Argentina planeja aliança com EMBRAER
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Argentina planeja aliança com EMBRAER
Meus prezados:
Argentina planeja aliança com Embraer
(AMC foi a primeira fábrica de aviões da América do Sul)
Janes Rocha
Colaborou Marli Olmos, de São Paulo
O governo argentino espera concretizar, até o fim deste ano, uma aliança estratégica entre a fabricante de aviões Área Material Córdoba (AMC) e a brasileira Embraer para a produção conjunta de equipamentos para aviação civil e militar. Será o segundo passo de uma aproximação maior entre a Embraer e Argentina, que está sendo promovida pelos governos com as empresas há um ano e meio, em negociações conduzidas pelos ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobin, e da Argentina, Nilda Garré.
O primeiro passo será discutido no fim de semana quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner se encontrarem em Brasília para a celebração do dia da Independência. A presidente argentina comunicará a Lula oficialmente a intenção de seu governo de comprar aviões Embraer para renovação da frota da Aerolíneas Argentinas, cuja reestatização foi aprovada quarta-feira pelo Congresso.
O acordo com a AMC é uma outra etapa. "Acreditamos que Córdoba possa ser um fornecedor estratégico da Embraer", disse ao Valor Oscar Cuattromo, secretário de Planejamento do Ministério da Defesa. Segundo ele, o governo argentino acredita na possibilidade concreta de que a ex-fábrica militar de aviões se converta em um fornecedor da Embraer, começando com a fabricação de peças simples, avançando para a produção conjunta de componentes a médio prazo.
Os contatos de aproximação entre a AMC e a Embraer começaram com a troca de visitas de funcionários e técnicos às duas instalações, a de Córdoba (a 800 km de Buenos Aires) e a de São José dos Campos (200 km de São Paulo). A AMC é administrada pela americana Lockheed Martin Aircraft & Logistics Centers. Desde 1994, quando foi privatizada, se transformou em uma sociedade anônima e passou a se chamar oficialmente Lockheed Martin Aircraft Argentina S/A.
O decreto de 1994, que entregou a AMC em concessão para a Lockheed, era parte de um acordo político para reforçar os laços entre Argentina e Estados Unidos. O contrato de concessão tinha duração de 25 anos (vencimento em 2019) e dava à Lockheed o gerenciamento operacional da fábrica que inclui serviços de manutenção de aviões militares e de empresas aéreas particulares, construção de estruturas, modernização de motores e peças. Mas todos os ativos (prédios, galpões, máquinas, equipamentos e aeronaves) continuaram controlados pelo Estado.
A partir de 2006, o ex-presidente Nestor Kirchner, marido da atual presidente, começou a pressionar a empresa para retomar a produção de aviões Pampa. Como a Lockheed resistiu a retomar o projeto, em outubro de 2007, o Ministério da Defesa decidiu reformular todo o contrato de concessão. O novo contrato estabelecia um orçamento de US$ 66,4 milhões para a prestação de serviços e a fabricação de 10 estruturas do Pampa IA-63. E possuía um adendo, chamado "Contrato de Transição", que deu prazo até 31/12/2008 para que a Lockheed decida se quer continuar ou não com a concessão. Caso não queira, deverá vender as ações da AMC para o governo. Na prática isso significou retirar a concessão da companhia antes do prazo final.
O secretário Cuattromo conta que desde 2005 o governo argentino vinha conversando com a direção da Lockheed para convencer a empresa a voltar a construir aviões para as Forças Armadas. "As negociações foram feitas com muita cordialidade." Mas a resposta foi negativa e por isso, relata, não houve qualquer resistência dos americanos quando a ministra Nilda Garré propôs a antecipação do vencimento do contrato.
"A Lockheed veio para a Argentina como parte de um acordo político, não por uma estratégia de negócios", disse o secretário em entrevista ao Valor na sede do Ministério. Segundo ele, dos US$ 35 bilhões anuais que a gigante americana fatura em suas operações mundiais, a AMC contribui com apenas US$ 40 milhões. Toda a operação é gerenciada por argentinos e os únicos americanos que trabalham em Córdoba são o presidente e um diretor financeiro.
