Georgia X Rússia
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Re: Georgia X Rússia
Ação russa expõe fiasco do Ocidente
Em uma semana, Putin redesenha mapa político da região e reduz possibilidade de a Geórgia ingressar na Otan
Ian Traynor e Ian Black, The Guardian
A decisão do Kremlin, na terça-feira, de decretar um cessar-fogo após cinco dias de ataques contra a Geórgia deixou a Rússia dona da situação no litoral do Mar Negro e na bacia do Cáspio, ricos em petróleo.
A vitória rápida e fácil expõe a atual incapacidade do Ocidente de pressionar diante da Rússia que renasce, apesar de vários anos de fortes investimentos políticos dos EUA na Geórgia. Na briga pela supremacia em uma região estratégica, o equilíbrio pende perigosamente para um lado. Pela primeira vez desde o colapso do comunismo, a Rússia mostrou com sucesso, e em plena impunidade, seu poder de fogo em outro país. "Esta não é a Rússia de 1993 ou 1994, quando estava terrivelmente enfraquecida", disse um representante da União Européia. "Os russos agora estão negociando de uma posição de força."
As conseqüências da impensada jogada do presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, de invadir a Ossétia do Sul, na semana passada, e a derrota total dos georgianos pelas mãos de Vladimir Putin serão sentidas em várias direções. Em menos de uma semana, o premiê russo redesenhou o mapa político da região disputada entre Rússia, Turquia e Irã.
"Não estamos numa boa situação", disse um ex-funcionário do Pentágono que durante muito tempo se dedicou à Geórgia. "Trabalhamos na questão georgiana por quatro anos, e fracassamos. Todo mundo é culpado. Mas Putin está jogando suas cartas de modo brilhante. Ele sabe exatamente o que está fazendo e as conseqüências são todas negativas."
Enquanto a Rússia se gaba, Saakashvili, de 40 anos, lutará para continuar sendo um dos mais jovens presidentes do mundo. Por outro lado, os europeus já estão divididos e vulneráveis às acusações de terem mostrado indecisão e impotência. O racha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a respeito da Geórgia e da Ucrânia deverá aumentar. A política americana na região sofreu um grave revés e a política energética do Ocidente é estranha.
LINHA VERMELHA
"Esta foi uma guerra por procuração, não pela Ossétia do Sul, mas porque Moscou resolver traçar uma linha vermelha para o Ocidente", disse Alexander Rahr, especialista em Rússia do Conselho para Relações Exteriores da Alemanha e biógrafo de Putin. "Os russos marcharam Geórgia adentro para desafiar o Ocidente. E o Ocidente ficou impotente. Estamos tratando com uma nova Rússia."
Após o pedido de cessar-fogo do presidente russo, Dmitri Medvedev, a prioridade é uma trégua propriamente dita, que terá de ser acertada, depois aplicada e monitorada, ou seja, tudo é muito complicado e dá ampla margem para novas confusões, interrupções e derramamento de sangue.
Moscou está ditando as condições. Segundo representantes europeus, ouvidos sobre as conversações de terça-feira em Moscou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, os russos insistem no fim do acordo pelo qual, há 15 anos, as tropas georgianas fazem parte das forças de paz na separatista Ossétia do Sul e exigem que Saakashvili assine um compromisso rejeitando o uso de forças armadas contra as províncias da Abkházia e Ossétia do Sul, pró-Rússia.
Nos últimos meses, Saakashvili recusou-se repetidas vezes a assumir o compromisso. "A Rússia aparentemente tem todas as cartas", disse outro representante do bloco europeu. "Os soldados russos estão na Ossétia do Sul e na Abkházia há 15 anos. O resultado das negociações provavelmente será o fortalecimento da presença russa em ambos os enclaves."
O resultado fere profundamente o presidente georgiano, talvez fatalmente. Moscou já lançou uma propaganda política que pinta Saakashvili como um criminoso de guerra e usa analogias da Guerra dos Bálcãs para acusá-lo de "genocídio". Moscou quer livrar-se dele. O assassinato moral desse personagem e as farsas dos serviços secretos aumentarão as dúvidas a respeito de Saakashvili no país e no exterior, na esperança russa de que o eleitorado do presidente georgiano se volte contra ele, mesmo que ainda não haja um sucessor óbvio.
Saakashvili tem desfrutado de um forte apoio dos americanos. "Ele precisa ser protegido a todo custo", disse o ex-funcionário do Pentágono. Mas muitos governos europeus mostram-se pouco preocupados, por considerá-lo "o pior inimigo de si mesmo", e esperam que Barack Obama se afaste do presidente georgiano.
O PREÇO DA VITÓRIA
Se por um lado o Kremlin está comemorando uma aparente situação de vitória total, grande parte do mundo está apavorada pelo fato de a Rússia ter invadido um vizinho pequeno e indefeso. Como reagirá o Ocidente? Houve conversações sobre a possibilidade de retirar a Rússia do G-8. E alguns países pediram à União Européia que congele as negociações com Moscou sobre um novo pacto de parceria de longo prazo.
Mas, com um excesso de petrodólares e controlando as válvulas da energia que aquece a Europa, o Kremlin parece menosprezar uma possível vingança européia. As relações entre a Rússia e o Ocidente já estão comprometidas e se agravarão mais, mas é improvável que haja penalidades concretas. Os russos vêem o teste do Cáucaso como um jogo de soma zero, e eles ganharam. Isso significa prejuízo exclusivo para o Ocidente.
O objetivo fundamental para Putin era desestabilizar a Geórgia para prejudicar sua intenção de ingressar na Otan. Talvez tenha sido bem-sucedido. O presidente dos EUA, George W. Bush, já havia tentado incluir a Geórgia na aliança militar em abril, durante uma reunião de cúpula da Otan. Bush, porém, foi derrotado por Angela Merkel, da Alemanha, e Nicolas Sarkozy, da França. Agora, dificilmente conseguirá convencê-los
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3698,0.php
Em uma semana, Putin redesenha mapa político da região e reduz possibilidade de a Geórgia ingressar na Otan
Ian Traynor e Ian Black, The Guardian
A decisão do Kremlin, na terça-feira, de decretar um cessar-fogo após cinco dias de ataques contra a Geórgia deixou a Rússia dona da situação no litoral do Mar Negro e na bacia do Cáspio, ricos em petróleo.
A vitória rápida e fácil expõe a atual incapacidade do Ocidente de pressionar diante da Rússia que renasce, apesar de vários anos de fortes investimentos políticos dos EUA na Geórgia. Na briga pela supremacia em uma região estratégica, o equilíbrio pende perigosamente para um lado. Pela primeira vez desde o colapso do comunismo, a Rússia mostrou com sucesso, e em plena impunidade, seu poder de fogo em outro país. "Esta não é a Rússia de 1993 ou 1994, quando estava terrivelmente enfraquecida", disse um representante da União Européia. "Os russos agora estão negociando de uma posição de força."
As conseqüências da impensada jogada do presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, de invadir a Ossétia do Sul, na semana passada, e a derrota total dos georgianos pelas mãos de Vladimir Putin serão sentidas em várias direções. Em menos de uma semana, o premiê russo redesenhou o mapa político da região disputada entre Rússia, Turquia e Irã.
"Não estamos numa boa situação", disse um ex-funcionário do Pentágono que durante muito tempo se dedicou à Geórgia. "Trabalhamos na questão georgiana por quatro anos, e fracassamos. Todo mundo é culpado. Mas Putin está jogando suas cartas de modo brilhante. Ele sabe exatamente o que está fazendo e as conseqüências são todas negativas."
