Georgia X Rússia
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Re: Georgia X Rússia
Guerra e Paz
A guerra na Geórgia não é uma guerra antiga, pelo contrário, é um anúncio do futuro. A Rússia foi a grande perdedora da década de 90 e, ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja, até que lhe devolvam - ou ela retome - o seu velho território.
José Luís Fiori
“A guerra nunca deflagra subitamente: a sua extensão não é obra de um instante”.
Carl Von Clausewitz, Da Guerra, Martins Fontes, São Paulo 1979 [1832] p: 77
Os fatos mais recentes, e importantes, são conhecidos. No mês de abril de 2008, a última reunião de cúpula da OTAN, na cidade de Bucareste, reconheceu a aspiração da Geórgia de participar da aliança militar liderada pelos EUA, apesar da resistência alemã, e da oposição explícita do governo russo. E no dia 11 de julho de 2008, aviões da Força Aérea Russa sobrevoaram o território da Ossitéia do Sul, na véspera da vista à Geórgia, da secretária de estado norte-americana Condollezza Rice, para inaugurar, no dia 15 de julho, à operação “Resposta Imediata 2008”: um exercício militar conjunto do exército norte-americano, com as tropas da Geórgia, Ucrânia, Armênia e Azerbaijão, realizado na Base Aérea de Vaziani, que havia pertencido à Força Aérea Russa, até 2001. Logo em seguida, no dia 8 de agosto de 2008, as Forças Armadas da Geórgia atacaram a província da Ossétia do Sul, e conquistaram sua capital, Tskhinvali.
Não está claro por que a Geórgia atacou a Ossétia do Sul, exatamente no dia da inauguração das Olimpíadas chinesas. Mas não há dúvida que a grande surpresa dos governos envolvidos nesta história, foi a rapidez, extensão e eficácia da resposta russa, que em poucas horas, cercou, dividiu e atacou - por terra, mar e ar - o território da Geórgia, numa demonstração contundente, de decisão política, organização militar, e poder de conquista. Tudo feito com tamanha rapidez e agilidade que deixou os governos “ocidentais”, perplexos, divididos e impotentes, obrigados a acompanhar os desdobramentos da ofensiva russa, hora a hora, através de fatos consumados, sem conseguir saber ou poder antecipar o seu objetivo final.
Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Hans Morgenthau, pai da teoria política internacional norte-americana, formulou uma tese muito simples e clássica, sobre a origem das guerras. Segundo Morghentau: “a permanência do status de subordinação dos países derrotados numa guerra, pode facilmente produzir a vontade destes países desfazerem a derrota e jogarem por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos, retomando seu antigo lugar na hierarquia do poder mundial. Ou seja, a política imperialista dos países vitoriosos tende a provocar uma política imperialista igual e contrária da parte dos derrotados. E se o derrotado não tiver sido arruinado para sempre, ele quererá retomar os territórios que perdeu, e se possível, ganhar ainda mais do que perdeu, na última guerra” .
Em 1991, depois do fim da Guerra Fria, não houve um Acordo de Paz, que estabelecesse as perdas da URSS, e que definisse claramente as regras da nova ordem mundial, imposta pelos vitoriosos, como havia acontecido no fim da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. De fato, a URSS não foi atacada, seu exército não foi destruído e seus governantes não foram punidos, mas durante toda a década de 90, os EUA e a UE apoiaram a autonomia dos países da antiga zona de influencia soviética, e promoveram ativamente o desmembramento do território russo. Começando pela Letônia, Estônia e Lituania, e seguindo pela Ucrânia, a Bielorússia, os Bálcãs, o Cáucaso e os países da Ásia Central.
Neste período, os EUA também lideraram a expansão da OTAN, na direção do leste, contra a opinião de alguns países europeus. E mais recentemente, os EUA e a UE apoiaram a independência do Kosovo, aceleraram a instalação do seu “escudo anti-mísseis”, na Europa Central, e estão armando e treinando as forças armadas da Ucrânia, da Geórgia e dos países da Ásia Central, sem levar em conta que a maior parte destes países pertenceu ao território russo, durante os últimos três séculos. Em 1890, o Império Russo, construído no século XVIII, por Pedro o Grande e Catarina II, tinha 22.400.000 Km2 e 130 milhões de habitantes. Era o segundo maior império contíguo da história da humanidade, e era uma da cinco maiores potencias da Europa.
No século XX, durante o período soviético, o território russo se manteve do mesmo tamanho, a população chegou a 300 milhões de habitantes, e a Rússia se transformou na segunda maior potência militar e econômica do mundo. Pois bem, hoje a Rússia tem 17.075.200 km 2 e apenas 152 milhões de habitantes, ou seja, em apenas uma década, a década de 1990, a Rússia perdeu cerca de 5 .000.000 km2 , e cerca de 140 milhões de habitantes.