A AMC está equipada para manutenção e reparo dos modelos Pulquí I, o primeiro avião de reação da América Latina e o sétimo do mundo; o Mentor B45, da Beechcraft (para treinamento de pilotos); o Pucará IA-58 (avião de ataque); o Fightinghawk A-4AR; o Hercules C-130; o holandês Fokker F-28;e o brasileiro Tucano, além do Pampa AT-63. Mas suas instalações são antigas e necessitariam investimentos em modernização.
"Nosso objetivo é recuperar as capacidades industriais de Córdoba", afirma Cuattromo, frisando que será um processo longo, complexo e que exigirá muito dinheiro. Por isso o governo argentino está disposto a buscar associações com outras empresas, estatais e privadas. "O investimento em modernização seria feito pelo Estado argentino, mas estamos abertos a associações com outras empresas para projetos específicos". Além da Embraer, o Ministério da Defesa está em negociações com a aeronáutica do Chile e pretende manter a flexibilidade para negociação com outros parceiros.
A expectativa, diz Cuattromo, é recuperar a fábrica nos próximos dez anos e retomar o projeto Pampa que prevê a fabricação de outras 18 aeronaves, para dobrar a frota atual da Força Aérea, e a partir daí começar a produzir para exportação. Não será a primeira parceria da AMC com a Embraer. No começo dos anos 80, a brasileira tinha um acordo com as Forças Armadas da Argentina para o desenvolvimento conjunto do CBA 123, um avião de transporte de passageiros com 19 assentos e motor a hélice traseiro. Porém o acordo resultou na construção de apenas três aeronaves.
CBA-123 Vector ou Colaboração Brasil-Argentina
Foto EMBRAER
Procurada, a Embraer confirmou, por meio de uma nota, que está em negociações com o governo argentino com o "objetivo de estabelecer um plano de cooperação aeronáutico". Segundo o comunicado, nas discussões mantidas entre Embraer e as entidades do governo argentino, "identificou-se, de uma parte, a possibilidade de vendas de aeronaves Embraer para o mercado argentino e, de outra, a capacitação da AMC de prestar serviços de manutenção e produzir peças para as aeronaves civis da Embraer". A empresa diz que, no entanto, não há, em nenhum dos casos, compromisso firmado entre as partes. A Embraer ressaltou que a posição de hoje é a mesma anunciada no início do ano, durante contatos entre os governos do Brasil e Argentina.
fonte: Valor onLine, via DEFESA@NET 05 Setembro 2008
Um abraço e até mais...
Argentina planeja aliança com Embraer
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O governo argentino espera concretizar, até o fim deste ano, uma aliança estratégica entre a fabricante de aviões Área Material Córdoba (AMC) e a brasileira Embraer para a produção conjunta de equipamentos para aviação civil e militar. Será o segundo passo de uma aproximação maior entre a Embraer e Argentina, que está sendo promovida pelos governos com as empresas há um ano e meio, em negociações conduzidas pelos ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobin, e da Argentina, Nilda Garré.
O primeiro passo será discutido no fim de semana quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner se encontrarem em Brasília para a celebração do dia da Independência. A presidente argentina comunicará a Lula oficialmente a intenção de seu governo de comprar aviões Embraer para renovação da frota da Aerolíneas Argentinas, cuja reestatização foi aprovada quarta-feira pelo Congresso.
O acordo com a AMC é uma outra etapa. "Acreditamos que Córdoba possa ser um fornecedor estratégico da Embraer", disse ao Valor Oscar Cuattromo, secretário de Planejamento do Ministério da Defesa. Segundo ele, o governo argentino acredita na possibilidade concreta de que a ex-fábrica militar de aviões se converta em um fornecedor da Embraer, começando com a fabricação de peças simples, avançando para a produção conjunta de componentes a médio prazo.
