#381
Mensagem
por Clermont » Sex Out 03, 2008 1:18 pm
ELA AINDA NÃO SABE NADA – Palin mostrou que pode enunciar sentenças completas, mas não que entenda qualquer coisa sobre política externa.
Por Fred Kaplan – 2 de outubro de 2008.
Então, a governadora Sarah Palin pode falar, espontâneamente, em sentenças completas e coerentes.
Vamos julgá-la, então, como faríamos com um, presumidamente, veterano e competente líder político. Por este padrão, sobre questões de política externa, ela foi batida pelo senador Joe Biden, em cada instante.
E, mais do que o senador Barack Obama, que podia ter respondido a algumas das acusações do senador John McCain, com mais força, no debate da última semana, Biden não fez esforço algum, para conter seu fogo. Quando Palin chamou o plano de Obama, para uma retirada em fases, do Iraque, de “uma bandeira branca de rendição”, Biden atirou de volta que o plano era idêntico à política do primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki.
Quando Palin repetiu sua acusação de que Obama era “mais do que ingênuo”, ao pedir por negociação com adversários “sem pré-condições,” Biden explicou o que a frase significa, então, observou que isto era apoiado, não só pelos cinco antigos secretários de estado que, recentemente, foram co-autores de um endosso à idéia, mas pelos nossos aliados, com os quais, Palin tinha acabado de dizer que precisamos trabalhar juntos.
Quando Palin recitou a cantilena de McCain sobre aplicar os princípios do reforço iraquiano ao Afeganistão, Biden (corretamente) observou que o general comandante americano, no Afeganistão, já disse que o reforço não irá funcionar, lá. (À propósito, não me incomodou tanto assim, que Palin tenha se referido ao general Dave McKiernan, como “general McClellan.” Todos nós cometemos erros assim, toda hora.)
Finalmente, quando Biden disse que a política externa da administração Bush tem sido um “abjeto fracasso”, e passou a listar as razões para tanto, a única resposta de Palin foi sorrir e dizer, “já basta de praticar o jogo de culpar.” Se Obama e Biden falam tanto sobre mudança, ela acrescentou (como se isto fosse, realmente, uma opinião inteligente), por quê eles passam tanto tempo olhando para trás?
A isso, Biden respondeu, com uma não-característica profundidade, “passado é prólogo.” E, é mesmo. Em outro momento, ele observou, “fatos importam.” E importam, mesmo.
Mais ao ponto, ele observou que McCain nunca explicou, como suas políticas irão diferir das de Bush, sobre o Irã, Líbano, Paquistão ou Iraque. Em outras palavras, mesmo se Palin está certa sobre 2009 ser o Ano Zero, o que ela e seu Nº 1, irão fazer diferente? Ela não respondeu a questão, mais do que McCain tenha feito, talvez, porque não haja resposta alguma.
Quando Biden foi perguntado qual linha ele iria traçar, ao decidir, se deve haver intervenção militar em outros países, ele citou dois critérios: se nós temos capacidade para fazer diferença e se os países, em questão, estiverem cometendo genocídio ou abrigando terroristas – em tais casos, disse ele, tais países abririam mão de seus direitos à soberania.
Palin respondeu, simplesmente, saudando John McCain como um homem “que sabe como vencer uma guerra, que já esteve lá.” (McCain também disse isso, sobre si mesmo, várias vezes. Entretanto, com todo o respeito devido ao seu registro militar, onde é que está a prova desta afirmação? Quais guerras ele venceu, e o que ele fez nelas?)
Pode-se discordar dos critérios de intervenção de Biden, como, excessivamente, expandidos, mas, pelo menos, é uma posição para se discutir. A resposta de Palin foi um clichê. Isso resume seu desempenho como um todo.