Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Podemos aventar qualquer possibilidade, com total e absurdo historico e comportamental desse Gilmar Mentes, não seria por muito estranho que o mesmo tenha gravado a conversa e distribuido pra desqualificar a PF e ABIN pra aliviar do "inocente" Dantas.
Senhores, sejamos razoáveis.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Pedro Gilberto escreveu:X2Paisano escreveu:Olha, na minha opinião a gravação dessa conversa foi feita pela central telefônica do Senado, que grava todas as ligações feitas para funcionários e senadores.
Agora, quem vai ser jogar essa m*rd@ no ventilador e mostrar a palhaçada que estão fazendo?! Esperar por punições então nem sonhar....
[]´s
Isso aí tá mais do que claro...
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
É exatamente isso aí, agora preste atenção como essa crise acaba rapidinho...PQD escreveu:MELCHIADES FILHO
Grampo legal
BRASÍLIA - Ainda que o futuro possa lhe reservar algum tipo de constrangimento, o governo só tem a comemorar com a escandalização do uso de escutas telefônicas.
Confira o que de concreto ocorreu desde o começo das denúncias de desrespeito às liberdades individuais e das reações indignadas:
1) Foi escanteado o delegado que pretendeu investigar os negócios de Daniel Dantas, as relações íntimas do empresário com o Planalto e o acordo de indenização que permitiu ao governo levar adiante a idéia de criar a supertele nacional.
2) A Polícia Federal repaginou a Operação Satiagraha. Fechou foco nos indícios de fraude financeira do Banco Opportunity e esqueceu outras ambições do inquérito original, como tráfico de influência e a fusão da Brasil Telecom com a Oi.
3) Dantas e seus principais assessores saíram da prisão. Não têm mais motivos para abrir a boca.
4) Lula conseguiu nomear o quinto conselheiro da Anatel para dar o voto de minerva em favor da BrOi.
5) Foi afastado o diretor que construiu a "PF republicana", aplaudida por não discriminar investigados -o que possibilitou que o irmão do presidente caísse num grampo pedindo "dois pau pra eu".
6) A pretexto de impedir exageros de arapongagem, a PF recebeu ordens para tratorar a corporação e centralizar a inteligência. A apuração do dossiê produzido na Casa Civil contra FHC foi abandonada.
7) Um ex-funcionário de Dantas assumiu o comando da Abin.
Resumo: o Planalto não só preservou a negociação (e os negociadores) da BrOi como diminuiu a possibilidade de voltar a ser incomodado por escutas telefônicas.
Judiciário, Legislativo e sociedade civil exigiram o direito à privacidade. Com a degola de Lacerda e Protógenes, Lula garantiu o dele.
Talvez esteja aí a explicação para a reação enérgica e rápida de um presidente que costuma defender os colegas pilhados em atos ilegais e recomendar paciência nas crises.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
agora quem tem que fechar a boca rapidinho é o NJ. Já recebeu reprimenda do grande chefe por estar aparecendo dmai e falando demai sobre o asunto.
Cala-te boca Jobim!!!!
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"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
CABO-DE-GUERRA.
De Renata Lo Prete - Folha de São Paulo (nota no Blog do Noblat).
O desgaste de imagem da ABIN, colocada no centro do escândalo dos grampos, fez crescer entre os militares a ambição de comandar a Agência Brasileira de Inteligência, hoje subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse ataque especulativo é um dos elementos que estão por trás da troca de farpas entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o chefe do GSI, Jorge Felix.
Lula não se manifestou a respeito, mas, entre seus auxiliares, predomina a desaprovação à idéia. Um ministro lembra que ter o setor de inteligência sob comando civil foi uma conquista institucional e que, do ponto de vista prático, nada indica que, com chefe militar, a Abin seria menos bisbilhoteira.
________________________
Eu, da minha parte, acho a idéia excelente. Mas, desde que fossem satisfeitas duas condições: primeiro, que se eliminem os serviços de inteligência orgânicos das forças e que seu pessoal seja fundido com o que há de melhor na atual ABIN (o que há de pior, devia ser aposentado). E, segundo, que fosse eliminado, completamente, qualquer papel de ação interna deste novo órgão de inteligência. Deve ser mantido, exclusivamente, para função de coleta e análise de inteligência externa. Todo tipo de ação interna, até mesmo o combate contra eventuais redes de espionagem estrangeiras, devia ser centralizado pela Polícia Federal. E, de brinde, aproveitava e se acabava com esse "gabinete de segurança institucional", deixando o governo um pouco mais enxuto.
Quanto ao fato de um novo órgão de inteligência ficar sob comando de um militar (evidentemente, subordinado ao civil Ministro da Defesa) pra mim, é irrelevante. Na Segunda Guerra Mundial, o OSS americano era comandado por um general do Exército, (era o "Wild Bill" Donovan, só que, agora, não lembro se era da ativa ou da reserva). Mas, é claro, que esse tipo de orgão de inteligência não pode ser comandado com se fosse um batalhão de infantaria. E, coisa fundamental, tem que estar aberto e ser atraente, para elementos de elite da vida civil.
De Renata Lo Prete - Folha de São Paulo (nota no Blog do Noblat).
O desgaste de imagem da ABIN, colocada no centro do escândalo dos grampos, fez crescer entre os militares a ambição de comandar a Agência Brasileira de Inteligência, hoje subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse ataque especulativo é um dos elementos que estão por trás da troca de farpas entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o chefe do GSI, Jorge Felix.
Lula não se manifestou a respeito, mas, entre seus auxiliares, predomina a desaprovação à idéia. Um ministro lembra que ter o setor de inteligência sob comando civil foi uma conquista institucional e que, do ponto de vista prático, nada indica que, com chefe militar, a Abin seria menos bisbilhoteira.
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Eu, da minha parte, acho a idéia excelente. Mas, desde que fossem satisfeitas duas condições: primeiro, que se eliminem os serviços de inteligência orgânicos das forças e que seu pessoal seja fundido com o que há de melhor na atual ABIN (o que há de pior, devia ser aposentado). E, segundo, que fosse eliminado, completamente, qualquer papel de ação interna deste novo órgão de inteligência. Deve ser mantido, exclusivamente, para função de coleta e análise de inteligência externa. Todo tipo de ação interna, até mesmo o combate contra eventuais redes de espionagem estrangeiras, devia ser centralizado pela Polícia Federal. E, de brinde, aproveitava e se acabava com esse "gabinete de segurança institucional", deixando o governo um pouco mais enxuto.
Quanto ao fato de um novo órgão de inteligência ficar sob comando de um militar (evidentemente, subordinado ao civil Ministro da Defesa) pra mim, é irrelevante. Na Segunda Guerra Mundial, o OSS americano era comandado por um general do Exército, (era o "Wild Bill" Donovan, só que, agora, não lembro se era da ativa ou da reserva). Mas, é claro, que esse tipo de orgão de inteligência não pode ser comandado com se fosse um batalhão de infantaria. E, coisa fundamental, tem que estar aberto e ser atraente, para elementos de elite da vida civil.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Mais da crise, segundo a Istoé. Destaque a reunião do governo e o bateboca gal. Félix e NJ...