Enquanto a Rússia se gaba, Saakashvili, de 40 anos, lutará para continuar sendo um dos mais jovens presidentes do mundo. Por outro lado, os europeus já estão divididos e vulneráveis às acusações de terem mostrado indecisão e impotência. O racha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a respeito da Geórgia e da Ucrânia deverá aumentar. A política americana na região sofreu um grave revés e a política energética do Ocidente é estranha.
LINHA VERMELHA
"Esta foi uma guerra por procuração, não pela Ossétia do Sul, mas porque Moscou resolver traçar uma linha vermelha para o Ocidente", disse Alexander Rahr, especialista em Rússia do Conselho para Relações Exteriores da Alemanha e biógrafo de Putin. "Os russos marcharam Geórgia adentro para desafiar o Ocidente. E o Ocidente ficou impotente. Estamos tratando com uma nova Rússia."
Após o pedido de cessar-fogo do presidente russo, Dmitri Medvedev, a prioridade é uma trégua propriamente dita, que terá de ser acertada, depois aplicada e monitorada, ou seja, tudo é muito complicado e dá ampla margem para novas confusões, interrupções e derramamento de sangue.
Moscou está ditando as condições. Segundo representantes europeus, ouvidos sobre as conversações de terça-feira em Moscou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, os russos insistem no fim do acordo pelo qual, há 15 anos, as tropas georgianas fazem parte das forças de paz na separatista Ossétia do Sul e exigem que Saakashvili assine um compromisso rejeitando o uso de forças armadas contra as províncias da Abkházia e Ossétia do Sul, pró-Rússia.
Nos últimos meses, Saakashvili recusou-se repetidas vezes a assumir o compromisso. "A Rússia aparentemente tem todas as cartas", disse outro representante do bloco europeu. "Os soldados russos estão na Ossétia do Sul e na Abkházia há 15 anos. O resultado das negociações provavelmente será o fortalecimento da presença russa em ambos os enclaves."
O resultado fere profundamente o presidente georgiano, talvez fatalmente. Moscou já lançou uma propaganda política que pinta Saakashvili como um criminoso de guerra e usa analogias da Guerra dos Bálcãs para acusá-lo de "genocídio". Moscou quer livrar-se dele. O assassinato moral desse personagem e as farsas dos serviços secretos aumentarão as dúvidas a respeito de Saakashvili no país e no exterior, na esperança russa de que o eleitorado do presidente georgiano se volte contra ele, mesmo que ainda não haja um sucessor óbvio.
Saakashvili tem desfrutado de um forte apoio dos americanos. "Ele precisa ser protegido a todo custo", disse o ex-funcionário do Pentágono. Mas muitos governos europeus mostram-se pouco preocupados, por considerá-lo "o pior inimigo de si mesmo", e esperam que Barack Obama se afaste do presidente georgiano.
O PREÇO DA VITÓRIA
Se por um lado o Kremlin está comemorando uma aparente situação de vitória total, grande parte do mundo está apavorada pelo fato de a Rússia ter invadido um vizinho pequeno e indefeso. Como reagirá o Ocidente? Houve conversações sobre a possibilidade de retirar a Rússia do G-8. E alguns países pediram à União Européia que congele as negociações com Moscou sobre um novo pacto de parceria de longo prazo.
Mas, com um excesso de petrodólares e controlando as válvulas da energia que aquece a Europa, o Kremlin parece menosprezar uma possível vingança européia. As relações entre a Rússia e o Ocidente já estão comprometidas e se agravarão mais, mas é improvável que haja penalidades concretas. Os russos vêem o teste do Cáucaso como um jogo de soma zero, e eles ganharam. Isso significa prejuízo exclusivo para o Ocidente.
O objetivo fundamental para Putin era desestabilizar a Geórgia para prejudicar sua intenção de ingressar na Otan. Talvez tenha sido bem-sucedido. O presidente dos EUA, George W. Bush, já havia tentado incluir a Geórgia na aliança militar em abril, durante uma reunião de cúpula da Otan. Bush, porém, foi derrotado por Angela Merkel, da Alemanha, e Nicolas Sarkozy, da França. Agora, dificilmente conseguirá convencê-los
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Re: Georgia X Rússia
This is a Georgian tank captured by the Ossetians.
THe captured vehicles have a white ribbon on the gun barel. Also, this one hoists the S. Ossetian flag.
muitas fotos de tanques e carros de combate destruidos na Geórgia
http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... p?t=139823
PROPAGANDA GEORGIANA
WARNING: GRAPHIC IMAGES BELOW
Attempts at exposing fake propaganda. Judge for yourself
http://irbis82.wordpress.com/2008/08/13 ... asaulties/
Quem ganhou e quem perdeu na Geórgia
Plantão | Publicada em 14/08/2008 às 05h41m
BBC
Mesmo antes de uma solução para a crise na Ossétia do Sul, o conflito entre Rússia e Geórgia mostrou que há alguns claros vencedores e perdedores e que é preciso um novo começo nas relações entre a Rússia e as potências ocidentais.
A seguir, veja quem ganhou e quem perdeu com o confronto e o que deve acontecer a partir de agora.
Os ganhadores
Rússia - O país emergiu mais forte, mostrou que é capaz de impor sua vontade sobre a Ossétia do Sul e mandou um recado claro sobre a sua disposição de reforçar sua posição mundial.
O país aceitou um acordo de cessar-fogo depois de conquistar seu objetivo - controlar a Ossétia do Sul. O acordo basicamente determina que não seja mais usada a força e que se retorne a uma situação semelhante à que havia antes do conflito.
O ministro do Exterior russo também disse que as tropas georgianas não vão "nunca mais" participar das forças de paz para a região, algo que havia sido previsto em um acordo em 1992.
Não está claro ainda se as forças russas na região vão voltar a ter o tamanho que tinham antes do confronto, ou seja, uma unidade formada por um batalhão de soldados - algo que também foi acertado no acordo de 1992. É improvável que isso ocorra. A situação deve se assemelhar mais à situação de Chipre em 1974, quando os turcos intervieram no conflito na ilha para proteger cidadãos ligados ao país. Os turcos estão em Chipre até hoje.
O primeiro-ministro Vladimir Putin - Ele confirmou sua força. Putin deu demonstrações de força durante todo o processo, especialmente quando fez acusações de que as potências ocidentais usam dois pesos e duas medidas em relação à região e que ignoram o número de mortos e feridos provocados pela tentativa de tomada de controle realizada pela Geórgia.
Sua atitude foi muito apreciada entre os russos.
Os rebeldes da Ossétia do Sul - O movimento separatista deverá exercer um grande controle sobre a região agora que os russos tomaram o território completamente.
A França e a Alemanha - Os dois países que têm se mostrado cautelosos em relação à entrada da Geórgia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), terão sua posição justificada. Eles acreditam que um país como a Geórgia, que ainda tem disputas envolvendo suas fronteiras, não deve ser aceito na organização.
Os perdedores
Os mortos e feridos - Obviamente, os mais afetados pelo confronto são as pessoas diretamente atingidas. Ainda não existem dados precisos, mas os números de mortos e feridos podem passar de centenas. O maior problema tem sido a falta de informação sobre o que ocorreu dentro da Ossétia do Sul. Relatos de que até 2 mil pessoas teriam sido mortas no ataque realizado pelos georgianos não puderam ser verificados de forma independente.
