Eu gostaria de ver um partido que reconheça que os Estados Unidos não são a única superpotência mundial, que nós NÃO somos infalíveis, que precisamos trabalhar como parte da comunidade global. Uma porção de moderados estão começando a sentir as coisas desse modo.

No entanto, neste meio tempo, moderados inteligentes e independentes, tem percebido que o opção McCain/Palin é perigosa para a América, e que amam esta o bastante para votarem Democrata.

Eu acho que algumas pessoas definem patriotismo por mais do que (R) ou (D) após o nome do candidato.
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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#452 Mensagem por P44 » Ter Out 21, 2008 5:45 am

Clermont

Vc por acaso tem o link desses textos, no inglês original?




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#453 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Out 21, 2008 6:35 am

Obama admite cargo para Powell

O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, diz que é bem-vinda a participação na sua campanha do ex-secretário de Estado Colin Powell e que este pode vir a ter um lugar na sua administração.

Colin Powell, republicano, anunciou domingo o seu apoio ao candidato democrata no programa "Meet the Press" da televisão NBC.

Esta segunda-feira, Barack Obama afirmou ao programa "Today" que Powell "vai ter um papel como conselheiro" e se quiser um papel mais formal "será algo a discutir".

O candidato disse também que Powell não lhe disse antecipadamente que ia apoiá-lo.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#454 Mensagem por Clermont » Ter Out 21, 2008 7:45 am

P44 escreveu:Clermont

Vc por acaso tem o link desses textos, no inglês original?
http://forums.military.com/eve/forums/a ... 0014302001

Mas vai ter que garimpar nessa trilha.




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#455 Mensagem por P44 » Ter Out 21, 2008 7:52 am

porra só dei uma mirada e a maioria parece um bando de fachos :shock: :evil: pkp tou com pouca paciencia para andar a ler calhaus que só pensam "obama=terrorista/socialista/antipatriotico/árabe" etc

fds, não têm dois dedos de testa,estes tipos da direita americana são do mais primário, fanático e extremista que já vi...




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#456 Mensagem por P44 » Ter Out 21, 2008 10:33 am

ahahahaahahah

de
http://www.globalnoticias.pt

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Oops! McCain asks Russia's UN envoy for money

Reuters Posted: Oct 21, 2008 at 1019 hrs

United Nations, October 21: John McCain's US Presidential election campaign has solicited a financial contribution from an unlikely source - Russia's UN envoy - but a McCain spokesman said on Monday it was a mistake.
In the letter, McCain urged Russia's UN Ambassador, Vitaly Churkin, to contribute anywhere from $35 to $5,000 to help ensure McCain's victory over Democratic rival Sen. Barack Obama, currently ahead in voter preference polls.

"If I have the honor of continuing to serve you, I make you this promise: We will always put America - her strength, her ideals, her future - before every other consideration," McCain assured Churkin.

Moscow's mission to the United Nations issued a terse statement on the Republican presidential candidate's letter, saying that the Russian government and its officials "do not finance political activity in foreign countries."

A spokesman for McCain, a long-time critic of Russia, had a simple explanation for the fundraising letter's arrival at the Russian mission in New York: "It was an error in the mailing list."

The letter was addressed to Churkin and sported a McCain signature near the bottom.

Earlier this month, both McCain and Obama harshly criticized Russia for invading Georgia two months ago, but neither was willing to say yes when asked if Russia under Prime Minister Vladimir Putin was the "evil empire".

It is illegal for U.S. presidential candidates to accept funds from foreign sources. The McCain campaign accused Obama earlier this month of not doing enough to screen for illegal contributors and asked U.S. election officials to investigate.

McCain has agreed to public financing for his campaign and therefore cannot accept funds from private donors.




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#457 Mensagem por P44 » Qua Out 22, 2008 1:15 pm





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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#458 Mensagem por rodrigo » Qua Out 22, 2008 4:05 pm

Obama admite cargo para Powell
Ué, não era change?




