RÚSSIA
Moderador: Conselho de Moderação
- Rui Elias Maltez
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Eu acredito que um mundo multipolar, independentemente da natureza dos regimes internamente é melhor, porque repare que nestes tempos de uma hiper-potência, ou um mundo uni-polar, como se lhe queira chamar, houve mais factores de instabilidade provocados pelo velho chavão do "quer, posso e mando".
Com uma UE que não é nada na política externa, cujos países continuam a adequar as suas politicas externas aos interesses nacionais e às tradições, os EUA fizeram o que quiseram.
Com uma ou outra potência forte que se lhe opusesse, creio que nada disso se teria passado.
Veja o caso da desagregação da Jugoslávia, e de como o ocidente acabou por liquidar a Sérvia fazendo destes os maus da fita, e implementando um Tribunal Especial em Haia, só para julgar politicamente os crimes sérvios, e onde só figuras menores de croatas lá estão também.
Veja-se o apoio ao Kosovo e às sua aspirações de independência, com a NATO a fazer de Forças aérea do UCK numa clara provocação à Rússia e ao avanço americano pela àsia central, talvez antevendo já o potencial não só russo, mas chinês, e não é à toa que os EUA estão a mudar a agulha da boa amizadoe do Paquistão para a Índia.
O LM acredita que se a Rússia se tivesse mantido com estava no tempo de implosão soviética e subsequente era de Yeltsin, a Georgia não teria tido apoio militar contra a "agressão" de que foi vítima após a bravata militar de que o presidente georgiano é responsável, pensando que viriam hordas de F-15 e F-16, e chuva de Tomahawk's para massacrar os russos e ossetas, e assim apoiá-lo a levar a "liberdade" as mais um recanto do mundo?
Por isso acredito que um mundo unipolar, e ainda para mais se for governado por uma seita de neo-con's como no primeiro mandato de Bush, pode levar o mundo aos caos.
E isto nada tem de anti-americano, é apenas e só uma opinião minha.
Claro que me sinto culturalmente e ideologicamente mais perto dos EUA que da China ou da Rússia, porque prezo muito a liberdade, tal como apoiando a luta de libertação palestina, paradoxalmente estou mais próximo culturalmente de Israel que do Hamas, rei e senhor a Faixa de Gaza.
E exactamente por isso eu contesto diplomáticamente o colega PT, sem ofensas, por em nome da liberdade e da sua defesa, acabar por insultar e minimizar o teor das inevenções de outros membros do fórum, desde que se trate de quem não concorda com ele.
Com uma UE que não é nada na política externa, cujos países continuam a adequar as suas politicas externas aos interesses nacionais e às tradições, os EUA fizeram o que quiseram.
Com uma ou outra potência forte que se lhe opusesse, creio que nada disso se teria passado.
Veja o caso da desagregação da Jugoslávia, e de como o ocidente acabou por liquidar a Sérvia fazendo destes os maus da fita, e implementando um Tribunal Especial em Haia, só para julgar politicamente os crimes sérvios, e onde só figuras menores de croatas lá estão também.
Veja-se o apoio ao Kosovo e às sua aspirações de independência, com a NATO a fazer de Forças aérea do UCK numa clara provocação à Rússia e ao avanço americano pela àsia central, talvez antevendo já o potencial não só russo, mas chinês, e não é à toa que os EUA estão a mudar a agulha da boa amizadoe do Paquistão para a Índia.
O LM acredita que se a Rússia se tivesse mantido com estava no tempo de implosão soviética e subsequente era de Yeltsin, a Georgia não teria tido apoio militar contra a "agressão" de que foi vítima após a bravata militar de que o presidente georgiano é responsável, pensando que viriam hordas de F-15 e F-16, e chuva de Tomahawk's para massacrar os russos e ossetas, e assim apoiá-lo a levar a "liberdade" as mais um recanto do mundo?
Por isso acredito que um mundo unipolar, e ainda para mais se for governado por uma seita de neo-con's como no primeiro mandato de Bush, pode levar o mundo aos caos.
E isto nada tem de anti-americano, é apenas e só uma opinião minha.
Claro que me sinto culturalmente e ideologicamente mais perto dos EUA que da China ou da Rússia, porque prezo muito a liberdade, tal como apoiando a luta de libertação palestina, paradoxalmente estou mais próximo culturalmente de Israel que do Hamas, rei e senhor a Faixa de Gaza.
E exactamente por isso eu contesto diplomáticamente o colega PT, sem ofensas, por em nome da liberdade e da sua defesa, acabar por insultar e minimizar o teor das inevenções de outros membros do fórum, desde que se trate de quem não concorda com ele.
- pt
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Paisano - > Você entende que está a dar um prémio ao prevaricador ?
No entanto eu compreeendo a sua posição. Como você, eu e outros sabemos, ela é resultado de preferências pessoais e políticas e nada tem a ver com qualquer análise do que quer que seja.
No entanto tomei nota.
Como vê, acções de tentativa de moderação são muitas vezes entendidas como censura, como neste caso.
Não posso determinar se é censura apenas, ou falta de coragem para criticar as «amizades».
Como é óbvio, e triste, a única interpretação que é possível dar às suas afirmações Paisano, é a de que você, não está interessado em qualquer tipo de discussão. Está no seu direito.
Até um dia
No entanto eu compreeendo a sua posição. Como você, eu e outros sabemos, ela é resultado de preferências pessoais e políticas e nada tem a ver com qualquer análise do que quer que seja.
No entanto tomei nota.
Como vê, acções de tentativa de moderação são muitas vezes entendidas como censura, como neste caso.
Não posso determinar se é censura apenas, ou falta de coragem para criticar as «amizades».
Como é óbvio, e triste, a única interpretação que é possível dar às suas afirmações Paisano, é a de que você, não está interessado em qualquer tipo de discussão. Está no seu direito.
Até um dia
- Paisano
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Prezado PT,
Caso haja alguma discordância da sua parte, no que se refere punição aplicada, então, você tem o direito de apresentar Recurso junto ao Conselho da Moderação.
O mesmo se aplica no caso de existir alguma reclamação de sua parte em relação ao comportamento e/ou ato de algum membro da Moderação.