E pelo diálogo, o Gal.Félix perguntou ao NJ o mesmo que eu disse no tópico anterior,hehe...
E pelo diálogo, o Gal.Félix perguntou ao NJ o mesmo que eu disse no tópico anterior,hehe...
http://www.terra.com.br/istoe/A crise dos poderes
Os bastidores do confronto institucional revelam divergências que estão longe do fimMINO PEDROSA E HUGO MARQUES
A acusação de envolvimento da Abin em escutas ilegais abriu um conflito entre os Três Poderes. No domingo 31, o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, cobrou explicações do governo sobre o “descontrole estatal” no uso de grampos. “Nesse caso, o próprio presidente da República é chamado às falas, ele precisa tomar providências”, desafiou Mendes. Na manhã da segunda-feira 1º, o ministro descarregou sua ira, em reunião com o próprio Lula. Mendes disse ao presidente que a gestão de Paulo Lacerda na Polícia Federal “foi de abusos” e “práticas autoritárias”. E acusou a PF de pressionar juízes a “forçar” a prisão de desembargadores. O ministro voltou a reclamar da divulgação do nome de um homônimo seu envolvido com a quadrilha do empresário Zuleido Veras, da Gautama. “Criaram um tal de Gilmar como se fosse eu”, lembrou. “Essas práticas estão no DNA dessa gente.”
Mendes e Lula: conversa dura
Lula reclamou que até seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, teve conversas gravadas pela PF e, diante do ultimato do presidente do Supremo, prometeu tomar providências. Num dia de muitas reuniões, na mesma segunda-feira ele acabou afastando Paulo Lacerda da Abin pelo tempo que durarem as investigações sobre o caso. Mas apenas 48 horas depois, na quartafeira 3, o presidente da República abriu mão de discursar durante a posse do novo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar Asfor Rocha, num sinal político do seu incômodo com a pressão sofrida. Na posse de Rocha, a condenação dos grampos foi a tônica dos oradores. “Nada deve se sobrepor a prontas intervenções para impedir que práticas ilegais de escutas telefônicas clandestinas ponham em risco o equilíbrio institucional”, alertou Rocha, para visível mal-estar de Lula.
Na verdade, o presidente passou maus momentos durante a crise do grampo. No início da segunda-feira 1º, por exemplo, outra comitiva de peso foi bater às portas do terceiro andar do Palácio do Planalto. Desta vez, tratava-se do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), na companhia dos senadores Demóstenes Torres (DEM) e de Tião Viana (PT). Supostamente grampeados no esquema ilegal, os três senadores demonstraram a irritação do Legislativo com o Executivo. Lula admitiu o risco de “descontrole” das escutas telefônicas no País. Até ali, o presidente da República não abria mão de seu chefe de inteligência. “Acredito no Lacerda e o apóio, não vou retirá-lo”, insistia. Mas as fortes emoções estavam guardadas para a tarde de segunda-feira. Lula chamou em seu gabinete os ministros da Defesa, Nelson Jobim, da Comunicação, Franklin Martins, e o chefe do Gabinete Institucional da Presidência, general Jorge Félix. A reunião foi marcada por um tenso bate-boca entre Jobim e Félix. Jobim acusou a Abin de fazer escutas e Félix rebateu cada frase, na versão de fontes credenciadas do Palácio do Planalto. Eis um trecho da discussão:
Jobim – A Abin tem equipamentos para fazer escuta. A Abin comprou equipamentos antigrampo em 2006. Dá para fazer grampo.
Félix – O Exército comprou o mesmo equipamento. Então, o Exército faz escutas também?
Jobim – A Abin não pode fazer parceria com outros órgãos.
Félix – Toda atividade da polícia tem inteligência.
Jobim – Mas a Abin não pode.
Félix – O Ibama pode, o Coaf pode, por que a Abin não pode? O presidente da República assinou decreto que amplia as atribuições da Abin e o senhor, ministro, assinou o decreto.
O ministro Franklin também entrou na discussão, fi cando a favor de Lacerda. Ele relembrou a postura de Jobim no caso Sivam, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, Jobim era ministro da Justiça e o delegado Paulo Chelotti, irmão do diretor da PF, Vicente Chelotti, subordinado a Jobim, foi acusado de grampear as conversas do chefe do Cerimonial da Presidência, embaixador Júlio César Gomes dos Santos. O grampo acabou pegando diálogos do embaixador com o presidente Fernando Henrique. “O senhor não afastou o Chelotti no Caso Sivam”, argumentou Martins. Mas Jobim não recuou e repetiu que era preciso oferecer uma cabeça para conter a ira do STF. Ao fi nal do bate-boca, Lula, sob pressão do Judiciário e do Congresso, deixou-se convencer pela opinião de Jobim e determinou o afastamento de Lacerda do comando da Abin até a conclusão do inquérito da PF para apurar os grampos ilegais.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
(cont. da mesma reportagem)
Impressionante...o tempo passa e nunca pára de aparecer podres do sujeito...Lacerda culpa Jobim pela punição que sofreu. “O ministro Nelson Jobim pesou a mão”, reclamou com um amigo, sugerindo que o ministro da Defesa teria atendido a pedido de um terceiro. “É bom lembrar que alguns dias antes o ministro Jobim teve reunião com o José Dirceu”, disse Lacerda, um dos maiores inimigos do ex-ministro Dirceu. Quando assumiu a direção da PF, Lacerda jogou no lixo os memorandos que Dirceu enviava da Casa Civil para impor nomeações de superintendentes da PF. O delegado não cedeu às pressões do ex-ministro para aparelhar a instituição com delegados simpatizantes do PT. Informado de que Lacerda o acusa de ter agido a pedido de Dirceu, Jobim não quis falar sobre o assunto.
Lacerda nega que tenha mandado fazer grampo ilegal. Ele se diz vítima de “armação de gente forte” e tem quase certeza de que o banqueiro Daniel Dantas estaria por trás do tal plano. “Tudo está direcionado para desqualifi car a Operação Satiagraha. Não tenho dúvida nenhuma de que o Daniel Dantas está envolvido”, comentou o delegado com assessores. Primeiro, disse Lacerda, desqualifi caram o delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a operação, depois foi a vez da Abin. “Agora, a bola da vez é a PF”, disse Lacerda. Do ponto de vista institucional, a crise entre os Poderes deverá ser superada com o esclarecimento do caso. Mas só o tempo dirá se as mágoas de agora vão repercutir em ações futuras.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
no fundo estao aprarelhando tudo
1 acabaram com os 3 ministerios militares
2 colocaram um ministro da defesa civil
3 a antiga casa militar que cuidava de assuntos militares junto ao presidente acabou, virou GSI com outra filosofia
4 querem agora jogar a Abin contra os milicos que sempre tiveram boms relacionamentos
5 estao acabando com a PF, que ja foi orgao de estado, hoje estao trabalhando de acordo com a musica do governo, mas ainda resistindo bravamente.
