Navios fluviais
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Navios fluviais
Um artigo retirado do http://www.naval.com.br sobre o Pará, muito bom.
O que mostra que não precisa de muito dinheiro para fazer uma flotilha eficaz na Amazonia.
DOSSIÊ
Marinha do Brasil
Aspecto final do Catamarã Pará após a reforma na BNVC.
NA Pará - Aumenta a 'Esperança'
n Guilherme Poggio
Em muitos locais deste país, a única ação de presença do Estado se traduz na forma dos navios de assistência hospitalar (NAsH) da Marinha do Brasil. Conhecidos pela população ribeirinha como "Navios da Esperança", os três navios até aqui utilizados receberam um grande reforço. Foi incorporado no último mês de janeiro o navio-auxiliar Pará, parte de um importante convênio entre o Governo do Estado do Pará e a Marinha do Brasil.
O Catamarã Pará
OESP
O Catamarã Pará navegando no Rio Xingu durante a expedição IFNOPAP IV em 2002.
O Catamarã Pará era uma embarcação de propriedade da estatal ENASA - Empresa de Navegação da Amazônia S/A. A empresa, estadualizada nos anos noventa (ver texto abaixo), foi extinta recentemente e parte do seu patrimônio leiloado.
Durante muitos anos o Catamarã Pará realizou a travessia Belém - Manaus - Belém, transportando cargas e passageiros. Na configuração de navio fluvial de turismo, possuía acomodações para 140 passageiros, dispostas em camarotes duplos ou quádruplos, restaurante para 70 pessoas e instalações recreativas como bar, solário e piscina. A última viagem do Catamarã Pará ocorreu em setembro de 2003. Fretado por uma agência de turismo de Belém, a embarcação fez uma viagem de oito dias até Santarém e retornou à capital paraense, onde permaneceu inativa.
150 anos de história
Criada por Irineu Evangelista de Souza - o Barão e Mauá - a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas nasceu em 1852 para proporcionar maior rapidez no transporte e exportação da borracha, utilizando-se de embarcações a vapor. Embora fosse uma empresa privada, recebia subvenções do Tesouro Imperial.
O ciclo da Borracha acabou atraindo capital estrangeiro para a região e em 1872 os ingleses fundaram a "Amazon Steam Navigation Company Ltd". Dois anos depois, a empresa inglesa adquiriu a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, bem como outras duas companhias, eliminando a concorrência e garantindo o monopólio do transporte fluvial. As subvenções do governo brasileiro, interessado na manutenção e incremento dos serviços de transportes na bacia hidrográfica do rio Amazonas, permaneceu.
Em 1940, o Governo Federal nacionalizou a companhia e, juntamente com a prestadora de serviços portuários (a Port of Pará), criou o Serviço de Navegação da Amazônia e Administração dos Portos do Pará - SNAAPP. Em 1967, a SNAAPP foi desmembrada e surgiram duas companhias, a CDP - Companhia Docas do Pará e a ENASA - Empresa de Navegação da Amazônia S/A. Sucateada e má administrada, a ENASA passou para o controle do estado do Pará no final da década de 1990. Como os recursos para o reerguimento da empresa não vieram, o Governo do Pará decidiu liquidar a empresa no final do ano passado e todo o seu patrimônio reverterá ao Estado do Pará, depois de pagas as dívidas legalmente contraídas.
Interesses comuns
Em 2002, o governo paraense implantou um programa de proteção, promoção e defesa social para as famílias mais carentes do estado denominado 'Presença Viva'. Esse programa poderia ter seu alcance estendido a um número maior de comunidades caso o estado tivesse meios mais adequados. Por outro lado, a Marinha dispõe de experiência na área de assistência hospitalar à população ribeirinha, mas um número reduzido de embarcações para atender toda a Amazônia. Entendimentos entre o governo paraense e o 4º Distrito Naval foram mantidos e as conversações convergiram para um acordo comum. Somaram-se a isso outros interesses e necessidades que culminaram em um protocolo de intenções assinado em 9 de março de 2004.
Governo do Pará
O catamarã Pará atracado na BNVC antes da reforma.