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#459 Mensagem por U-27 » Qua Out 22, 2008 5:15 pm

http://www.theworldfor.com/

votem, site para eleição global dos eua




"A religião católica contém a Verdade total revelada por Deus e não dizemos isso com arrogância nem para desafiar ninguém. Não podemos diminuir esta afirmação" Dom Hector Aguer

http://ridingaraid.blogspot.com.br/ meu blog
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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#460 Mensagem por P44 » Qui Out 23, 2008 5:16 am

ontem vi no Daily Show excertos de diversas entrevistas á Sarah Palin... :shock: fiquei estupefacto, a mulher é uma completa ignorante, não sabe nada sobre nada...até uma criança de 7 anos daria respostas melhores que ela

ex:
-Antes de ser escolhida para candidata, quais as pulbicações que costumava ler , para se manter informada do que via pelo mundo, revistas , jornais...?
SP-Todas! Tenho muito respeito pela Imprensa e...
-Sim, sim , mas eu gostava que fosse mais especifica, pode dizer alguns exemplos?
SP-Todas! Todas! Leio tudo o que me puserem á frente!
(foi incapaz de dizer UM UNICO Tíltulo)

Ah, sim e ela acha que se uma miuda de 15 anos fôr violada pelo Pai, não deve abortar e sim ter a criança.

:arrow: http://www.thedailyshow.com/full-episod ... eId=186763




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#461 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Out 23, 2008 1:43 pm

Provavelmente leu de alguem daqui que o Chavez é terrorista e acreditou :mrgreen:




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#462 Mensagem por Túlio » Qui Out 23, 2008 1:45 pm

MENTIRA! Ele é um grande benfeitor da humanidade! :mrgreen:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#463 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Out 23, 2008 1:46 pm

Olha que ela acredita, Túlio!!!




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#464 Mensagem por Túlio » Qui Out 23, 2008 1:57 pm

Ei, Maltez véio, ela é Presidente reeleita dos EUA no SEIS HORAS, POWS!!!

(Mas acho que na vida real vai dar Obama Bin Laden mesmo, tanto faz, a multipolaridade vem na esteira da crise, ao menos algo de bueno no meio de tanta desgraça, gente com fome, gente sem emprego, gente sem casa...)




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Re: EUA: PRESIDENCIAIS 2008

#465 Mensagem por Sterrius » Qui Out 23, 2008 7:05 pm

Quem é melhor para o Brasil? Obama? McCain?
23/October/2008 · 13:34 · 21 Comentários

Quem seria o melhor presidente dos EUA para o Brasil? Esta é uma pergunta que pode ser respondida de várias maneiras. Durante a campanha eleitoral, estes dois candidatos precisam parecer diferentes um do outro então, por isso, falam muito a respeito do que os distinguem. Uma vez na Casa Branca, entretanto, boa parte da política externa norte-americana é política de Estado. Eu pretendia, inicialmente, fazer um post falando de cada um. Mas acho que é mais fácil compará-los em um só texto.

McCain é, dos dois, quem mais cita tanto o Brasil quanto a América Latina. Em seu programa de governo, em seus discursos, o Brasil é sempre lembrado como exemplo na questão energética. Para o candidato republicano, os EUA deveriam seguir o exemplo tupinambá da produção de carros flex, que aceitam tanto álcool quanto gasolina. E McCain promete levar a zero o imposto de importação do etanol brasileiro.

Mas é importante compreender de onde vêm essas promessas. Por que McCain cita tanto o etanol brasileiro? Nos massageia o ego, por certo, mas há um motivo que tem a ver mais com política interna norte-americana do que com o bem-estar brasileiro. É que Obama é senador por Illinois, um dos maiores produtores de milho e, portanto, estado interessado nos subsídios para produção de etanol de milho. Obama não pode, em campanha, falar contra o etanol de milho. E, como senador, sempre o defendeu. Como o etanol de cana é muito mais eficiente e a política de subsidiar o milho para produção de etanol é, basicamente, estúpida, citar constantemente o exemplo brasileiro é uma maneira que McCain tem de criticar Obama com razão. E o candidato democrata não tem como reagir.

A questão é: como presidente, McCain cumpriria esta promessa? Provavelmente não, e não por sua culpa. Tanto Câmara quanto Senado serão democratas e quem tem real poder para decidir subsídios é o Congresso, não o Executivo. Após esta campanha e dois mandatos de um presidente polarizador como George W. Bush, haverá rancor no Congresso contra um presidente republicano. McCain será um presidente de mãos atadas. Curiosamente, se alguém terá real poder para mudar a política de subsídios, será Barack Obama. Ele não será mais o senador de Illinois mas o presidente de todos os Estados Unidos. E isto virá de uma negociação entre Estados, no momento em que os EUA quiserem algo do Brasil. Alguma hora, vão querer. É importante agradar o Brasil por alguns motivos. (Mais nisso adiante.)