6 qual será o proximo passo...
1 acabaram com os 3 ministerios militares
2 colocaram um ministro da defesa civil
3 a antiga casa militar que cuidava de assuntos militares junto ao presidente acabou, virou GSI com outra filosofia
4 querem agora jogar a Abin contra os milicos que sempre tiveram boms relacionamentos
5 estao acabando com a PF, que ja foi orgao de estado, hoje estao trabalhando de acordo com a musica do governo, mas ainda resistindo bravamente.
6 qual será o proximo passo...
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Revista Época sobre os grampos:
Há grampos até nas estradas
Acredite: a Polícia Rodoviária Federal também tem equipamentos para gravar conversas telefônicas
No tempo em que grampo era só um arame de prender cabelo, uma geração fixou uma imagem romântica dos patrulheiros das estradas. Era a época do Carlos, personagem principal de O Vigilante Rodoviário, primeira série televisiva do país. Em episódios que fizeram sucesso nos anos 60, o patrulheiro Carlos combatia ladrões e malfeitores nas estradas paulistas ao lado de seu parceiro, Lobo, o pastor alemão que levava no banco do carona de seu Simca Chambord, um dos carros mais possantes daquele período. Subordinada ao Ministério da Justiça, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) é hoje uma corporação com quase 10 mil policiais, orçamento anual de R$ 2 bilhões e a responsabilidade de fiscalizar 61.000 quilômetros de estradas. Seu papel, segundo a Constituição, é fazer o patrulhamento ostensivo das rodovias federais. A corporação, porém, tem extrapolado suas funções.
Uma investigação da CPI dos Grampos na Câmara dos Deputados revela que a Polícia Rodoviária Federal também aderiu às escutas telefônicas. No Memorando no 185/08, a Coordenação de Inteligência da PRF informou à CPI que não sabe o número de interceptações que fez desde 2002, quando, sob o comando do general Álvaro Henrique Vianna de Moraes, a PRF passou a fazer gravações telefônicas.
Nos 14 casos relatados pela direção da corporação, há ofícios de delegados de polícia e promotores requisitando grampos telefônicos. “A iniciativa desses procedimentos foi do Ministério Público ou da polícia. Imagino que, simultaneamente, tenham pedido autorização à Justiça, porque senão seria ilegal”, afirma o inspetor Marcelo Paiva, chefe de gabinete da direção da Polícia Rodoviária. “Existe um marco legal que permite à PRF armazenar dados.” Procuradores ouvidos por ÉPOCA afirmam que requerer o grampo antes de uma decisão do juiz é uma inversão das regras processuais.
Em depoimento à CPI, Hélio Cardoso Derenne, diretor-geral da PRF desde o primeiro mandato do presidente Lula, afirmou que a corporação não tem aparelho de escuta. “O que temos são aparelhos de armazenamento de dados. E esse, somente esse equipamento, esse você compra... Qualquer cidadão brasileiro pode comprar”, disse Derenne. Documentos a que ÉPOCA teve acesso desmentem essa versão. Em 2006, o núcleo de inteligência da Polícia Rodoviária em Mato Grosso do Sul comprou, por R$ 177.900, três plataformas de comunicação telefônica da Wytron Technology Corporation, uma empresa de Belo Horizonte, Minas Gerais, cujo dono é Tao Hua, empresário chinês especializado em vender aparelhos de gravação telefônica. No Espírito Santo, os negócios de Tao foram investigados por uma CPI da Assembléia Legislativa. Ele vendia máquinas de grampo até para empresas privadas.
Os equipamentos da polícia rodoviária fazem, em menor escala,
o mesmo que o guardião da PF
De acordo com as exigências da própria PRF, esse equipamento grampeia chamadas telefônicas de redes fixas, de celulares e de telefones por satélite, além de transmissões de fax, mensagens de voz e de texto. Começa a gravar assim que o telefone-alvo é tirado do gancho, antes mesmo da discagem. Inspetores ouvidos por ÉPOCA dizem que, em pelo menos outros quatro Estados, há aparelhos semelhantes em núcleos de inteligência da PRF. A direção da PRF diz que um deles é usado apenas para fazer varreduras antigrampo.
No Congresso, a CPI dos Grampos apura informações sobre a existência de outros equipamentos de escuta não reconhecidos pela PRF. “Já recebemos denúncias de que a Polícia Rodoviária dispõe até de maletas para fazer grampos de celulares. Ela está fazendo um trabalho ilegal”, diz o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), relator da CPI.
A Constituição estabelece que apenas as polícias judiciárias (Polícia Federal e as policiais civis nos Estados) podem fazer inquéritos criminais e, em cumprimento à ordem judicial, gravar conversas telefônicas. A justificativa peculiar da direção da PRF para seus grampos é: quem faz a interceptação telefônica são as operadoras de telefonia – a PRF apenas recebe o conteúdo das conversas e transcreve os diálogos. É justamente isso que deveria ser sigiloso.
Os equipamentos da PRF fazem, em menor escala, exatamente o mesmo que o guardião da Polícia Federal, o mais famoso aparelho de escuta usado no Brasil. “O que está ocorrendo na Polícia Rodoviária é da maior gravidade. Ela não tem competência legal para fazer interceptação telefônica nem para comprar equipamentos de escuta”, diz o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI. “Estranho que o ministro da Justiça, Tarso Genro, ainda não tenha mandado recolher esses aparelhos.”
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cézar Britto, também critica Genro: “O ministro tem de explicar por que, de maneira ilegal, a Polícia Rodoviária compra aparelhos e faz grampos. De acordo com a Constituição, seus instrumentos de trabalho são radar para conter velocidade e bafômetro. ÉPOCA procurou Tarso Genro ao longo da semana, mas ele não falou sobre o assunto.
Para Itagiba, há procuradores e juízes que acobertam atividades ilegais na PRF. “Essa é a demonstração mais clara de milícias no Estado a que se referiu o presidente do STF, Gilmar Mendes. A CPI vai cobrar responsabilidades”, diz.
Na ótica da Polícia Rodoviária Federal, participar de investigações criminais e gravar conversas telefônicas é poder. O objetivo é reduzir a distância em relação à Polícia Federal, corporação que atrai os holofotes por suas ações de combate à corrupção e ao crime organizado. A polícia das estradas quer crescer. Deve aumentar seu contingente em mais 3 mil servidores, adquirir armamentos mais modernos e reforçar sua frota aérea, que já conta com dez helicópteros e um avião. Quer, enfim, ser polícia. E, pelo jeito, não só nas estradas.