O acordo estabelece o uso compartilhado da embarcação, bem como a sessão, por parte do Governo do Estado, de um terreno de 8.154,3 m2 pertencente à extinta ENASA, ao lado da BNVC (Base Naval de Val-de-Cãs). A Marinha, em contrapartida, cederá ao Estado um terreno para construção de escola pública e prolongamento de uma avenida local.
O navio foi repassado para a Marinha em março do ano passado para ser totalmente modificado. A reforma e adaptação do catamarã Pará, projetada para durar seis meses, começou em março de 2004 e foi avaliada em R$ 3,4 milhões, sendo os recursos igualmente divididos entre o Governo do Estado e o Comando da Marinha.
Incorporação
No último dia 19 de janeiro, numa cerimônia realizada na BNVC, o navio-auxiliar Pará passou por mostra de armamento e foi oficialmente incorporado a Armada Brasileira. Oficialmente a Marinha passa a contar com dois navios com o mesmo nome uma vez que o CT Pará (D-27) faz parte da esquadra e está ativo. Outro fato curioso é que o nome "Pará" foi utilizado três vezes nos últimos cem anos e somente para designar contratorpedeiros.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Comprimento: 56,10 m
Boca: 21,40 m
Deslocamento: 1060 t (vazio)
Tripulação: 7 oficiais e 59 praças
Velocidade de cruzeiro / máxima: 8-10 nós / 11 nós
Capacidade de Tropa: 175 fuzileiros navais
Embora o Pará seja classificado pela Marinha do Brasil como "navio-auxiliar", a embarcação é na verdade um navio-transporte fluvial, equipado para executar tarefas ASSHOP (Operações de Assistência Hospitalar à População Ribeirinha) e com capacidade limitada de realizar missões C3 (comando, controle e comunicações).
Configurado como transporte de tropas, é capaz de transportar 175 fuzileiros navais totalmente equipados, além da tripulação normal de 7 oficiais e 59 praças. Comparado ao G-15 Paraguassú (navio-transporte fluvial pertencente à Flotilha do Mato Grosso), a capacidade é equivalente, mas as acomodações são mais modernas e espaçosas no Pará. E em relação aos NaPaFlu classe Pedro Teixeira, a capacidade é o dobro. Para cumprir tarefas ASSHOP, consultórios médios e odontológicos foram projetados e instalados, colocando-o no mesmo patamar dos NAsH Classe Oswaldo Cruz. Pouco foi divulgado sobre sistemas de detecção e de comunicações instalados durante a reforma, mas sabe-se que os mesmos dão à embarcação uma capacidade mínima de Comando&Controle. O navio não possui armamento, mas a instalação de pontos para metralhadoras calibre 7,62 mm não representa maiores obstáculos.
A incorporação do NA Pará tem todas as possibilidades de repetir o sucesso de outro convênio da Marinha. Na Amazônia Ocidental o NAsH Dr Montenegro, obtido no ano 2000 por meio de convênio com o Governo do Estado do Acre, realiza uma média diária de 500 atendimentos ambulatoriais.
MB
O NAsH Dr. Montenegro (U-16) é outro exemplo de cooperação estadual/federal. Capaz de levar uma equipe de 12 profissionais da área de saúde, oferece atendimento médico- odontológico às populações ribeirinhas do estado do Acre.
A Política de Defesa Nacional determina uma maior presença militar na região Amazônica. Por outro lado, os recursos são cada vez mais escassos para a aquisição de material novo. A cooperação entre o Governo do Pará e o Comando da Marinha, através do 4º Distrito Naval, demonstra como a união de interesses comuns em prol da sociedade pode otimizar o uso dos recursos públicos.
O que mostra que não precisa de muito dinheiro para fazer uma flotilha eficaz na Amazonia.
DOSSIÊ
Marinha do Brasil
Aspecto final do Catamarã Pará após a reforma na BNVC.