A maior parte dos analistas internacionais que se dedicam a prever o futuro se esquecem – em geral - que os grandes vitoriosos de 1991, não foram apenas os EUA, foram os EUA, a Alemanha e a China. Numa virada histórica onde só houve um grande derrotado, a URSS, cuja destruição trouxe de volta ao cenário internacional, uma Rússia mutilada e ressentida. A Alemanha e a China ainda tomarão muitos anos para “digerir” os novos territórios e zonas de influência que conquistaram, nas últimas décadas, na Europa Central e no Sudeste Asiático. Enquanto isto, o desaparecimento da União Soviética colocou a Rússia na condição de uma potência derrotada, que perdeu um quarto do seu território, e metade de sua população, mas que ainda mantém de pé o seu armamento atômico, e o seu potencial militar e econômico, junto com uma decisão cada vez mais explícita “de desfazer a derrota, e jogar por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos (em 1991), retomando seu lugar na hierarquia do poder mundial”.
Por isto, neste início do século XXI, a Rússia é um desafio e uma incógnita, para os dirigentes de Bruxelas e de Washington e para os comandantes militares da OTAN. Quando na verdade, o mistério não é tão grande, e se Hans Morghentau estiver com a razão, se trata de um segredo de Polichinelo: a Rússia foi a grande perdedora da década de 90, e ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja, até que lhe devolvam - ou ela retome - o seu velho território, conquistado por Pedro o Grande e Catarina II. Por isso, a atual guerra na Geórgia não é uma guerra antiga, pelo contrário, é um anúncio do futuro.
José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A guerra na Geórgia não é uma guerra antiga, pelo contrário, é um anúncio do futuro. A Rússia foi a grande perdedora da década de 90 e, ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja, até que lhe devolvam - ou ela retome - o seu velho território.
José Luís Fiori
“A guerra nunca deflagra subitamente: a sua extensão não é obra de um instante”.
Carl Von Clausewitz, Da Guerra, Martins Fontes, São Paulo 1979 [1832] p: 77
Os fatos mais recentes, e importantes, são conhecidos. No mês de abril de 2008, a última reunião de cúpula da OTAN, na cidade de Bucareste, reconheceu a aspiração da Geórgia de participar da aliança militar liderada pelos EUA, apesar da resistência alemã, e da oposição explícita do governo russo. E no dia 11 de julho de 2008, aviões da Força Aérea Russa sobrevoaram o território da Ossitéia do Sul, na véspera da vista à Geórgia, da secretária de estado norte-americana Condollezza Rice, para inaugurar, no dia 15 de julho, à operação “Resposta Imediata 2008”: um exercício militar conjunto do exército norte-americano, com as tropas da Geórgia, Ucrânia, Armênia e Azerbaijão, realizado na Base Aérea de Vaziani, que havia pertencido à Força Aérea Russa, até 2001. Logo em seguida, no dia 8 de agosto de 2008, as Forças Armadas da Geórgia atacaram a província da Ossétia do Sul, e conquistaram sua capital, Tskhinvali.
Não está claro por que a Geórgia atacou a Ossétia do Sul, exatamente no dia da inauguração das Olimpíadas chinesas. Mas não há dúvida que a grande surpresa dos governos envolvidos nesta história, foi a rapidez, extensão e eficácia da resposta russa, que em poucas horas, cercou, dividiu e atacou - por terra, mar e ar - o território da Geórgia, numa demonstração contundente, de decisão política, organização militar, e poder de conquista. Tudo feito com tamanha rapidez e agilidade que deixou os governos “ocidentais”, perplexos, divididos e impotentes, obrigados a acompanhar os desdobramentos da ofensiva russa, hora a hora, através de fatos consumados, sem conseguir saber ou poder antecipar o seu objetivo final.
Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Hans Morgenthau, pai da teoria política internacional norte-americana, formulou uma tese muito simples e clássica, sobre a origem das guerras. Segundo Morghentau: “a permanência do status de subordinação dos países derrotados numa guerra, pode facilmente produzir a vontade destes países desfazerem a derrota e jogarem por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos, retomando seu antigo lugar na hierarquia do poder mundial. Ou seja, a política imperialista dos países vitoriosos tende a provocar uma política imperialista igual e contrária da parte dos derrotados. E se o derrotado não tiver sido arruinado para sempre, ele quererá retomar os territórios que perdeu, e se possível, ganhar ainda mais do que perdeu, na última guerra” .
Em 1991, depois do fim da Guerra Fria, não houve um Acordo de Paz, que estabelecesse as perdas da URSS, e que definisse claramente as regras da nova ordem mundial, imposta pelos vitoriosos, como havia acontecido no fim da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais. De fato, a URSS não foi atacada, seu exército não foi destruído e seus governantes não foram punidos, mas durante toda a década de 90, os EUA e a UE apoiaram a autonomia dos países da antiga zona de influencia soviética, e promoveram ativamente o desmembramento do território russo. Começando pela Letônia, Estônia e Lituania, e seguindo pela Ucrânia, a Bielorússia, os Bálcãs, o Cáucaso e os países da Ásia Central.
Neste período, os EUA também lideraram a expansão da OTAN, na direção do leste, contra a opinião de alguns países europeus. E mais recentemente, os EUA e a UE apoiaram a independência do Kosovo, aceleraram a instalação do seu “escudo anti-mísseis”, na Europa Central, e estão armando e treinando as forças armadas da Ucrânia, da Geórgia e dos países da Ásia Central, sem levar em conta que a maior parte destes países pertenceu ao território russo, durante os últimos três séculos. Em 1890, o Império Russo, construído no século XVIII, por Pedro o Grande e Catarina II, tinha 22.400.000 Km2 e 130 milhões de habitantes. Era o segundo maior império contíguo da história da humanidade, e era uma da cinco maiores potencias da Europa.