Há grampos até nas estradas
Acredite: a Polícia Rodoviária Federal também tem equipamentos para gravar conversas telefônicas
No tempo em que grampo era só um arame de prender cabelo, uma geração fixou uma imagem romântica dos patrulheiros das estradas. Era a época do Carlos, personagem principal de O Vigilante Rodoviário, primeira série televisiva do país. Em episódios que fizeram sucesso nos anos 60, o patrulheiro Carlos combatia ladrões e malfeitores nas estradas paulistas ao lado de seu parceiro, Lobo, o pastor alemão que levava no banco do carona de seu Simca Chambord, um dos carros mais possantes daquele período. Subordinada ao Ministério da Justiça, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) é hoje uma corporação com quase 10 mil policiais, orçamento anual de R$ 2 bilhões e a responsabilidade de fiscalizar 61.000 quilômetros de estradas. Seu papel, segundo a Constituição, é fazer o patrulhamento ostensivo das rodovias federais. A corporação, porém, tem extrapolado suas funções.
Uma investigação da CPI dos Grampos na Câmara dos Deputados revela que a Polícia Rodoviária Federal também aderiu às escutas telefônicas. No Memorando no 185/08, a Coordenação de Inteligência da PRF informou à CPI que não sabe o número de interceptações que fez desde 2002, quando, sob o comando do general Álvaro Henrique Vianna de Moraes, a PRF passou a fazer gravações telefônicas.
Nos 14 casos relatados pela direção da corporação, há ofícios de delegados de polícia e promotores requisitando grampos telefônicos. “A iniciativa desses procedimentos foi do Ministério Público ou da polícia. Imagino que, simultaneamente, tenham pedido autorização à Justiça, porque senão seria ilegal”, afirma o inspetor Marcelo Paiva, chefe de gabinete da direção da Polícia Rodoviária. “Existe um marco legal que permite à PRF armazenar dados.” Procuradores ouvidos por ÉPOCA afirmam que requerer o grampo antes de uma decisão do juiz é uma inversão das regras processuais.
Em depoimento à CPI, Hélio Cardoso Derenne, diretor-geral da PRF desde o primeiro mandato do presidente Lula, afirmou que a corporação não tem aparelho de escuta. “O que temos são aparelhos de armazenamento de dados. E esse, somente esse equipamento, esse você compra... Qualquer cidadão brasileiro pode comprar”, disse Derenne. Documentos a que ÉPOCA teve acesso desmentem essa versão. Em 2006, o núcleo de inteligência da Polícia Rodoviária em Mato Grosso do Sul comprou, por R$ 177.900, três plataformas de comunicação telefônica da Wytron Technology Corporation, uma empresa de Belo Horizonte, Minas Gerais, cujo dono é Tao Hua, empresário chinês especializado em vender aparelhos de gravação telefônica. No Espírito Santo, os negócios de Tao foram investigados por uma CPI da Assembléia Legislativa. Ele vendia máquinas de grampo até para empresas privadas.
Os equipamentos da polícia rodoviária fazem, em menor escala,
o mesmo que o guardião da PF
De acordo com as exigências da própria PRF, esse equipamento grampeia chamadas telefônicas de redes fixas, de celulares e de telefones por satélite, além de transmissões de fax, mensagens de voz e de texto. Começa a gravar assim que o telefone-alvo é tirado do gancho, antes mesmo da discagem. Inspetores ouvidos por ÉPOCA dizem que, em pelo menos outros quatro Estados, há aparelhos semelhantes em núcleos de inteligência da PRF. A direção da PRF diz que um deles é usado apenas para fazer varreduras antigrampo.
No Congresso, a CPI dos Grampos apura informações sobre a existência de outros equipamentos de escuta não reconhecidos pela PRF. “Já recebemos denúncias de que a Polícia Rodoviária dispõe até de maletas para fazer grampos de celulares. Ela está fazendo um trabalho ilegal”, diz o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), relator da CPI.
A Constituição estabelece que apenas as polícias judiciárias (Polícia Federal e as policiais civis nos Estados) podem fazer inquéritos criminais e, em cumprimento à ordem judicial, gravar conversas telefônicas. A justificativa peculiar da direção da PRF para seus grampos é: quem faz a interceptação telefônica são as operadoras de telefonia – a PRF apenas recebe o conteúdo das conversas e transcreve os diálogos. É justamente isso que deveria ser sigiloso.
Os equipamentos da PRF fazem, em menor escala, exatamente o mesmo que o guardião da Polícia Federal, o mais famoso aparelho de escuta usado no Brasil. “O que está ocorrendo na Polícia Rodoviária é da maior gravidade. Ela não tem competência legal para fazer interceptação telefônica nem para comprar equipamentos de escuta”, diz o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI. “Estranho que o ministro da Justiça, Tarso Genro, ainda não tenha mandado recolher esses aparelhos.”
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cézar Britto, também critica Genro: “O ministro tem de explicar por que, de maneira ilegal, a Polícia Rodoviária compra aparelhos e faz grampos. De acordo com a Constituição, seus instrumentos de trabalho são radar para conter velocidade e bafômetro. ÉPOCA procurou Tarso Genro ao longo da semana, mas ele não falou sobre o assunto.
Para Itagiba, há procuradores e juízes que acobertam atividades ilegais na PRF. “Essa é a demonstração mais clara de milícias no Estado a que se referiu o presidente do STF, Gilmar Mendes. A CPI vai cobrar responsabilidades”, diz.
Na ótica da Polícia Rodoviária Federal, participar de investigações criminais e gravar conversas telefônicas é poder. O objetivo é reduzir a distância em relação à Polícia Federal, corporação que atrai os holofotes por suas ações de combate à corrupção e ao crime organizado. A polícia das estradas quer crescer. Deve aumentar seu contingente em mais 3 mil servidores, adquirir armamentos mais modernos e reforçar sua frota aérea, que já conta com dez helicópteros e um avião. Quer, enfim, ser polícia. E, pelo jeito, não só nas estradas.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Vejam a resposta do colega João Lima à revista Época:
"Prezados Senhores,
Gostaria de expor minha preocupação a respeito da matéria de capa da edição desta semana desta revista, “Por dentro da Grampolândia”, que tem como matéria complementar e exclusiva “A gigantesca central de grampos da Polícia Rodoviária”, como atesta a chamada de capa.. Especificamente, preocupa-me a forma como foi tratada a matéria “Há grampo até nas estradas”, que traça um quadro extremamente pejorativo da Polícia Rodoviária Federal, revelando não só o pouco caso e desconhecimento dos autores da matéria, como também seu preconceito.