Os contatos de aproximação entre a AMC e a Embraer começaram com a troca de visitas de funcionários e técnicos às duas instalações, a de Córdoba (a 800 km de Buenos Aires) e a de São José dos Campos (200 km de São Paulo). A AMC é administrada pela americana Lockheed Martin Aircraft & Logistics Centers. Desde 1994, quando foi privatizada, se transformou em uma sociedade anônima e passou a se chamar oficialmente Lockheed Martin Aircraft Argentina S/A.
O decreto de 1994, que entregou a AMC em concessão para a Lockheed, era parte de um acordo político para reforçar os laços entre Argentina e Estados Unidos. O contrato de concessão tinha duração de 25 anos (vencimento em 2019) e dava à Lockheed o gerenciamento operacional da fábrica que inclui serviços de manutenção de aviões militares e de empresas aéreas particulares, construção de estruturas, modernização de motores e peças. Mas todos os ativos (prédios, galpões, máquinas, equipamentos e aeronaves) continuaram controlados pelo Estado.
A partir de 2006, o ex-presidente Nestor Kirchner, marido da atual presidente, começou a pressionar a empresa para retomar a produção de aviões Pampa. Como a Lockheed resistiu a retomar o projeto, em outubro de 2007, o Ministério da Defesa decidiu reformular todo o contrato de concessão. O novo contrato estabelecia um orçamento de US$ 66,4 milhões para a prestação de serviços e a fabricação de 10 estruturas do Pampa IA-63. E possuía um adendo, chamado "Contrato de Transição", que deu prazo até 31/12/2008 para que a Lockheed decida se quer continuar ou não com a concessão. Caso não queira, deverá vender as ações da AMC para o governo. Na prática isso significou retirar a concessão da companhia antes do prazo final.
O secretário Cuattromo conta que desde 2005 o governo argentino vinha conversando com a direção da Lockheed para convencer a empresa a voltar a construir aviões para as Forças Armadas. "As negociações foram feitas com muita cordialidade." Mas a resposta foi negativa e por isso, relata, não houve qualquer resistência dos americanos quando a ministra Nilda Garré propôs a antecipação do vencimento do contrato.
"A Lockheed veio para a Argentina como parte de um acordo político, não por uma estratégia de negócios", disse o secretário em entrevista ao Valor na sede do Ministério. Segundo ele, dos US$ 35 bilhões anuais que a gigante americana fatura em suas operações mundiais, a AMC contribui com apenas US$ 40 milhões. Toda a operação é gerenciada por argentinos e os únicos americanos que trabalham em Córdoba são o presidente e um diretor financeiro.
A AMC está equipada para manutenção e reparo dos modelos Pulquí I, o primeiro avião de reação da América Latina e o sétimo do mundo; o Mentor B45, da Beechcraft (para treinamento de pilotos); o Pucará IA-58 (avião de ataque); o Fightinghawk A-4AR; o Hercules C-130; o holandês Fokker F-28;e o brasileiro Tucano, além do Pampa AT-63. Mas suas instalações são antigas e necessitariam investimentos em modernização.
"Nosso objetivo é recuperar as capacidades industriais de Córdoba", afirma Cuattromo, frisando que será um processo longo, complexo e que exigirá muito dinheiro. Por isso o governo argentino está disposto a buscar associações com outras empresas, estatais e privadas. "O investimento em modernização seria feito pelo Estado argentino, mas estamos abertos a associações com outras empresas para projetos específicos". Além da Embraer, o Ministério da Defesa está em negociações com a aeronáutica do Chile e pretende manter a flexibilidade para negociação com outros parceiros.
A expectativa, diz Cuattromo, é recuperar a fábrica nos próximos dez anos e retomar o projeto Pampa que prevê a fabricação de outras 18 aeronaves, para dobrar a frota atual da Força Aérea, e a partir daí começar a produzir para exportação. Não será a primeira parceria da AMC com a Embraer. No começo dos anos 80, a brasileira tinha um acordo com as Forças Armadas da Argentina para o desenvolvimento conjunto do CBA 123, um avião de transporte de passageiros com 19 assentos e motor a hélice traseiro. Porém o acordo resultou na construção de apenas três aeronaves.