Enfim, em ambos os casos, o caminho a ser seguido por você é um contato, via MP, com o Conselho da Moderação.
Um abraço.
Caso haja alguma discordância da sua parte, no que se refere punição aplicada, então, você tem o direito de apresentar Recurso junto ao Conselho da Moderação.
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Enfim, em ambos os casos, o caminho a ser seguido por você é um contato, via MP, com o Conselho da Moderação.
Um abraço.
- Paisano
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Agora como simples usuário do DB: PT, então quer dizer que somente você está certo e os demais usuários é que estão errados?pt escreveu:Paisano - > Você entende que está a dar um prémio ao prevaricador ?
No entanto eu compreeendo a sua posição. Como você, eu e outros sabemos, ela é resultado de preferências pessoais e políticas e nada tem a ver com qualquer análise do que quer que seja.
No entanto tomei nota.
Como vê, acções de tentativa de moderação são muitas vezes entendidas como censura, como neste caso.
Não posso determinar se é censura apenas, ou falta de coragem para criticar as «amizades».
Como é óbvio, e triste, a única interpretação que é possível dar às suas afirmações Paisano, é a de que você, não está interessado em qualquer tipo de discussão. Está no seu direito.
Até um dia
Muito estranho essa sua lógica...
- Rui Elias Maltez
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Agora é tarde, Paisano, eu acho que por uns tempos, ele não vai vir aqui
- Paisano
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Rui, sinto por essa notícia e, por consequência, pela atitude do PT, mas fiz o que achei correto e tenho a minha consciência tranqüila.
- Rui Elias Maltez
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Mas então estou umas horas fora e vocês pôem isto de pernas para o ar?
- Rui Elias Maltez
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Esse portugueses são UM BANDO mesmo
É só uma piada, pessoal. Por favor minguém pegue isto na pessoal, valeu??
Chile 1-Arg.0 QUE FELICIDADE!!!!!!!!!
Disculpem o off-topic
É só uma piada, pessoal. Por favor minguém pegue isto na pessoal, valeu??
Chile 1-Arg.0 QUE FELICIDADE!!!!!!!!!
Disculpem o off-topic
Solo vencerá el que esté mejor preparado!!
- P44
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Russia could resume naval presence in Yemen
15:14 | 16/ 10/ 2008
SANA, October 16 (RIA Novosti) - The speaker of Russia's upper house of parliament said on Thursday that Russia could resume a naval presence in Yemen.
Authorities in the Middle East country are calling on Moscow to help fight piracy and possible terrorist threats. The U.S.S.R. had a major naval base in the former socialist state of South Yemen, which merged with North Yemen in 1990 to form the present-day Yemen.
Speaking to journalists in Sana, the capital of Yemen, Federation Council Speaker Sergei Mironov said the new direction of Russia's foreign and defense policies and an increase in its naval missions would be taken into consideration when making a decision on the request.
"It's possible that the aspects of using Yemen ports not only for visits by Russian warships, but also for more strategic goals will be considered," he said.
He also said a visit to Russia by the president of Yemen, Ali Abdullah Saleh, could take place in the near future and that the issue of military technical cooperation could be raised during his visit.
A missile frigate from Russia's Baltic Fleet is currently en route to Somalia at the invitation of Somali authorities to fight piracy off the Somali coast together with warships from other countries.
Somali pirates recently hijacked a Ukrainian ship, MV Faina, carrying at least 33 tanks and other heavy weaponry. Six U.S. warships are currently surrounding the Faina.
Pirates are also active near the Yemen coast in the Gulf of Aden, where they seized a Panamanian tanker in September.
Mironov said Yemen feared that groups associated with the al-Qaeda terrorist movement might be hiding in the Somali region, which has no effective government and no navy to police its coastline, and could later expand their activity in the Arabian Sea with its busy oil tanker routes.
Triste sina ter nascido português
- EDSON
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Ao mesmo tempo que em todo o mundo se celebrava a Revolução Laranja, os analistas temiam a possibilidade de a Ucrânia se vir a fraccionar, em função das tendências pró-ocidentais ou pró-russas de vastas regiões e de partes significativas da população deste imenso país. Porém, a linha de fractura passava também pelo conflito entre Igrejas, que divide três ramos ortodoxos, católicos e uniatas fiéis a Roma. A situação continua a ser delicada, e o Papa Bento XVI já optou por apostar na moderação e no diálogo.
Aquando da «Revolução Laranja» na Ucrânia, em Novembro-Dezembro de 2004, o fantasma da divisão deste Estado, o segundo maior no continente europeu, voltou a pairar. No contexto da luta entre a Rússia e o Ocidente pela influência nesse país – o principal factor que poderia conduzir à cisão da Ucrânia –, alguns analistas destacaram também as causas religiosas, mais precisamente, as divergências entre a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo e a Igreja Greco-Católica (Uniata) Ucraniana. Porém, no campo religioso, as coisas não são assim tão simples. Por exemplo, Victor Iuschenko, líder pró-ocidental da «Revolução Laranja», é um fervoroso membro da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo.
Claro que o facto de esta Igreja ter mais fiéis no Leste e Sul da Ucrânia e a Igreja Greco-Católica ser mais numerosa no Ocidente pode ser utilizado pelos políticos que pretendam dividir a Ucrânia. Mas são muito mais preocupantes as divergências e confrontos entre as numerosas Igrejas cristãs existentes no país, porque não lhes permitem unir-se contra os desafios do mundo moderno. Aqui, é imperativo chamar a atenção para a forte divisão reinante entre os ortodoxos ucranianos. Existem três Igrejas ortodoxas na Ucrânia: a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo (IOUPM), a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev (IOUPK) e a Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana (IOAU).
Dos 60 milhões de habitantes do país, 35 milhões são, segundo dados de 2001 do Comité de Estado para Assuntos Religiosos da Ucrânia, fiéis da IOUPM, que se considera herdeira da primeira Igreja Ortodoxa que se formou em 988, quando o príncipe Vladimir baptizou a Rus de Kiev. Em conformidade com o estatuto aprovado no Concílio da Igreja Ortodoxa Russa, em 1990, a IOUPM é um membro dessa Igreja «independente nas esferas canónica, teológica e financeira», ou seja, tem um estatuto semelhante ao de outras Igrejas ortodoxas em relação ao Patriarca de Constantinopla.
