F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
Senhores,
Havia dito no fórum, numa conversa com o Orestes (vide mensagem abaixo, extraída do tópico SU-35 News), que pensava que os mísseis ar-ar semi-conformais aumentariam muito pouco o RCS do caça.
O colega Orestes explicou-me então, pacientemente, que qualquer cargas externa eleva consideravelmente o RCS, fazendo com que um RCS original de "laboratório" de 0,003 m2 saltasse para uma faixa entre 1 e 3 m2. Acredito que seja isto mesmo que aconteça numa situação "normal".
Mas, qual não foi minha surpresa ao me deparar hoje com dois textos de fóruns estrangeiros, reportando uma notícia da conceituada Janes, dizendo da intenção da Grã-Bretanha em utilizar os mísseis ASRAAM em cabides externos, alegando que o míssil tem uma assinatura muito pequena e que houve o desenvolvimento de um cabide "stealth".
Então, será que minha suspeita estava correta e a assinatura radar de aviões como o Rafale/Typhoon/SU-35 não seria tão aumentada assim com mísseis ar-ar ?
Os links são:
http://www.strategypage.com/militaryforums/6-51769.aspx
http://www.f-16.net/news_article2762.html
Abraço a todos,
Luerti
"Prezado Orestes
Seu ponto de vista acerca do RCS de um caça é muito bem fundamentado, o que não é de se estranhar vindo de você. Concordo com a quase totalidade dos pontos levantados, com apenas uma exceção: o caça com mísseis ar-ar conformais.
Assim, no meu caso, não se trata de falta de interesse ou mesmo de acompanhamento inadequado das idéias lançadas pelo colega, mas de discordância de entendimento mesmo, repito, em relação especificamente ao ponto acima.
Posso estar completamente enganado, mas não consigo imaginar um Typhoon com o acréscimo de 2 ou 3m2 no RCS com a utilização dos mísseis ar-ar conformais (semi). Custo a acreditar que os Europeus teriam gasto tanto dinheiro numa plataforma que sabiam que no final teria uma assinatura prática parecida com aquela de aviões como o F-15 e F-16...
Ora, se no final todos terão uma assinatura radar parecida, prefiro então comprar um F-16 C block 52 (não fosse o código-fonte...), que custa aproximadamente a metade do preço do Typhoon. Este é o raciocínio.
Por outro lado, e no sentido inverso, depois de ler sua mensagem ontem à noite, veio à cabeça a imagem do probe de reabastecimento do Rafale, onde os franceses não se preocuparam em torná-lo retrátil, o que obviamente aumenta o RCS. Pensei eu: deixaram ali porque já sabem que de qualquer forma o RCS aumentará com cargas externas. O mesmo vale para outros itens da fuselagem que sabidamente aumentam o RCS.
Como resumo da ópera, e voltando ao exemplo do Typhoon, penso que haverá sim um considerável aumento do RCS, mas que não será tão grande como já se disse aqui. Quem sabe o RCS aumente com mísseis ar-ar para 0,5 ou 0,7m2 e não para 2 ou 3 m2. Ainda mais se os mísseis tiverem tinta absorvente. É isto.
Forte Abraço,
Luerti"
Havia dito no fórum, numa conversa com o Orestes (vide mensagem abaixo, extraída do tópico SU-35 News), que pensava que os mísseis ar-ar semi-conformais aumentariam muito pouco o RCS do caça.
O colega Orestes explicou-me então, pacientemente, que qualquer cargas externa eleva consideravelmente o RCS, fazendo com que um RCS original de "laboratório" de 0,003 m2 saltasse para uma faixa entre 1 e 3 m2. Acredito que seja isto mesmo que aconteça numa situação "normal".
Mas, qual não foi minha surpresa ao me deparar hoje com dois textos de fóruns estrangeiros, reportando uma notícia da conceituada Janes, dizendo da intenção da Grã-Bretanha em utilizar os mísseis ASRAAM em cabides externos, alegando que o míssil tem uma assinatura muito pequena e que houve o desenvolvimento de um cabide "stealth".
Então, será que minha suspeita estava correta e a assinatura radar de aviões como o Rafale/Typhoon/SU-35 não seria tão aumentada assim com mísseis ar-ar ?