CBA-123 Vector ou Colaboração Brasil-Argentina
Foto EMBRAER
Procurada, a Embraer confirmou, por meio de uma nota, que está em negociações com o governo argentino com o "objetivo de estabelecer um plano de cooperação aeronáutico". Segundo o comunicado, nas discussões mantidas entre Embraer e as entidades do governo argentino, "identificou-se, de uma parte, a possibilidade de vendas de aeronaves Embraer para o mercado argentino e, de outra, a capacitação da AMC de prestar serviços de manutenção e produzir peças para as aeronaves civis da Embraer". A empresa diz que, no entanto, não há, em nenhum dos casos, compromisso firmado entre as partes. A Embraer ressaltou que a posição de hoje é a mesma anunciada no início do ano, durante contatos entre os governos do Brasil e Argentina.
fonte: Valor onLine, via DEFESA@NET 05 Setembro 2008
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Amigo jambockrs:
Aquí por estos lares, se habla de la intención de adquirir 26 aeronaves de la serie C 90 de entre 90 y 100 pasajeros con destino a la renovación de los 737 200 que actualmente posee la flota de Aerolíneas Argentinas, pero con el compromiso de que algunas partes de esos aviones se fabriquen en la antigua FMA.-
Este puede ser el primer paso de una larga serie de negocios y proyectos entre las dos fábricas.-
Con relación al CBA-123 Paraná, fueron muchas las razones por las cuales el proyecto no llegó a buen puerto.-
Te dejo mis cordiales saludos.-
Aquí por estos lares, se habla de la intención de adquirir 26 aeronaves de la serie C 90 de entre 90 y 100 pasajeros con destino a la renovación de los 737 200 que actualmente posee la flota de Aerolíneas Argentinas, pero con el compromiso de que algunas partes de esos aviones se fabriquen en la antigua FMA.-
Este puede ser el primer paso de una larga serie de negocios y proyectos entre las dos fábricas.-
Con relación al CBA-123 Paraná, fueron muchas las razones por las cuales el proyecto no llegó a buen puerto.-
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Las Islas Malvinas, Georgias y Sandwich del Sur, fueron, son y serán Argentinas.-
- JT8D
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
A principal razão foi que "se acabó la plata".TR-1700 escreveu:Amigo jambockrs:
Con relación al CBA-123 Paraná, fueron muchas las razones por las cuales el proyecto no llegó a buen puerto.-
Sds,
JT
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Eu acho que isso aí (a fabricação de partes de aeronaves da EMBRAER pela FMA) não vai para a frente especialmente se esta crise ficar mais acentuada.jambockrs escreveu:Meus prezados:
Argentina planeja aliança com Embraer
(AMC foi a primeira fábrica de aviões da América do Sul)
Janes Rocha
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O governo argentino espera concretizar, até o fim deste ano, uma aliança estratégica entre a fabricante de aviões Área Material Córdoba (AMC) e a brasileira Embraer para a produção conjunta de equipamentos para aviação civil e militar. Será o segundo passo de uma aproximação maior entre a Embraer e Argentina, que está sendo promovida pelos governos com as empresas há um ano e meio, em negociações conduzidas pelos ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobin, e da Argentina, Nilda Garré.
O primeiro passo será discutido no fim de semana quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner se encontrarem em Brasília para a celebração do dia da Independência. A presidente argentina comunicará a Lula oficialmente a intenção de seu governo de comprar aviões Embraer para renovação da frota da Aerolíneas Argentinas, cuja reestatização foi aprovada quarta-feira pelo Congresso.
O acordo com a AMC é uma outra etapa. "Acreditamos que Córdoba possa ser um fornecedor estratégico da Embraer", disse ao Valor Oscar Cuattromo, secretário de Planejamento do Ministério da Defesa. Segundo ele, o governo argentino acredita na possibilidade concreta de que a ex-fábrica militar de aviões se converta em um fornecedor da Embraer, começando com a fabricação de peças simples, avançando para a produção conjunta de componentes a médio prazo.
