Georgia X Rússia
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Re: Georgia X Rússia
Alcoolismo é uma doença nacional da Russia, isso desde o tempo em que a mesma fazia parte da URSS.
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Re: Georgia X Rússia
E por falar em Americanos, quando aquele F-117 foi abatido sobre a Sérvia...pt escreveu:Eu referi-me à perda de um dos mais sofisticados aviões que a Rússia alguma vez construiu !Putz, insinua até que os generais russos estão atuando bêbados no conflito...
A Geórgia é um pais mais pequeno que o estado de Santa Catarina, com uma força aérea constituida por seis aviões de ataque Su-25.
Para uma superpotência, assim tão bem armada perder um dos seus mais sofisticados aviões para um país mixuruca como a Geórgia, alguma coisa deve ter acontecido e você tem duas hipóteses:
1 - Afinal o material russo é mesmo uma porcaria (o que não creio que faça muito sentido)
2 - Alguém no comando russo cometeu um erro crasso e dramático.
Afirmar que o general estava bêbado, é apenas uma figura de expressão, podia estar com azia, dor de cabeça, dor de barriga, ou podia estar bêbado, já que a bebedeira é o desporto nacional russo. O Boris Ieltsin, fartou-se de mostrar como é que a coisa funcionava
Mas que alguém cometeu um erro estúpido, não há dúvida...
Ah, claro...
Peço desculpa. Esqueci-me.
Foi tudo culpa dos americanos, esses demónios malvados ...
Não é necessário explicações complexas para o abate do que efectivamente é uma especie de Tornado em tamanho gigante, com uma aviônica muito inferior ao aparelho Europeu e com sinais IR e RCS monstruosos, um "Backfire" não é propriamente um B2.
Se existirem sistemas AAW relativamente modernos na área, um aparelho destes está mesmo a pedir para ser abatido, o que por curiosidade foi o que aconteceu.
"Quem vai à Guerra, dá e leva..."
Abraço
Budweiser 'beer' is like making love in a canoe - 'F***** close to water'...
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Re: Georgia X Rússia
Reportagem da RTP que mostra a DESTRUIÇÃO da Capital da Ossétia do Sul pelas Tropas Georgianas (para os mais "esquecidos", quem começou esta guerra foi a GEÓRGIA) e do Drama Humanitário dos Ossetas
Excerto do Jornal da Tarde, inicio da reportagem de Ievegueni moravitch, aos "13:02"
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=1098
em
2008.08.13
(1ª Parte)
44m 18s
Excerto do Jornal da Tarde, inicio da reportagem de Ievegueni moravitch, aos "13:02"
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=1098
em
2008.08.13
(1ª Parte)
44m 18s
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Re: Georgia X Rússia
Quiron escreveu:Acho que todos os colegas concordam que do ponto de vista dos civis a Rússia tem errado um bocado, não? Ficar comemorando essa carnificina de civis não é lá muito bonito, independente de quem tenha razão ou não nessa guerra.
O que temos visto são edifícios e mais edifícios em chamas com pessoas carregando seus parentes mortos de um lado para o outro, esperando por uma ajuda que ninguém está disposto a se arriscar para enviar.
"Ah! Ninguém segura o urso!". Quem sabe uma montanha de cadáveres faça o urso atolar seus blindados enquanto comemoramos a grande demonstração de poder russo frente aos americanos/europeus que nada podem fazer. Mas que grande alegria!
esse é mais um caso evidente da manipulação da informação pelos media ocidentais, quando a maior parte dessas imagens saõ de Tshkinvali , Capital da Ossétia do Sul, que foi completamente ARRASADA pelos Georgianos!!!!!
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Re: Georgia X Rússia
basta ver o que aconteceu na "GUERRA CIVIL" Americana, quando o Sul quis a Independência, a reacção do governo federal para mostrar a a Treta do que é essa afirmação!pt escreveu:Tulio -> Não é exactamente assim.Tulio escreveu:Finalmente, tanto Rússia quanto EUA são imperialistas, não há como negar. Quando pudemos, também o fomos (inclusive éramos MESMO um império); o Paraguai viu o que acontece quando se ataca um inimigo assim: não somos santos também...
O problema é a definição de Império.
Império é desde a antiguidade uma forma de organização política em que vários povos com características distintas vivem sob um mesmo governo. O Império é uma espécie de federação.
Desde ponto de vista, a Rússia ainda é um Império, não um Império do ponto de vista pejorativo, mas na verdadeira acepção da palavra.
A Federação Russa, é uma amalgama de países, que falam centenas de linguas e que não conseguem entender-se uns aos outros.
O império normalmente mantém-se pela força e o caso mais evidente que temos é o caso da Chechenia, que era uma parte do Império Russo, que queria a independência.
E conforme era norma no tempo do império romano, foi vitima de um dos maiores genocidios no pós 2ª guerra mundial.
Nem os Estados Unidos nem o Brasil são Impérios. O Brasil chamou-se império, e não reino por razões que nada têm a ver com essa realidade.
O termo países imperialistas, foi um termo inventado pelo movimento comunista nos anos 50, quando pretendia apropriar-se das riquezas das colónias europeias em África, para colocar lá, o grupo étnico que lhe fosse mais favorável.
E como vemos, há pessoas que nunca largaram os maus hábitos ...
Acho que alguém deveria criar um tópico estilo «O Cáucaso e o choque de civilizações»
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Re: Georgia X Rússia
Que não tiveram nada, nadinha de Fraudulento, em Novembro passado, conforme foi noticiado pelos mais diversos meios de comunicação social...pt escreveu:Não há comparação entre a invasão da Georgia e a questão de Saddam Hussein.é muita carra de pau dos EUA, eles não fizeram parecido no iraque, eles nao fizeram parecido em kosovo, por que tanta critica?
Saddam era um ditador sanguinário e o seu governo absolutamente ilegítimo.
A russia atacou um país com um governo eleito de forma democrática, com eleições livres.
blablablabla
sim, claro, foi mesmo por "isso" que os EUA invadiram o Iraque....Saddam era um ditador sanguinário e o seu governo absolutamente ilegítimo.