Uma presidência é também moldada por aqueles que financiam a campanha. O dinheiro da indústria petroleira está com os republicanos. McCain sabe que a promessa de perfurar em alto-mar é pura demagogia. Há pouco petróleo lá, que não faria qualquer diferença para a independência energética dos EUA, e demoraria pelo menos uma década para a produção ter início. (Plataformas não se constroem em dois anos.) McCain, por conta de seus patrocinadores, não promoveria uma grande mudança na base energética dos EUA.

Que tipo de política energética interessa ao Brasil? Não somos uma república de bananas que vive de uma indústria só e nossos interesses, nessa história, não são apenas comerciais. O Brasil sai ganhando mais com uma política que favoreça o nascimento de uma indústria mundial e de larga escala de combustíveis alternativos. Se os EUA investirem pesado neste tipo de indústria, haverá um mercado maior em todo o mundo. E o Brasil já tem tecnologias prontas na mão para vender. O fomento de uma grande indústria de combustíveis não-fósseis é o ponto chave do governo Obama. Este será seu principal compromisso quando, logo após jurar fidelidade à Constituição, fizer seu discurso inaugural. Se ele for capaz desta mudança, é uma revolução no mundo.

Ambos os presidentes terão uma boa relação com Brasil, China e Índia. Isto é política de Estado. São países citados imediatamente em qualquer análise a respeito do estado geral do planeta. O Brasil é importante. Globalmente, regionalmente. E, desta lista de três, o Brasil é o mais fácil para os EUA. Está no mesmo hemisfério e jamais houve grandes tensões na relação. A rodada de Doha na OMC mostrou o poder diplomático do país, as tecnologias energéticas são vistas com um quê de inveja, e a produção de alimentos é acachapante.

O Brasil é importante, também, por causa de Chávez, Morales e seus pares. É bom ter um parceiro com quem conversar. Do ponto de vista norte-americano, o Brasil mantém seus vizinhos sob controle e, assim, os EUA não precisam se preocupar tanto. Mas há, nesta nossa política regional, um ponto que será importante no próximo governo: a questão das drogas. E, aí, poderemos ver alguma diferença entre as decisões do presidente McCain e as do presidente Obama.

O problema começa no México. Nos últimos anos, a violência da disputa entre cartéis no México aumentou para níveis absurdos. Só na pequena Ciudad Juarez, na fronteira, mais de 1.000 pessoas foram assassinadas este ano. Se há perigo de o México mergulhar num estado de violência sistemática e continuada, os EUA não gostam. Instabilidade no vizinho, não. Mas não se ataca o problema das drogas no México olhando apenas para o México. John McCain tem citado muito a Colômbia e a necessidade de investir mais dinheiro no Plano Colômbia. Obama seguiria um caminho diferente. A partir de um relatório publicado esta semana, pressionaria o governo colombiano a prestar mais atenção aos abusos de direitos humanos e o incentivaria a levar os serviços públicos à região de conflito armado. Em suma, mais governo civil, menos militares. As Farc estão enfraquecidas, neste momento, e um projeto de por fim ao conflito tem chances.

O que não se sabe é quem assumiria o controle dos cartéis de drogas no momento em que as Farc deixarem o cenário. Mas – e isto tem aparecido em seus debates – McCain investiria no conflito e Obama tentaria estancá-lo. Há repercussão em todo o continente. O próprio Brasil tem um problema de criminalidade excessiva vinculado ao conflito na Colômbia e ao tráfico para EUA e Europa. Se a política contra drogas mudar efetivamente, a situação muda embaixo. (Mas seria exagero, hoje, dizer que a ‘Guerra contra as Drogas’ terminará.)

Mas, no fim das contas, o Brasil faz parte do mundo. Se a economia dos EUA cresce, a do Brasil cresce. Se os EUA no Oriente Médio produzem instabilidade mundial, o Brasil é afetado de mais maneiras do que podemos imaginar. Se os EUA estão agindo decididamente para combater o aumento do nível de carbono na atmosfera, melhor para todo o mundo.

Tanto John McCain quanto Barack Obama reconhecem o problema do aquecimento global e dizem com todas as letras que o causador é o homem. (Joe Biden também o faz, Sarah Palin, não.) Deste ponto de vista, o mundo estará melhor do que com George W. Bush. Mas o fato de McCain ser financiado pela indústria petroleira fará, inevitavelmente, com que ele não seja tão agressivo contra quem o apoiou. E isto, para o Brasil, também fará diferença.
Fonte:http://pedrodoria.com.br/




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