Os contatos de aproximação entre a AMC e a Embraer começaram com a troca de visitas de funcionários e técnicos às duas instalações, a de Córdoba (a 800 km de Buenos Aires) e a de São José dos Campos (200 km de São Paulo). A AMC é administrada pela americana Lockheed Martin Aircraft & Logistics Centers. Desde 1994, quando foi privatizada, se transformou em uma sociedade anônima e passou a se chamar oficialmente Lockheed Martin Aircraft Argentina S/A.
O decreto de 1994, que entregou a AMC em concessão para a Lockheed, era parte de um acordo político para reforçar os laços entre Argentina e Estados Unidos. O contrato de concessão tinha duração de 25 anos (vencimento em 2019) e dava à Lockheed o gerenciamento operacional da fábrica que inclui serviços de manutenção de aviões militares e de empresas aéreas particulares, construção de estruturas, modernização de motores e peças. Mas todos os ativos (prédios, galpões, máquinas, equipamentos e aeronaves) continuaram controlados pelo Estado.
A partir de 2006, o ex-presidente Nestor Kirchner, marido da atual presidente, começou a pressionar a empresa para retomar a produção de aviões Pampa. Como a Lockheed resistiu a retomar o projeto, em outubro de 2007, o Ministério da Defesa decidiu reformular todo o contrato de concessão. O novo contrato estabelecia um orçamento de US$ 66,4 milhões para a prestação de serviços e a fabricação de 10 estruturas do Pampa IA-63. E possuía um adendo, chamado "Contrato de Transição", que deu prazo até 31/12/2008 para que a Lockheed decida se quer continuar ou não com a concessão. Caso não queira, deverá vender as ações da AMC para o governo. Na prática isso significou retirar a concessão da companhia antes do prazo final.
O secretário Cuattromo conta que desde 2005 o governo argentino vinha conversando com a direção da Lockheed para convencer a empresa a voltar a construir aviões para as Forças Armadas. "As negociações foram feitas com muita cordialidade." Mas a resposta foi negativa e por isso, relata, não houve qualquer resistência dos americanos quando a ministra Nilda Garré propôs a antecipação do vencimento do contrato.
"A Lockheed veio para a Argentina como parte de um acordo político, não por uma estratégia de negócios", disse o secretário em entrevista ao Valor na sede do Ministério. Segundo ele, dos US$ 35 bilhões anuais que a gigante americana fatura em suas operações mundiais, a AMC contribui com apenas US$ 40 milhões. Toda a operação é gerenciada por argentinos e os únicos americanos que trabalham em Córdoba são o presidente e um diretor financeiro.
A AMC está equipada para manutenção e reparo dos modelos Pulquí I, o primeiro avião de reação da América Latina e o sétimo do mundo; o Mentor B45, da Beechcraft (para treinamento de pilotos); o Pucará IA-58 (avião de ataque); o Fightinghawk A-4AR; o Hercules C-130; o holandês Fokker F-28;e o brasileiro Tucano, além do Pampa AT-63. Mas suas instalações são antigas e necessitariam investimentos em modernização.
"Nosso objetivo é recuperar as capacidades industriais de Córdoba", afirma Cuattromo, frisando que será um processo longo, complexo e que exigirá muito dinheiro. Por isso o governo argentino está disposto a buscar associações com outras empresas, estatais e privadas. "O investimento em modernização seria feito pelo Estado argentino, mas estamos abertos a associações com outras empresas para projetos específicos". Além da Embraer, o Ministério da Defesa está em negociações com a aeronáutica do Chile e pretende manter a flexibilidade para negociação com outros parceiros.
A expectativa, diz Cuattromo, é recuperar a fábrica nos próximos dez anos e retomar o projeto Pampa que prevê a fabricação de outras 18 aeronaves, para dobrar a frota atual da Força Aérea, e a partir daí começar a produzir para exportação. Não será a primeira parceria da AMC com a Embraer. No começo dos anos 80, a brasileira tinha um acordo com as Forças Armadas da Argentina para o desenvolvimento conjunto do CBA 123, um avião de transporte de passageiros com 19 assentos e motor a hélice traseiro. Porém o acordo resultou na construção de apenas três aeronaves.