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Re: Georgia X Rússia
soultrain escreveu:pt escreveu:É engraçado que no desvario vermelho, ninguém me perguntou o que é que eu acho do presidente da Georgia...
Eu acho que não sabemos de facto quem começou. Acredito que a Georgia, provavelmente cometeu um erro táctico.
O problema é que o erro táctico foi tão desatrado, que ele é demasiado para acreditar que não houve outros intervenientes.
Lembro que a Russia afirmou que tinham sido cometidos crimes contra a Humanidade e Genocidio por parte dos Georgianos.
Eu gostaria de ver esse crime contra a Humanidade, que foi cometido em 24 horas ser analisado por gente imparcial.
O caso da Georgia tem pontos de contacto com A Sérvia e a Ossétia com o Kosovo.
O problema, é que nem tudo é exactamente igual.
A questão é muito mais uma questão de afirmação da Rússia, que escolheu matar georgianos para provar que não retira mais.
A comparação mais lógica, é com a invasão da minuscula ilha de Granada pelo presidente Reagan no inicio dos anos 80, que também foi utilizada para mostrar que depois de várias derrotas, a América não recuaria mais.
O problema todo tem a ver com a conhecida, reconhecida e comprovada brutalidade dos russo, que ficou demonstrada com os primeiros bombardeamentos de civis.
E não me venham com histórias de que os americanos também bombardearam civis, ou que o império romano também era cruel, como desculpa.
Infelizmente acabamos sempre por nos desviar do tema militar, que deveria ser o objectivo principal, e admito que acabo sendo arrastado para discussões histéricas com os comunistas e defensores caninos da Rússia.
Não há guerra em que só um lado tem a culpa. A Georgia tem um presidente no minimo esquisito, e a Rússia tem governantes habituados a todo o tipo de truque baixo.
Sakashvilli, é o tipo de imbecil que facilmente cairia em qualquer truque dos russos, para criar um pretexto.
Mas na Russia não há imprensa livre, e quem estudar o caso, aparecerá misteriosamente morto, ou então cometerá suicidio com dois tiros na nuca.
Por acaso perguntei-lhe duas vezes o que faria no lugar dele e fiquei sem resposta em ambas.
Assim com põe em causa os números Russos (com razão) quem lhe disse a si que aconteceram bombardeamentos de civis?
Os mecanismos de poder nas grandes potências, são muito parecidos, deixe-se de tretas. De um lado o presidente fantoche da Gasprom, do outro o ex-fantoche de meio mundo Haliburton, Enron, petroliferas, LM etc. ( agora que está para sair, já ninguém se preocupa com os cordéis).
Quem fez a primeira agressão perdeu a razão e tudo indica que foi a Georgia ( é unanime, excepto em alguns orgãos de comunicação muito "honestos", não é PT?).
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Re: Georgia X Rússia
Gostei desta comparação do Correio Bras, por isso a lancei para apreciação em dois tópicos.
Os ossetas e a Raposa-Serra do Sol
Infelizmente, no Brasil, quem pensa nos interesses nacionais de longo prazo são os militares. A maioria dos políticos olha para os interesses de curtíssimo prazo, às vezes os do passado
Por Luiz Carlos Azedo
Quando as tropas de Gengis Kan atravessaram o Cáucaso, a Alânia era uma nação em formação, graças à Rota da Seda. O povo de Jas (ossetas), porém, foi expulso das margens do Rio Don — a eterna linha divisória entre a Europa e a Ásia —, para as montanhas do Cáucaso, na fronteira da Rússia com a Geórgia. Essa é a origem das Ossétias do Norte (RU) e do Sul (GEO), repúblicas autônomas da antiga União Soviética criadas por Stálin. Georgiano descendente de ossetas, julgava ter encontrado a fórmula para resolver os conflitos étnicos e a questão das nacionalidades do antigo Império de Pedro, o Grande, e Catarina da Rússia.
Volatilização
Com o fim espetacular e inesperado da União Soviética, a Ossétia do Norte manteve seu status na Federação Russa, mas a Geórgia nunca aceitou a autonomia da Ossétia do Sul. Desde então, a região é um foco de tensões, que agora resultaram numa guerra que desestabiliza a geopolítica da Europa. Quem imaginaria, há 50 anos, a Geórgia em guerra com a Rússia? O Império Soviético parecia inabalável, sobre o tripé Rússia-Ucrânia-Geórgia, as repúblicas asiáticas e os países do Leste Europeu, inclusive a antiga Alemanha Oriental.
A Guerra Fria, apesar do conflito sino-soviético, durante 40 anos, rumou noutra direção. Primeiro foi a Revolução Cubana, depois o colapso do colonialismo na África, a derrota norte-americana no Vietnã, os aiatolás do Irã no poder e a democratização da América Latina. A partir da década de 1990, porém, o jogo virou completamente. Os soviéticos foram volatilizados, o antigo regime comunista virou um folclore que ainda atrai turistas. A Alemanha voltou a ser uma só, a Estônia, Lituânia e Letônia se tornaram independentes, Ieltsin dissolveu a União Soviética. A Iugoslávia implodiu em guerras civis nos Bálcãs, berço de duas guerras mundiais. As fronteiras da Conferência de Yalta, desenhadas pelos vitoriosos na II Guerra Mundial, foram descongeladas e os países do Leste Europeu ingressaram na Comunidade Européia. Cuba e Coréia do Norte pagam o preço do dogmatismo; a China do massacre da Paz Celestial resultou num “capitalismo de Estado” que ninguém sabe ainda aonde vai, mas que o mundo observa de bem perto nestas Olimpíadas de Pequim.
O que será?
Quem dá as cartas no “grande jogo” das potências ocidentais no Oriente são os Estados Unidos: um pé no Afeganistão, outro no Iraque, a mão peluda na Bósnia e outra, de gato, na Geórgia. O olho ianque da direita vigia a Rússia, que tenta se reerguer com potência energética da Europa; o da esquerda, a China, cuja influência cresce na Ásia e na África. Onde entra o Brasil nessa história? Fica de fora, na arquibancada da Rodada de Doha, onde a diplomacia brasileira apostou todas as fichas, em busca de um acordo multilateral mais favorável aos emergentes no mercado globalizado.