Já no subtítulo da matéria (página 45) o tom é preconceituoso e irônico: “Acredite: a Polícia Rodoviária Federal também tem equipamentos para gravar conversas telefônicas”, seguido por um primeiro parágrafo dúbio e denuncista. Os autores evocam uma suposta “visão romântica” do policial, comparado com o personagem Vigilante Rodoviário, que “combatia ladrões e malfeitores”. Em seguida, informações sobre a atual estrutura da PRF e uma pérola da desinformação: “seu papel, segundo a Constituição, é fazer o patrulhamento ostensivo das rodovias federais”.
Provavelmente a “visão romântica” dos autores não comporta a percepção de que assim como o crime evoluiu, o antigo patrulheiro também precisou evoluir, sendo hoje policial de fato e de direito. A desinformação fica patente na contradição: o Vigilante combatia malfeitores, mas o Policial é reduzido a mero guarda de trânsito, uma vez que sua atribuição seria apenas patrulhar rodovias. E acusam: a Corporação “tem extrapolado suas funções”.Os autores sequer se deram ao trabalho de pesquisar as atribuições da Corporação, de investigar os dados antes de publicar a matéria, como preconiza qualquer manual básico de jornalismo sério.
Assim, ajudo-os: o Decreto nº 1.655, de 03.10.1995 e o Regimento Interno, aprovado pela Portaria Ministerial 122, de 20.03.1997 estabelecem que as atribuições da PRF são, entre outras: Realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, do patrimônio da União e o de terceiros; Colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, costumes, patrimônio, ecologia, meio ambiente, furtos e roubos de veículos e bens, tráfico de entorpecentes e drogas afins, contrabando, descaminho e demais crimes previstos em lei.
Apenas em títulos, subtítulos e primeiro parágrafo, a matéria já conseguiu ser denuncista, preconceituosa e contra-informativa, seja prestando informações incorretas ou incompletas ou apresentando conclusões precipitadas como verdade inconteste. Mas os ataques prosseguem: o segundo parágrafo afirma que a PRF também aderiu às escutas telefônicas. Se “esquecem” contudo de informar de que escutas telefônicas são ferramentas eficientes no trabalho policial, utilizado também pelas melhores polícias do mundo, e que não há nada errado em usar esta ferramenta, na forma da Lei. Preferiram a dubiedade da frase apresentada, que pode levar a concluir que todas as escutas realizadas pela PRF são ilegais.
O denuncismo e o preconceito da frase apresentada ficam ainda mais evidentes quando se observa o parágrafo seguinte, que informa haver ofícios de delegados e promotores requisitando grampos telefônicos e reproduzindo declaração do sr. Chefe de Gabinete da PRF, informando que a iniciativa dos procedimentos “foi do Ministério Público”. O mesmo parágrafo traz declarações de procuradores, segundo os quais “requerer o grampo antes de uma decisão do juiz é uma inversão das regras processuais”. Ora, se os procedimentos realizados pela PRF tiveram origem em requisições do Ministério Público, isto é forte indício de que não houve ilegalidade ou má-fé. Mas isto os autores preferiram não explicitar...
Os parágrafos seguintes anunciam com estardalhaço que o Núcleo de Inteligência da PRF em Mato Grosso do Sul teria adquirido três plataformas de comunicação telefônica que “grampeia(m) chamadas telefônicas de redes fixas, de celulares e de telefones por satélite, além de transmissões de faz, mensagens de voz e texto”, acrescentando denúncias vagas de que a PRF possuiria “até maletas para fazer grampos de celulares”. Tanto as plataformas de comunicação quanto as supostas maletas são vendidos livremente a qualquer cidadão e, além de se prestar a outros usos que não a interceptação (varreduras antigrampos, por exemplo, em operações de contra-inteligência), estão longe de configurar uma “gigantesca central de grampos”, como alardeia a revista em sua chamada de capa.
Seria risível, não fosse a gravidade do fato: a revista procura deliberadamente desqualificar uma instituição de segurança pública, quer tornar desacreditada uma força policial, retratando-a quase como uma organização mafiosa, fazendo supor ilegalidade em todos os seus atos. Por quê? Atendendo a interesses de quem?
Até as pessoas procuradas para falar sobre o assunto revelam-se tendenciosas e desinformadas: o Presidente da OAB declara que os instrumentos de trabalho da PRF “são radar para conter velocidade e bafômetro”, enquanto o presidente da CPI se refere aos supostos grampos da PRF como “demonstração mais clara de milícias no Estado”. Como uma revista séria reproduz declarações tão preconceituosas e, pior ainda, num contexto geral em que são tomadas como verdade absoluta? Como Policial Rodoviário Federal me senti pessoalmente agredido, pelas declarações desastradas, pelo conteúdo denuncista e parcial da matéria, pela abordagem sensacionalista da revista.
Ora se o presidente da OAB desconhece a Lei e sequer faz idéia das atribuições da Polícia Rodoviária Federal, que não se culpe a PRF! Somos Rodoviários sim, com orgulho! E sabemos bem usar radares e etilômetros, como comprovam as sucessivas quedas nos números de acidentes e mortos, por exemplo, em nossas rodovias federais. Mas somos, antes de tudo, Polícia! E temos direito e dever de buscar acesso a todos os meios para enfrentar a criminalidade de forma satisfatória. Ou será que o desinformado presidente da OAB espera que se combata os diversos criminosos que se utilizam das rodovias, como narcotraficantes, quadrilhas de roubo de carga, pedófilos, assaltantes de bancos e outros apenas com radar e etilômetro? Seria essa a “visão romântica” preconizada no início da matéria?
A declaração do presidente da CPI, tratando a PRF como milícia, é um caso à parte. Escoltado por sua imunidade parlamentar, pode dizer o que quiser. Mesmo que se tratem de asneiras. Mas em um país sério, ele certamente seria convidado a explicar como um representante do Povo pode referir-se assim a uma instituição pública que, até prova em contrário, vem fazendo um trabalho exemplar.
Os autores da matéria derrapam novamente no denuncismo no último parágrafo, quando afirmam que para a PRF “gravar conversas telefônicas é poder”. De onde tiraram tão brilhante conclusão? Por quê sempre teria que haver uma motivação oculta por detrás de cada ato? O “simples” combate ao crime não é mais motivo suficiente para a busca de ferramentas para o trabalho policial?
Piores ainda são as últimas frases da matéria, verdadeiras pérolas da desinformação e do preconceito. Primeiramente, ao dizer que “a polícia das estradas quer crescer”, por colocar o legítimo desejo de crescimento da Corporação como algo negativo, quase criminoso. O crime cresce e se organiza, a sociedade evolui, o mundo avança. Por que é que a Polícia Rodoviária Federal é que deveria ser condenada a permanecer inerte?
E o trecho final, ao afirmar que “quer, enfim, ser polícia. E, pelo jeito, não só nas estradas”, é o supra-sumo da ignorância. Não “queremos ser polícia”, nós SOMOS polícia. De fato e de direito! Parece, contudo que alguns recalcados não gostam disso. Querem a todo custo reduzir uma das polícias mais modernas, bem treinadas e bem equipadas do país a meros guardas de trânsito!