No século XX, durante o período soviético, o território russo se manteve do mesmo tamanho, a população chegou a 300 milhões de habitantes, e a Rússia se transformou na segunda maior potência militar e econômica do mundo. Pois bem, hoje a Rússia tem 17.075.200 km 2 e apenas 152 milhões de habitantes, ou seja, em apenas uma década, a década de 1990, a Rússia perdeu cerca de 5 .000.000 km2 , e cerca de 140 milhões de habitantes.
A maior parte dos analistas internacionais que se dedicam a prever o futuro se esquecem – em geral - que os grandes vitoriosos de 1991, não foram apenas os EUA, foram os EUA, a Alemanha e a China. Numa virada histórica onde só houve um grande derrotado, a URSS, cuja destruição trouxe de volta ao cenário internacional, uma Rússia mutilada e ressentida. A Alemanha e a China ainda tomarão muitos anos para “digerir” os novos territórios e zonas de influência que conquistaram, nas últimas décadas, na Europa Central e no Sudeste Asiático. Enquanto isto, o desaparecimento da União Soviética colocou a Rússia na condição de uma potência derrotada, que perdeu um quarto do seu território, e metade de sua população, mas que ainda mantém de pé o seu armamento atômico, e o seu potencial militar e econômico, junto com uma decisão cada vez mais explícita “de desfazer a derrota, e jogar por terra o novo status quo internacional criado pelos vitoriosos (em 1991), retomando seu lugar na hierarquia do poder mundial”.
Por isto, neste início do século XXI, a Rússia é um desafio e uma incógnita, para os dirigentes de Bruxelas e de Washington e para os comandantes militares da OTAN. Quando na verdade, o mistério não é tão grande, e se Hans Morghentau estiver com a razão, se trata de um segredo de Polichinelo: a Rússia foi a grande perdedora da década de 90, e ao contrário do que diz o senso comum, será a grande questionadora da nova ordem mundial, qualquer que ela seja, até que lhe devolvam - ou ela retome - o seu velho território, conquistado por Pedro o Grande e Catarina II. Por isso, a atual guerra na Geórgia não é uma guerra antiga, pelo contrário, é um anúncio do futuro.
José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Re: Georgia X Rússia
vmonteiro escreveu:Interessante essa visão, não havia percebido para esse fato, realmente faz todo sentido essas afirmações.
Reparem que pelo visto o favorecido é john mccain, que ja afirmou categoricamente que seu rival não tem experiencia internacional.
Isso nos relembra a as mentiras plantadas na midia mericana fazendo referencia a guerra contra o terror, que acabou contribuindo para que o diabo continua-se em seu posto.
Sem falar que os republicanos são tidos como mais firmes em conflitos que os apaziguados e melindrosos democratas.
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
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Re: Georgia X Rússia
28/08/2008 - 18h26
Rússia vincula cooperação sobre Irã a crise na Geórgia
Por Conor Sweeney
MOSCOU (Reuters) - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu na quinta-feira que seu país pode deixar de colaborar com o Ocidente contra o programa nuclear do Irã devido à crise na Geórgia.
Os EUA e seus aliados ameaçam suspender a cooperação com a Rússia em vários campos devido à recusa de Moscou em retirar suas tropas da Geórgia. A exemplo do Ocidente, a Rússia também tenta restringir o programa nuclear iraniano, embora habitualmente seja menos inclinada a sanções.
"Se ninguém quer conversar conosco a respeito dessas questões e se a cooperação com a Rússia não é necessária, então pelo amor de Deus, façam isso sozinhos", disse Putin à CNN.
Mas ele deixou claro que Moscou não quer romper a cooperação e que EUA e Rússia têm um interesse comum em resolver a questão do Irã.
Segundo a transcrição divulgada no site oficial de Putin (http://www.government.ru), a Rússia age de forma "consistente e consciente" a respeito do Irã "não porque alguém esteja nos pedindo e nem porque queiramos aparecer bem aos olhos de alguém". "Fazemos isso porque corresponde ao nosso interesse nacional, porque nesse campo nossos interesses coincidem com aqueles de muitos países europeus e dos Estados Unidos."
Na quinta-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, tomou a iniciativa de discutir a questão nuclear iraniana durante um encontro que manteve no Tadjiquistão com o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad.
"O presidente russo aventou a possibilidade de continuar o diálogo e a discussão", disse a jornalistas Natalia Timakova, porta-voz de Medvedev, sem entrar em detalhes.
Washington pressiona por sanções mais duras contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, e para isso precisa de apoio russo, que tem poder de veto e já aceitou três pacotes prévios de punições ao país.
Teerã diz que seu programa nuclear é pacífico.
(Reportagem de Denis Dyomkin, em Dushanbe, e Conor Sweeney, em Moscou)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reute ... 75933.jhtm
Rússia vincula cooperação sobre Irã a crise na Geórgia
Por Conor Sweeney
MOSCOU (Reuters) - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu na quinta-feira que seu país pode deixar de colaborar com o Ocidente contra o programa nuclear do Irã devido à crise na Geórgia.