E daqui a 50 anos, o que será? Seremos uma grande potência energética, com petróleo em abundância na plataforma continental, grandes hidrelétricas e minerais estratégicos na Amazônia, num cenário de esgotamento de reservas mundiais. O futuro da América Latina, porém, ainda é uma incógnita, devido às contradições crescentes no subcontinente, como a ameaça separatista na Bolívia, a presença militar norte-americana na Colômbia, a belicosidade da Venezuela de Chávez, os ressentimentos do Paraguai, sem falar do narcotráfico.
Infelizmente, no Brasil, quem pensa nos interesses nacionais de longo prazo são, principalmente, os militares. A maioria dos políticos olha para os interesses de curtíssimo prazo, às vezes os do passado. Essa é a diferença, por exemplo, entre a polêmica criada pelo comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro, sobre os riscos à soberania na reserva Raposa-Serra do Sol, e o debate patrocinado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre a Lei de Anistia. A guerra na Ossétia do Sul é um conflito no fim do mundo, mas suas causas estão muito próximas de nós por causa do velho padrão energético que o mundo pós-moderno herdou da sociedade industrial.
Os ossetas e a Raposa-Serra do Sol
Infelizmente, no Brasil, quem pensa nos interesses nacionais de longo prazo são os militares. A maioria dos políticos olha para os interesses de curtíssimo prazo, às vezes os do passado
Por Luiz Carlos Azedo
Quando as tropas de Gengis Kan atravessaram o Cáucaso, a Alânia era uma nação em formação, graças à Rota da Seda. O povo de Jas (ossetas), porém, foi expulso das margens do Rio Don — a eterna linha divisória entre a Europa e a Ásia —, para as montanhas do Cáucaso, na fronteira da Rússia com a Geórgia. Essa é a origem das Ossétias do Norte (RU) e do Sul (GEO), repúblicas autônomas da antiga União Soviética criadas por Stálin. Georgiano descendente de ossetas, julgava ter encontrado a fórmula para resolver os conflitos étnicos e a questão das nacionalidades do antigo Império de Pedro, o Grande, e Catarina da Rússia.
Volatilização
Com o fim espetacular e inesperado da União Soviética, a Ossétia do Norte manteve seu status na Federação Russa, mas a Geórgia nunca aceitou a autonomia da Ossétia do Sul. Desde então, a região é um foco de tensões, que agora resultaram numa guerra que desestabiliza a geopolítica da Europa. Quem imaginaria, há 50 anos, a Geórgia em guerra com a Rússia? O Império Soviético parecia inabalável, sobre o tripé Rússia-Ucrânia-Geórgia, as repúblicas asiáticas e os países do Leste Europeu, inclusive a antiga Alemanha Oriental.
A Guerra Fria, apesar do conflito sino-soviético, durante 40 anos, rumou noutra direção. Primeiro foi a Revolução Cubana, depois o colapso do colonialismo na África, a derrota norte-americana no Vietnã, os aiatolás do Irã no poder e a democratização da América Latina. A partir da década de 1990, porém, o jogo virou completamente. Os soviéticos foram volatilizados, o antigo regime comunista virou um folclore que ainda atrai turistas. A Alemanha voltou a ser uma só, a Estônia, Lituânia e Letônia se tornaram independentes, Ieltsin dissolveu a União Soviética. A Iugoslávia implodiu em guerras civis nos Bálcãs, berço de duas guerras mundiais. As fronteiras da Conferência de Yalta, desenhadas pelos vitoriosos na II Guerra Mundial, foram descongeladas e os países do Leste Europeu ingressaram na Comunidade Européia. Cuba e Coréia do Norte pagam o preço do dogmatismo; a China do massacre da Paz Celestial resultou num “capitalismo de Estado” que ninguém sabe ainda aonde vai, mas que o mundo observa de bem perto nestas Olimpíadas de Pequim.
O que será?
Quem dá as cartas no “grande jogo” das potências ocidentais no Oriente são os Estados Unidos: um pé no Afeganistão, outro no Iraque, a mão peluda na Bósnia e outra, de gato, na Geórgia. O olho ianque da direita vigia a Rússia, que tenta se reerguer com potência energética da Europa; o da esquerda, a China, cuja influência cresce na Ásia e na África. Onde entra o Brasil nessa história? Fica de fora, na arquibancada da Rodada de Doha, onde a diplomacia brasileira apostou todas as fichas, em busca de um acordo multilateral mais favorável aos emergentes no mercado globalizado.
E daqui a 50 anos, o que será? Seremos uma grande potência energética, com petróleo em abundância na plataforma continental, grandes hidrelétricas e minerais estratégicos na Amazônia, num cenário de esgotamento de reservas mundiais. O futuro da América Latina, porém, ainda é uma incógnita, devido às contradições crescentes no subcontinente, como a ameaça separatista na Bolívia, a presença militar norte-americana na Colômbia, a belicosidade da Venezuela de Chávez, os ressentimentos do Paraguai, sem falar do narcotráfico.
Infelizmente, no Brasil, quem pensa nos interesses nacionais de longo prazo são, principalmente, os militares. A maioria dos políticos olha para os interesses de curtíssimo prazo, às vezes os do passado. Essa é a diferença, por exemplo, entre a polêmica criada pelo comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro, sobre os riscos à soberania na reserva Raposa-Serra do Sol, e o debate patrocinado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre a Lei de Anistia. A guerra na Ossétia do Sul é um conflito no fim do mundo, mas suas causas estão muito próximas de nós por causa do velho padrão energético que o mundo pós-moderno herdou da sociedade industrial.
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Re: Georgia X Rússia
se é assim, então porque destroem cidades do seu próprio país e massacram a "sua" própria população? Então é LIMPEZA ÉTNICA meu caro!!!!!!Wolfgang escreveu:Baixa a bola, vmonteiro. O pt é um user antigo e não te atacou, só está defendendo a posição dele. Aliás a palavra invadir é bobagem. A Ossétia faz parte da Geórgia.
O senhor explanou muito até agora. Pouco conhecimento, muita bravata.
