Bolovo escreveu:Santiago escreveu:
Carlos,
Os interesses americanos são globais, do tamanho de sua economia.
Quando a India, Russia e China tiverem interesses globais, haverá tb presença global dos membros deste grupo por aqui, goste o Brasil ou não, e podera haver provaveis choques e disputas entre eles. A Venezuela de Chavez está buscando se alinhar com qq um anti-EUA. Não duvidaria que se alinhasse facilmente com a URSS se esta ainda existisse.
Imaginemos que nos proximos 10-20 anos a situação politica mundial piore, que volte um ambiente de guerra fria multipolar (ao contrario do cenario de paz angelical multilateral e multipolar). Russia de um lado, EUA e UE de outro, China e India em lados independentes. Todos com interesses globais e todos com capacidade de destruir o mundo.
O que ocorre com potências médias sem capacidade de aniquilar os adversarios e paises pequenos? Normalmente há dois caminhos: vão se alinhar por interesses mutuos e afinidades culturais, sociais, etc; ou vão tentar permanecer neutros, estilo Suiça e Suécia (papel complicado).
Se o Brasil quer ser superpotência, isso 1o tem que ser o projeto nacional. E a janela no cenário internacional, desde o fim da Guerra Fria, é a melhor possivel para o processo de catching up. Porém há coisas básicas que não acompanham o script: educação de baixa qualidade, ineficiência do setor publico, baixo investimentos em C&T, baixo investimento nas FAs, etc, etc. Melhoramos? sim, mas vamos ter que melhorar muito mais e mais rápido. A grande questão é quando a chapa esquentar, o que poderemos ser? Grande potência ou potência média? Vamos ter cacife para ser neutros ou vamos ter que nos alinhar? E com quem?
Com relação aos EUA...
São os principais investidores no Brasil, maior que toda a UE somada. Possuem de longe o maior estoque de investimentos em terras brasileiras.
É tb o principal destino dos investimentos brasileiros no exterior.
Em termos de comércio, são os principais parceiros. São os principais compradores de produtos industrializados do Brasil.
Em termos de negócios a AMCHAM de São Paulo é a maior fora dos EUA e tem como associados a quase totalidade das 500 maiores empresas americanas, que por sua vez estão já presentes no Brasil. Na realidade uma grande parcela do PIB brasileiro é associado a AMCHAM.
Em termos de imigração, é onde há a maior comunidade de brasileiros no exterior.
É o principal destino de intercâmbio de estudantes brasileiros.
É o principal destino de turistas brasileiros no exterior.
Com tudo isso, as relações acabam atingindo uma alto grau de complexidade e de interesses mutuos.
Alguém precisa avisar a NJ que os americanos já estão massiçamente por aqui há muito tempo.
[]s
Nossa! Muito didático!
X100000
Há coisas que não percebo aqui no fórum, esta é uma delas. Porque se manipulam os números para agitar bandeiras de outro país? Quando se faz do próprio eu compreendo, agora de terceiros...
A AMCHAM é somente uma casa de lobby, uma espécie de IURD empresarial, nada mais que isso. Digo isto. não por desprimor à AMCHAM, mas todas as Camâras de Comercio do mundo não passam disso e eu conheço muitas.
Quanto aos números:
http://ec.europa.eu/trade/issues/bilate ... dex_en.htm
Brazil is an emerging economy and major agricultural power. It is an important leader in global trade negotiations as a representative for the G20 group of developing countries.
The EU is Brazil's biggest trading partner, accounting for 22.5% of its total trade. It is part of Mercosur and part of the EU's ongoing negotiations for a free trade agreement with that regional group. Brazil is the single biggest exporter of agricultural products to the EU, accounting for 13% of total EU imports. Despite its size, Brazil only ranks as the EU's 10 th trading partner. In goods, the EU runs an overall trade deficit with Brazil of over €11 billion although it has a surplus in services trade of €500 million.
It is also the biggest foreign investor in Brazil. The Brazilian market is relatively highly protected and the EU consistently encourages Brazil to reduce tariff and non-tariff barriers, and to establish a stable regulatory environment for European investors and traders. Brazil is a key interlocutor for the EU in the on-going WTO Doha Round of world trade talks because it is a representative of the G20 group of advanced developing countries.
Trade in goods
EU goods exports to Brazil 2007: €21.2billion
EU goods imports from Brazil 2007: €32.3billion
Main EU imports from Brazil are primary products, in particular agricultural products. However, manufactured products such as machinery and transport equipment represent almost one third of Brazilian exports to the EU. The EU exports mainly manufactured products to Brazil; machinery, transport equipment and chemicals.
Trade in services
EU services exports to Brazil 2006: €5.1billion
EU services imports from Brazil 2006: €4.6billion
Foreign Direct Investment
EU investment flows to Brazil 2006: €5.1 billion
Brazil investment flows to EU 2006: €1.1 billion
EU investment stocks in Brazil 2006: €88 billion
Brazil investment stocks in EU 2006: €10.5 billion
More statistics
EU-Mercosur negotiations
The backbone of the EU's future bilateral trade relations with Brazil will be a wide-ranging EU-Mercosur Association Agreement aims at the creation of a free trade area. This agreement is currently under negotiation. This agreement should provide a boost to regional trade integration among the countries of Mercosur and stimulate new trade with the EU by removing tariff and non-tariff barriers to trade. The Mercosur-EU FTA will cover, among other issues, trade in goods and services, investment, intellectual property rights (IPR) aspects including protection of geographical indications, government procurement, technical barriers to trade and sanitary and phytosanitary issues.
Until summer 2004 there was gradual but substantial progress in the negotiation. However this stalled in September 2004. Since then, regular contacts have been held at both ministerial and technical level in order to explore ways on how to re-engage the process. However, the EU-Mercosur negotiations are linked to the WTO Doha world trade talks and in particular to the question of market access for agriculture and industrial goods and services. Both the EU and Mercosur recognise that greater clarity on the outcome of the Doha talks is necessary before an EU-Mercosur agreement can proceed to a conclusion.
WTO
A successful conclusion of the Doha round would contribute significantly to a more open and stable environment for trade and investment for both the EU and Brazil. Brazil is part of the G20 group of advanced developing countries; a group which the EU has urged to show the greatest possible flexibility in order to reach a successful outcome to the Doha talks.