O presidente da Geórgia, Saakashvili - Ele tem sido apoiado pela administração Bush, mas falhou na sua tentativa de impor o controle georgiano sobre a região da Ossétia do Sul e deve pagar um preço por isso. Privadamente, alguns governos europeus têm feito críticas duras a ele por sua decisão de invadir a região, algo visto por alguns como uma atitude "inesperada e emocional".
A verdade - Este tem sido um conflito muito difícil para determinar os fatos. Os russos não conseguiram comprovar suas alegações de que as tropas georgianas teriam cometidos atrocidades e não permitiram que repórteres nem observadores internacionais verificassem as afirmações. O governo da Geórgia também fez várias alegações que não foram comprovadas, como a afirmação de que os russos teriam tomado a cidade de Gori, o que não ocorreu.
Os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha optaram por considerar a Rússia como o país agressor. Foi a Geórgia, porém, que realizou seus ataques com uma chuva de foguetes que, por natureza, atingem alvos de forma indiscriminada.
O Ocidente - Uma vez mais os países ocidentais foram pegos de surpresa. Em Washington e em Londres o presidente da Geórgia teria sido orientado a mostrar cautela. Se realmente Saakashvili agiu contra essa orientação, o país ignorou conselhos de seus principais aliados e a Rússia venceu um membro potencial da Otan.
O que acontece daqui para frente
Começo novo - O fato é que o Ocidente precisa da Rússia e a Rússia precisa do Ocidente. Os russos querem (ou vão querer cada vez mais) se integrar mais ao sistema econômico mundial e serem levados a sério no cenário diplomático.
O Ocidente precisa do apoio da Rússia nas negociações com o Irã e o Sudão, por exemplo. E possivelmente os países ocidentais terão que admitir que a Rússia tinha um bom argumento. Precisam explicar porque ajudaram Kosovo a se separar da Sérvia, mas questionaram o direito da Rússia de apoiar a Ossétia do Sul.
Apesar disso, vários países já estão falando em retaliar a Rússia. Entre as várias medidas possíveis estão o bloqueio de um novo acordo entra os russos e a União Européia, que envolve questões que vão de comércio até direitos humanos.
Outros pontos que vêm sendo discutidos são o reforço do compromisso de integrar a Geórgia e a Ucrânia à Otan e tentar retirar a Rússia da Organização Mundial do Comércio ou do G8.
Qualquer que seja o resultado dessas discussões, o que ficou claro com a relativamente pequena guerra da Ossétia é a atual situação de insatisfação entre os russos e as nações do Ocidente.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil
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http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 743316.asp
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Re: Georgia X Rússia
http://port.pravda.ru/mundo/23965-1/EUA exibem novamente sua mesquinhez enquanto a Rússia pranteia as vítimas do genocídio
O Presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, aceitou as condições para o cessar-fogo na zona do conflito entre Geórgia e Ossétia do Sul e assinou o documento, que foi coordenado na terça-feira entre os presidentes da Rússia e da França.
Estados Unidos exibem mais uma vez sua mesquinhez enquanto a Rússia pranteia as vítimas do genocídio
-"Coordenamos o texto do documento inteiro com o Presidente Saakashvili e introduzimos algumas correções," disse Sarkozy depois das conversações com Saakashvili em Tbilisi na noite de terça-feira.
O documento será apresentado na reunião de ministros do exterior de todos os 27 países da União Européia. "Os ministros aprovarão o documento, ele se tornará uma resolução e terá força legal," disse o presidente francês.
Quantos às correções incluídas no documento, Sarkozy disse que tiraram a parte a respeito de discussão internacional acerca do futuro estatuto político da Abcásia e da Ossétia do Sul. Em seu lugar, Sarkozy e Saakashvili enfatizaram a necessidade de serem conduzidas negociações internacionais para garantir a estabilidade e a segurança dessas duas regiões da Geórgia.
"Estamos assinando este documento a respeito de princípios básicos no contexto da catástrofe humanitária. O aspecto mais importante do documento é o cessar-fogo. O processo de regulamentação deverá ser iniciado," disse o Presidente Saakashvili da Geórgia.
A Secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, espera que os russos cessem as operações militares, a escala das quais não se adapta às circunstâncias, segundo disse ela numa entrevista à ABC.
Condoleezza Rice declarou que a integração de Moscou nas maiores instituições do mundo estava em risco devido ao conflito armado.
"Os russos disseram que desejam ser parte dessa próspera e voltada para o futuro comunidade internacional, e francamente eles estão prejudicando em muito sua própria capacidade de conseguir isso," disse Rice à ABC.
"Há várias alternativas para a Rússia reverter seu curso e demonstrar que está tentando comportar-se de acordo com os princípios do século XXI," disse ela. "Entretanto, posso assegurar a vocês que a reputação internacional da Rússia e o papel que a Rússia pode desempenhar na comunidade internacional estão muito em jogo neste caso."
Rice declarou que a hora quando o mundo teria que lidar com as consequências do que aconteceu na Ossétia do Sul e na Geórgia chegaria, embora não tenha especificado que consequências a Rússia poderá finalmente enfrentar.
A Secretária de Estado dos Estados Unidos repetiu diversas vezes que a Rússia tinha muito a perder, inclusive sua reputação internacional e seu papel na comunidade internacional.
As observações anti-russas de Condoleezza Rice tornaram-se mais uma demonstração dos padrões duplos da administração Bush em termos de soberania e integridade territorial, noticia a ITAR-TASS.
Washington flagrantemente ignorou esses princípios há diversos meses, quando reconheceu a independência do Kosovo, uma parte inseparável da Sérvia. Entretanto, a administração dos Estados Unidos sem mais aquela considera os princípios de soberania altamente importantes quando se trata da Geórgia.
Rice declarou particularmente que, visto que a Ossétia do Sul e a Abcásia situam-se dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Geórgia, qualquer regulamentação dos conflitos tem que estar baseada na integridade territorial da Geórgia.
Enquanto isso, o Presidente russo Medvedev assinou um decreto declarando o dia 13 de agosto dia de luto na Rússia em conexão com a catástrofe humanitária na Ossétia do Sul.
"A despeito dos acordos a respeito da regulamentação pacífica da situação na zona do conflito georgiano-osseta e contrariamente à Carta das Nações Unidas, as forças armadas da Geórgia invadiram ilegalmente o território da Ossétia do Sul em 8 de agosto de 2008. Usando aviação e artilharia pesada, as forças armadas da Geórgia tentaram capturar a Ossétia do Sul, exterminando seus civis. A Geórgia portanto cometeu genocídio da nação da Ossétia do Sul, destruiu a cidade de Tskhinvali e outros locais povoados, do que resultou catástrofe humanitária na Ossétia do Sul," diz o decreto.
"Além disso, a Geórgia atacou o contingente militar das forças armadas da Federação Russa, que estava acantonado na região na forma de acordos internacionais visantes a normalização da situação na área do conflito georgiano-osseta. Isso é classificado como ato de agressão conforme a Resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas de 14 de dezembro de 1974," diz o documento.
Tradução Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme
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Re: Georgia X Rússia
Rússia diz que devolverá controle de cidade georgiana
Forças russas disseram nesta quinta-feira que começarão a devolver o controle da cidade de Gori à Geórgia em breve, após os Estados Unidos pedirem que Moscou retire suas tropas e termine o conflito que já dura uma semana com a Geórgia.