Os EUA e seus aliados ameaçam suspender a cooperação com a Rússia em vários campos devido à recusa de Moscou em retirar suas tropas da Geórgia. A exemplo do Ocidente, a Rússia também tenta restringir o programa nuclear iraniano, embora habitualmente seja menos inclinada a sanções.
"Se ninguém quer conversar conosco a respeito dessas questões e se a cooperação com a Rússia não é necessária, então pelo amor de Deus, façam isso sozinhos", disse Putin à CNN.
Mas ele deixou claro que Moscou não quer romper a cooperação e que EUA e Rússia têm um interesse comum em resolver a questão do Irã.
Segundo a transcrição divulgada no site oficial de Putin (http://www.government.ru), a Rússia age de forma "consistente e consciente" a respeito do Irã "não porque alguém esteja nos pedindo e nem porque queiramos aparecer bem aos olhos de alguém". "Fazemos isso porque corresponde ao nosso interesse nacional, porque nesse campo nossos interesses coincidem com aqueles de muitos países europeus e dos Estados Unidos."
Na quinta-feira, o presidente russo, Dmitry Medvedev, tomou a iniciativa de discutir a questão nuclear iraniana durante um encontro que manteve no Tadjiquistão com o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad.
"O presidente russo aventou a possibilidade de continuar o diálogo e a discussão", disse a jornalistas Natalia Timakova, porta-voz de Medvedev, sem entrar em detalhes.
Washington pressiona por sanções mais duras contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, e para isso precisa de apoio russo, que tem poder de veto e já aceitou três pacotes prévios de punições ao país.
Teerã diz que seu programa nuclear é pacífico.
(Reportagem de Denis Dyomkin, em Dushanbe, e Conor Sweeney, em Moscou)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reute ... 75933.jhtm
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Re: Georgia X Rússia
Moscovo fez aposta máxima e muito arriscada no conflito do Cáucaso
Moscovo decidiu jogar no tudo por tudo e chamou a si o papel de coveiro do sistema de relações internacionais esquisito e fortemente distorcido, que se formou vinte anos após o fim da guerra fria, considera Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “Rússia na Política Global”.
Lukianov enumera as razões que poderão ter levado o Kremlin a fazer uma aposta tão alta e arriscada.
“Primeiro, a direcção russa, tal como a esmagadora maioria da sociedade russa, ficou claramente chocada com a envergadura e a unanimidade do apoio que Mikhail Saakachvili recebeu no Ocidente”, escreve.
“Esta atmosfera emocional e o sentimento de que é simplesmente inútil conversar com as capitais ocidentais, tornaram a posição de Moscovo ainda mais radical”, frisa ele.
“Segundo, continua Lukianov, tornou-e claro que não é possível (à Rússia) consolidar politicamente o que foi conseguido por via militar. As acções da Rússia não tiveram apoio no mundo”.
“Terceiro, o factor interno também teve a sua importância. Na atmosfera criada em torno desta guerra, era complicado fazer cedências diplomáticas e explicá-las à população (russa), mesmo tendo a televisão sob controlo”, escreve o analista.
Fiodor Lukianov considera que: “fica-se com a impressão de que a decisão de reconhecimento foi tomada para cortar a si próprio a via de recuo e, desse modo, tornar irreversível a situação na Abkházia e Ossétia do Sul”.
“Isto não mostra confiança em si, mas significa a prontidão de avançar para um grande risco. Claro que revogar a decisão tomada só poderá ser feito em condições de capitulação total e incondicional”, frisou.
“Seja como for, começou uma nova etapa. A Rússia virou decididamente de rumo, renunciando às tentativas de receber a legitimação externa dos seus passos e, em geral, de agir no quadro da lei. A aposta foi feita apenas nas próprias forças (não nos podemos apoiar em mais ninguém) e em que os os países vizinhos pensem bem quem é o verdadeiro “boss” nessa região”, continua.
O analista político considera que o Presidente Medvedev não tem “toda a razão” ao afirmar que a perspectiva de uma guerra fria não assusta o Kremlin, chamando a atenção para o facto de, na primeira guerra fria, a Rússia/URSS ser um país diferente: “bem mais forte do ponto de vista militar e político”.
Lukianov considera que “o Ocidente se adapta com dificuldade às realidades do séc. XXI: à mudança do ponteiro da balança político-económica internacional para o lado das potências emergentes do Terceiro Mundo. O sistema tornou-se muito mais multivectorial”.
“É evidente que isto também diz respeito à Rússia, tanto mais quando dispõe de um número limitado de instrumentos. Moscovo começou um jogo extremamente arriscado e com grandes apostas. Nesse jogo, tanto a vitória, como a derrota serão demolidoras”, concluiu.
eu sinceramente não esperava o reconhecimento tão rápido como foi........
Moscovo decidiu jogar no tudo por tudo e chamou a si o papel de coveiro do sistema de relações internacionais esquisito e fortemente distorcido, que se formou vinte anos após o fim da guerra fria, considera Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “Rússia na Política Global”.
Lukianov enumera as razões que poderão ter levado o Kremlin a fazer uma aposta tão alta e arriscada.
“Primeiro, a direcção russa, tal como a esmagadora maioria da sociedade russa, ficou claramente chocada com a envergadura e a unanimidade do apoio que Mikhail Saakachvili recebeu no Ocidente”, escreve.