Divisões da história
Quando a Ucrânia se tornou independente devido à desintegração da União Soviética, em 1991, a elite política ucraniana necessitou também de criar uma «Igreja nacional» a fim de se demarcar de Moscovo. Em 1992, parte do clero ortodoxo ucraniano separou-se da IOUPM e criou a IOUPK, dirigida, actualmente, por Filarete, Patriarca de Kiev e de toda a Ucrânia, com cerca de 3000 paróquias no país. O Patriarca de Moscovo cortou relações com a nova Igreja ucraniana, considerando-a «cisionista». Não obstante todos os esforços de Victor Iuschenko para restabelecer o diálogo, as duas comunidades ortodoxas continuam de «costas viradas».
A IOAU foi criada no estrangeiro entre a numerosa diáspora ucraniana. Em 1989, esta Igreja instala-se na Ucrânia mas, no ano seguinte, parte do clero e fiéis passou para a IOUPM e parte juntou-se à IOUPK. Actualmente, com cerca de 550 paróquias, a IOAU mantém contactos irregulares com as outras duas Igrejas ortodoxas.
Por sua vez, o mundo católico está representado no país por duas Igrejas: a Igreja Greco-Católica Ucraniana (IGCU) e a Igreja Católica Romana Ucraniana (ICRU). Se esta tem um peso pouco significativo na sociedade ucraniana – cerca de 800 paróquias –, a IGCU constitui a segunda mais numerosa comunidade eclesial no país, com mais de 3000 paróquias.
A IGCU foi criada em 1596 graças à União de Brest, tentativa do Vaticano de unir ortodoxos e católicos (daí o nome de Uniata) numa só Igreja sob a direcção do Papa de Roma. Em conformidade com outra denominação sua (Greco-Católica), os uniatas conservam os seus ritos e língua litúrgica tradicionais, mas reconhecem a autoridade do Santo Padre e a dogmática católica.
O catolicismo de rito oriental foi alvo de várias tentativas de proibição. Em 1839, o czar russo Nicolau I – de cujo império fazia parte a Ucrânia – dissolveu o Sínodo da Igreja Greco-Católica, ordenando aos fiéis que optassem pela Igreja Ortodoxa Russa ou a Igreja Católica. Porém, a maioria dos uniatas não obedeceu a essa ordem.
Em 1945, a pretexto de os hierarcas uniatas terem colaborado com o nazismo alemão, o ditador soviético José Estaline dissolveu a IGCU. Em 1946, as autoridades comunistas organizaram o «Concílio de Lvov da Igreja Greco-Católica Ucraniana», que votou pela passagem dos seus fiéis para a Igreja Ortodoxa Russa.
Porém, os uniatas não acataram tal decisão e passaram à clandestinidade. No Concílio de Lvov não participou nenhum bispo uniata, tendo os pastores greco-católicos preferido os campos de concentração ou a emigração à colaboração com o regime comunista.
Até ao fim da ditadura soviética, os quatro milhões de uniatas ucranianos viram-se obrigados a organizar cerimónias de culto clandestinas em casas particulares ou a frequentar os poucos templos católicos e ortodoxos russos que continuavam abertos.
Em 1990, o Comité para Assuntos Religiosos junto do Conselho de Ministros da Ucrânia legalizou os uniatas, que exigiram que a Igreja Ortodoxa Russa lhes devolvesse os numerosos templos que lhe tinham sido confiscados e entregues aos ortodoxos russos por José Estaline. Em 1945, a IGCU possuía mais de 4000 templos e capelas, seminários e uma Academia de Teologia.
Foi criada uma comissão, constituída por representantes do Vaticano, da Igreja Uniata, da Igreja Ortodoxa Russa e da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo, a fim de controlar a devolução dos templos confiscados aos uniatas e evitar conflitos. Porém, devido à morosidade do processo, os fiéis da Igreja Greco-Católica Ucraniana começaram a ocupar os edifícios de culto que lhe tinham sido tirados em 1945.
O Patriarcado de Moscovo reagiu bruscamente, acusando o Vaticano de estar por detrás das acções dos fiéis uniatas, interpretadas como uma ofensiva contra a IOUPM. Este constitui um dos principais atritos entre o Patriarcado de Moscovo e o Vaticano, mas não é o único no que respeita à situação criada em torno da IGCU.
Em Julho de 2002, o Sínodo Greco-Católico da Ucrânia, reunido em Kiev, decidiu, por unanimidade, que o estágio de desenvolvimento alcançado pela própria Igreja exige que o seu chefe máximo, o cardeal Lubomir Juzar, receba o título de patriarca, e pediu ao Papa que sancionasse esse desejo. Além disso, a Igreja Uniata pretende transferir o seu centro de Lvov, na Ucrânia Ocidental, para Kiev, capital do país, onde começou a construir uma catedral.
As tensões com Roma
Se Roma for ao encontro deste anseio dos uniatas, corre o risco de ver suspenso o diálogo ecuménico com os ortodoxos russos. A susceptibilidade ortodoxa em relação a esse ponto tem raízes que atravessam mais de 1000 anos. Em Kiev, em 988, o baptismo do príncipe Vladimir – por obra dos missionários bizantinos – marcou o início da conversão ao Cristianismo dos distantes povos eslavos. Em Kiev foi estabelecida a primeira sede metropolitana, cujos bispos titulares, nos primeiros séculos, eram nomeados pela Igreja de Bizâncio, que ainda estava em comunhão com a de Roma. Naquele tempo, Moscovo nem sequer existia. Apostando em Kiev, os greco-católicos ucranianos afirmam ser os legítimos herdeiros do baptismo da Rus de Kiev.
Em 6 de Fevereiro de 2003, a questão do patriarcado na Igreja Uniata foi, pela primeira vez na História, discutida durante uma reunião de cardeais da Cúria Romana, responsáveis por importantes dicastérios vaticanos, convocados especialmente para o efeito por João Paulo II. As reservas ao reconhecimento vieram particularmente dos cardeais alemães Kasper e Ratzinger, e do cardeal de rito oriental Ignace Moussa I Daoud, prefeito do dicastério vaticano que lida com as Igrejas Orientais. Ao mesmo tempo, o cardeal secretário de Estado, Angelo Sodano, teria manifestado certa disponibilidade.