Menos.
Atenciosamente,
Fabio
imagens de Tsikavili, destruida pelo Exército da GEÓRGIA!
e noutro tom...
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Re: Georgia X Rússia
Realmente não ha motivo nenhum para moderação do comportamento desse senhor.pt escreveu:... já que a bebedeira é o desporto nacional russo...
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Re: Georgia X Rússia
Financial Times
13/08/2008
Conflito mostra primeira tentativa de ressuscitar a União Soviética
Charles Clover
Na terça-feira (12/08), o trecho de auto-estrada entre Tbilisi, a capital da Geórgia, e a cidade de Gori, que fica próxima à frente de batalha, contava a história triste do fim de um exército outrora orgulhoso.
Era possível ver dezenas de veículos vazios, que aparentemente foram abandonados quando o pânico tomou conta dos soldados georgianos durante a noite.
Equipamentos, incluindo metralhadoras, foram deixados nos veículos e espalhados ao longo da estrada. Havia pouquíssimos sinais de luta.
Somente um veículo foi atingido pelo fogo inimigo: um carro blindado retorcido e escurecido pelo fogo. O seu canhão estava jogado em um campo próximo.
O resto da destruição - dois caminhões pesados que colidiram de frente, vários tanques abandonados em depressões à beira da estrada e dezenas de caminhões vazios com as portas abertas - deveu-se ao puro medo. Os soldados que por lá circulavam evidentemente sabiam que qualquer veículo militar na estrada era um alvo potencial para a temida "aviatsia" russa. Melhor voltar a pé para Tbilisi do que morrer.
Soldados georgianos observam comboio militar ser atingido por mísseis lançados pelos russos
Foi o final humilhante de uma aventura militar - que teve início na última quinta-feira - espetacularmente mal concebida por Mikhail Saakashvili, o presidente georgiano. Na noite passada ele alimentou o pânico ao anunciar na televisão - falsamente, conforme ficou comprovado - que as tropas russas marchavam em direção à capital e ordenar o recuo das suas unidades.
Quando o presidente russo Dmitri Medvedev anunciou ontem a cessação das hostilidades, a Rússia estava no comando tanto da Ossétia do Sul quanto da Abkházia. Os russos destruíram a capacidade de combate georgiana e pareciam ter a intenção de derrubar Saakashvili, com uma boa chance de sucesso.
Foi o fim de uma semana de riscos sem precedentes assumidos pelos governos georgiano e russo, cada um deles tentando reescrever as regras referentes àquilo que poderiam fazer impunemente. Saakashvili apostou em uma ofensiva contra o enclave separatista da Ossétia do Sul, mas, em vez de desfechar um ataque rápido e preciso, transformou a operação em um uma balbúrdia sangrenta na noite da quinta-feira, quando tropas georgianas cercaram a cidade de Tskhinvali, bombardeando-a e matando até 2.000 pessoas.
O Kremlin também fez uma aposta quando fez com que o seu 58º exército cruzasse a fronteira para atacar um país apoiado pelos Estados Unidos.
Até mesmo as invasões soviéticas da Hungria, da Tchecoslováquia e do Afeganistão, os únicos precedentes para uma guerra deste tipo, foram feitas contra países que se encaixavam solidamente na esfera de influência de Moscou. A Geórgia é diferente: o seu governo pró-ocidental tem vínculos estreitos com Washington, conta com um presidente educado na Universidade Harvard e possui mais de cem assessores militares norte-americanos. Em termos de desrespeito flagrante ao status quo global, a operação tem poucos paralelos.
Mas enquanto a Geórgia apostou e perdeu, até o momento o cálculo da Rússia parece ter resultado em sucesso.
Ao atacar impunemente um aliado norte-americano que estava sendo cogitado para ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Kremlin demonstrou que a Rússia é a potência dominante na região. "Historicamente a Rússia foi e continuará sendo a garantidora da segurança dos povos do Cáucaso", afirmou Medvedev na semana passada.
Em outras palavras, parece que a Rússia subitamente passou a pertencer ao clube de elite formado pelos países que podem escrever as suas próprias regras. Da mesma forma como os Estados Unidos foram capazes de ignorar o repúdio generalizado à invasão do Iraque sob um falso pretexto - as inexistentes armas de destruição em massa de Saddam Hussein -, os líderes da Rússia puderam ignorar a pressão internacional referente a uma guerra que eles próprios ajudaram a provocar ao armarem e apoiarem os rebeldes sul-ossetianos.
"A Rússia está exigindo um papel totalmente novo, e este fato terá repercussões pelo mundo todo", afirma Dmitri Trenin, analista político do Centro Carnegie de Moscou. Ele vê como fortes provocações as recentes decisões da Otan de dar início a discussões a respeito do ingresso da Ucrânia e da Geórgia na Otan, bem como os planos dos Estados Unidos para a instalação de um sistema antimísseis na Europa Oriental. "A Rússia começará a enfrentar mais ativamente os Estados Unidos em todo o mundo. Esta atitude não existia um mês atrás - agora o clima é diferente. A Rússia deseja firmar a sua hegemonia regional".
Poucos duvidam que a ação militar na Geórgia é a primeira de uma série de medidas para reinstituir o controle de Moscou sobre a ex-União Soviética. O ingresso da Geórgia e da Ucrânia na Otan, algo que vinha sendo bastante cogitado no início deste ano, agora se tornou bastante improvável.
Tendo criado o precedente de defender os cidadãos russos com o uso de força militar - os sul-ossetianos vêm recebendo passaportes russos há dois anos - , o Kremlin poderia usar as mesmas técnicas do tipo dividir-e-conquistar na Criméia, a província ucraniana dominada por indivíduos de etnia russa, no norte do Cazaquistão, região também dominada pela etnia russa, ou nos Estados bálticos, que possuem grandes minorias russas. É quase certo que a Rússia tentará derrubar Saakashvili, tido por Moscou como um fantoche dos Estados Unidos, e substituí-lo por uma figura pró-Rússia. Viktor Yushchenko, o presidente pró-ocidental da Ucrânia tomará nota disso.