CBA-123 Vector ou Colaboração Brasil-Argentina
Foto EMBRAER
Procurada, a Embraer confirmou, por meio de uma nota, que está em negociações com o governo argentino com o "objetivo de estabelecer um plano de cooperação aeronáutico". Segundo o comunicado, nas discussões mantidas entre Embraer e as entidades do governo argentino, "identificou-se, de uma parte, a possibilidade de vendas de aeronaves Embraer para o mercado argentino e, de outra, a capacitação da AMC de prestar serviços de manutenção e produzir peças para as aeronaves civis da Embraer". A empresa diz que, no entanto, não há, em nenhum dos casos, compromisso firmado entre as partes. A Embraer ressaltou que a posição de hoje é a mesma anunciada no início do ano, durante contatos entre os governos do Brasil e Argentina.
fonte: Valor onLine, via DEFESA@NET 05 Setembro 2008
Um abraço e até mais...
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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- LeandroGCard
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Por outro lado pode ser uma excelente oportunidade para transferir a linha do 135/145 da China para Córdoba (e contando com investimentos diretos dos argentinos para isso) e mandar os chineses às favas. E o papo de que vamos perder o mercado deles não cola, pois com as exigências que estão fazendo fica claro que nos planos deles não só este mercado no futuro seria abastecido por aviões próprios como eles tomariam o mercado da Embraer no resto do planeta!cicloneprojekt escreveu: Eu acho que isso aí (a fabricação de partes de aeronaves da EMBRAER pela FMA) não vai para a frente especialmente se esta crise ficar mais acentuada.
Leandro G. Card
Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
LeandroGCard escreveu:Por outro lado pode ser uma excelente oportunidade para transferir a linha do 135/145 da China para Córdoba (e contando com investimentos diretos dos argentinos para isso) e mandar os chineses às favas. E o papo de que vamos perder o mercado deles não cola, pois com as exigências que estão fazendo fica claro que nos planos deles não só este mercado no futuro seria abastecido por aviões próprios como eles tomariam o mercado da Embraer no resto do planeta!cicloneprojekt escreveu: Eu acho que isso aí (a fabricação de partes de aeronaves da EMBRAER pela FMA) não vai para a frente especialmente se esta crise ficar mais acentuada.
Leandro G. Card
Isso de trasnferir a linha do ERj-145 para a Argentina não faz o menor sentido...
Sds,
Vector
- LeandroGCard
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Até imagino que em termos puramente técnico-comerciais no momento possa não fazer mesmo, mas estou pensando em termos de estratégia de longo prazo. A Argentina não é uma ameaça potencial para a Embraer (a China sim, e já arreganhou os dentes), e se quiserem bancar o investimento poderia vir a ser uma opção.Vector escreveu:LeandroGCard escreveu: Por outro lado pode ser uma excelente oportunidade para transferir a linha do 135/145 da China para Córdoba (e contando com investimentos diretos dos argentinos para isso) e mandar os chineses às favas. E o papo de que vamos perder o mercado deles não cola, pois com as exigências que estão fazendo fica claro que nos planos deles não só este mercado no futuro seria abastecido por aviões próprios como eles tomariam o mercado da Embraer no resto do planeta!
Leandro G. Card
Isso de trasnferir a linha do ERj-145 para a Argentina não faz o menor sentido...
Sds,
Vector
Um abraço,
Leandro G. Card
Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Mas o fato é transferir a linha do ERJ-145 da Argentina para quê, com qual intuito e principalmente, produzir aviões para quem?
Em primeiro lugar todos os ferramentais teriam de ser fabricados e instalados, e a linha toda montada. Um investimento de milhões de dólares... e pra quê?
A linha da China foi montada poruma imposição daquele governo que só liberaria a compra de aviões pelas empresas chinesas se estes fossem produzidos por lá. E existiam pelo menos três empresas chinesas negociando com a Embraer. Hoje existe um backlog de 40 ERJ-145, todos para a China, e só. Ou se montam eles lá, ou eles não compram.
Ou seja, comercialmente falando, o ERJ-145 já não é um produto que está atraindo compradores.