O cardeal Ratzinger – hoje Papa Bento XVI – pelos vistos, não quererá deixar marcado o início do seu pontificado com a deterioração de relações com o Patriarcado de Moscovo da Igreja Ortodoxa Russa. Pelo contrário, tem dado sinais no sentido inverso. No início de Julho, o sítio oficial do Patriarcado de Moscovo na Internet publicou fragmentos de uma carta enviada pelo arcebispo Antonio Mennini, representante da Santa Sé na Federação da Rússia. Na missiva, o prelado católico informa que a criação de uma diocese da Igreja Uniata na Rússia «não tem fundamento jurídico», prometendo empregar «algumas medidas de ordem canónica» em relação aos autores da criação dessa diocese.
A diocese da Igreja Greco-Católica na Rússia foi criada com vista a dar apoio espiritual aos uniatas que vivem no país. Segundo cálculos aproximados, vivem no território da Federação da Rússia entre 500 mil e um milhão e meio de uniatas. Trata-se, no fundamental, de cidadãos russos de origem ucraniana que vivem na Sibéria e Extremo Oriente.
O arcebispo Antonio Mennini apenas veio reafirmar um acordo, alcançado um mês antes entre o cardeal Walter Kasper, enviado da Santa Sé, e o Patriarcado de Moscovo, em que «o Vaticano se manifesta decididamente contra a criação de estruturas hierárquicas greco-católicas paralelas na Rússia».
Mas este desanuviamento no diálogo entre a Santa Sé e o Patriarcado de Moscovo pode não conduzir à melhoria das relações entre ortodoxos e uniatas, visto que estes últimos não participam nas negociações. A direcção da Igreja Ortodoxa Russa continua a considerar que os uniatas são uma criação do Vaticano e dependem completamente dele e, por isso, os uniatas não podem ser uma das partes das conversações entre ortodoxos e católicos com vista a normalizar as relações entre eles.
Mas, na Ucrânia, torna-se evidente também a necessidade de um diálogo directo entre as várias Igrejas cristãs existentes no país com vista a superar as divergências entre elas e juntar esforços com vista a dar resposta aos grandes desafios lançados pelo mundo moderno, nomeadamente no campo da superação dos graves problemas espirituais deixados pela ditadura comunista
Aquando da «Revolução Laranja» na Ucrânia, em Novembro-Dezembro de 2004, o fantasma da divisão deste Estado, o segundo maior no continente europeu, voltou a pairar. No contexto da luta entre a Rússia e o Ocidente pela influência nesse país – o principal factor que poderia conduzir à cisão da Ucrânia –, alguns analistas destacaram também as causas religiosas, mais precisamente, as divergências entre a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo e a Igreja Greco-Católica (Uniata) Ucraniana. Porém, no campo religioso, as coisas não são assim tão simples. Por exemplo, Victor Iuschenko, líder pró-ocidental da «Revolução Laranja», é um fervoroso membro da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo.
Claro que o facto de esta Igreja ter mais fiéis no Leste e Sul da Ucrânia e a Igreja Greco-Católica ser mais numerosa no Ocidente pode ser utilizado pelos políticos que pretendam dividir a Ucrânia. Mas são muito mais preocupantes as divergências e confrontos entre as numerosas Igrejas cristãs existentes no país, porque não lhes permitem unir-se contra os desafios do mundo moderno. Aqui, é imperativo chamar a atenção para a forte divisão reinante entre os ortodoxos ucranianos. Existem três Igrejas ortodoxas na Ucrânia: a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo (IOUPM), a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev (IOUPK) e a Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana (IOAU).
Dos 60 milhões de habitantes do país, 35 milhões são, segundo dados de 2001 do Comité de Estado para Assuntos Religiosos da Ucrânia, fiéis da IOUPM, que se considera herdeira da primeira Igreja Ortodoxa que se formou em 988, quando o príncipe Vladimir baptizou a Rus de Kiev. Em conformidade com o estatuto aprovado no Concílio da Igreja Ortodoxa Russa, em 1990, a IOUPM é um membro dessa Igreja «independente nas esferas canónica, teológica e financeira», ou seja, tem um estatuto semelhante ao de outras Igrejas ortodoxas em relação ao Patriarca de Constantinopla.
Divisões da história
Quando a Ucrânia se tornou independente devido à desintegração da União Soviética, em 1991, a elite política ucraniana necessitou também de criar uma «Igreja nacional» a fim de se demarcar de Moscovo. Em 1992, parte do clero ortodoxo ucraniano separou-se da IOUPM e criou a IOUPK, dirigida, actualmente, por Filarete, Patriarca de Kiev e de toda a Ucrânia, com cerca de 3000 paróquias no país. O Patriarca de Moscovo cortou relações com a nova Igreja ucraniana, considerando-a «cisionista». Não obstante todos os esforços de Victor Iuschenko para restabelecer o diálogo, as duas comunidades ortodoxas continuam de «costas viradas».
A IOAU foi criada no estrangeiro entre a numerosa diáspora ucraniana. Em 1989, esta Igreja instala-se na Ucrânia mas, no ano seguinte, parte do clero e fiéis passou para a IOUPM e parte juntou-se à IOUPK. Actualmente, com cerca de 550 paróquias, a IOAU mantém contactos irregulares com as outras duas Igrejas ortodoxas.
Por sua vez, o mundo católico está representado no país por duas Igrejas: a Igreja Greco-Católica Ucraniana (IGCU) e a Igreja Católica Romana Ucraniana (ICRU). Se esta tem um peso pouco significativo na sociedade ucraniana – cerca de 800 paróquias –, a IGCU constitui a segunda mais numerosa comunidade eclesial no país, com mais de 3000 paróquias.
A IGCU foi criada em 1596 graças à União de Brest, tentativa do Vaticano de unir ortodoxos e católicos (daí o nome de Uniata) numa só Igreja sob a direcção do Papa de Roma. Em conformidade com outra denominação sua (Greco-Católica), os uniatas conservam os seus ritos e língua litúrgica tradicionais, mas reconhecem a autoridade do Santo Padre e a dogmática católica.