Recentemente o Kremlin procurou confrontar Washington em outras regiões, estabelecendo vínculos com regimes antiamericanos como a Venezuela, de Hugo Chávez, e Cuba, de Raúl Castro, e, ao mesmo tempo, aprofundando o relacionamento com a China para contrabalançar a força da Otan. No mês passado os dois países assinaram um acordo inédito de demarcação de fronteira.
Em face disso, a pressão norte-americana sobre a Rússia tem sido inefetiva. Moscou parece ter calculado corretamente que Washington não reagiria à sua invasão da Geórgia - já que os Estados Unidos estão emaranhados nas guerras no Afeganistão e no Iraque. Não se sabe se as "conseqüências" mencionadas em uma ameaça do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, alguns dia se materializarão.
Muitos acreditam que o governo georgiano também tem culpa pela guerra por ter atacado primeiro a Ossétia do Sul. "Creio que os Estados Unidos estão embaraçados pelo fato de Saakashvili ter ido além daquilo que Washington considerava uma política racional. Saakashvili tentou colocar os norte-americanos diante de um fato consumado. Mas a operação dele foi um desastre", afirma Trenin. "A resposta européia à crise da Geórgia tem sido heterogênea e marcada por críticas à Geórgia, bem como à Rússia, o que revela uma diferença profunda entre a percepção norte-americana e européia em relação à Rússia. Os europeus opõem-se às políticas de confrontação dos Estados Unidos e preferem não antagonizar Moscou. Muita gente na Europa dirá aos norte-americanos: 'Nós avisamos que vocês não podiam confiar nesse governo georgiano. Eles são como crianças brincando com fósforos no quintal, que acabaram se queimando bastante. Não faz sentido ir à guerra contra a Rússia por causa disso'".
Natalia Leschenko, da instituição de pesquisas políticas Global Insight,
afirma: "Os membros da União Européia dividem-se em duas linhas quanto à posição que a União Européia deveria adotar em relação à Rússia no que diz respeito à esta situação. Os novos membros, os Estados bálticos e a Polônia, exigiram rapidamente a imposição de regulamentações de vistos à Rússia e também a suspensão do Acordo de Parceria e Cooperação (entre a Rússia e a União Européia), que ainda não está em vigor. Já os membros mais antigos da união não vêem sentido na suspensão do diálogo com a Rússia".
Em outras palavras, Moscou obteve uma acachapante vitória militar, a um custo surpreendentemente baixo no que se refere à sua posição internacional. "Os Estados Unidos estão a ponto de perder um aliado, e não há muito que possam fazer, a menos que os russos cometam um erro mais sério como um bombardeio em grande escala contra Tbilisi ou o envio de tropas terrestres a Gori", diz Trenin, referindo-se à cidade georgiana ao sul da Ossétia do Sul. "Em tal caso os Estados Unidos teriam uma justificativa para agir. Mas do jeito que as coisas estão eles nada podem fazer".
Tal ousadia seria impensável há apenas alguns anos, logo após o colapso da União Soviética. Mas a Rússia passou por uma surpreendente transformação nos últimos oito anos sob o governo de Vladimir Putin, que neste ano deixou o cargo de presidente para tornar-se primeiro-ministro.
O liberalismo pró-ocidental da década de 1990 ficou desacreditado e os símbolos que o governo usa para se autodefinir são cada vez mais aqueles do império - a cruz ortodoxa da Rússia imperial czarista e a estrela vermelha da União Soviética. O "patriotismo" anda por toda parte como ideologia de Estado mal definida, sendo estimulado por uma mídia cada vez mais controlada pelo Estado.
Na década de 1990 o Kremlin era bem mais vulnerável às pressões internacionais, já que devia aos credores internacionais e estava ansioso para ser incluído no "Ocidente", com todas as obrigações morais implícitas em tal inclusão. Mas agora a Rússia exibe autoconfiança econômica, possuindo a terceira maior reserva de moeda estrangeira do mundo e exibindo um grande superávit da balança comercial alimentado pelo petróleo e o gás.
Enquanto isso, o relacionamento do país com o Ocidente tornou-se mais ambivalente, sendo que muita gente na Rússia acredita - de maneira similar ao movimento eslavófilo do século 19, que floresceu nos salões da São Petersburgo imperial - que o país tem uma missão própria e especial, não necessitando imitar o Ocidente.
Houve também uma transformação das forças armadas russas sob Putin, que assumiu a sua presidência no período marcado pelo episódio mais negativo referente à capacidade bélica da Rússia: o desastroso afundamento acidental do submarino nuclear Kursk, em 2000, devido a um torpedo defeituoso. A catástrofe do Kursk revelou como era grave o negligenciamento das forças armadas, e desde então o Kremlin fez do Exército uma prioridade. Há alguns anos, uma invasão da Geórgia seria simplesmente uma impossibilidade prática para um exército sucateado e desmoralizado pelas prolongadas campanhas na Tchetchênia e a falta de verbas.
O verdadeiro custo da campanha militar russa na Geórgia é desconhecido, mas ele pareceu ser um exemplo clássico de operação bélica moderna. "Os russos estão nitidamente usando o modelo da campanha dos Estados Unidos na Iugoslávia, em 1999", explica Trenin. O Kremlin efetuou bombardeios de grande altitude para castigar as forças georgianas até que elas recuassem, de forma semelhante ao que a Força Aérea dos Estados Unidos fez contra os sérvios no Kosovo.
Não há dúvida de que a Rússia espera que a imposição de uma grande derrota militar a Saakashvili jogue a opinião pública decisivamente contra ele, e que o povo georgiano faça o resto do trabalho para derrubá-lo. Sergei Lavrov, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse na terça-feira que o seu país não está procurando depor Saakashvili, como o presidente georgiano alegou publicamente em uma entrevista à televisão. No entanto, ele frisou que Moscou gostaria que Saakashvili renunciasse ao cargo.
"Seria melhor se ele fosse embora" disse Lavrov em uma coletiva à imprensa. "Não confiamos na atual liderança georgiana".