“Esta atmosfera emocional e o sentimento de que é simplesmente inútil conversar com as capitais ocidentais, tornaram a posição de Moscovo ainda mais radical”, frisa ele.
“Segundo, continua Lukianov, tornou-e claro que não é possível (à Rússia) consolidar politicamente o que foi conseguido por via militar. As acções da Rússia não tiveram apoio no mundo”.
“Terceiro, o factor interno também teve a sua importância. Na atmosfera criada em torno desta guerra, era complicado fazer cedências diplomáticas e explicá-las à população (russa), mesmo tendo a televisão sob controlo”, escreve o analista.
Fiodor Lukianov considera que: “fica-se com a impressão de que a decisão de reconhecimento foi tomada para cortar a si próprio a via de recuo e, desse modo, tornar irreversível a situação na Abkházia e Ossétia do Sul”.
“Isto não mostra confiança em si, mas significa a prontidão de avançar para um grande risco. Claro que revogar a decisão tomada só poderá ser feito em condições de capitulação total e incondicional”, frisou.
“Seja como for, começou uma nova etapa. A Rússia virou decididamente de rumo, renunciando às tentativas de receber a legitimação externa dos seus passos e, em geral, de agir no quadro da lei. A aposta foi feita apenas nas próprias forças (não nos podemos apoiar em mais ninguém) e em que os os países vizinhos pensem bem quem é o verdadeiro “boss” nessa região”, continua.
O analista político considera que o Presidente Medvedev não tem “toda a razão” ao afirmar que a perspectiva de uma guerra fria não assusta o Kremlin, chamando a atenção para o facto de, na primeira guerra fria, a Rússia/URSS ser um país diferente: “bem mais forte do ponto de vista militar e político”.
Lukianov considera que “o Ocidente se adapta com dificuldade às realidades do séc. XXI: à mudança do ponteiro da balança político-económica internacional para o lado das potências emergentes do Terceiro Mundo. O sistema tornou-se muito mais multivectorial”.
“É evidente que isto também diz respeito à Rússia, tanto mais quando dispõe de um número limitado de instrumentos. Moscovo começou um jogo extremamente arriscado e com grandes apostas. Nesse jogo, tanto a vitória, como a derrota serão demolidoras”, concluiu.
eu sinceramente não esperava o reconhecimento tão rápido como foi........
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Re: Georgia X Rússia
não esqueçamos que um assessor do mccain disse a quem o quisesse ouvir que "um novo ataque terrorista dentro do próprio território dos EUA" seria bem benéfico para o seu candidato (depois demitiu-se mas o pensamento está lá)vmonteiro escreveu:Interessante essa visão, não havia percebido para esse fato, realmente faz todo sentido essas afirmações.
Reparem que pelo visto o favorecido é john mccain, que ja afirmou categoricamente que seu rival não tem experiencia internacional.
Isso nos relembra a as mentiras plantadas na midia mericana fazendo referencia a guerra contra o terror, que acabou contribuindo para que o diabo continua-se em seu posto.
Triste sina ter nascido português
Re: Georgia X Rússia
Saakashvili está 'aberto' a negociações com Rússia
29/08/2008 00h41
LONDRES (AFP) - O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, se disse na noite desta quinta-feira "aberto" a negociações com a Rússia, que reconheceu oficialmente na terça-feira a independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul.
"Sim, estamos abertos a todos os tipos de contatos", afirmou Saakashvili em Tbilisi em uma entrevista divulgada pela rede de televisão britânica BBC.
"Sempre fomos abertos, e ficaremos abertos", garantiu, destacando que a única condição para tais negociações é a retirada das tropas russas do território georgiano.
Um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia prevê a volta das forças georgianas a seus quartéis e o retorno das tropas russas às posições que ocupavam antes do início do conflito na Ossétia do Sul, na madrugada de 8 de agosto.
http://www.afp.com/portugues/news/stori ... 4t5dq.html
29/08/2008 00h41
LONDRES (AFP) - O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, se disse na noite desta quinta-feira "aberto" a negociações com a Rússia, que reconheceu oficialmente na terça-feira a independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul.
"Sim, estamos abertos a todos os tipos de contatos", afirmou Saakashvili em Tbilisi em uma entrevista divulgada pela rede de televisão britânica BBC.
"Sempre fomos abertos, e ficaremos abertos", garantiu, destacando que a única condição para tais negociações é a retirada das tropas russas do território georgiano.
Um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia prevê a volta das forças georgianas a seus quartéis e o retorno das tropas russas às posições que ocupavam antes do início do conflito na Ossétia do Sul, na madrugada de 8 de agosto.
http://www.afp.com/portugues/news/stori ... 4t5dq.html
Re: Georgia X Rússia
29/08/2008 - 06h19
Rússia cogita instalar bases militares na Ossétia do Sul
MOSCOU, 29 Ago 2008 (AFP) - A Rússia assinará na próxima semana um acordo para instalar bases militares na república separatista georgiana da Ossétia do Sul, afirmou uma autoridade sul-osseta à agência Interfax.
"A assinatura de um acordo de cooperação interestatal e de deslocamento de bases militares russas no território da Ossétia do Sul (...) acontecerá em 2 de setembro", disse o vice-presidente do Parlamento sul-osseta, Tarzan Kokoiti.