O catolicismo de rito oriental foi alvo de várias tentativas de proibição. Em 1839, o czar russo Nicolau I – de cujo império fazia parte a Ucrânia – dissolveu o Sínodo da Igreja Greco-Católica, ordenando aos fiéis que optassem pela Igreja Ortodoxa Russa ou a Igreja Católica. Porém, a maioria dos uniatas não obedeceu a essa ordem.
Em 1945, a pretexto de os hierarcas uniatas terem colaborado com o nazismo alemão, o ditador soviético José Estaline dissolveu a IGCU. Em 1946, as autoridades comunistas organizaram o «Concílio de Lvov da Igreja Greco-Católica Ucraniana», que votou pela passagem dos seus fiéis para a Igreja Ortodoxa Russa.
Porém, os uniatas não acataram tal decisão e passaram à clandestinidade. No Concílio de Lvov não participou nenhum bispo uniata, tendo os pastores greco-católicos preferido os campos de concentração ou a emigração à colaboração com o regime comunista.
Até ao fim da ditadura soviética, os quatro milhões de uniatas ucranianos viram-se obrigados a organizar cerimónias de culto clandestinas em casas particulares ou a frequentar os poucos templos católicos e ortodoxos russos que continuavam abertos.
Em 1990, o Comité para Assuntos Religiosos junto do Conselho de Ministros da Ucrânia legalizou os uniatas, que exigiram que a Igreja Ortodoxa Russa lhes devolvesse os numerosos templos que lhe tinham sido confiscados e entregues aos ortodoxos russos por José Estaline. Em 1945, a IGCU possuía mais de 4000 templos e capelas, seminários e uma Academia de Teologia.
Foi criada uma comissão, constituída por representantes do Vaticano, da Igreja Uniata, da Igreja Ortodoxa Russa e da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo, a fim de controlar a devolução dos templos confiscados aos uniatas e evitar conflitos. Porém, devido à morosidade do processo, os fiéis da Igreja Greco-Católica Ucraniana começaram a ocupar os edifícios de culto que lhe tinham sido tirados em 1945.
O Patriarcado de Moscovo reagiu bruscamente, acusando o Vaticano de estar por detrás das acções dos fiéis uniatas, interpretadas como uma ofensiva contra a IOUPM. Este constitui um dos principais atritos entre o Patriarcado de Moscovo e o Vaticano, mas não é o único no que respeita à situação criada em torno da IGCU.
Em Julho de 2002, o Sínodo Greco-Católico da Ucrânia, reunido em Kiev, decidiu, por unanimidade, que o estágio de desenvolvimento alcançado pela própria Igreja exige que o seu chefe máximo, o cardeal Lubomir Juzar, receba o título de patriarca, e pediu ao Papa que sancionasse esse desejo. Além disso, a Igreja Uniata pretende transferir o seu centro de Lvov, na Ucrânia Ocidental, para Kiev, capital do país, onde começou a construir uma catedral.
As tensões com Roma
Se Roma for ao encontro deste anseio dos uniatas, corre o risco de ver suspenso o diálogo ecuménico com os ortodoxos russos. A susceptibilidade ortodoxa em relação a esse ponto tem raízes que atravessam mais de 1000 anos. Em Kiev, em 988, o baptismo do príncipe Vladimir – por obra dos missionários bizantinos – marcou o início da conversão ao Cristianismo dos distantes povos eslavos. Em Kiev foi estabelecida a primeira sede metropolitana, cujos bispos titulares, nos primeiros séculos, eram nomeados pela Igreja de Bizâncio, que ainda estava em comunhão com a de Roma. Naquele tempo, Moscovo nem sequer existia. Apostando em Kiev, os greco-católicos ucranianos afirmam ser os legítimos herdeiros do baptismo da Rus de Kiev.
Em 6 de Fevereiro de 2003, a questão do patriarcado na Igreja Uniata foi, pela primeira vez na História, discutida durante uma reunião de cardeais da Cúria Romana, responsáveis por importantes dicastérios vaticanos, convocados especialmente para o efeito por João Paulo II. As reservas ao reconhecimento vieram particularmente dos cardeais alemães Kasper e Ratzinger, e do cardeal de rito oriental Ignace Moussa I Daoud, prefeito do dicastério vaticano que lida com as Igrejas Orientais. Ao mesmo tempo, o cardeal secretário de Estado, Angelo Sodano, teria manifestado certa disponibilidade.
O cardeal Ratzinger – hoje Papa Bento XVI – pelos vistos, não quererá deixar marcado o início do seu pontificado com a deterioração de relações com o Patriarcado de Moscovo da Igreja Ortodoxa Russa. Pelo contrário, tem dado sinais no sentido inverso. No início de Julho, o sítio oficial do Patriarcado de Moscovo na Internet publicou fragmentos de uma carta enviada pelo arcebispo Antonio Mennini, representante da Santa Sé na Federação da Rússia. Na missiva, o prelado católico informa que a criação de uma diocese da Igreja Uniata na Rússia «não tem fundamento jurídico», prometendo empregar «algumas medidas de ordem canónica» em relação aos autores da criação dessa diocese.
A diocese da Igreja Greco-Católica na Rússia foi criada com vista a dar apoio espiritual aos uniatas que vivem no país. Segundo cálculos aproximados, vivem no território da Federação da Rússia entre 500 mil e um milhão e meio de uniatas. Trata-se, no fundamental, de cidadãos russos de origem ucraniana que vivem na Sibéria e Extremo Oriente.
O arcebispo Antonio Mennini apenas veio reafirmar um acordo, alcançado um mês antes entre o cardeal Walter Kasper, enviado da Santa Sé, e o Patriarcado de Moscovo, em que «o Vaticano se manifesta decididamente contra a criação de estruturas hierárquicas greco-católicas paralelas na Rússia».
Mas este desanuviamento no diálogo entre a Santa Sé e o Patriarcado de Moscovo pode não conduzir à melhoria das relações entre ortodoxos e uniatas, visto que estes últimos não participam nas negociações. A direcção da Igreja Ortodoxa Russa continua a considerar que os uniatas são uma criação do Vaticano e dependem completamente dele e, por isso, os uniatas não podem ser uma das partes das conversações entre ortodoxos e católicos com vista a normalizar as relações entre eles.