Os georgianos, que inicialmente apoiaram Saakashvili, e que continuam unidos no seu ódio a Moscou, estão questionando cada vez mais o cálculo do seu presidente. Embora na terça-feira 150 mil pessoas tenham saudado Saakashvili em frente ao parlamento da Geórgia, havia gente reclamando por toda parte. "Por que fomos à guerra sem armas? Por que fomos à guerra sem sistemas anti-aéreos? Quem precisava desta guerra?", criticou Timur Goldelashvili, um morador de Gori.
Apenas algumas horas após o cessar-fogo russo ter passado a vigorar, surgiram na mídia georgiana notícias de que Nino Burjanadze, a ex-primeira-ministra que recentemente desentendeu-se com Saakashvili, indicava que pretendia desafiar o presidente.
"Este não é o momento de fazer ataques políticos... quando os russos estão a apenas alguns quilômetros da nossa capital", afirmou ela. "Mais tarde haverá tempo para determinar responsabilidades e culpas".
Tradução: UOL
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O grande urso acordou.
[]'s
13/08/2008
Conflito mostra primeira tentativa de ressuscitar a União Soviética
Charles Clover
Na terça-feira (12/08), o trecho de auto-estrada entre Tbilisi, a capital da Geórgia, e a cidade de Gori, que fica próxima à frente de batalha, contava a história triste do fim de um exército outrora orgulhoso.
Era possível ver dezenas de veículos vazios, que aparentemente foram abandonados quando o pânico tomou conta dos soldados georgianos durante a noite.
Equipamentos, incluindo metralhadoras, foram deixados nos veículos e espalhados ao longo da estrada. Havia pouquíssimos sinais de luta.
Somente um veículo foi atingido pelo fogo inimigo: um carro blindado retorcido e escurecido pelo fogo. O seu canhão estava jogado em um campo próximo.
O resto da destruição - dois caminhões pesados que colidiram de frente, vários tanques abandonados em depressões à beira da estrada e dezenas de caminhões vazios com as portas abertas - deveu-se ao puro medo. Os soldados que por lá circulavam evidentemente sabiam que qualquer veículo militar na estrada era um alvo potencial para a temida "aviatsia" russa. Melhor voltar a pé para Tbilisi do que morrer.
Soldados georgianos observam comboio militar ser atingido por mísseis lançados pelos russos
Foi o final humilhante de uma aventura militar - que teve início na última quinta-feira - espetacularmente mal concebida por Mikhail Saakashvili, o presidente georgiano. Na noite passada ele alimentou o pânico ao anunciar na televisão - falsamente, conforme ficou comprovado - que as tropas russas marchavam em direção à capital e ordenar o recuo das suas unidades.
Quando o presidente russo Dmitri Medvedev anunciou ontem a cessação das hostilidades, a Rússia estava no comando tanto da Ossétia do Sul quanto da Abkházia. Os russos destruíram a capacidade de combate georgiana e pareciam ter a intenção de derrubar Saakashvili, com uma boa chance de sucesso.
Foi o fim de uma semana de riscos sem precedentes assumidos pelos governos georgiano e russo, cada um deles tentando reescrever as regras referentes àquilo que poderiam fazer impunemente. Saakashvili apostou em uma ofensiva contra o enclave separatista da Ossétia do Sul, mas, em vez de desfechar um ataque rápido e preciso, transformou a operação em um uma balbúrdia sangrenta na noite da quinta-feira, quando tropas georgianas cercaram a cidade de Tskhinvali, bombardeando-a e matando até 2.000 pessoas.
O Kremlin também fez uma aposta quando fez com que o seu 58º exército cruzasse a fronteira para atacar um país apoiado pelos Estados Unidos.
Até mesmo as invasões soviéticas da Hungria, da Tchecoslováquia e do Afeganistão, os únicos precedentes para uma guerra deste tipo, foram feitas contra países que se encaixavam solidamente na esfera de influência de Moscou. A Geórgia é diferente: o seu governo pró-ocidental tem vínculos estreitos com Washington, conta com um presidente educado na Universidade Harvard e possui mais de cem assessores militares norte-americanos. Em termos de desrespeito flagrante ao status quo global, a operação tem poucos paralelos.
Mas enquanto a Geórgia apostou e perdeu, até o momento o cálculo da Rússia parece ter resultado em sucesso.
Ao atacar impunemente um aliado norte-americano que estava sendo cogitado para ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Kremlin demonstrou que a Rússia é a potência dominante na região. "Historicamente a Rússia foi e continuará sendo a garantidora da segurança dos povos do Cáucaso", afirmou Medvedev na semana passada.
Em outras palavras, parece que a Rússia subitamente passou a pertencer ao clube de elite formado pelos países que podem escrever as suas próprias regras. Da mesma forma como os Estados Unidos foram capazes de ignorar o repúdio generalizado à invasão do Iraque sob um falso pretexto - as inexistentes armas de destruição em massa de Saddam Hussein -, os líderes da Rússia puderam ignorar a pressão internacional referente a uma guerra que eles próprios ajudaram a provocar ao armarem e apoiarem os rebeldes sul-ossetianos.
"A Rússia está exigindo um papel totalmente novo, e este fato terá repercussões pelo mundo todo", afirma Dmitri Trenin, analista político do Centro Carnegie de Moscou. Ele vê como fortes provocações as recentes decisões da Otan de dar início a discussões a respeito do ingresso da Ucrânia e da Geórgia na Otan, bem como os planos dos Estados Unidos para a instalação de um sistema antimísseis na Europa Oriental. "A Rússia começará a enfrentar mais ativamente os Estados Unidos em todo o mundo. Esta atitude não existia um mês atrás - agora o clima é diferente. A Rússia deseja firmar a sua hegemonia regional".
Poucos duvidam que a ação militar na Geórgia é a primeira de uma série de medidas para reinstituir o controle de Moscou sobre a ex-União Soviética. O ingresso da Geórgia e da Ucrânia na Otan, algo que vinha sendo bastante cogitado no início deste ano, agora se tornou bastante improvável.