A Rússia reconheceu esta semana a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, outra região separatista georgiana.
A iniciativa foi alvo de fortes críticas dos países ocidentais, que também exigem a retirada total das tropas russas da Geórgia.
A Rússia decidiu ajudar a Ossétia do Sul para repelir uma tentativa georgiana de recuperar o controle sobre este território, que vive uma separação de fato desde os conflitos do início dos anos 90, e as tropas russas entraram em territóorio georgiano.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 10747.jhtm
Rússia cogita instalar bases militares na Ossétia do Sul
MOSCOU, 29 Ago 2008 (AFP) - A Rússia assinará na próxima semana um acordo para instalar bases militares na república separatista georgiana da Ossétia do Sul, afirmou uma autoridade sul-osseta à agência Interfax.
"A assinatura de um acordo de cooperação interestatal e de deslocamento de bases militares russas no território da Ossétia do Sul (...) acontecerá em 2 de setembro", disse o vice-presidente do Parlamento sul-osseta, Tarzan Kokoiti.
A Rússia reconheceu esta semana a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, outra região separatista georgiana.
A iniciativa foi alvo de fortes críticas dos países ocidentais, que também exigem a retirada total das tropas russas da Geórgia.
A Rússia decidiu ajudar a Ossétia do Sul para repelir uma tentativa georgiana de recuperar o controle sobre este território, que vive uma separação de fato desde os conflitos do início dos anos 90, e as tropas russas entraram em territóorio georgiano.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 10747.jhtm
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Re: Georgia X Rússia
The Puppet Masters Behind Georgia President Saakashvili
By F. William Engdahl, 12 August, 2008
The controversy over the Georgian surprise military attacks on South Ossetia and Abkhazia on 8.8.08 makes a closer look at the controversial Georgian President and his puppet masters important. An examination shows 41 year old Mikhail Saakashvili to be a ruthless and corrupt totalitarian who is tied to not only the US NATO establishment, but also to the Israeli military and intelligence establishment. The famous ‘Rose Revolution of November 2003 that forced the ageing Edouard Shevardnadze from power and swept the then 36 year old US university graduate into power was run and financed by the US State Department, the Soros Foundations, and agencies tied to the Pentagon and US intelligence community.
texto completo
http://www.engdahl.oilgeopolitics.net/p ... hvili.html
By F. William Engdahl, 12 August, 2008
The controversy over the Georgian surprise military attacks on South Ossetia and Abkhazia on 8.8.08 makes a closer look at the controversial Georgian President and his puppet masters important. An examination shows 41 year old Mikhail Saakashvili to be a ruthless and corrupt totalitarian who is tied to not only the US NATO establishment, but also to the Israeli military and intelligence establishment. The famous ‘Rose Revolution of November 2003 that forced the ageing Edouard Shevardnadze from power and swept the then 36 year old US university graduate into power was run and financed by the US State Department, the Soros Foundations, and agencies tied to the Pentagon and US intelligence community.
texto completo
http://www.engdahl.oilgeopolitics.net/p ... hvili.html
Triste sina ter nascido português
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Re: Georgia X Rússia
http://www.realclearpolitics.com/articl ... ar_ii.htmlAugust 19, 2008
Who Started Cold War II?
By Patrick Buchanan
The American people should be eternally grateful to Old Europe for having spiked the Bush-McCain plan to bring Georgia into NATO.
Had Georgia been in NATO when Mikheil Saakashvili invaded South Ossetia, we would be eyeball to eyeball with Russia, facing war in the Caucasus, where Moscow's superiority is as great as U.S. superiority in the Caribbean during the Cuban missile crisis.
If the Russia-Georgia war proves nothing else, it is the insanity of giving erratic hotheads in volatile nations the power to drag the United States into war.
From Harry Truman to Ronald Reagan, as Defense Secretary Robert Gates said, U.S. presidents have sought to avoid shooting wars with Russia, even when the Bear was at its most beastly.
Truman refused to use force to break Stalin's Berlin blockade. Ike refused to intervene when the Butcher of Budapest drowned the Hungarian Revolution in blood. LBJ sat impotent as Leonid Brezhnev's tanks crushed the Prague Spring. Jimmy Carter's response to Brezhnev's invasion of Afghanistan was to boycott the Moscow Olympics. When Brezhnev ordered his Warsaw satraps to crush Solidarity and shot down a South Korean airliner killing scores of U.S. citizens, including a congressman, Reagan did -- nothing.
These presidents were not cowards. They simply would not go to war when no vital U.S. interest was at risk to justify a war. Yet, had George W. Bush prevailed and were Georgia in NATO, U.S. Marines could be fighting Russian troops over whose flag should fly over a province of 70,000 South Ossetians who prefer Russians to Georgians.
The arrogant folly of the architects of U.S. post-Cold War policy is today on display. By bringing three ex-Soviet republics into NATO, we have moved the U.S. red line for war from the Elbe almost to within artillery range of the old Leningrad.
Should America admit Ukraine into NATO, Yalta, vacation resort of the czars, will be a NATO port and Sevastopol, traditional home of the Russian Black Sea Fleet, will become a naval base for the U.S. Sixth Fleet. This is altogether a bridge too far.