Mas, na Ucrânia, torna-se evidente também a necessidade de um diálogo directo entre as várias Igrejas cristãs existentes no país com vista a superar as divergências entre elas e juntar esforços com vista a dar resposta aos grandes desafios lançados pelo mundo moderno, nomeadamente no campo da superação dos graves problemas espirituais deixados pela ditadura comunista
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
Russia striving to modernize military, U.S. notes with interest, not alarm
By Thom Shanker
Monday, October 20, 2008
WASHINGTON: As they tracked Russian military maneuvers in recent days, the American government's career Kremlin-watchers might have been forgiven for wondering if they were seeing recycled newsreels from the worst of the bad old days.
A huge exercise, called Stability 2008, spread tens of thousands of troops, thousands of vehicles and scores of combat aircraft across nearly all 11 time zones of Russian territory in the largest war game since the collapse of the Soviet Union.
There was no specified enemy, but the Russian forces appeared to be enacting a nationwide effort to quell unrest along Russia's southern border and to repulse an American-led attack by NATO forces, according to experts in Moscow and here.
In a grim finale, commanders launched three intercontinental ballistic missiles, the type that can carry multiple nuclear warheads. It was a clear signal of the drastic endgame the Kremlin might consider should its conventional forces not hold. One of the missiles flew more than 7,100 miles, allowing Russian officials to claim they had set a distance record.
If these images of Russian power projection appeared drawn from the dark decades of Dr. Strangelove, the response from Washington was anything but.
When asked to assess what seemed to be a Russian resurgence, Defense Secretary Robert Gates and Admiral Mike Mullen, chairman of the Joint Chiefs of Staff, have provided the same sanguine response, echoed down through the ranks of government analysts who have spent years reading obscure Russian military journals and scrutinizing classified satellite photographs.
The Russian military fell to third world standards from neglect and budget cuts in the turbulent years when Boris Yeltsin was president, they say. The new Kremlin leadership is working to create a force that can actually defend the nation's interests.
The military has embarked upon a program to buy modern weapons, improve training and health care for troops, trim a bloated officer corps and create the first professional class of sergeant-level, small-unit leaders since World War II.
Which is not to say that the United States will stop judging Russian behavior in light of what it considers a clumsy, ill-advised and unnecessary invasion of the former Soviet republic of Georgia.
Yet policymakers also say the Kremlin's efforts at military modernization should not prevent cooperation on mutual concerns, including countering terrorism and halting nuclear proliferation.
Even a high-profile speech three weeks ago by President Dmitri A. Medvedev, ordering a military modernization program and the largest increases in defense spending since the death of the old USSR, was viewed here as short on substance and designed more for a domestic political agenda.
Medvedev declared that by 2020, Russia would construct new types of warships and an unspecified air and space defense system. Military spending, he said, will leap by 26 percent next year, bringing it to 1.3 trillion rubles (about $50 billion), its highest level since the collapse of the Soviet Union but still a small fraction of American military spending.
Medvedev pledged that Russia would shore up its nuclear deterrence and upgrade its conventional forces to a state of "permanent combat readiness."
American experts were unimpressed. "Russia is prone to make fairly grandiose announcements about its military," said a Defense Department official who discussed government analyses on condition of anonymity. "These programs have long been in the works. They are not new plans. They are not new programs."
Even so, veteran analysts of Russian military affairs acknowledge that a military renaissance would allow the Moscow leadership to increase political pressure on former Soviet republics, now independent, as well as former Warsaw Pact allies that embraced NATO after the collapse of communism.
"What the Russian leadership has discovered is proof of an old maxim: that a foreign policy without a credible military is no foreign policy," said Dale Herspring, a scholar on Russian military affairs at Kansas State University.
Eugene Rumer, of the National Defense University here, said events of recent weeks were "not a sign, really, of the Russian military being reborn, but more of a Russia being able to flex what relatively little muscle it has on the global scale, and to show that it actually matters."
One example is how Russia's navy is seeking to display global reach. A flotilla of warships, including the nuclear battle cruiser Peter the Great, is under sail for exercises next month with Venezuela.
Russia has also announced more than $1 billion in new arms deals with the Venezuelan president, Hugo Chávez.
"This Venezuela adventure is basically Russia's payback for what they consider the humiliation of American ships' operating in the Black Sea during the war in Georgia," said Mikhail Tsypkin, of the Naval Postgraduate School in Monterey, California. "This is to annoy the United States."
Some of the steps undertaken to wrench the Russian military out of mediocrity resemble changes in the American military over several decades.
Russia plans for its ground forces to move to a system designed for the deployment of brigades, rather than bulkier division or corps headquarters nearly copying the United States Army's approach.
The Russian military also plans to offer pay and housing incentives to attract noncommissioned officers the valuable class of sergeants to make a long-term career of military service.
While not as drastic as the move by the post-Vietnam American military to switch from the draft to an all-volunteer force, the plan would shift Russia further from reliance on one-year conscripts, who are not in uniform long enough to master even basic skills.
Just last week, the Russian military leadership announced it would further reduce the number of people in uniform, to about 1 million from the current 1.1 million, far below the 4 million-strong military at the end of the cold war.
Most significant, according to American government officials, is a four-year plan to reduce to 150,000 a Russian officer corps that now numbers 400,000, a shrinking that is certain to produce significant opposition within the senior ranks.
The Russian General Staff will be trimmed, and the number of generals is planned to fall to 900 from the current 1,100. But in an acknowledgment that the general officer corps can slow the pace of change throughout the military, most of those reductions will occur through retirement.
The Kremlin knows that its military bureaucracy is riddled with corruption, Pentagon officials say.
Experts here say that audits ordered after Vladimir Putin took over from Yeltsin in 2000 found that 40 percent of the budget for some weapons programs and salaries was lost to theft and waste.
The new defense minister, Anatoly Serdyukov, was a surprise choice, given that he had no military background but was an expert in finance and taxes. As he moved to clean house across the military-industrial complex, the reason for his selection became clear.