E a pergunta que fica é: será que a revista Época, capaz de dedicar duas páginas inteiras ao denuncismo e à desinformação, teria a coragem de ceder ao menos metade desse mesmo espaço para mostrar a Polícia Rodoviária Federal como ela realmente é? Estaria pronta a mostrar a polícia que mais apreende drogas e armas no país, a que mais recupera veículos roubados, a que vem fazendo trabalhos cada vez melhores, desarticulando quadrilhas organizadas como a que vendia carteiras de habilitação em São Paulo?
Mas não é isso que vende revista, não é verdade? Por isso optou-se pelo mais fácil: acusar sem provas , desqualificar, agredir. Ou há alguma prova sólida de que a PRF fez grampos ilegais? Se há, por quê não foi mostrado na matéria que, ainda assim, fez verdadeiro julgamento da Corporação?
Em protesto, e em razão de me sentir pessoalmente agredido, na qualidade de Policial Rodoviário Federal, envio esta mensagem à revista, à direção da PRF e a todos os sindicatos e organizações dos servidores PRF, esperando que a repercussão possa ao menos prevenir novos ataques gratuitos. Engraçado é que um recente comercial dessa revista garante que há dez anos ela “não inventa nada”. Pena que tenha resolvido iniciar-se nas artes da “invencionice” atacando logo quem está sempre tentando fazer o melhor possível, contra o crime e em prol da população.
Em nome de dez mil policiais ofendidos e indignados, registro meu protesto."
"Prezados Senhores,
Gostaria de expor minha preocupação a respeito da matéria de capa da edição desta semana desta revista, “Por dentro da Grampolândia”, que tem como matéria complementar e exclusiva “A gigantesca central de grampos da Polícia Rodoviária”, como atesta a chamada de capa.. Especificamente, preocupa-me a forma como foi tratada a matéria “Há grampo até nas estradas”, que traça um quadro extremamente pejorativo da Polícia Rodoviária Federal, revelando não só o pouco caso e desconhecimento dos autores da matéria, como também seu preconceito.
Já no subtítulo da matéria (página 45) o tom é preconceituoso e irônico: “Acredite: a Polícia Rodoviária Federal também tem equipamentos para gravar conversas telefônicas”, seguido por um primeiro parágrafo dúbio e denuncista. Os autores evocam uma suposta “visão romântica” do policial, comparado com o personagem Vigilante Rodoviário, que “combatia ladrões e malfeitores”. Em seguida, informações sobre a atual estrutura da PRF e uma pérola da desinformação: “seu papel, segundo a Constituição, é fazer o patrulhamento ostensivo das rodovias federais”.
Provavelmente a “visão romântica” dos autores não comporta a percepção de que assim como o crime evoluiu, o antigo patrulheiro também precisou evoluir, sendo hoje policial de fato e de direito. A desinformação fica patente na contradição: o Vigilante combatia malfeitores, mas o Policial é reduzido a mero guarda de trânsito, uma vez que sua atribuição seria apenas patrulhar rodovias. E acusam: a Corporação “tem extrapolado suas funções”.Os autores sequer se deram ao trabalho de pesquisar as atribuições da Corporação, de investigar os dados antes de publicar a matéria, como preconiza qualquer manual básico de jornalismo sério.
Assim, ajudo-os: o Decreto nº 1.655, de 03.10.1995 e o Regimento Interno, aprovado pela Portaria Ministerial 122, de 20.03.1997 estabelecem que as atribuições da PRF são, entre outras: Realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, do patrimônio da União e o de terceiros; Colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, costumes, patrimônio, ecologia, meio ambiente, furtos e roubos de veículos e bens, tráfico de entorpecentes e drogas afins, contrabando, descaminho e demais crimes previstos em lei.
Apenas em títulos, subtítulos e primeiro parágrafo, a matéria já conseguiu ser denuncista, preconceituosa e contra-informativa, seja prestando informações incorretas ou incompletas ou apresentando conclusões precipitadas como verdade inconteste. Mas os ataques prosseguem: o segundo parágrafo afirma que a PRF também aderiu às escutas telefônicas. Se “esquecem” contudo de informar de que escutas telefônicas são ferramentas eficientes no trabalho policial, utilizado também pelas melhores polícias do mundo, e que não há nada errado em usar esta ferramenta, na forma da Lei. Preferiram a dubiedade da frase apresentada, que pode levar a concluir que todas as escutas realizadas pela PRF são ilegais.
O denuncismo e o preconceito da frase apresentada ficam ainda mais evidentes quando se observa o parágrafo seguinte, que informa haver ofícios de delegados e promotores requisitando grampos telefônicos e reproduzindo declaração do sr. Chefe de Gabinete da PRF, informando que a iniciativa dos procedimentos “foi do Ministério Público”. O mesmo parágrafo traz declarações de procuradores, segundo os quais “requerer o grampo antes de uma decisão do juiz é uma inversão das regras processuais”. Ora, se os procedimentos realizados pela PRF tiveram origem em requisições do Ministério Público, isto é forte indício de que não houve ilegalidade ou má-fé. Mas isto os autores preferiram não explicitar...
Os parágrafos seguintes anunciam com estardalhaço que o Núcleo de Inteligência da PRF em Mato Grosso do Sul teria adquirido três plataformas de comunicação telefônica que “grampeia(m) chamadas telefônicas de redes fixas, de celulares e de telefones por satélite, além de transmissões de faz, mensagens de voz e texto”, acrescentando denúncias vagas de que a PRF possuiria “até maletas para fazer grampos de celulares”. Tanto as plataformas de comunicação quanto as supostas maletas são vendidos livremente a qualquer cidadão e, além de se prestar a outros usos que não a interceptação (varreduras antigrampos, por exemplo, em operações de contra-inteligência), estão longe de configurar uma “gigantesca central de grampos”, como alardeia a revista em sua chamada de capa.
Seria risível, não fosse a gravidade do fato: a revista procura deliberadamente desqualificar uma instituição de segurança pública, quer tornar desacreditada uma força policial, retratando-a quase como uma organização mafiosa, fazendo supor ilegalidade em todos os seus atos. Por quê? Atendendo a interesses de quem?
Até as pessoas procuradas para falar sobre o assunto revelam-se tendenciosas e desinformadas: o Presidente da OAB declara que os instrumentos de trabalho da PRF “são radar para conter velocidade e bafômetro”, enquanto o presidente da CPI se refere aos supostos grampos da PRF como “demonstração mais clara de milícias no Estado”. Como uma revista séria reproduz declarações tão preconceituosas e, pior ainda, num contexto geral em que são tomadas como verdade absoluta? Como Policial Rodoviário Federal me senti pessoalmente agredido, pelas declarações desastradas, pelo conteúdo denuncista e parcial da matéria, pela abordagem sensacionalista da revista.