And can we not understand how a Russian patriot like Vladimir Putin would be incensed by this U.S. encirclement after Russia shed its empire and sought our friendship? How would Andy Jackson have reacted to such crowding by the British Empire?
As of 1991, the oil of Kazakhstan, Turkmenistan and Azerbaijan belonged to Moscow. Can we not understand why Putin would smolder as avaricious Yankees built pipelines to siphon the oil and gas of the Caspian Basin through breakaway Georgia to the West?
For a dozen years, Putin & Co. watched as U.S. agents helped to dump over regimes in Ukraine and Georgia that were friendly to Moscow.
If Cold War II is coming, who started it, if not us?
The swift and decisive action of Putin's army in running the Georgian forces out of South Ossetia in 24 hours after Saakashvili began his barrage and invasion suggests Putin knew exactly what Saakashvili was up to and dropped the hammer on him.
What did we know? Did we know Georgia was about to walk into Putin's trap? Did we not see the Russians lying in wait north of the border? Did we give Saakashvili a green light?
Joe Biden ought to be conducting public hearings on who caused this U.S. humiliation.
The war in Georgia has exposed the dangerous overextension of U.S. power. There is no way America can fight a war with Russia in the Caucasus with our army tied down in Afghanistan and Iraq. Nor should we. Hence, it is demented to be offering, as John McCain and Barack Obama are, NATO membership to Tbilisi.
The United States must decide whether it wants a partner in a flawed Russia or a second Cold War. For if we want another Cold War, we are, by cutting Russia out of the oil of the Caspian and pushing NATO into her face, going about it exactly the right way.
Vladimir Putin is no Stalin. He is a nationalist determined, as ruler of a proud and powerful country, to assert his nation's primacy in its own sphere, just as U.S. presidents from James Monroe to Bush have done on our side of the Atlantic.
A resurgent Russia is no threat to any vital interests of the United States. It is a threat to an American Empire that presumes some God-given right to plant U.S. military power in the backyard or on the front porch of Mother Russia.
Who rules Abkhazia and South Ossetia is none of our business. And after this madcap adventure of Saakashvili, why not let the people of these provinces decide their own future in plebiscites conducted by the United Nations or the Organization for Security and Cooperation in Europe?
As for Saakashvili, he's probably toast in Tbilisi after this stunt. Let the neocons find him an endowed chair at the American Enterprise Institute.
Triste sina ter nascido português
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Re: Georgia X Rússia
Senhores.
Segundo a agência Reuters, a Grande Rússia, essa terra cercada de vermes ocidentais norte-americanos e dos seus aliados desse verme que é o NATO, ganhou o seu primeiro parceiro (não ex-soviético) na Cruzada Santa contra o Grande Satã.
A Venezuela de Hugo Chavez acaba de se tornar, em parceria com a grande democracía da Bielorússia, o primeiro país a apoiar independência da Abkházia e da Ossétia.
http://uk.reuters.com/article/oilRpt/id ... dChannel=0
Enquanto o Lula for presidente do Brasil, ninguém precisa temer nada nem ninguém.
Se amanhã, por «azar», o Brasil elege um presidente a que o Chavez não possa chamar de «Compañero», eu acho melhor começarem a verificar os passaportes dos Índios, não vá alguém começar a distribui-los...
Segundo a agência Reuters, a Grande Rússia, essa terra cercada de vermes ocidentais norte-americanos e dos seus aliados desse verme que é o NATO, ganhou o seu primeiro parceiro (não ex-soviético) na Cruzada Santa contra o Grande Satã.
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http://uk.reuters.com/article/oilRpt/id ... dChannel=0
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Re: Georgia X Rússia
Ele que TENTE...
Vou mais longe, mesmo o Brasil elegendo um neocon ultradireitista de linha duríssima, os EUA e a UE ainda seriam um perigo muito maior do que a Venezuela, a reativação da 4.ª frota demonstra isso à exaustão, evidencia QUEM está mesmo de olho em nós...
Ah, PT véio, e parece que CUBA já havia apoiado os Russos antes da Venezuela (saudades da mesada?)...
Constatação entristecedora: uma guerra fria sem comunas comedores de criancinhas não tem graça, chega a dar saudades do Império do Mal, a malvada URSS, mãe dos pecados do mundo, sai capeta vermelho, xô satanás bolchevique...
Vou mais longe, mesmo o Brasil elegendo um neocon ultradireitista de linha duríssima, os EUA e a UE ainda seriam um perigo muito maior do que a Venezuela, a reativação da 4.ª frota demonstra isso à exaustão, evidencia QUEM está mesmo de olho em nós...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Georgia X Rússia
pt escreveu:Senhores.
Segundo a agência Reuters, a Grande Rússia, essa terra cercada de vermes ocidentais norte-americanos e dos seus aliados desse verme que é o NATO, ganhou o seu primeiro parceiro (não ex-soviético) na Cruzada Santa contra o Grande Satã.
A Venezuela de Hugo Chavez acaba de se tornar, em parceria com a grande democracía da Bielorússia, o primeiro país a apoiar independência da Abkházia e da Ossétia.
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Carissimo PT, poderia por favor explicar-me quais motivos (fatos) o levam a crer que NOS brasileiros (vc nao e brasileiro pode dormir tranquilo) devemos TEMER o governo de Chavez somente porque o mesmo reconheceu a independencia (legitima) de 2 territorios de outro lado do mundo?