Analysts of Kremlin affairs note that a central risk to Russian military reform might not be foreign armies, but the current economic collapse, which has seen a plummeting of oil prices, robbing Russia of profits earmarked for upgrading the armed forces.
An irony is emerging. One central cause of the Soviet collapse was that the USSR's centrally planned, calcified economy simply could not support the Kremlin's superpower military ambitions. If oil prices continue to drop, Medvedev and Putin may be faced with the same economic limits on their military plans.
http://www.iht.com/bin/printfriendly.php?id=17088240
Triste sina ter nascido português
- Edu Lopes
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?
O ressurgimento da grande potência
Mario Cesar Flores
Superado o clímax preocupante do recente "caso" da Geórgia, é hora de procurar entendê-lo em sua integralidade. Independentemente do grau de vinculação étnica e cultural com a Rússia, o que realmente pesou nele foi o fato de estar a Geórgia em área de influência inequívoca russa, a retomada pela Rússia da condição de grande potência e ser a Geórgia parte integrante da geopolítica da energia de interesse ocidental. Desenvolvamos esse complexo interativo.
Para chegar ao consumo no Ocidente (Europa) o petróleo da bacia do Mar Cáspio, produzido em ex-Repúblicas soviéticas, tem de contornar aquele mar via Rússia ou (o petróleo produzido a leste do Cáspio) atravessá-lo e passar pela Rússia (inclusive pela Chechênia...) ou por países do Cáucaso (Azerbaijão, Geórgia e Turquia - esta, embora não caucasiana, chega à cordilheira), até o Mar Negro; na alternativa turca, ainda não efetivada, até o Mediterrâneo. Para o sul, alternativa tampouco efetivada, através do problemático Irã até o Golfo Pérsico, seguindo por mar para a Europa.
Quanto ao gás produzido em território russo, para chegar à Europa ele passa pela Ucrânia, hoje uma incógnita sociopolítica que a Rússia vê em sua esfera de influência (histórica e como ex-República soviética), mas está psicopoliticamente dividida entre pró-Ocidente e pró-Rússia. No episódio Geórgia, manteve-se obscuro, talvez em decorrência dessa ambigüidade, o papel potencial da Ucrânia, de extenso litoral no Mar Negro e que apóia, desde o fim da URSS, a esquadra russa nesse mar; mais dia, menos dia, a ambigüidade será dirimida e é improvável que possa sê-lo em detrimento da Rússia.
Esse cenário complicado afeta um grande objetivo de segurança ocidental: o controle das fontes e do escoamento dos hidrocarbonetos. No tocante à procedência "Ásia Central/Cáspio-Cáucaso", a União Européia é particularmente interessada, mas a magnitude desse interesse não é amparada em correspondente capacidade de - e disposição para - defendê-lo, dependente da difícil institucionalização de políticas comuns, externa e de defesa. Resultado: na sua condição de superpotência global que tem na União Européia (UE) sua grande sócia, os EUA se vêem envolvidos nesse encargo, em continuidade ao seu papel hegemônico de defesa da Europa Ocidental na guerra fria (cresce na OTAN a preocupação com o leste não-russo, com o Oriente Médio e contingentes militares europeus estão no Afeganistão, mas sem muito entusiasmo...). Evidentemente, essa situação, crítica no quadro da energia na UE, sugere convir ao Ocidente a Geórgia e a Ucrânia ocidentalizadas, o que para a Rússia é inaceitável e sua disposição a respeito, coerente com sua condição proeminente na região, ficou demonstrada no caso Ossétia do Sul e pode ser resumida nesta idéia: a Geórgia está no meu (russo) espaço geopolítico e nele decido eu... Essa atitude, realisticamente compreensível, já havia sido deixada clara na oposição russa ao ingresso da Geórgia e da Ucrânia na OTAN.
A retomada do preparo militar russo, que viveu um período de marcha lenta, quase parando, mas nunca foi totalmente descartada, insere-se nesse quadro de realce regional, claramente reativado no governo Putin. A Rússia está consciente de que, com o ocaso do messianismo ideológico global soviético, não há motivo para construir um caro poder militar convencional de superpotência global onipresente, mas há que construí-lo compatível com sua condição de grande potência relevante em seu entorno geopolítico, decisiva quando os assuntos afetarem seus interesses importantes. Tal perspectiva é sintomaticamente refletida no repreparo da Marinha russa, em que não é tranqüila a retomada do programa de porta-aviões, útil para intervenções transoceânicas (aparentemente, fora do escopo russo, ao menos por ora), mas de validade duvidosa (se tanto) numa hoje improvável disputa com a Marinha norte-americana pelo controle de grandes extensões oceânicas. E toda essa estratégia de grande potência hegemônica fundamentalmente regional se desenvolve à sombra da invulnerabilidade direta da Rússia no cenário global, propiciada por seu poder nuclear, que será mantido no nível adequado a esse propósito.
Em suma, poder nuclear à parte, o repreparo militar russo está sendo basicamente pautado pelas injunções da condição de grande potência hegemônica em seu entorno geopolítico eurasiático. Realçam no repreparo as forças para operações ao estilo Blitzkrieg, que corroborem tal condição criando rapidamente fatos consumados decisivos, do tipo Geórgia, coerentes com os objetivos russos entendidos como importantes naquele entorno, onde, cabe lembrar, a influência política e estratégica da Rússia é histórica, precedeu o regime comunista soviético, Putin não a inventou... Essa herança de influência tradicional, no mínimo, complica - se não inibe - qualquer ação ocidental passível de ser considerada francamente hostil à Rússia: houve alguma compreensão para a determinação russa na Geórgia, mas teria sido improvável compreensão similar para uma reação militar mais assertiva (portanto, de alto risco) norte-americana e/ou européia.
Em contrapartida, não se deve esperar, no horizonte de tempo imaginável, que a Rússia se engaje decisivamente longe de sua esfera de influência direta na Eurásia - o que nos leva a conjeturar ser o exercício naval Rússia-Venezuela no Caribe mera manifestação do circo venezuelano "antiimpério", com o qual a Rússia concorda por lhe convir agradar a seu freguês de bilhões de dólares de material militar, ao mesmo tempo que dá um "troco" simbólico ao apoio norte-americano à Geórgia.
