Pessoalmente não vejo diferença nenhuma, pois desde o inicio que a questão foi relativamente pacífica.Ahhhhh mudou sim!! Agora é outro bláblábla
Para quem já esqueceu, os americanos começaram logo desde o inicio por dizer que a Russia tinha reagido com força desproporcionada.
Se os americanos disseram que os russos reagiram com força desproporcionada como é que se pode afirmar que tinham dito outra coisa ?
Os americanos nunca disseram outra coisa.
O problema, é o anti-americanismo primário.
É evidente que a Rússia exagerou na medida e é evidente também que a reação russa é uma ameaça a todos os países europeus.
A Rússia não pode ser «cercada» pela Geórgia. É a mesma coisa que acusar o Uruguai de cercar o Brasil
Logo, a reação exagerada dos russos foi isso mesmo, exagerada.
Além disto, hoje começa a haver dúvidas sobre que razões levaram a Rússia a entrar nessa aventura, porque os oligarcas (Presidente Medvedev) não parecem ter gostado muito.
Mas quando as coisas começaram já não havia muita coisa para fazer e o presidente Medvedev já não tinha margem de manobra.
Putin, mostrou assim quem manda, e como já vimos, são as tropas do Ministério do Interior, que podemos identificar pelos tanques, pois são as forças que ainda tem tanques T-62 as últimas a sair, quando as tropas do exército (tanques T-72A e T-72B modernizados) já tinham começado a saír.
O presidente ficou refém da acção militar de Putin, porque a imediata acção da imprensa russa, criou um genocídio contra cidadãos russos e Medvedev pura e simplesmente não tinha outra opção que não fosse a de apoiar a decisão.
Durante a última semana, vimos continuas demonstrações de que as tropas russas não cumpriam as ordens de retirada do presidente, o que nem é de estranhar, porque a maioria das tropas que estavam a ocupara a Geórgia estavam sob as ordens directas do Primeiro Ministro.
A divulgação da notícia por parte de alguém ligado aos Estados Unidos, de que o presidente da Georgia tinha sido avisado para não se meter em aventuras (o que aliás já tinha sido referido várias vezes e quase logo a seguir ao inicio do conflito) é provavelmente uma forma de tentar amenizar as coisas de forma a que possam ser apresentadas na imprensa russa.
Os russos queriam a cabeça de Saakashvilli, pelo qual o Putin tem um ódio de estimação (que aliás é recíproco) e mesmo neste fórum vimos os mais entusiastas a profetizar o fim dele e da própria Geórgia.
Mas à medida que o tempo passa, as coisas não parecem ter corrido por esse caminho, mas como já disse antes, a Rússia, ou o governo da Rússia, não se pode dar ao luxo de parecer fraco.
Para os grandes filósofos da Rússia, e vide os escritos do próprio Alexander Soljenitsin (falecido há dias) a Rússia não pode ser uma Democracia, será sempre um regime com um líder forte e sem ele desagrega-se.
Esse líder forte, que é neste momento o Putin, não pode perder a cara, por isso é natural se virmos várias notícias como esta, que podem com mais facilidade entrar no circuito de notícias russas sem serem censuradas, seguindo mais uma vez o mesmo «spin» que já vimos aqui:
Afirmar que a América reconhece AGORA uma coisa, que era óbvio que reconhecia desde o inicio do conflito.