Tendo criado o precedente de defender os cidadãos russos com o uso de força militar - os sul-ossetianos vêm recebendo passaportes russos há dois anos - , o Kremlin poderia usar as mesmas técnicas do tipo dividir-e-conquistar na Criméia, a província ucraniana dominada por indivíduos de etnia russa, no norte do Cazaquistão, região também dominada pela etnia russa, ou nos Estados bálticos, que possuem grandes minorias russas. É quase certo que a Rússia tentará derrubar Saakashvili, tido por Moscou como um fantoche dos Estados Unidos, e substituí-lo por uma figura pró-Rússia. Viktor Yushchenko, o presidente pró-ocidental da Ucrânia tomará nota disso.
Recentemente o Kremlin procurou confrontar Washington em outras regiões, estabelecendo vínculos com regimes antiamericanos como a Venezuela, de Hugo Chávez, e Cuba, de Raúl Castro, e, ao mesmo tempo, aprofundando o relacionamento com a China para contrabalançar a força da Otan. No mês passado os dois países assinaram um acordo inédito de demarcação de fronteira.
Em face disso, a pressão norte-americana sobre a Rússia tem sido inefetiva. Moscou parece ter calculado corretamente que Washington não reagiria à sua invasão da Geórgia - já que os Estados Unidos estão emaranhados nas guerras no Afeganistão e no Iraque. Não se sabe se as "conseqüências" mencionadas em uma ameaça do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, alguns dia se materializarão.
Muitos acreditam que o governo georgiano também tem culpa pela guerra por ter atacado primeiro a Ossétia do Sul. "Creio que os Estados Unidos estão embaraçados pelo fato de Saakashvili ter ido além daquilo que Washington considerava uma política racional. Saakashvili tentou colocar os norte-americanos diante de um fato consumado. Mas a operação dele foi um desastre", afirma Trenin. "A resposta européia à crise da Geórgia tem sido heterogênea e marcada por críticas à Geórgia, bem como à Rússia, o que revela uma diferença profunda entre a percepção norte-americana e européia em relação à Rússia. Os europeus opõem-se às políticas de confrontação dos Estados Unidos e preferem não antagonizar Moscou. Muita gente na Europa dirá aos norte-americanos: 'Nós avisamos que vocês não podiam confiar nesse governo georgiano. Eles são como crianças brincando com fósforos no quintal, que acabaram se queimando bastante. Não faz sentido ir à guerra contra a Rússia por causa disso'".
Natalia Leschenko, da instituição de pesquisas políticas Global Insight,
afirma: "Os membros da União Européia dividem-se em duas linhas quanto à posição que a União Européia deveria adotar em relação à Rússia no que diz respeito à esta situação. Os novos membros, os Estados bálticos e a Polônia, exigiram rapidamente a imposição de regulamentações de vistos à Rússia e também a suspensão do Acordo de Parceria e Cooperação (entre a Rússia e a União Européia), que ainda não está em vigor. Já os membros mais antigos da união não vêem sentido na suspensão do diálogo com a Rússia".
Em outras palavras, Moscou obteve uma acachapante vitória militar, a um custo surpreendentemente baixo no que se refere à sua posição internacional. "Os Estados Unidos estão a ponto de perder um aliado, e não há muito que possam fazer, a menos que os russos cometam um erro mais sério como um bombardeio em grande escala contra Tbilisi ou o envio de tropas terrestres a Gori", diz Trenin, referindo-se à cidade georgiana ao sul da Ossétia do Sul. "Em tal caso os Estados Unidos teriam uma justificativa para agir. Mas do jeito que as coisas estão eles nada podem fazer".
Tal ousadia seria impensável há apenas alguns anos, logo após o colapso da União Soviética. Mas a Rússia passou por uma surpreendente transformação nos últimos oito anos sob o governo de Vladimir Putin, que neste ano deixou o cargo de presidente para tornar-se primeiro-ministro.
O liberalismo pró-ocidental da década de 1990 ficou desacreditado e os símbolos que o governo usa para se autodefinir são cada vez mais aqueles do império - a cruz ortodoxa da Rússia imperial czarista e a estrela vermelha da União Soviética. O "patriotismo" anda por toda parte como ideologia de Estado mal definida, sendo estimulado por uma mídia cada vez mais controlada pelo Estado.
Na década de 1990 o Kremlin era bem mais vulnerável às pressões internacionais, já que devia aos credores internacionais e estava ansioso para ser incluído no "Ocidente", com todas as obrigações morais implícitas em tal inclusão. Mas agora a Rússia exibe autoconfiança econômica, possuindo a terceira maior reserva de moeda estrangeira do mundo e exibindo um grande superávit da balança comercial alimentado pelo petróleo e o gás.
Enquanto isso, o relacionamento do país com o Ocidente tornou-se mais ambivalente, sendo que muita gente na Rússia acredita - de maneira similar ao movimento eslavófilo do século 19, que floresceu nos salões da São Petersburgo imperial - que o país tem uma missão própria e especial, não necessitando imitar o Ocidente.
Houve também uma transformação das forças armadas russas sob Putin, que assumiu a sua presidência no período marcado pelo episódio mais negativo referente à capacidade bélica da Rússia: o desastroso afundamento acidental do submarino nuclear Kursk, em 2000, devido a um torpedo defeituoso. A catástrofe do Kursk revelou como era grave o negligenciamento das forças armadas, e desde então o Kremlin fez do Exército uma prioridade. Há alguns anos, uma invasão da Geórgia seria simplesmente uma impossibilidade prática para um exército sucateado e desmoralizado pelas prolongadas campanhas na Tchetchênia e a falta de verbas.
O verdadeiro custo da campanha militar russa na Geórgia é desconhecido, mas ele pareceu ser um exemplo clássico de operação bélica moderna. "Os russos estão nitidamente usando o modelo da campanha dos Estados Unidos na Iugoslávia, em 1999", explica Trenin. O Kremlin efetuou bombardeios de grande altitude para castigar as forças georgianas até que elas recuassem, de forma semelhante ao que a Força Aérea dos Estados Unidos fez contra os sérvios no Kosovo.
Não há dúvida de que a Rússia espera que a imposição de uma grande derrota militar a Saakashvili jogue a opinião pública decisivamente contra ele, e que o povo georgiano faça o resto do trabalho para derrubá-lo. Sergei Lavrov, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, disse na terça-feira que o seu país não está procurando depor Saakashvili, como o presidente georgiano alegou publicamente em uma entrevista à televisão. No entanto, ele frisou que Moscou gostaria que Saakashvili renunciasse ao cargo.