NA Pará - Aumenta a 'Esperança'
n Guilherme Poggio
Em muitos locais deste país, a única ação de presença do Estado se traduz na forma dos navios de assistência hospitalar (NAsH) da Marinha do Brasil. Conhecidos pela população ribeirinha como "Navios da Esperança", os três navios até aqui utilizados receberam um grande reforço. Foi incorporado no último mês de janeiro o navio-auxiliar Pará, parte de um importante convênio entre o Governo do Estado do Pará e a Marinha do Brasil.
O Catamarã Pará
OESP
O Catamarã Pará navegando no Rio Xingu durante a expedição IFNOPAP IV em 2002.
O Catamarã Pará era uma embarcação de propriedade da estatal ENASA - Empresa de Navegação da Amazônia S/A. A empresa, estadualizada nos anos noventa (ver texto abaixo), foi extinta recentemente e parte do seu patrimônio leiloado.
Durante muitos anos o Catamarã Pará realizou a travessia Belém - Manaus - Belém, transportando cargas e passageiros. Na configuração de navio fluvial de turismo, possuía acomodações para 140 passageiros, dispostas em camarotes duplos ou quádruplos, restaurante para 70 pessoas e instalações recreativas como bar, solário e piscina. A última viagem do Catamarã Pará ocorreu em setembro de 2003. Fretado por uma agência de turismo de Belém, a embarcação fez uma viagem de oito dias até Santarém e retornou à capital paraense, onde permaneceu inativa.
150 anos de história
Criada por Irineu Evangelista de Souza - o Barão e Mauá - a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas nasceu em 1852 para proporcionar maior rapidez no transporte e exportação da borracha, utilizando-se de embarcações a vapor. Embora fosse uma empresa privada, recebia subvenções do Tesouro Imperial.
O ciclo da Borracha acabou atraindo capital estrangeiro para a região e em 1872 os ingleses fundaram a "Amazon Steam Navigation Company Ltd". Dois anos depois, a empresa inglesa adquiriu a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, bem como outras duas companhias, eliminando a concorrência e garantindo o monopólio do transporte fluvial. As subvenções do governo brasileiro, interessado na manutenção e incremento dos serviços de transportes na bacia hidrográfica do rio Amazonas, permaneceu.
Em 1940, o Governo Federal nacionalizou a companhia e, juntamente com a prestadora de serviços portuários (a Port of Pará), criou o Serviço de Navegação da Amazônia e Administração dos Portos do Pará - SNAAPP. Em 1967, a SNAAPP foi desmembrada e surgiram duas companhias, a CDP - Companhia Docas do Pará e a ENASA - Empresa de Navegação da Amazônia S/A. Sucateada e má administrada, a ENASA passou para o controle do estado do Pará no final da década de 1990. Como os recursos para o reerguimento da empresa não vieram, o Governo do Pará decidiu liquidar a empresa no final do ano passado e todo o seu patrimônio reverterá ao Estado do Pará, depois de pagas as dívidas legalmente contraídas.
Interesses comuns
Em 2002, o governo paraense implantou um programa de proteção, promoção e defesa social para as famílias mais carentes do estado denominado 'Presença Viva'. Esse programa poderia ter seu alcance estendido a um número maior de comunidades caso o estado tivesse meios mais adequados. Por outro lado, a Marinha dispõe de experiência na área de assistência hospitalar à população ribeirinha, mas um número reduzido de embarcações para atender toda a Amazônia. Entendimentos entre o governo paraense e o 4º Distrito Naval foram mantidos e as conversações convergiram para um acordo comum. Somaram-se a isso outros interesses e necessidades que culminaram em um protocolo de intenções assinado em 9 de março de 2004.
Governo do Pará
O catamarã Pará atracado na BNVC antes da reforma.
O acordo estabelece o uso compartilhado da embarcação, bem como a sessão, por parte do Governo do Estado, de um terreno de 8.154,3 m2 pertencente à extinta ENASA, ao lado da BNVC (Base Naval de Val-de-Cãs). A Marinha, em contrapartida, cederá ao Estado um terreno para construção de escola pública e prolongamento de uma avenida local.
O navio foi repassado para a Marinha em março do ano passado para ser totalmente modificado. A reforma e adaptação do catamarã Pará, projetada para durar seis meses, começou em março de 2004 e foi avaliada em R$ 3,4 milhões, sendo os recursos igualmente divididos entre o Governo do Estado e o Comando da Marinha.