Da família do 145, apenas o Legacy está em plena produção e a Embraer não trasferiria a linha deste para a Argentina. A China fez pressão para ter a linha do Legacy, e a Embraer recusou.
Sds,
Vector
Em primeiro lugar todos os ferramentais teriam de ser fabricados e instalados, e a linha toda montada. Um investimento de milhões de dólares... e pra quê?
A linha da China foi montada poruma imposição daquele governo que só liberaria a compra de aviões pelas empresas chinesas se estes fossem produzidos por lá. E existiam pelo menos três empresas chinesas negociando com a Embraer. Hoje existe um backlog de 40 ERJ-145, todos para a China, e só. Ou se montam eles lá, ou eles não compram.
Ou seja, comercialmente falando, o ERJ-145 já não é um produto que está atraindo compradores.
Da família do 145, apenas o Legacy está em plena produção e a Embraer não trasferiria a linha deste para a Argentina. A China fez pressão para ter a linha do Legacy, e a Embraer recusou.
Sds,
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- LeandroGCard
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Agora entendi seu comentário.Vector escreveu:Mas o fato é transferir a linha do ERJ-145 da Argentina para quê, com qual intuito e principalmente, produzir aviões para quem?
Em primeiro lugar todos os ferramentais teriam de ser fabricados e instalados, e a linha toda montada. Um investimento de milhões de dólares... e pra quê?
A linha da China foi montada poruma imposição daquele governo que só liberaria a compra de aviões pelas empresas chinesas se estes fossem produzidos por lá. E existiam pelo menos três empresas chinesas negociando com a Embraer. Hoje existe um backlog de 40 ERJ-145, todos para a China, e só. Ou se montam eles lá, ou eles não compram.
Ou seja, comercialmente falando, o ERJ-145 já não é um produto que está atraindo compradores.
Da família do 145, apenas o Legacy está em plena produção e a Embraer não trasferiria a linha deste para a Argentina. A China fez pressão para ter a linha do Legacy, e a Embraer recusou.
Sds,
Vector
Eu imaginava que o ERJ-145 ainda fosse um produto ativo, com encomendas fora da China. Neste caso é melhor realmente deixar a linha lá e se os chineses "encherem o saco" é só deixar a linha morrer.
Obrigado pelas informações e um grande abraço.
Leandro G. Card
Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Na verdade os poucos ERJ ainda em carteira (fora os da China) são para operadores militares e de Governo, além dos Legacy, é claro.LeandroGCard escreveu:Agora entendi seu comentário.Vector escreveu:Mas o fato é transferir a linha do ERJ-145 da Argentina para quê, com qual intuito e principalmente, produzir aviões para quem?
Em primeiro lugar todos os ferramentais teriam de ser fabricados e instalados, e a linha toda montada. Um investimento de milhões de dólares... e pra quê?
A linha da China foi montada poruma imposição daquele governo que só liberaria a compra de aviões pelas empresas chinesas se estes fossem produzidos por lá. E existiam pelo menos três empresas chinesas negociando com a Embraer. Hoje existe um backlog de 40 ERJ-145, todos para a China, e só. Ou se montam eles lá, ou eles não compram.
Ou seja, comercialmente falando, o ERJ-145 já não é um produto que está atraindo compradores.
Da família do 145, apenas o Legacy está em plena produção e a Embraer não trasferiria a linha deste para a Argentina. A China fez pressão para ter a linha do Legacy, e a Embraer recusou.
Sds,
Vector
Eu imaginava que o ERJ-145 ainda fosse um produto ativo, com encomendas fora da China. Neste caso é melhor realmente deixar a linha lá e se os chineses "encherem o saco" é só deixar a linha morrer.
Obrigado pelas informações e um grande abraço.
Leandro G. Card
Por isso não compensaria uma linha nova...
Sds,
Vector
Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
O problema é justamente a forma que a coisa foi anunciada: "A Argentina planeja...". Minha gente, a Argentina não tem que planejar nada. Tampouco o Brasil. Quem tem que planejar é a fabrica argentina e a Embraer. No caso, parece que o governo da Argentina, dono da fabrica de lá, quer fazer negócio com a Embraer e pediu ao governo brasileiro para interceder. Então a Embraer está se deixando levar, devagarzinho pelo pedido do governo brasileiro. O resultado disso, quer me parecer que vai ser igual ao caso do CBA123. Rigorosamente vai dar em nada.