Gori está estrategicamente localizada a 60 km a leste da capital Tbilisi, próxima à região separatista da Ossétia do Sul, e controla a principal estrada que liga o leste ao oeste da Geórgia.
"Por outros dois dias as tropas russas ficarão na região para... entregar o controle para as autoridades georgianas, depois disso partirão", disse o major-general russo Vyacheslav Borisov segundo agências de notícias do país.
Borisov falou a jornalistas em Gori, depois da Rússia negar na véspera que tinha tropas na cidade, apesar de correspondentes ocidentais afirmarem que viram tanques russos.
"A polícia da cidade começará a trabalhar oficialmente aqui e realizará outras tarefas para manter a segurança", disse Borisov.
A Geórgia acusou a Rússia mais cedo de violar o cessar-fogo ao levar tropas para Gori e permitir saques, o que Moscou nega.
"Houve conversas de que a cidade está destruída, de que houve saques", disse Borisov. "Tudo está normal. Tem até eletricidade."
Reuters
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Forças russas disseram nesta quinta-feira que começarão a devolver o controle da cidade de Gori à Geórgia em breve, após os Estados Unidos pedirem que Moscou retire suas tropas e termine o conflito que já dura uma semana com a Geórgia.
Gori está estrategicamente localizada a 60 km a leste da capital Tbilisi, próxima à região separatista da Ossétia do Sul, e controla a principal estrada que liga o leste ao oeste da Geórgia.
"Por outros dois dias as tropas russas ficarão na região para... entregar o controle para as autoridades georgianas, depois disso partirão", disse o major-general russo Vyacheslav Borisov segundo agências de notícias do país.
Borisov falou a jornalistas em Gori, depois da Rússia negar na véspera que tinha tropas na cidade, apesar de correspondentes ocidentais afirmarem que viram tanques russos.
"A polícia da cidade começará a trabalhar oficialmente aqui e realizará outras tarefas para manter a segurança", disse Borisov.
A Geórgia acusou a Rússia mais cedo de violar o cessar-fogo ao levar tropas para Gori e permitir saques, o que Moscou nega.
"Houve conversas de que a cidade está destruída, de que houve saques", disse Borisov. "Tudo está normal. Tem até eletricidade."
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Georgia X Rússia
O alcance da vitória russa
Negociado pelo presidente de turno da União Européia, o francês Nicolas Sarkozy, com os seus colegas Dmitri Medvedev, que recebe ordens do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e o georgiano Mikhail Saakashvili, que cutucou com vara curta o urso da vizinhança, confiando pateticamente na proteção do seu padrinho George W. Bush, o cessar-fogo entre Moscou e Tbilisi é na realidade a certidão de nascimento de uma nova ordem internacional. O documento como que atesta a volta ao pódio de uma Rússia carregada de ambições seculares. Ela exibe afinidades com o regime soviético e com o império tzarista que o antecedeu, mas retém quase nada da abertura para a democracia liberal e para o livre mercado, sob o governo pró-ocidental de Boris Yeltsin, nos anos 1990. Putin tomou a si o desmanche do que foi um experimento devastador para a economia, o status e o auto-respeito do país. A sua decisão de "castigar" a Geórgia, como diz Medvedev, é indissociável dessa empreitada.
Nas entrelinhas, o texto do cessar-fogo consigna ainda o maior paradoxo dos tempos atuais - as limitações de que padece a superpotência americana. Os Estados Unidos, cujos gastos bélicos excedem várias vezes os de todas as outras nações, somados, simplesmente não têm como dissuadir ou responder, no plano militar, à primeira agressão sofrida por um seu Estado-cliente, também a primeira incursão russa no estrangeiro desde o fiasco do Afeganistão, nos anos 1980. É certo que a Geórgia não vale uma guerra para Washington, mas nem por isso estão errados os georgianos quando acusam a América de entregá-los à própria sorte, como os aliados fizeram com a Checoslováquia diante da Alemanha nazista, em 1938. O fato de que o presidente Saakashvili praticamente chamou a invasão, ao ordenar na semana passada um insano ataque ao enclave separatista da Ossétia do Sul, de maioria russa e com presença armada russa, não atenua a futilidade da política americana de criar focos de animosidade a Moscou nas suas cercanias e esferas de influência.
A diferença entre Bush e Putin é que Bush não se deu conta da obstinação de Putin em reerguer o poderio russo em todos os campos - ao passo que Putin entendeu que a política externa de puro poder adotada por Bush credenciava a Rússia a cuidar, à sua maneira, dos seus interesses geoestratégicos, a começar da região vital do Cáucaso, por onde passa o seu oleoduto vindo do Mar Cáspio, e onde a sua hegemonia é histórica. O que a impediria de usar força desproporcional contra a Geórgia? As instituições multilaterais desmoralizadas pelo bushismo? O poderio militar americano comprometido pela ocupação do Iraque e a guerra no Afeganistão? A Europa refém dos seus suprimentos energéticos? Isso quando a Rússia vive um período que nosso presidente chamaria de mágico, com as terceiras maiores reservas de divisas do mundo e um formidável superávit comercial proporcionado pelo petróleo e o gás. Putin ainda reconstruiu a sucateada indústria bélica russa e modernizou as suas Forças Armadas.
Sem falar na coesão dos russos em torno da sua liderança. Para a imensa maioria, com a sua queda por líderes fortes e marcada indiferença pelos valores democráticos ocidentais, o essencial é a restauração da economia e da posição do país no globo. É verdade que a Rússia quer ser admitida na Organização Mundial do Comércio (OMC) e na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quer ainda deixar de ser uma espécie de apêndice ao G-7, o clube das nações mais ricas do globo, cristalizando a sua transformação em G-8. Em tese, é por onde os Estados Unidos poderiam dar o troco à Rússia. Mas falta combinar, no caso, com os europeus, cuja tendência, salvo na Polônia, República Checa e países bálticos - ex-satélites de Moscou -, parece ser a de virar o quanto antes a página georgiana.
É inequívoco que a Rússia saiu vitoriosa não só no campo militar, no qual praticamente não encontrou resistências, mas também nos termos do cessar-fogo. A Geórgia ganhou uma quirera: não haverá discussão internacional sobre o futuro das províncias separatistas (além da Ossétia do Sul, a Abkházia), o que consagraria a integridade territorial do país. Mas a Rússia ganhou o direito de manter as suas tropas nesses enclaves - onde não se imagina que as forças georgianas voltem a entrar.
E os Estados Unidos vão fazer o quê?
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3546,0.php
Negociado pelo presidente de turno da União Européia, o francês Nicolas Sarkozy, com os seus colegas Dmitri Medvedev, que recebe ordens do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e o georgiano Mikhail Saakashvili, que cutucou com vara curta o urso da vizinhança, confiando pateticamente na proteção do seu padrinho George W. Bush, o cessar-fogo entre Moscou e Tbilisi é na realidade a certidão de nascimento de uma nova ordem internacional. O documento como que atesta a volta ao pódio de uma Rússia carregada de ambições seculares. Ela exibe afinidades com o regime soviético e com o império tzarista que o antecedeu, mas retém quase nada da abertura para a democracia liberal e para o livre mercado, sob o governo pró-ocidental de Boris Yeltsin, nos anos 1990. Putin tomou a si o desmanche do que foi um experimento devastador para a economia, o status e o auto-respeito do país. A sua decisão de "castigar" a Geórgia, como diz Medvedev, é indissociável dessa empreitada.