Incorporação
No último dia 19 de janeiro, numa cerimônia realizada na BNVC, o navio-auxiliar Pará passou por mostra de armamento e foi oficialmente incorporado a Armada Brasileira. Oficialmente a Marinha passa a contar com dois navios com o mesmo nome uma vez que o CT Pará (D-27) faz parte da esquadra e está ativo. Outro fato curioso é que o nome "Pará" foi utilizado três vezes nos últimos cem anos e somente para designar contratorpedeiros.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Comprimento: 56,10 m
Boca: 21,40 m
Deslocamento: 1060 t (vazio)
Tripulação: 7 oficiais e 59 praças
Velocidade de cruzeiro / máxima: 8-10 nós / 11 nós
Capacidade de Tropa: 175 fuzileiros navais
Embora o Pará seja classificado pela Marinha do Brasil como "navio-auxiliar", a embarcação é na verdade um navio-transporte fluvial, equipado para executar tarefas ASSHOP (Operações de Assistência Hospitalar à População Ribeirinha) e com capacidade limitada de realizar missões C3 (comando, controle e comunicações).
Configurado como transporte de tropas, é capaz de transportar 175 fuzileiros navais totalmente equipados, além da tripulação normal de 7 oficiais e 59 praças. Comparado ao G-15 Paraguassú (navio-transporte fluvial pertencente à Flotilha do Mato Grosso), a capacidade é equivalente, mas as acomodações são mais modernas e espaçosas no Pará. E em relação aos NaPaFlu classe Pedro Teixeira, a capacidade é o dobro. Para cumprir tarefas ASSHOP, consultórios médios e odontológicos foram projetados e instalados, colocando-o no mesmo patamar dos NAsH Classe Oswaldo Cruz. Pouco foi divulgado sobre sistemas de detecção e de comunicações instalados durante a reforma, mas sabe-se que os mesmos dão à embarcação uma capacidade mínima de Comando&Controle. O navio não possui armamento, mas a instalação de pontos para metralhadoras calibre 7,62 mm não representa maiores obstáculos.
A incorporação do NA Pará tem todas as possibilidades de repetir o sucesso de outro convênio da Marinha. Na Amazônia Ocidental o NAsH Dr Montenegro, obtido no ano 2000 por meio de convênio com o Governo do Estado do Acre, realiza uma média diária de 500 atendimentos ambulatoriais.
MB
O NAsH Dr. Montenegro (U-16) é outro exemplo de cooperação estadual/federal. Capaz de levar uma equipe de 12 profissionais da área de saúde, oferece atendimento médico- odontológico às populações ribeirinhas do estado do Acre.
A Política de Defesa Nacional determina uma maior presença militar na região Amazônica. Por outro lado, os recursos são cada vez mais escassos para a aquisição de material novo. A cooperação entre o Governo do Pará e o Comando da Marinha, através do 4º Distrito Naval, demonstra como a união de interesses comuns em prol da sociedade pode otimizar o uso dos recursos públicos.
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Re: Navios fluviais
Nao me recordo a onde,li mas a MB nao havia comprado um
navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
estoria pois ja tem alguns anos que li no Informar, alguem saberia me dizer algo.
Celso Soares
navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
estoria pois ja tem alguns anos que li no Informar, alguem saberia me dizer algo.
Celso Soares
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Re: Navios fluviais
Nao me recordo a onde,li mas a MB nao havia comprado um
navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
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Re: Navios fluviais
Nao me recordo a onde,li mas a MB nao havia comprado um
navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
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Re: Navios fluviais
Nao me recordo a onde,li mas a MB nao havia comprado um
navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
estoria pois ja tem alguns anos que li no Informar, alguem saberia me dizer algo.
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navio de tramporte de pasageiros,para convertelo em tramporte de tropas para se juntar ao Paraguasu nas operaçoes da Amazonia quem sabe me dizer que fim levou essa
estoria pois ja tem alguns anos que li no Informar, alguem saberia me dizer algo.
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