Senhores, sejamos razoáveis.
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Re: Georgia X Rússia
eu por mim só subscrevo as palavras sábias od PÉRFIDO COMUNA COMEDOR DE CRIANCINHAS AO PIKENO ALMOÇO, que dá pelo nome de PAT BUCHANAN
qualquer dia veremos o Buchanan aos abraços ao Chavez, apelando á Revolução Bolivariana.
Malvados Bolcheviques Hunos e Bárbaros, vampiros mafiosos e corruptos a soldo da Gazprom e da máfia russa, ex-agentes da KGB!
Ao invés dos honestos admnistradores da Halliburton, essa Bela Instituição filantrópica
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Re: Georgia X Rússia
From The Times
August 30, 2008
Georgia's wounded troops tell of their surprise when Russia attacked
James Hider in Tbilisi
Major Malkhaz Dumbatze was in a celebratory mood. His 14 Georgian tanks had just taken control of the rebel South Ossetian capital, Tskhinvali, and he was already looking forward to a trip to Israel to study new battle command systems. The jets flying over the city, where his men were mopping up Ossetian snipers, he took to be Georgian fighters.
Major Dumbatze is still going to Israel, but now it is to have reconstruction surgery on his legs. The aircraft he had spotted were in fact Russian, and one of them dropped two bombs on his armoured unit.
Speaking with difficulty because half his teeth had been blown out by shrapnel that exited through his throat, the battalion commander was undaunted about the future of his crushed army.
“I'm 100 per cent sure we'll recover from this,” he said, his wounded comrades on either side of his bed in a Tbilisi hospital.
Georgia's soldiers, trained by US and Israeli advisers, are gung-ho about returning to the fray, though some unanswered questions still hang in the air - such as the advisability of taking on their giant neighbour without adequate anti-air defences.
Major Dumbatze, 33, denied any knowledge of atrocities committed in Georgia's initial assault on Tskhinvali. His men were hunting down remaining militiamen and had left their armour in the open only because they thought they had won, bringing 17 years of secession to an end. “It was a dream for all Georgian soldiers,” he said. “I didn't expect the Russians. I thought it was politically sealed, the Russian and Georgian Governments made some kind of agreement.”
There was no deal, as he discovered to his cost. As a loyal officer he avoided criticising his Government during the crisis, but admitted that “if you thought the Russians would attack, you'd have to be mad” to launch such an operation. “But we never expected them to attack - if you see the bear coming, you either get under a rock or out of the way.”
Corporal Tristani Chinditze, 20, never even made it as far as the battlefield. His unit was on its way to the front line in lorries and Jeeps when they were ambushed by a much larger Russian force of tanks and infantry.
“Maybe without their planes we could have won. That's why I went - I thought we could win,” he said, just before doctors wheeled him out for an operation to save his legs. Both limbs were shredded by shrapnel from a tank shell. “There were three brigades, plenty of them were wounded. We were in trucks and we had no chance to open fire.”
He lay wounded on the battlefield for two days, surrounded by the dead bodies of his comrades. “Other injured soldiers could crawl and help themselves, but I couldn't move. I'm surprised I survived.” Eventually Georgian civilians came and took him to hospital, where he remains.
Sergeant Paata Veshaguri, 24, a stocky man who was admitted to hospital for concussion before returning to the front, was also upbeat about his army's performance against the numerically superior Russians. “We were smaller but better trained,” he said, praising his US and Israeli military teachers. “We not only held our lines but advanced. But the Government was thinking of how the Russians had threatened to bomb Tbilisi.” It ordered his men to pull back.
He said that he had not expected any Western countries to give Georgia military support, but suspected that the Government may have been counting on such aid. “Probably on a high level they expected this, because of all the training and equipment and foreign investment,” he said.
All the soldiers said they were ready to fight again once they had recovered and their forces had been re-equipped. “I will go everywhere for my country, any time and anywhere,” said Major Dumbatze. “If I can walk, I'll do my best for my country.”
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/w ... 636590.ece
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Re: Georgia X Rússia
Tulio, os americanos não precisam de utilizar Quartas Frotas contra o Brasil. Têm métodos muuito mais eficientes.Vou mais longe, mesmo o Brasil elegendo um neocon ultradireitista de linha duríssima, os EUA e a UE ainda seriam um perigo muito maior do que a Venezuela, a reativação da 4.ª frota demonstra isso à exaustão, evidencia QUEM está mesmo de olho em nós...
O Chavez tem uma fronteira directa com o Brasil e é líder e promotor de um sistema político que é incompatível com a Liberdade dos cidadãos. Este tipo de entidade costuma criar problemas, muitas vezes para justifcação interna dos seus actos.
Chavez está ao lado das ditaduras e defende países que têm tradição de invadir os seus vizinhos, e matar as suas populações.
Na verdade, se os Estados Unidos nada fizeram contra Cuba, parece um pouco meio estrambólico achar que fariam alguma coisa contra um país 20 vezes maior.
A 4ª frota, tem a ver com África e com a costa africana, de onde neste momento vem uma parte muito considerável do petróleo americano.
O problema é que o Chavez aceita que se pode passar passaportes Venezuelanos a cidadãos de países vizinhos, e depois defende-los...