Outra coisa: Querem fabricar partes de aviões em Cordoba para a linha de montagem da Embraer. Até ai tudo bem. Acontece, no entanto, que o normal é a Embraer fazer o projeto como integradora, entregar módulos para fornecedores de primeira base e esses repassarem a responsabilidade de produção das partes que compõem seus seus módulos a terceiros fabricantes, segunda base. O que acontece é que tanto a primeira base como a segunda são chamados a aportar sua tecnologia na realização da construção das partes. A Embraer somente especifica.
No caso do negócio em tela a fabrica de Cordoba parece que não tem tecnologia para dar conta de módulos, talvez de partes e, assim mesmo, com limitações. Então o melhor caminho seria a Argentina atrair para a fabrica de Cordoba alguns dos atuais fornecedores de partes componentes dos módulos.
O caminho, então, não dependeria da Embraer, mas sim, de seus atuais fornecedores entederem que é bom negócio ir produzir na Argentina.
Simples como média e pão com manteiga.
Outra coisa: Querem fabricar partes de aviões em Cordoba para a linha de montagem da Embraer. Até ai tudo bem. Acontece, no entanto, que o normal é a Embraer fazer o projeto como integradora, entregar módulos para fornecedores de primeira base e esses repassarem a responsabilidade de produção das partes que compõem seus seus módulos a terceiros fabricantes, segunda base. O que acontece é que tanto a primeira base como a segunda são chamados a aportar sua tecnologia na realização da construção das partes. A Embraer somente especifica.
No caso do negócio em tela a fabrica de Cordoba parece que não tem tecnologia para dar conta de módulos, talvez de partes e, assim mesmo, com limitações. Então o melhor caminho seria a Argentina atrair para a fabrica de Cordoba alguns dos atuais fornecedores de partes componentes dos módulos.
O caminho, então, não dependeria da Embraer, mas sim, de seus atuais fornecedores entederem que é bom negócio ir produzir na Argentina.
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
É por tudo isso que tu falaste que acho que não vai dar em nada.Carioca escreveu:O problema é justamente a forma que a coisa foi anunciada: "A Argentina planeja...". Minha gente, a Argentina não tem que planejar nada. Tampouco o Brasil. Quem tem que planejar é a fabrica argentina e a Embraer. No caso, parece que o governo da Argentina, dono da fabrica de lá, quer fazer negócio com a Embraer e pediu ao governo brasileiro para interceder. Então a Embraer está se deixando levar, devagarzinho pelo pedido do governo brasileiro. O resultado disso, quer me parecer que vai ser igual ao caso do CBA123. Rigorosamente vai dar em nada.
Outra coisa: Querem fabricar partes de aviões em Cordoba para a linha de montagem da Embraer. Até ai tudo bem. Acontece, no entanto, que o normal é a Embraer fazer o projeto como integradora, entregar módulos para fornecedores de primeira base e esses repassarem a responsabilidade de produção das partes que compõem seus seus módulos a terceiros fabricantes, segunda base. O que acontece é que tanto a primeira base como a segunda são chamados a aportar sua tecnologia na realização da construção das partes. A Embraer somente especifica.
No caso do negócio em tela a fabrica de Cordoba parece que não tem tecnologia para dar conta de módulos, talvez de partes e, assim mesmo, com limitações. Então o melhor caminho seria a Argentina atrair para a fabrica de Cordoba alguns dos atuais fornecedores de partes componentes dos módulos.
O caminho, então, não dependeria da Embraer, mas sim, de seus atuais fornecedores entederem que é bom negócio ir produzir na Argentina.
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Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Argentina planeja aliança com EMBRAER
Esse assunto saiu da pauta da midia brasileira. Nada mais apareceu sobre o tema, ou pelo menos eu não li.
Será que continua em pauta na Argentina?
Alguem tem ideia de como anda?
Será que continua em pauta na Argentina?
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