Nessas circunstâncias, será melhor para a tranqüilidade energética da Europa a composição com a Rússia ou convém insistir na ocidentalização dos países da área de influência russa envolvidos na equação da energia "Ásia Central-Europa"?
Mario Cesar Flores é almirante-de-esquadra (reformado)
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 4080,0.php
Mario Cesar Flores
Superado o clímax preocupante do recente "caso" da Geórgia, é hora de procurar entendê-lo em sua integralidade. Independentemente do grau de vinculação étnica e cultural com a Rússia, o que realmente pesou nele foi o fato de estar a Geórgia em área de influência inequívoca russa, a retomada pela Rússia da condição de grande potência e ser a Geórgia parte integrante da geopolítica da energia de interesse ocidental. Desenvolvamos esse complexo interativo.
Para chegar ao consumo no Ocidente (Europa) o petróleo da bacia do Mar Cáspio, produzido em ex-Repúblicas soviéticas, tem de contornar aquele mar via Rússia ou (o petróleo produzido a leste do Cáspio) atravessá-lo e passar pela Rússia (inclusive pela Chechênia...) ou por países do Cáucaso (Azerbaijão, Geórgia e Turquia - esta, embora não caucasiana, chega à cordilheira), até o Mar Negro; na alternativa turca, ainda não efetivada, até o Mediterrâneo. Para o sul, alternativa tampouco efetivada, através do problemático Irã até o Golfo Pérsico, seguindo por mar para a Europa.
Quanto ao gás produzido em território russo, para chegar à Europa ele passa pela Ucrânia, hoje uma incógnita sociopolítica que a Rússia vê em sua esfera de influência (histórica e como ex-República soviética), mas está psicopoliticamente dividida entre pró-Ocidente e pró-Rússia. No episódio Geórgia, manteve-se obscuro, talvez em decorrência dessa ambigüidade, o papel potencial da Ucrânia, de extenso litoral no Mar Negro e que apóia, desde o fim da URSS, a esquadra russa nesse mar; mais dia, menos dia, a ambigüidade será dirimida e é improvável que possa sê-lo em detrimento da Rússia.
Esse cenário complicado afeta um grande objetivo de segurança ocidental: o controle das fontes e do escoamento dos hidrocarbonetos. No tocante à procedência "Ásia Central/Cáspio-Cáucaso", a União Européia é particularmente interessada, mas a magnitude desse interesse não é amparada em correspondente capacidade de - e disposição para - defendê-lo, dependente da difícil institucionalização de políticas comuns, externa e de defesa. Resultado: na sua condição de superpotência global que tem na União Européia (UE) sua grande sócia, os EUA se vêem envolvidos nesse encargo, em continuidade ao seu papel hegemônico de defesa da Europa Ocidental na guerra fria (cresce na OTAN a preocupação com o leste não-russo, com o Oriente Médio e contingentes militares europeus estão no Afeganistão, mas sem muito entusiasmo...). Evidentemente, essa situação, crítica no quadro da energia na UE, sugere convir ao Ocidente a Geórgia e a Ucrânia ocidentalizadas, o que para a Rússia é inaceitável e sua disposição a respeito, coerente com sua condição proeminente na região, ficou demonstrada no caso Ossétia do Sul e pode ser resumida nesta idéia: a Geórgia está no meu (russo) espaço geopolítico e nele decido eu... Essa atitude, realisticamente compreensível, já havia sido deixada clara na oposição russa ao ingresso da Geórgia e da Ucrânia na OTAN.
A retomada do preparo militar russo, que viveu um período de marcha lenta, quase parando, mas nunca foi totalmente descartada, insere-se nesse quadro de realce regional, claramente reativado no governo Putin. A Rússia está consciente de que, com o ocaso do messianismo ideológico global soviético, não há motivo para construir um caro poder militar convencional de superpotência global onipresente, mas há que construí-lo compatível com sua condição de grande potência relevante em seu entorno geopolítico, decisiva quando os assuntos afetarem seus interesses importantes. Tal perspectiva é sintomaticamente refletida no repreparo da Marinha russa, em que não é tranqüila a retomada do programa de porta-aviões, útil para intervenções transoceânicas (aparentemente, fora do escopo russo, ao menos por ora), mas de validade duvidosa (se tanto) numa hoje improvável disputa com a Marinha norte-americana pelo controle de grandes extensões oceânicas. E toda essa estratégia de grande potência hegemônica fundamentalmente regional se desenvolve à sombra da invulnerabilidade direta da Rússia no cenário global, propiciada por seu poder nuclear, que será mantido no nível adequado a esse propósito.
Em suma, poder nuclear à parte, o repreparo militar russo está sendo basicamente pautado pelas injunções da condição de grande potência hegemônica em seu entorno geopolítico eurasiático. Realçam no repreparo as forças para operações ao estilo Blitzkrieg, que corroborem tal condição criando rapidamente fatos consumados decisivos, do tipo Geórgia, coerentes com os objetivos russos entendidos como importantes naquele entorno, onde, cabe lembrar, a influência política e estratégica da Rússia é histórica, precedeu o regime comunista soviético, Putin não a inventou... Essa herança de influência tradicional, no mínimo, complica - se não inibe - qualquer ação ocidental passível de ser considerada francamente hostil à Rússia: houve alguma compreensão para a determinação russa na Geórgia, mas teria sido improvável compreensão similar para uma reação militar mais assertiva (portanto, de alto risco) norte-americana e/ou européia.
Em contrapartida, não se deve esperar, no horizonte de tempo imaginável, que a Rússia se engaje decisivamente longe de sua esfera de influência direta na Eurásia - o que nos leva a conjeturar ser o exercício naval Rússia-Venezuela no Caribe mera manifestação do circo venezuelano "antiimpério", com o qual a Rússia concorda por lhe convir agradar a seu freguês de bilhões de dólares de material militar, ao mesmo tempo que dá um "troco" simbólico ao apoio norte-americano à Geórgia.
Nessas circunstâncias, será melhor para a tranqüilidade energética da Europa a composição com a Rússia ou convém insistir na ocidentalização dos países da área de influência russa envolvidos na equação da energia "Ásia Central-Europa"?
Mario Cesar Flores é almirante-de-esquadra (reformado)
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 4080,0.php