Ora se o presidente da OAB desconhece a Lei e sequer faz idéia das atribuições da Polícia Rodoviária Federal, que não se culpe a PRF! Somos Rodoviários sim, com orgulho! E sabemos bem usar radares e etilômetros, como comprovam as sucessivas quedas nos números de acidentes e mortos, por exemplo, em nossas rodovias federais. Mas somos, antes de tudo, Polícia! E temos direito e dever de buscar acesso a todos os meios para enfrentar a criminalidade de forma satisfatória. Ou será que o desinformado presidente da OAB espera que se combata os diversos criminosos que se utilizam das rodovias, como narcotraficantes, quadrilhas de roubo de carga, pedófilos, assaltantes de bancos e outros apenas com radar e etilômetro? Seria essa a “visão romântica” preconizada no início da matéria?
A declaração do presidente da CPI, tratando a PRF como milícia, é um caso à parte. Escoltado por sua imunidade parlamentar, pode dizer o que quiser. Mesmo que se tratem de asneiras. Mas em um país sério, ele certamente seria convidado a explicar como um representante do Povo pode referir-se assim a uma instituição pública que, até prova em contrário, vem fazendo um trabalho exemplar.
Os autores da matéria derrapam novamente no denuncismo no último parágrafo, quando afirmam que para a PRF “gravar conversas telefônicas é poder”. De onde tiraram tão brilhante conclusão? Por quê sempre teria que haver uma motivação oculta por detrás de cada ato? O “simples” combate ao crime não é mais motivo suficiente para a busca de ferramentas para o trabalho policial?
Piores ainda são as últimas frases da matéria, verdadeiras pérolas da desinformação e do preconceito. Primeiramente, ao dizer que “a polícia das estradas quer crescer”, por colocar o legítimo desejo de crescimento da Corporação como algo negativo, quase criminoso. O crime cresce e se organiza, a sociedade evolui, o mundo avança. Por que é que a Polícia Rodoviária Federal é que deveria ser condenada a permanecer inerte?
E o trecho final, ao afirmar que “quer, enfim, ser polícia. E, pelo jeito, não só nas estradas”, é o supra-sumo da ignorância. Não “queremos ser polícia”, nós SOMOS polícia. De fato e de direito! Parece, contudo que alguns recalcados não gostam disso. Querem a todo custo reduzir uma das polícias mais modernas, bem treinadas e bem equipadas do país a meros guardas de trânsito!
E a pergunta que fica é: será que a revista Época, capaz de dedicar duas páginas inteiras ao denuncismo e à desinformação, teria a coragem de ceder ao menos metade desse mesmo espaço para mostrar a Polícia Rodoviária Federal como ela realmente é? Estaria pronta a mostrar a polícia que mais apreende drogas e armas no país, a que mais recupera veículos roubados, a que vem fazendo trabalhos cada vez melhores, desarticulando quadrilhas organizadas como a que vendia carteiras de habilitação em São Paulo?
Mas não é isso que vende revista, não é verdade? Por isso optou-se pelo mais fácil: acusar sem provas , desqualificar, agredir. Ou há alguma prova sólida de que a PRF fez grampos ilegais? Se há, por quê não foi mostrado na matéria que, ainda assim, fez verdadeiro julgamento da Corporação?
Em protesto, e em razão de me sentir pessoalmente agredido, na qualidade de Policial Rodoviário Federal, envio esta mensagem à revista, à direção da PRF e a todos os sindicatos e organizações dos servidores PRF, esperando que a repercussão possa ao menos prevenir novos ataques gratuitos. Engraçado é que um recente comercial dessa revista garante que há dez anos ela “não inventa nada”. Pena que tenha resolvido iniciar-se nas artes da “invencionice” atacando logo quem está sempre tentando fazer o melhor possível, contra o crime e em prol da população.
Em nome de dez mil policiais ofendidos e indignados, registro meu protesto."
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
já repararam que estão atacando coordenadamente todas as instituições federais de segurança?
dos Serviços de inteligencia, as policias e F.Armadas, os caras realmente estao asfaltando o caminho para o livre e desavergonhado estupro constituicionalizado do pais.
dos Serviços de inteligencia, as policias e F.Armadas, os caras realmente estao asfaltando o caminho para o livre e desavergonhado estupro constituicionalizado do pais.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
É impressionante o que fazem...
Na Istoé, eles acusam o cara de ser da ABIN, na capa. Logo depois, esclarecem que foi ex-SNI, nunca foi Abin...
http://www.terra.com.br/istoe/
Na Veja:
Na Istoé, eles acusam o cara de ser da ABIN, na capa. Logo depois, esclarecem que foi ex-SNI, nunca foi Abin...
Capa
Os olhos por trás do grampo
Como o agente Francisco Ambrósio do Nascimento, da Abin, coordenou na Polícia Federal a equipe que fez a escuta de 18 senadores, 26 deputados, ministros do governo e das mais altas autoridades do Judiciário
...Francisco Ambrósio do Nascimento, um ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), é o espião que coordenou a atuação de um grupo de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
http://www.terra.com.br/istoe/
Na Veja:
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/ ... urrentDateEspionagem
Espião aposentado pode inutilizar operação da PF
09 de Setembro de 2008
A participação de um servidor aposentado na operação Satiagraha da Polícia Federal pode anular o trabalho de investigação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas e outras 15 pessoas. O ex-funcionário da Aeronáutica Francisco Ambrósio do Nascimento admitiu ter atuado na operação a convite do delegado Protógenes Queiroz. Trata-se de uma colaboração ilegal: a lei só permite que um delegado federal convoque servidores de outras áreas caso eles estejam na ativa.
Embora negue, Ambrósio é o principal suspeito de ter grampeado ilegalmente centenas de conversas telefônicas de altas autoridades do país. Uma delas, a conversa do presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres, foi revelada por uma reportagem de VEJA. No último sábado, Ambrósio confessou aos delegados Rômulo Berredo e William Morad, da PF, ter participado da Satiagraha. Esta informação só foi divulgada na noite desta segunda-feira.
Operando clandestinamente dentro da sede da PF, Ambrósio era o responsável por coordenar o trabalho dos agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que participaram da operação em parceira com os policiais. Em seu depoimento, Ambrósio disse inclusive já ter trabalhado em outras operações da PF, alguma as convite de Protógenes.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a PF já trabalha com a hipótese de refazer a operação Satiagraha. A defesa de Daniel Dantas e dos outros acusados deve pedir em breve a anulação do inquérito, segundo um dos delegados, por vício de prova. Para conter os prejuízos das ilegalidades cometidas pela equipe de Protógenes, a PF vai consultar a Justiça e o Ministério Público.
