vmonteiro escreveu:Concordo plenamente, ate porque historicamente quem sempre garantiu a estabilidade por aquelas bandas foram eles mesmo, area de influencia.
Os meus cumprimentos pelos seus elevados conhecimentos de História que certamente nos ajudarão a todos a entender as realidades do mundo.
Até ao inicio do Século XVIII, a região fazia parte do Império Otomano. Mesmo quando a Moscóvia começou a sua expansão com Ivan-III não se lançou sobre o Caucaso, que era uma região otomana.
Edson escreveu:Quem define que legitimo oiu não dentro de um país????
Quem pode afirmar isso???? Isto é opinião e não fato.
Esta é frase: São ditadores, mas são nossos ditadores.
A questão é complicada, mas a frase são Ditadores mas são nossos, não tem aplicação quando os ditadores, se voltam contra a sua própria população.
Como sabemos, até as Ditaduras têm a sua própria lógica de legitimação, mas essa lógica está ligada à necessidade da sua existência em favor do bem comum.
Saddam, não agiu em favor do bem comum, e como sabemos hoje, era o dirigente da minoria Sunita e não defendia os interesses do seu país, porque tanto Curdos quanto Xiitas a sul, eram a maioria mas estavam fora do poder. Para somar a isso, cometeu actos genocidas contra a população que tinha o dever de proteger. Quando isso acontece, perde-se a pouca legitimidade que se tinha.
Tudo tem os seus limites.
Até a democracia tem os seus limites, como é o caso de uma eleição em que 100% da população do país vota a favor da abolição da Democracia. Tal votação não seria legítima.
Wolfgang escreveu:Ah, os amantes do autoristarismo...
Creio que esse é o problema principal. Há uma certa visão da «Esquerda Festiva» como lhe chamava o Pres. Figueiredo, que nunca aceitou que a URSS foi derrotada, e reve-se na Russia.
MAs a questão não é realmente uma questão de comunismo versus capitalismo.
O problema é muito, mas muito mais profundo, e não cabe num tópico de discussão sobre operações militares.
A questão tem a ver com a queda do Império Bizantino, com a conquista de Constantinopla (actual Istambul) e com a ascenção da Moscóvia que se quis atribuir a si o título de «nova Roma» ou nova Bizancio.
É a partir de aí que o problema começa. De um lado a Europa Católica que obedecia ao Papa de Roma, e que continua do mesmo lado do ponto de vista cultural, mesmo com o movimento da reforma protestante e da contra-reforma e do outro lado a Europa Ortodoxa que com a queda de Constantinopla, a Moscóvia achou que deveria liderar.
A Rússia é apenas um Império. Um império que obedece à sua própria lógica, e que como todos os impérios entende que está em cima do fio da navalha.
O Império Russo, tem o mesmo problema do Império Chinês. Não se aguenta com uma Democracia. Precisa de um regime forte, que só se pode garantir através da brutalidade.
É aí que está a fronteira. No ocidente também há comportamentos brutais, mas eles são a excepção. No lado oriental, esses comportamentos são a regra.
Chama-se a isso choque de civilizações.