Os links são:
http://www.strategypage.com/militaryforums/6-51769.aspx
http://www.f-16.net/news_article2762.html
Abraço a todos,
Luerti
"Prezado Orestes
Seu ponto de vista acerca do RCS de um caça é muito bem fundamentado, o que não é de se estranhar vindo de você. Concordo com a quase totalidade dos pontos levantados, com apenas uma exceção: o caça com mísseis ar-ar conformais.
Assim, no meu caso, não se trata de falta de interesse ou mesmo de acompanhamento inadequado das idéias lançadas pelo colega, mas de discordância de entendimento mesmo, repito, em relação especificamente ao ponto acima.
Posso estar completamente enganado, mas não consigo imaginar um Typhoon com o acréscimo de 2 ou 3m2 no RCS com a utilização dos mísseis ar-ar conformais (semi). Custo a acreditar que os Europeus teriam gasto tanto dinheiro numa plataforma que sabiam que no final teria uma assinatura prática parecida com aquela de aviões como o F-15 e F-16...
Ora, se no final todos terão uma assinatura radar parecida, prefiro então comprar um F-16 C block 52 (não fosse o código-fonte...), que custa aproximadamente a metade do preço do Typhoon. Este é o raciocínio.
Por outro lado, e no sentido inverso, depois de ler sua mensagem ontem à noite, veio à cabeça a imagem do probe de reabastecimento do Rafale, onde os franceses não se preocuparam em torná-lo retrátil, o que obviamente aumenta o RCS. Pensei eu: deixaram ali porque já sabem que de qualquer forma o RCS aumentará com cargas externas. O mesmo vale para outros itens da fuselagem que sabidamente aumentam o RCS.
Como resumo da ópera, e voltando ao exemplo do Typhoon, penso que haverá sim um considerável aumento do RCS, mas que não será tão grande como já se disse aqui. Quem sabe o RCS aumente com mísseis ar-ar para 0,5 ou 0,7m2 e não para 2 ou 3 m2. Ainda mais se os mísseis tiverem tinta absorvente. É isto.
Forte Abraço,
Luerti"
"Os primeiros quarenta anos da vida dão o texto, os trinta anos restantes possibilitam o comentário".
Arthur Schopenhauer
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Re: F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
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- Carlos Lima
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Re: F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
Fantástico saber que existem desenvolvimentos nessa área
Resta saber como eles irão resolver o problema dos próprios sensores dos mísseis que por si só aumentam o RCS. Em todo o caso para mísseis ar-ar pequenos como esse isso não deve ser tão problemático.
Quanto aos cabides vai ser interessante ver exatamente qual a solução adotada pois esses realmente não ajudam em nada o RCS (especialmente lateral)
Valeu pela notícia
[]s
CB_Lima
Resta saber como eles irão resolver o problema dos próprios sensores dos mísseis que por si só aumentam o RCS. Em todo o caso para mísseis ar-ar pequenos como esse isso não deve ser tão problemático.
Quanto aos cabides vai ser interessante ver exatamente qual a solução adotada pois esses realmente não ajudam em nada o RCS (especialmente lateral)
Valeu pela notícia
[]s
CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima
Re: F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
cb_lima escreveu:Fantástico saber que existem desenvolvimentos nessa área
Resta saber como eles irão resolver o problema dos próprios sensores dos mísseis que por si só aumentam o RCS. Em todo o caso para mísseis ar-ar pequenos como esse isso não deve ser tão problemático.
Quanto aos cabides vai ser interessante ver exatamente qual a solução adotada pois esses realmente não ajudam em nada o RCS (especialmente lateral)
Valeu pela notícia
[]s
CB_Lima
Obrigado. Aguardo o comentário da turma !
Abraços,
Luerti
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Arthur Schopenhauer
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Re: F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
Em relação ao RCS e ao impacto dos cabides externos, estou confuso.
Apreciei a explanação do Orestes sobre toda a dinâmica da furtividade e da diminuição do RCS, lá no tópico SU-35 News. É muito bem arrazoada.
Mas, quando já estava a pacificar meu entendimento, aí vem a notícia do F-35 com asraam.