Nas entrelinhas, o texto do cessar-fogo consigna ainda o maior paradoxo dos tempos atuais - as limitações de que padece a superpotência americana. Os Estados Unidos, cujos gastos bélicos excedem várias vezes os de todas as outras nações, somados, simplesmente não têm como dissuadir ou responder, no plano militar, à primeira agressão sofrida por um seu Estado-cliente, também a primeira incursão russa no estrangeiro desde o fiasco do Afeganistão, nos anos 1980. É certo que a Geórgia não vale uma guerra para Washington, mas nem por isso estão errados os georgianos quando acusam a América de entregá-los à própria sorte, como os aliados fizeram com a Checoslováquia diante da Alemanha nazista, em 1938. O fato de que o presidente Saakashvili praticamente chamou a invasão, ao ordenar na semana passada um insano ataque ao enclave separatista da Ossétia do Sul, de maioria russa e com presença armada russa, não atenua a futilidade da política americana de criar focos de animosidade a Moscou nas suas cercanias e esferas de influência.
A diferença entre Bush e Putin é que Bush não se deu conta da obstinação de Putin em reerguer o poderio russo em todos os campos - ao passo que Putin entendeu que a política externa de puro poder adotada por Bush credenciava a Rússia a cuidar, à sua maneira, dos seus interesses geoestratégicos, a começar da região vital do Cáucaso, por onde passa o seu oleoduto vindo do Mar Cáspio, e onde a sua hegemonia é histórica. O que a impediria de usar força desproporcional contra a Geórgia? As instituições multilaterais desmoralizadas pelo bushismo? O poderio militar americano comprometido pela ocupação do Iraque e a guerra no Afeganistão? A Europa refém dos seus suprimentos energéticos? Isso quando a Rússia vive um período que nosso presidente chamaria de mágico, com as terceiras maiores reservas de divisas do mundo e um formidável superávit comercial proporcionado pelo petróleo e o gás. Putin ainda reconstruiu a sucateada indústria bélica russa e modernizou as suas Forças Armadas.
Sem falar na coesão dos russos em torno da sua liderança. Para a imensa maioria, com a sua queda por líderes fortes e marcada indiferença pelos valores democráticos ocidentais, o essencial é a restauração da economia e da posição do país no globo. É verdade que a Rússia quer ser admitida na Organização Mundial do Comércio (OMC) e na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quer ainda deixar de ser uma espécie de apêndice ao G-7, o clube das nações mais ricas do globo, cristalizando a sua transformação em G-8. Em tese, é por onde os Estados Unidos poderiam dar o troco à Rússia. Mas falta combinar, no caso, com os europeus, cuja tendência, salvo na Polônia, República Checa e países bálticos - ex-satélites de Moscou -, parece ser a de virar o quanto antes a página georgiana.
É inequívoco que a Rússia saiu vitoriosa não só no campo militar, no qual praticamente não encontrou resistências, mas também nos termos do cessar-fogo. A Geórgia ganhou uma quirera: não haverá discussão internacional sobre o futuro das províncias separatistas (além da Ossétia do Sul, a Abkházia), o que consagraria a integridade territorial do país. Mas a Rússia ganhou o direito de manter as suas tropas nesses enclaves - onde não se imagina que as forças georgianas voltem a entrar.
E os Estados Unidos vão fazer o quê?
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3546,0.php
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Re: Georgia X Rússia
Uma das grandes novidades para os blindados eram aquelas placas de blindagem, cobrindo todo o tanque. Observando as fotos tem-se a impressão de que elas foram de pouca valía. Ou seja, os tanques foram para o o beleléu com placa e tudo. Não há sinal também, nos blindados destruidos, que as placas tenham sofrido algum primeiro impacto e resistido Estão intactas. Pode-se assim deduzir que o blindado morreu no primeiro tiro bem dado, com placa e tudo. Uma questão a ser analisada.P44 escreveu:
This is a Georgian tank captured by the Ossetians.
THe captured vehicles have a white ribbon on the gun barel. Also, this one hoists the S. Ossetian flag.
muitas fotos de tanques e carros de combate destruidos na Geórgia
http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... p?t=139823
PROPAGANDA GEORGIANA
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Re: Georgia X Rússia
Rússia começa retirada da Geórgia, mas Medvedev promete apoio a separatistas
Publicada em 14/08/2008 às 08h44m
O Globo Online
Agências internacionais
TBILISI e MOSCOU - Tropas da Rússia começaram, nesta quarta-feira, a deixar posições ocupadas na Geórgia, um dia depois de uma série de intervenções de líderes internacionais no conflito entre os dois países. Parte do controle da estratégica cidade de Gori foi repassado às forças georgianas. O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse, entretanto, que o país vai apoiar a posição das regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e Abcásia em conversas sobre o status futuros dessas áreas, numa demonstração de que a luta pela soberania na região - que provocou a guerra iniciada na sexta-feira passada - não será superada com a trégua aceita na terça-feira pelos dois lados. Em outra manifestação da instabilidade na área, o governo da Geórgia afirmou que tropas russas voltaram à cidade portuária de Poti, no Mar Negro, horas depois de terem deixado o local. A Rússia nega.
- Por favor, saibam que a posição da Rússia não mudou. Nós vamos apoiar quaisquer decisões tomadas pelos povos da Ossétia do Sul e da Abcásia e não somente apoiá-las, mas iremos garanti-las tanto no Cáucaso quanto no resto do mundo - disse Medvedev segundo a agência Interfax, após encontro no Kremlin com líderes separatistas das duas regiões, para assinar o plano de paz mediado da França.
O prefeito de Poti, Iván Saguinadze, denunciou que russos estão destruindo instalações militares na cidade. Tanques da Rússia teriam voltado à cidade. Em Gori, a rede de televisão georgiana Rustavi-2 mostrou que as tropas russas começaram a deixar a cidade, mas acrescentou que dificilmente serão cumpridos os prazos de retirada porque há blindados danificados que não poderão sair da cidade imediatamente.
Gori está estrategicamente localizada a 60 quilômetros da capital Tbilisi, próxima à região separatista da Ossétia do Sul, e controla a principal estrada que liga o leste ao oeste da Geórgia. A Rússia havia negado, na quarta-feira, que mantivesse tropas na cidade, apesar correspondentes da imprensa ocidental afirmarem que viram tanques russos.
- Por outros dois dias as tropas russas ficarão na região para entregar o controle para as autoridades georgianas, depois disso partirão - afirmou o major-general russo Vyacheslav Borisov, segundo agências de notícias do país, negando que a cidade esteja destruída ou que tenha havido saques. - Tudo está normal. Tem até eletricidade.
Sarkozy diz que Rússia se comprometeu a respeitar acordo
A Geórgia acusou a Rússia de violar, na quarta-feira, a trégua para pôr fim ao conflito iniciado na Ossétia do Sul. Segundo o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, forças russas bombardearam a cidade de Gori e fizeram um cerco à capital, Tbilisi. A Rússia negou as acusações, mas admitiu ter derrubado dois aviões georgianos, que estariam sobrevoando a Ossétia do Sul para espionar a região.
A troca de acusações levou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a fazer um duro pronunciamento contra a Rússia. Bush afirmou que as ações russas eram "inconsistentes" com as declarações, pediu que o país deixasse a Geórgia e anunciou que enviaria a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Tbilisi, em sua maior demonstração de apoio aos aliados georgianos desde o início da crise na ex-república soviética.
chanceler russo, Sergei Lavrov, respondeu ao pronunciamento de Bush afirmando que os EUA devem se decidir entre uma parceria com Moscou ou com a liderança georgiana, a qual descreveu como "projeto virtual". Mais tarde, a secretária americana afirmou que os russos enfrentarão um profundo isolamento se violarem o cessar-fogo acertado com a Geórgia, acrescentando que o "a Rússia não pode ameaçar seus vizinhos, ocupar uma capital e sair impune".
Condoleezza passará antes pela França, onde será recebida pelo presidente, Nicolas Sarkozy. Na condição de presidente da União Européia, o presidente negociou o acordo de paz de seis pontos aceito por Rússia e Geórgia. Sarkozy disse, nesta quinta-feira, que recebeu de Medvedev o compromisso de que a Rússia respeitará o conteúdo do acordo.
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Re: Georgia X Rússia
NYT: acordo vago coloca trégua à beira de colapso
Ellen Barry
Com a frágil trégua na Geórgia à beira de um colapso na quarta-feira, o presidente Bush anunciou que os Estados Unidos iniciariam uma missão humanitária no país e também enviariam a secretária de Estado americana Condoleezza Rice para resolver a crise.
Os nervos ficaram à flor da pele com a ocupação da cidade georgiana de Gori por um batalhão de tanques russo, ato condenado pela Geórgia como uma afronta descarada ao acordo firmado poucas horas antes com intermédio do Ocidente. Gori fica a apenas 64km de Tbilisi, capital do país, que, segundo boatos, havia sofrido um ataque.
Com o anúncio de Bush, os Estados Unidos sinalizaram seu envolvimento mais ativo no prolongado conflito fronteiriço entre Geórgia e Rússia. Desde quinta passada, o conflito se intensificou bruscamente, evocando um confronto da Guerra Fria.
Os Estados Unidos, disse Bush, "apóiam o governo democrático da Geórgia e insistem que a sua soberania e integridade territorial sejam respeitadas." Ele anunciou que um avião cargueiro já estava a caminho da Geórgia, levando medicamentos e um contingente do exército e da marinha para a missão humanitária. O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, disse que a decisão americana marca um "momento crucial."
O conflito estourou quando Saakashvili decidiu enviar tropas ao enclave separatista sob influência russa da Ossétia do Sul. Tropas russas entraram na Geórgia imediatamente para, segundo os líderes russos, proteger seus cidadãos na Ossétia do Sul. Nos dias seguintes, a Rússia ampliou sua presença no território georgiano.
Quando um acordo entre o presidente russo Dmitri A. Medvedev e Saakashvili foi anunciado na manhã de quarta-feira, líderes ocidentais celebraram o sucesso diplomático. Mas o acordo não é claro sobre a posição das tropas russas e georgianas no território da Geórgia. Líderes russos insistem que o acordo dá à Rússia um papel pacificador central nas áreas de disputa, enquanto líderes ocidentais pressionam para que um órgão internacional exerça essa função.
A presença de russos em Gori gerou inquietações. Saakashvili comparou as forças russas de manutenção da paz em Gori a "raposas cuidando do galinheiro." Um comandante do batalhão russo, ao salientar que Gori fica a apenas 64km da capital, enviou uma mensagem ameaçadora a Saakashvili, considerado uma pedra no sapato dos líderes russos.
"Se ele não entende a situação, teremos que ir além," disse o comandante, falando sob condição de anonimato. "Ele não parece entender que o exército russo é muito mais forte que o georgiano. Seus tanques permanecem sem ação. Sua força-aérea está morta. A marinha também. E seu exército está desmoralizado."
Sergey V. Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia, disse que as tropas estão apoiando forças de manutenção da paz, função legitimada pelo acordo de seis pontos. Quando as forças georgianas abandonaram seus postos militares próximos a Gori, afirmou, elas deixaram "um grande arsenal de armamento e equipamentos militares," agora sob os cuidados das tropas russas.
"Abandonar o local nessas condições seria imperdoável," Lavrov disse. "Os moradores da cidade enfrentam a escassez de alimentos," ele acrescentou. "Os soldados russos darão a eles a assistência necessária."
Saakashvili disse que a Rússia havia efetivamente dividido o país em dois com a ocupação de Gori, e que as forças russas estavam realizando "uma limpeza étnica aos moldes da Segunda Guerra e dos Bálticos" no território georgiano. Na parte ocidental do país, os russos afundaram quatro navios militares no porto de Poti, Mar Negro, na tarde de quarta-feira, segundo o prefeito Vano Vakhinadze.
Enquanto isso, investigadores começaram a averiguar as alegações de atrocidades cometidas no enclave separatista da Ossétia do Sul, onde a guerra estourou em 8 de agosto. A Human Rights Watch relatou que os investigadores testemunharam "cenas tenebrosas de destruição" em quatro vilas étnicas georgianas, que foram supostamente saqueadas e queimadas por milícias da Ossétia do Sul.
Anna Neistat, uma das investigadoras em Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul, disse por telefone que até então não tinham sido encontradas provas que substanciassem as alegações russas de brutalidade generalizada por parte das tropas georgianas.
A Human Rights Watch confirmou menos de 100 mortes - número bem inferior às alegações moscovitas de 2.000 mortes. "Se o governo russo continua afirmando que 2.000 pessoas foram mortas no conflito, já é hora de mostrar provas disso, dados, nomes, idades, sexos, circunstâncias de morte," Neistat disse. Líderes russos esperam que Saakashvili responda por crimes de guerra em Haia.
O acordo de seis pontos, assinado na terça-feira por ambos os líderes, esteve no centro dos acontecimentos de quarta-feira. A base do acordo, elaborado pela Organização de Segurança e Cooperação da Europa e pela União Européia, tinha quatro pontos: não-uso da força; cessar de hostilidades; estabelecimento de um corredor de assistência humanitária; e retorno das forças georgianas e russas às "suas bases militares regulares."
Quando o presidente francês Nicolas Sarkozy apresentou o documento a Medvedev - e ao primeiro-ministro Vladimir V. Putin - mais dois pontos foram acrescentados. A linguagem vaga do quinto ponto requisitava a retirada das forças militares russas, mas também permitia que grupos de manutenção da paz "implantassem medidas de segurança adicionais" enquanto aguardavam a chegada de monitoramento internacional.
O sexto ponto abria a discussão sobre o futuro status da Abkházia e da Ossétia do Sul. Um oficial americano sênior disse que a linguagem vaga do quinto ponto "permitia que os russos fizessem quase tudo." Mas quando Sarkozy apresentou o plano a Saakashvili, afirmou, o líder georgiano não fez objeções. "Suponho que o acordo tenha sido apresentado como 'isso foi o melhor que consegui,'" disse o oficial. No mesmo dia, os georgianos estavam apreensivos com os sinais da chegada ¿ ou não ¿ dos russos.
Em Senaki, soldados russos ocuparam a lanchonete de Lia Baramia. Ela havia deixado o local quando soube do conflito. Quando retornou, soldados russos haviam cavado trincheiras na frente do estabelecimento e estavam usando uma torneira externa para matar a sede e tomar banho. Eles foram amigáveis, afirmou, mas ela ficou feliz por terem ido embora. Quando as vacas já comiam as folhas e gramas que os soldados usaram para camuflar seus veículos, Baramia, 40 anos, decidiu reabrir a lanchonete.
Mas após 10 minutos, um comboio russo retornou à cidade. Em Zugdidi, cidade georgiana que faz fronteira com o território separatista de Abkházia, tanques russos se posicionaram do lado de fora de um posto avançado do Ministério da Defesa georgiano e do escritório local da administração presidencial.
Keren Esehua, 19 anos, uma estudante de Direito, pichou os dizeres "Fora ocupação" no asfalto. "Mais do que nunca, os georgianos precisam trabalhar juntos," ela disse. Nas proximidades, Tamuna Malania, 20, outra estudante de Direito, foi para o meio da estrada, forçando um caminhão militar a parar. Ela então jogou panfletos de antiocupação sobre o veículo.
Tradução: Amy Traduções
The New York Times
Ellen Barry
Com a frágil trégua na Geórgia à beira de um colapso na quarta-feira, o presidente Bush anunciou que os Estados Unidos iniciariam uma missão humanitária no país e também enviariam a secretária de Estado americana Condoleezza Rice para resolver a crise.
Os nervos ficaram à flor da pele com a ocupação da cidade georgiana de Gori por um batalhão de tanques russo, ato condenado pela Geórgia como uma afronta descarada ao acordo firmado poucas horas antes com intermédio do Ocidente. Gori fica a apenas 64km de Tbilisi, capital do país, que, segundo boatos, havia sofrido um ataque.
Com o anúncio de Bush, os Estados Unidos sinalizaram seu envolvimento mais ativo no prolongado conflito fronteiriço entre Geórgia e Rússia. Desde quinta passada, o conflito se intensificou bruscamente, evocando um confronto da Guerra Fria.
Os Estados Unidos, disse Bush, "apóiam o governo democrático da Geórgia e insistem que a sua soberania e integridade territorial sejam respeitadas." Ele anunciou que um avião cargueiro já estava a caminho da Geórgia, levando medicamentos e um contingente do exército e da marinha para a missão humanitária. O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, disse que a decisão americana marca um "momento crucial."
O conflito estourou quando Saakashvili decidiu enviar tropas ao enclave separatista sob influência russa da Ossétia do Sul. Tropas russas entraram na Geórgia imediatamente para, segundo os líderes russos, proteger seus cidadãos na Ossétia do Sul. Nos dias seguintes, a Rússia ampliou sua presença no território georgiano.
Quando um acordo entre o presidente russo Dmitri A. Medvedev e Saakashvili foi anunciado na manhã de quarta-feira, líderes ocidentais celebraram o sucesso diplomático. Mas o acordo não é claro sobre a posição das tropas russas e georgianas no território da Geórgia. Líderes russos insistem que o acordo dá à Rússia um papel pacificador central nas áreas de disputa, enquanto líderes ocidentais pressionam para que um órgão internacional exerça essa função.
A presença de russos em Gori gerou inquietações. Saakashvili comparou as forças russas de manutenção da paz em Gori a "raposas cuidando do galinheiro." Um comandante do batalhão russo, ao salientar que Gori fica a apenas 64km da capital, enviou uma mensagem ameaçadora a Saakashvili, considerado uma pedra no sapato dos líderes russos.
"Se ele não entende a situação, teremos que ir além," disse o comandante, falando sob condição de anonimato. "Ele não parece entender que o exército russo é muito mais forte que o georgiano. Seus tanques permanecem sem ação. Sua força-aérea está morta. A marinha também. E seu exército está desmoralizado."
Sergey V. Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia, disse que as tropas estão apoiando forças de manutenção da paz, função legitimada pelo acordo de seis pontos. Quando as forças georgianas abandonaram seus postos militares próximos a Gori, afirmou, elas deixaram "um grande arsenal de armamento e equipamentos militares," agora sob os cuidados das tropas russas.
"Abandonar o local nessas condições seria imperdoável," Lavrov disse. "Os moradores da cidade enfrentam a escassez de alimentos," ele acrescentou. "Os soldados russos darão a eles a assistência necessária."
Saakashvili disse que a Rússia havia efetivamente dividido o país em dois com a ocupação de Gori, e que as forças russas estavam realizando "uma limpeza étnica aos moldes da Segunda Guerra e dos Bálticos" no território georgiano. Na parte ocidental do país, os russos afundaram quatro navios militares no porto de Poti, Mar Negro, na tarde de quarta-feira, segundo o prefeito Vano Vakhinadze.
Enquanto isso, investigadores começaram a averiguar as alegações de atrocidades cometidas no enclave separatista da Ossétia do Sul, onde a guerra estourou em 8 de agosto. A Human Rights Watch relatou que os investigadores testemunharam "cenas tenebrosas de destruição" em quatro vilas étnicas georgianas, que foram supostamente saqueadas e queimadas por milícias da Ossétia do Sul.
Anna Neistat, uma das investigadoras em Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul, disse por telefone que até então não tinham sido encontradas provas que substanciassem as alegações russas de brutalidade generalizada por parte das tropas georgianas.
A Human Rights Watch confirmou menos de 100 mortes - número bem inferior às alegações moscovitas de 2.000 mortes. "Se o governo russo continua afirmando que 2.000 pessoas foram mortas no conflito, já é hora de mostrar provas disso, dados, nomes, idades, sexos, circunstâncias de morte," Neistat disse. Líderes russos esperam que Saakashvili responda por crimes de guerra em Haia.
O acordo de seis pontos, assinado na terça-feira por ambos os líderes, esteve no centro dos acontecimentos de quarta-feira. A base do acordo, elaborado pela Organização de Segurança e Cooperação da Europa e pela União Européia, tinha quatro pontos: não-uso da força; cessar de hostilidades; estabelecimento de um corredor de assistência humanitária; e retorno das forças georgianas e russas às "suas bases militares regulares."
Quando o presidente francês Nicolas Sarkozy apresentou o documento a Medvedev - e ao primeiro-ministro Vladimir V. Putin - mais dois pontos foram acrescentados. A linguagem vaga do quinto ponto requisitava a retirada das forças militares russas, mas também permitia que grupos de manutenção da paz "implantassem medidas de segurança adicionais" enquanto aguardavam a chegada de monitoramento internacional.
O sexto ponto abria a discussão sobre o futuro status da Abkházia e da Ossétia do Sul. Um oficial americano sênior disse que a linguagem vaga do quinto ponto "permitia que os russos fizessem quase tudo." Mas quando Sarkozy apresentou o plano a Saakashvili, afirmou, o líder georgiano não fez objeções. "Suponho que o acordo tenha sido apresentado como 'isso foi o melhor que consegui,'" disse o oficial. No mesmo dia, os georgianos estavam apreensivos com os sinais da chegada ¿ ou não ¿ dos russos.
Em Senaki, soldados russos ocuparam a lanchonete de Lia Baramia. Ela havia deixado o local quando soube do conflito. Quando retornou, soldados russos haviam cavado trincheiras na frente do estabelecimento e estavam usando uma torneira externa para matar a sede e tomar banho. Eles foram amigáveis, afirmou, mas ela ficou feliz por terem ido embora. Quando as vacas já comiam as folhas e gramas que os soldados usaram para camuflar seus veículos, Baramia, 40 anos, decidiu reabrir a lanchonete.
Mas após 10 minutos, um comboio russo retornou à cidade. Em Zugdidi, cidade georgiana que faz fronteira com o território separatista de Abkházia, tanques russos se posicionaram do lado de fora de um posto avançado do Ministério da Defesa georgiano e do escritório local da administração presidencial.
Keren Esehua, 19 anos, uma estudante de Direito, pichou os dizeres "Fora ocupação" no asfalto. "Mais do que nunca, os georgianos precisam trabalhar juntos," ela disse. Nas proximidades, Tamuna Malania, 20, outra estudante de Direito, foi para o meio da estrada, forçando um caminhão militar a parar. Ela então jogou panfletos de antiocupação sobre o veículo.
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The New York Times
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Georgia X Rússia
http://www.alertnet.org/thenews/newsdesk/LE203305.htmRussia says concerned by US cargoes to Georgia
Russia's General Staff said on Thursday it was concerned by the type of cargoes the United States was airlifting to Georgia and said Russia's Black Sea fleet would take commands only from the Russian President.
Ukraine's president Viktor Yushchenko had signed a decree requiring authorisation for Russian warships to return to their base in Sevastopol, a Crimean port which is part of Ukraine.
http://www.kommersant.com/p-13097/Russi ... exercises/Russia and France Will Hold Their Own Naval Exercises without the U.S.
France will not refuse to hold the FRUKUS 2008 international naval exercises, in which Russia will take part, representatives of the Russian Pacific Fleet information service told Interfax on Thursday. At the request of the French Navy, they added, a ship from the Pacific Fleet and the French frigate Vendemiaire will hold separate exercises in the Sea of Japan.
On Tuesday in the late evening, information agencies, citing unnamed high-placed Pentagon representatives, reported that the United States was refusing to hold the FRUKUS 2008 exercises, planned for August 15-23, in connection with events in South Ossetia. The Pacific Ocean Fleet responded that it had received no official notification of the exercises’ cancellation.
FRUKUS is a joint naval exercise held by Russia, France, the U.S. and Great Britain in the Sea of Japan and Port of Vladivostok.
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Re: Georgia X Rússia
delmar escreveu:Uma das grandes novidades para os blindados eram aquelas placas de blindagem, cobrindo todo o tanque. Observando as fotos tem-se a impressão de que elas foram de pouca valía. Ou seja, os tanques foram para o o beleléu com placa e tudo. Não há sinal também, nos blindados destruidos, que as placas tenham sofrido algum primeiro impacto e resistido Estão intactas. Pode-se assim deduzir que o blindado morreu no primeiro tiro bem dado, com placa e tudo. Uma questão a ser analisada.P44 escreveu:
This is a Georgian tank captured by the Ossetians.
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muitas fotos de tanques e carros de combate destruidos na Geórgia
http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... p?t=139823
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saudações
mais fotos:
e BASTANTES MAIS AQUI:
http://www.navoine.ru/forum/viewtopic.php?p=551
(de vez em qd não se consegue assessar, muito tráfego, mas continuem tentando que dá!)
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Re: Georgia X Rússia
Veja bemn, aquilo não é la muita novidade, isso por sinal é bem antigo, é blindagem reativa, mas a utilização dela não significa que o blindado esta imune a qualquer coisa.delmar escreveu: Uma das grandes novidades para os blindados eram aquelas placas de blindagem, cobrindo todo o tanque. Observando as fotos tem-se a impressão de que elas foram de pouca valía. Ou seja, os tanques foram para o o beleléu com placa e tudo. Não há sinal também, nos blindados destruidos, que as placas tenham sofrido algum primeiro impacto e resistido Estão intactas. Pode-se assim deduzir que o blindado morreu no primeiro tiro bem dado, com placa e tudo. Uma questão a ser analisada.
saudações
Provavelmente o foguete utilizado para detruir os tanques é preparado para esse tipo de blindagem adicional.
Se não me engano, essa placa não deve resistir, ela na verdade deve explodir ao impacto do projetil, gerando uma força contraria, protegendo assim o casco do tanque.
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Re: Georgia X Rússia
Soldados chechenos das forças especiais Vostok (Oriente) prende georgianos suspeitos de usar artilharia depois de uma batalha na aldeia de georgiano Zemo Nikozi cerca de 20 km (12 milhas) fora da capital da Ossétia do Sul Tshinvali, 11 de agosto de 2008.
http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... 86&page=86
Nesta pg .
http://www.militaryphotos.net/forums/sh ... 86&page=86
Nesta pg .
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Re: Georgia X Rússia
http://www.jornaldefesa.com.pt/noticias_v.asp?id=626Os acontecimentos no Cáucaso e os Jogos Olímpicos
Luís Falcão
Como é descrito em qualquer compêndio de Estratégia, ou mesmo de Relações Internacionais, a Estratégia ocupa-se da mobilização de recursos (meios e métodos) ao dispor de um Estado para atingir objectivos políticos. Enquanto as políticas mudam consoante a orientação governativa (até mesmo nos EUA) as estratégias tem um carácter mais perene, permitindo mesmo definir uma grande estratégia nacional, pois em causa estão muitas vezes os objectivos teleológicos – segurança, progresso e bem-estar de uma determinada comunidade política. No entanto, as chamadas modalidades de acção estratégicas poderão ser conjunturais, quando os objectivos a atingir sejam também eles conjunturais.
Não deixa de ser interessante que a Rússia adopte uma modalidade de acção estratégica directa na Geórgia numa altura que a China está no auge do seu esplendor com a exemplar organização dos jogos olímpicos, demonstrando à escala global as suas enormes capacidades enquanto Grande Potência em acelerado ritmo de consolidação.
É sabido que os interesses russos e chineses nunca foram propriamente convergentes (até mesmo nos anos 50, na Coreia, Indochina, etc.) apesar de até há pouco tempo a Rússia nunca se sentir propriamente ameaçada ou mesmo incomodada pelo gigante asiático. Pelo contrário, a China tem assumido um papel cada vez mais relevante à escala global (e não apenas na Eurásia), actuando não geopoliticamente, mas sim demograficamente e economicamente, desenvolvendo-se de uma forma verdadeiramente fenomenal.
O que acontece é que após um longo período em que a Rússia foi pouco considerada no xadrez das relações internacionais, os seus responsáveis políticos (mormente Putin) consideraram que já basta e pretendem assumir o papel determinante que a história recente do século passado lhe reservou.
Com esta acção a Rússia apenas quer marcar a sua posição enquanto Grande Potência e, sem dúvidas, irá retirar as sua tropas da Geórgia após essa mensagem ficar clara para os principais responsáveis políticos mundiais. Todos esperamos que seja para breve!
Re: Georgia X Rússia
Se não me engano esse tipo de blindagem funciona bem conta munições HEAT ou de carga oca, contra munição do tipo flecha ou sistemas anti-tank que usam carga em tandem modernas a blindagem reativa não funciona muito bem.vmonteiro escreveu:Veja bemn, aquilo não é la muita novidade, isso por sinal é bem antigo, é blindagem reativa, mas a utilização dela não significa que o blindado esta imune a qualquer coisa.delmar escreveu: Uma das grandes novidades para os blindados eram aquelas placas de blindagem, cobrindo todo o tanque. Observando as fotos tem-se a impressão de que elas foram de pouca valía. Ou seja, os tanques foram para o o beleléu com placa e tudo. Não há sinal também, nos blindados destruidos, que as placas tenham sofrido algum primeiro impacto e resistido Estão intactas. Pode-se assim deduzir que o blindado morreu no primeiro tiro bem dado, com placa e tudo. Uma questão a ser analisada.
saudações
Provavelmente o foguete utilizado para detruir os tanques é preparado para esse tipo de blindagem adicional.
Se não me engano, essa placa não deve resistir, ela na verdade deve explodir ao impacto do projetil, gerando uma força contraria, protegendo assim o casco do tanque.