SNI – Ambrósio é ex-funcionário do Serviço Nacional de Informações (SNI), o órgão central da repressão política do regime militar. Egresso da Aeronáutica, ele trabalhou também no órgão que sucedeu o SNI, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Ali, se aposentou em 1998. Apesar de ter comandado os funcionário da Abin na parceria com a PF, ele jamais pertenceu aos quadros da agência – ela foi criada em 1999.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Enquanto isso...
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/ ... urrentDateFisco
Receita perde chance de investigar Daniel Dantas
09 de Setembro de 2008
De 24.000 movimentações financeiras internacionais suspeitas dos clientes do banco Opportunity, de Daniel Dantas, em poder da Receita Federal, somente 670 poderão ser analisadas em busca de irregularidades. Por causa de recursos judiciais da defesa do banqueiro, a Receita perdeu a chance de condenar a ele e a seus clientes por eventuais crimes financeiros contidos nas movimentações registradas em um disco rígido do Opportunity apreendido pela PF em 2004. Muitos do possíveis delitos prescreveram, do ponto de vista da Receita.
O disco rígido em questão foi obtido na Operação Chacal da PF, quatro anos atrás. Ele registra 33.000 operações financeiras internacionais, entre dezembro de 1992 e junho de 2004 – 24.000 das quais tiveram responsável identificado. Suspeita-se que os impostos referentes a muitas destas movimentações não tenham sido pagos. No entanto, a Receita só pode cobrar impostos devidos retroativos a um prazo de cinco anos. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira, sobraram apenas 670 operações a serem analisadas.
Os fiscais da Receita poderiam ter mais dados para analisar – e eventualmente condenar os suspeitos – caso a abertura do disco rígido não tivesse sido adiada tantas vezes na Justiça. O trabalho dos advogados de Dantas e a proibição da abertura dos dados imposta judicialmente – inclusive pelo Supremo Tribunal Federal – limitaram as investigações.
US$ 6 bilhões - De acordo com números apresentados pelo jornal paulista, caso as movimentações contidas no disco rígido pudessem ser analisadas em sua totalidade, os fiscais da Receita poderiam calcular impostos devidos sobre um montante de 6 bilhões de dólares. Agora, sobraram apenas 534 milhões de dólares a serem fiscalizados – as soma das 670 operações entre 2003 e 2004.
Uma eventual condenação de Dantas e seus clientes caberá agora à Polícia Federal, já que os delitos não prescreveram na esfera criminal. Quem os investiga é a equipe responsável pela operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro em julho. Um dos fundamentos para a prisão de Dantas então foi justamente um laudo dos peritos que puderam acessar o disco rígido do Opportunity.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 2828.shtml09/09/2008 - 04h43
Daniel Dantas dribla Receita Federal com recursos judiciais
da Folha Online
O banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, conseguiu se livrar de milhares de operações de seus clientes de passar pelo crivo da Receita. Segundo reportagem de Andréa Michael, publicada pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), o fisco vai analisar apenas 670 das quase 24 mil movimentações que constam do disco rígido do banco apreendido pela Polícia Federal em 2004 e que tiveram o responsável identificado pela fiscalização.
Os fiscais da Receita irão se debruçar sobre um montante de US$ 534 milhões --em vez de ter como base de cálculo US$ 6 bilhões para cobrar impostos devidos aos cofres públicos. A Folha tentou, sem sucesso, falar com o advogado de Dantas até a conclusão da edição.
Por lei, a Receita só pode cobrar impostos devidos retroativos a um prazo de cinco anos. A matéria-prima do trabalho dos fiscais poderia ser maior, não fossem os sucessivos recursos que os advogados do banqueiro apresentaram e por meio dos quais conseguiram, inclusive no STF (Supremo Tribunal Federal), a proibição da abertura e da análise dos dados contidos no disco rígido apreendido na Operação Chacal e que registra 33 mil operações financeiras internacionais, entre dezembro de 1992 e junho de 2004.
O principal argumento dos advogados é que as movimentações não eram alvo da Chacal, que tinha como foco a contratação da empresa Kroll para espionar, inclusive com métodos ilegais, a Telecom Italia --que mantinha disputas judiciais com a Brasil Telecom, então gerida pelo Opportunity.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Espia só, PQD...PQD escreveu:no fundo estao aprarelhando tudo
1 acabaram com os 3 ministerios militares
2 colocaram um ministro da defesa civil
3 a antiga casa militar que cuidava de assuntos militares junto ao presidente acabou, virou GSI com outra filosofia
4 querem agora jogar a Abin contra os milicos que sempre tiveram boms relacionamentos
5 estao acabando com a PF, que ja foi orgao de estado, hoje estao trabalhando de acordo com a musica do governo, mas ainda resistindo bravamente.6 qual será o proximo passo...
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2 ... 1236-4.htmEmbora afirme que seus agentes não tiveram participação oficial na Satiagraha, a direção da Abin tem conhecimento de que uma equipe liderada pelo espião Ambrósio estava atuando sob o comando de Protógenes. Paulo Lacerda, diretor afastado da Abin, revelou a amigos que foi procurado pelo delegado no final do ano passado, dias depois de assumir o comando da agência. "Estou sozinho", reclamou Protógenes a seu antigo protetor. "Estão tirando os meios da operação lá na Polícia Federal." Segundo revelou Lacerda, foi o próprio Protógenes quem solicitou uma reunião dele, Lacerda, com Corrêa.
"Avisei ao doutor Luiz Fernando Corrêa que a investigação do Daniel Dantas tinha um potencial explosivo", disse o diretor afastado da Abin em conversas reservadas. "O Protógenes ressuscitou a operação com a ajuda da Abin." Protógenes também afirmou a Lacerda que Lorenz sabia dos detalhes do trabalho dos espiões da Abin. Nas conversas com amigos, Lacerda assegura que o atual diretor da PF foi nomeado pelo ministro Tarso Genro para brecar investigações que poderiam atingir algumas alas do PT. Segundo ele, na lista de operações que deveriam ser abortadas estava a Satiagraha.
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Re: Veja e seu insólito comportamento contra ABIN e PF
Resumidamente, o que vejo é os que apóiam a oposição batem duro no governo, acusando-o de estado policialesco. O governo, por sua vez, defende-se, diz que nada sabe, e aproveita para detonar tudo que foi iniciativa, tanto da PF, quanto da ABIN, que lhe prejudicava os interesses diretos e indiretos. Vide D.Dantas...
Ganharam os que roubam, que terão menos vigilancia. Ganhou o governo, que escamoteou as mancadas e aproveita para botar pessoas "certas" nos locais certos. É o famoso "acordão", não combinado, mas explicito, já citado por colegas...
Quem perdeu? Adivinhem...
Ganharam os que roubam, que terão menos vigilancia. Ganhou o governo, que escamoteou as mancadas e aproveita para botar pessoas "certas" nos locais certos. É o famoso "acordão", não combinado, mas explicito, já citado por colegas...
Quem perdeu? Adivinhem...