"Seria melhor se ele fosse embora" disse Lavrov em uma coletiva à imprensa. "Não confiamos na atual liderança georgiana".
Os georgianos, que inicialmente apoiaram Saakashvili, e que continuam unidos no seu ódio a Moscou, estão questionando cada vez mais o cálculo do seu presidente. Embora na terça-feira 150 mil pessoas tenham saudado Saakashvili em frente ao parlamento da Geórgia, havia gente reclamando por toda parte. "Por que fomos à guerra sem armas? Por que fomos à guerra sem sistemas anti-aéreos? Quem precisava desta guerra?", criticou Timur Goldelashvili, um morador de Gori.
Apenas algumas horas após o cessar-fogo russo ter passado a vigorar, surgiram na mídia georgiana notícias de que Nino Burjanadze, a ex-primeira-ministra que recentemente desentendeu-se com Saakashvili, indicava que pretendia desafiar o presidente.
"Este não é o momento de fazer ataques políticos... quando os russos estão a apenas alguns quilômetros da nossa capital", afirmou ela. "Mais tarde haverá tempo para determinar responsabilidades e culpas".
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"Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras."
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Re: Georgia X Rússia
posso virar a questão ao contrário e indagar, que LEGITIMIDADE tem o sr. Bush para exigir o respeito pela "Integridade Territorial " da Geórgia, quando foi ele que CRIOU O PRECEDENTE DO KOSOVO.....????!!!!!Wolfgang escreveu:Presumo então, que a Rússia concorde com o que aconteceu em Kosovo, já que nesse caso específico, ela leva vantagem, não? Como a Rússia é boazinha. Criticou Kosovo, mas em relação à Ossétia...vmonteiro escreveu: Não amigo, ela so faz parte no papel.
70% da população osseta tem passaporte Russo, a Ossetia desde 94 não responde mais ao governo Georgiano, utiliza moeda russa, e a russia que envia dinheiro para desenvolvimento da região.
Ela ate o momento era independente com forças de paz, aguardando negociação com a Georgia para liberdade total.
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Re: Georgia X Rússia
vmonteiro escreveu:Realmente não ha motivo nenhum para moderação do comportamento desse senhor.pt escreveu:... já que a bebedeira é o desporto nacional russo...
x2
Gostava de saber qual a opinião da moderação a respeito dos insultos xenófobos e racistas desse sr, bem como dos seuss comentários insultuosos pseudo-irónicos feitos directamente ao colega vmonteiro!
é que o sr pt deve julgar que está no seu forum, e eu estou a tentar conter-me para não começar também com "comentários irónicos" perante tanta mentira e propaganda por ele destilada , com a mania de que é o dono da verdade e todos os outros somos umas bestas
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Re: Georgia X Rússia
parece a FOX NEWS....pt escreveu:Pois esta é a questão. E acho que muito terá ainda que ser discutido sobre o que se passou efectivamente. A ideia de que a Georgia se invadiu a si própria é perigosa.Quiron escreveu: Invadir o próprio país?
É mais ou menos como se amanhã, o exército brasileiro tomasse posições numa reserva Índia, e um país estrangeiro reagisse afirmando que o Brasil tinha invadido a reserva raposa-serra-do-sol.
A Ossétia do sul está praticamente encravada dentro da Georgia. É uma questão complicada.
Outra questão por explicar, é o que realmente aconteceu.
Porque havemos de acreditar na versão russa dos factos?
A versão georgiana, afirma que o que ocorreu foi um avanço russo sobre as regiões da Ossétia e da Abkazia que estavam nas mãos do governo georgiano. Os georgianos contactaram os russos, que avisaram que não sabiam de nada e olharam para o lado.
É então que a Georgia reage, enviando tanques para a Ossétia, e depois disso há uma reacção russa imediata.
O exército russo não é conhecido por ser exactamente muito organizado, no entanto em pouco mais que 24 horas, parece ter conseguido preparar um operação de desembarque anfíbio para transportar uma divisão ligeira para a Abkhazia, e parece ter tido capacidade para enviar em tempo record uma parte do seu 58º exército com uma rapidez impressionante.
Ou seja, uma rapidez que ninguém poderia conseguir sem uma grande preparação anterior.
Portanto: Os georgianos parecem ter caído numa armadilha russa, preparada para permitir à Rússia aparecer como «salvadora» e não como «invasora».
Aí, evidentemente terá havido um erro táctico, ao não perceber o que os russos estavam a preparar.
Depois da operação inicial, o que até agora nos foi dado a conhecer, é o costume. O exército russo não utiliza qualquer tipo de tecnologias especiais, os seus tanques são antiquados e os russos continuam a depender da força bruta para avançar.
Não há bombas guiadas a Laser, nem GLONASS, nem tanques russos miraculosos, nem super caças que superam em tudo os ocidentais. O material foi o velho material da guerra fria.Os aviões russos foram abatidos como pássaros em dia de caça e por incrivel que pareça, pois eu nem acreditei na notícia e achei que era contra-informação da Georgia, até um bombardeiro Tupolev Tu-22N «Backfire» foi abatido.
Do lado georgiano, vimos a mesma coisa. Os militares georgianos não parecem ter um sistema coerente de comando e controlo e o seu sistema de comunicações ou não existia, ou foi completamente destruído.
Como até a rede de telemóveis (telefone celular) da Geórgia continuou a funcionar, é de acreditar que o problema de organização é resultado de incompetência do exército da Georgia e não de qualquer acção militar russa.
Ao contrário do que foi referido, não há especialistas militares americanos a dar treino às forças convencionais da Georgia.
Os americanos que lá estão, estão para formar as tropas georgianas para as operações no Iraque e mais nada que isso.
A ideia de que a NATO está por detrás disto, é ridicula e é resultado da paranóia dos soviéticos. Ao que consta foram encontradas bombas russas deitadas sobre áreas civis, com inscrições dirigidas à NATO
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