Duas observações:
a) o asraam é um míssil praticamente "liso" e leve;
b) será que a Inglaterra já está contando que o RCS do F-35 seria inevitavelmente aumentado com a iluminação "lateral" de que serão capazes os radares PESA/AESA (vide Irbis), que podem chegar a 240º ? É, pois quem sabe pensem "já que a assinatura lateral vai ser maior de qualquer jeito", saltando hipoteticamente para 0,1 m2 em termos laterais, então compense acrescer dois mísseis externos, aumentando o RCS para apenas 0,2 m2, sendo que este suposto acréscimo de 0,1 para 0,2 m2 em pouco altera o alcance de detecção prática do radar adversário.
Será que é isto ?
Abraços,
Luerti
Apreciei a explanação do Orestes sobre toda a dinâmica da furtividade e da diminuição do RCS, lá no tópico SU-35 News. É muito bem arrazoada.
Mas, quando já estava a pacificar meu entendimento, aí vem a notícia do F-35 com asraam.
Duas observações:
a) o asraam é um míssil praticamente "liso" e leve;
b) será que a Inglaterra já está contando que o RCS do F-35 seria inevitavelmente aumentado com a iluminação "lateral" de que serão capazes os radares PESA/AESA (vide Irbis), que podem chegar a 240º ? É, pois quem sabe pensem "já que a assinatura lateral vai ser maior de qualquer jeito", saltando hipoteticamente para 0,1 m2 em termos laterais, então compense acrescer dois mísseis externos, aumentando o RCS para apenas 0,2 m2, sendo que este suposto acréscimo de 0,1 para 0,2 m2 em pouco altera o alcance de detecção prática do radar adversário.
Será que é isto ?
Abraços,
Luerti
"Os primeiros quarenta anos da vida dão o texto, os trinta anos restantes possibilitam o comentário".
Arthur Schopenhauer
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Re: F-35 com mísseis ASRAAM em cabides externos
Olha,
Realmente 'e uma questao a ser pensada...
Temos ai 2 coisas acontecendo para tentar solucionar o problema de 'cargas externas':
1. Misseis com menor assinatura
2. Cabides com menor assinatura
O que ocorre 'e que no fim das contas essas sao 'alternativas' para emprego da aeronave em cenarios aonde a configuracao 'mais limpa' (menor rcs) nao seja assim tao necessaria.
O recado que os ingleses acho que estao tentando passar 'e que existem pelos menos 3 tipos de cenarios para emprego dessas aeronaves:
1. Totalmente limpo com armas internas (rcs aproveitado ao maximo)
2. Parcialmente limpo com emprego desse tipo de cabides e misseis mais 'stealth' (cenario da reportagem - novo cenario)
3. Cenario 'sujo' (armas 'convencionais' em cabides stealth/nao stealth)
Para exportacao isso 'e otimo pois acaba agregando mais alternativas de emprego da aeronave (imagina um pais desenvolver um missil com pequeno rcs mas de dificil integracao no compartimento interno do F-35, com o uso de tais cabides vc compromete um pouco o rcs, mas de um modo geral a aeronave nao esta comprometida).
'E isso que eu penso
[]s
CB_Lima
Realmente 'e uma questao a ser pensada...
Temos ai 2 coisas acontecendo para tentar solucionar o problema de 'cargas externas':
1. Misseis com menor assinatura
2. Cabides com menor assinatura
O que ocorre 'e que no fim das contas essas sao 'alternativas' para emprego da aeronave em cenarios aonde a configuracao 'mais limpa' (menor rcs) nao seja assim tao necessaria.
O recado que os ingleses acho que estao tentando passar 'e que existem pelos menos 3 tipos de cenarios para emprego dessas aeronaves:
1. Totalmente limpo com armas internas (rcs aproveitado ao maximo)
2. Parcialmente limpo com emprego desse tipo de cabides e misseis mais 'stealth' (cenario da reportagem - novo cenario)
3. Cenario 'sujo' (armas 'convencionais' em cabides stealth/nao stealth)
Para exportacao isso 'e otimo pois acaba agregando mais alternativas de emprego da aeronave (imagina um pais desenvolver um missil com pequeno rcs mas de dificil integracao no compartimento interno do F-35, com o uso de tais cabides vc compromete um pouco o rcs, mas de um modo geral a aeronave nao esta comprometida).
'E isso que eu penso
[]s
CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima