A 4ª Frota e o Brasil

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#541 Mensagem por Marino » Seg Ago 11, 2008 6:47 pm

Blog Poder Naval:

Operação Atlântico simulará defesa da ‘Amazônia Azul’
A Marinha do Brasil marcou para setembro um grande exercício naval no litoral dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, com a participação de pelo menos nove mil militares e mobilização de 20 navios, 40 aeronaves e 250 outros veículos militares. A Operação Atlântico, orçada em cerca de R$15 milhões, acontecerá um mês depois de iniciada a exploração de petróleo abaixo da camada de sal no Campo de Jubarte, norte da Bacia de Campos.

A operação está prevista para ocorrer entre 15 e 26 de setembro, e vai mobilizar comandos das três Forças. Além da Marinha, participarão a Aeronáutica e o Exército. O foco é o treinamento militar para proteção das reservas petrolíferas, afastando do litoral brasileiro, como dizem os oficiais da Marinha, ‘presenças indesejáveis’. Além disso, a Força quer reforçar a importância da defesa das riquezas brasileiras e mostrar que os navios-patrulha e helicópteros estão ‘aquém do necessário’. O comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, quer dobrar de 18 para 36 o número de navios-patrulha para proteger a chamada Amazônia Azul.

As Forças Armadas também querem treinar a defesa de toda a infra-estrutura terrestre associada à indústria petrolífera, na região compreendida entre os estado do Espírito Santo e São Paulo: gasodutos, oleodutos, refinarias, portos e terminais.

A exploração das reservas do pré-sal está prevista para começar oficialmente nesta semana, provavelmente terça-feira. Em setembro, quando a Marinha já estiver se deslocando para os exercícios da Operação Atlântico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai visitar a plataforma P-34, usada para explorar o óleo leve abaixo da camada de sal em Jubarte.

As recentes descobertas de petróleo na Áreas do pré-sal, mesmo ainda precisando de alguns testes para dimensionar e certificar o potencial a explorar, mostram que podem somar reservas da ordem de 50 bilhões de barris de petréleo e exigir investimentos, calculados pelo banco UBS, em torno de US$600 bilhões.

Fonte: AE

NOTA DO BLOG: A Operação Atlântico deverá ser uma reedição ampliada da Operação Albacora, realizada no ano passado. Com a divulgação da recriação da IV Frota da Marinha dos EUA e da descoberta de novas reservas petrolíferas no litoral brasileiro, esse tipo de operação deverá continuar a se aperfeiçoar nos próximos anos.
Se o treinamento for realista, levando-se em conta um inimigo mais forte e poderoso que o Brasil, vai ficar cada vez mais patente a ausência de meios adequados que possam oferecer uma capacidade de dissuasão crível. Urge portanto, que saiam do papel as providências para a modernização das Forças Armadas brasileiras, em particular a Marinha, que há anos sofre com o corte de verbas para suas funções básicas.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#542 Mensagem por Marino » Seg Ago 11, 2008 6:53 pm

IV Frota em missão humanitária





Miami (EUA), 11 de Agosto de 2008 - O navio anfíbio americano "USS Kearsarge", pertencente a recém-reativada IV Frota, partiu na sexta-feira passada de Miami rumo à Nicarágua, onde vai iniciar uma missão humanitária de quatro meses por seis países da América Central, do Caribe e da América do Sul, informou o Comando Sul dos Estados Unidos.

Com uma tripulação de mais de 1.300 militares, aos quais se unem médicos e engenheiros do Brasil, Canadá, França, Holanda e Espanha, o "USS Kearsarge" chegará logo à Colômbia, República Dominicana, Guiana, Panamá e Trinidade e Tobago antes de regressar em novembro aos Estados Unidos.

Trata-se da primeira missão de um navio da IV Frota desde que esta voltou a operar no dia 12 de julho, confirmou uma fonte desse organismo militar à AFP.

A IV Frota, baseada em Mayport (Flórida), foi criada em 1943 durante a Segunda Guerra Mundial como reforço de bloqueios e defesa contra ataques de aviões e submarinos, mas foi dissolvida depois do conflito bélico, em 1950.

Sua reativação por parte do Pentágono gerou preocupação em vários países latino americanos, que tinham dúvidas sobre se tratava-se de um reforço militar americano na região.

A IV Frota dos Estados Unidos depende do Comando Sul, sediado em Miami, e é responsável por homens, treinamentos e navios dispersos pelos Estados Unidos na América Latina e no Caribe.

Médicos, dentistas e veterinários especialistas a bordo do Kearsarge proverão um grande número de serviços médicos e sanitários a comunidades margina-lizadas da região, inclusive cuidados cirúrgicos, preventivos, oftalmológicos e treinamento em saúde pública, informou o Comando Sul americano, encarregado da missão. Equipes de engenheiros da Marinha e da Força aérea dos EUA colaborarão com vários projetos de construção nos países que o navio visitará.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 12)(AFP)




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#543 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Ago 11, 2008 7:20 pm

Alguém me empresta um lenço prá enchugar as lágrimas... :cry:




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#544 Mensagem por Bolovo » Seg Ago 11, 2008 7:35 pm

Mais um navio da USN fazendo política pra Casa Branca. Ganhando amiguinhos (ou não!)




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#545 Mensagem por Marino » Seg Ago 11, 2008 8:07 pm

brisa escreveu:Mmmmmnnnnnn..........Marino, Padilha, e outros navais...comentarios sobre o postado acima.
O Comandante do navio já mandou uma nota para ser publicada.
O pessoal de reparo de motores (MO) saiu 2 dias de bordo as 18hs, com lanche a tarde e janta a noite para os que quisessem.
Algo sobrenatural sair as 18 hs do trabalho?
Não me falou sobre avaria, firma civil, ou coisa parecida. Trata-se, a meu ver, de faina de reparo normal, que ocorre todos os dias.
Maldita imprensa que dá trela a alguns sem se informar de maneira isenta.
Desde meu primeiro dia a bordo eu ouvia: o cowboy antes de ir para o saloon trata primeiro do cavalo.
Antes de baixar terra, mesmo depois de uma comissão, cuidar "do cavalo".
Sempre foi assim, e sempre será.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#546 Mensagem por brisa » Ter Ago 12, 2008 9:18 am

Obrigado Marino. Sempre é bom contar com pessoas de dentro do "saloom" para poder esclarecer o que sai nesses noticias do dia a dia.

abracos




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#547 Mensagem por Marino » Ter Ago 12, 2008 6:28 pm

Sonia Racy

Barack Obama e John McCain receberão na semana que vem carta com o carimbo do Senado brasileiro. A Casa vai demonstrar “preocupação” com a decisão de George Bush de reativar a Quarta frota da Marinha norte-americana.

Não ganha nada quem adivinhar que foi de Eduardo Suplicy a idéia.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#548 Mensagem por cesarw » Ter Ago 12, 2008 8:44 pm

Marino escreveu:
brisa escreveu:Mmmmmnnnnnn..........Marino, Padilha, e outros navais...comentarios sobre o postado acima.
O Comandante do navio já mandou uma nota para ser publicada.
O pessoal de reparo de motores (MO) saiu 2 dias de bordo as 18hs, com lanche a tarde e janta a noite para os que quisessem.
Algo sobrenatural sair as 18 hs do trabalho?
Não me falou sobre avaria, firma civil, ou coisa parecida. Trata-se, a meu ver, de faina de reparo normal, que ocorre todos os dias.
È bom pensar se o Marino, dada a sua posição, daria outra resposta que não fosse a oficial! :roll: :lol:




"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#549 Mensagem por Marino » Ter Ago 12, 2008 9:10 pm

cesarw escreveu:
Marino escreveu: O Comandante do navio já mandou uma nota para ser publicada.
O pessoal de reparo de motores (MO) saiu 2 dias de bordo as 18hs, com lanche a tarde e janta a noite para os que quisessem.
Algo sobrenatural sair as 18 hs do trabalho?
Não me falou sobre avaria, firma civil, ou coisa parecida. Trata-se, a meu ver, de faina de reparo normal, que ocorre todos os dias.
È bom pensar se o Marino, dada a sua posição, daria outra resposta que não fosse a oficial! :roll: :lol:
Sim, sempre falo a verdade. Se não posso, não falo.
Entrei em contato com o Comandante do navio, e foi o que me disse.
É o que posso fazer. Mas acho que já possuo alguma credibilidade por aqui.




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#550 Mensagem por cesarw » Ter Ago 12, 2008 9:26 pm

Claro que tem colega Marino, sou um fã seu e de suas respostas.
Foi apenas uma forma de elogiar seu profissionalismo.

Abraços




"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#551 Mensagem por Marino » Ter Ago 12, 2008 9:28 pm

[009]




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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#552 Mensagem por WalterGaudério » Ter Ago 12, 2008 9:56 pm

Pessoal uma vez que tudo isso aí foi esclarecido, gostaria de lhes pedir muita reserva qt. a besteirol falado por quem, REPITO não tem condições mínimas de dizer o que diz. O que ocorreu aí, é até fácil de advinhar. Após chegar de comissão, não foi dada a ordem de desmbarque(na verdade autorização) alguns tripulantes chateados devem ter telefonado para casa e dio a suas esposas que não poderiam chegar em casa naquele instante (...), bem aí é aquela história, quem entrou nas FAs achando que se tratava de "emprego público" de escritório, "chiou" na hora, e as esposas devem ter ficado mais araras do que nunca(nem tiro toda a razão), mas esposa insatisfeita com a rotina e peculiaridades da vida militar tem em todo canto do mundo, sempre teve, e sempre haverá. Mas a MB não tem nada haver com isso. Será que o jornal que publicou esta notícia indignado com o tratamento desumano reservado pela MB com a prisão da tripulaçao no navio iria ficar quieto se descobrisse que alguma avaria grossa tivesse ocorrido justamente por desleixo da tripulação na manutenção pos comissão...

Portanto vamos tentar identificar factóides, pois a imprensa não especializada pode cometer e comete muitos equivocos baseados em "opniões e relatos destes tipos de marujos que eu grifei abaixo"




GIRIAS da MARUJADA(na minha época a uns 30 anos atrás, qdo. o Benito de Paula ainda tinha
bigode preto...)

• MARUJO: MARINHEIRO, MILITAR DA MARINHA
• SAFO: ESTAR TUDO CERTO, MARINHEIRO QUE SABE O QUE FAZ,
• SAFANDO: ESTAR RESOLVENDO ALGUM PROBLEMA.
• ESTAR NA ONÇA: ESTAR COM PROBLEMAS.
• ONCEIRO: MARINHEIRO ATRAPALHADO, NÃO SABE FAZER NADA.
BOMBORDO: ESQUERDA
• BORESTE: DIREITA
• GUDI OU GOOD: O QUE O MARUJO COMPROU NA VIAGEM, QUALQUER
COISA
• GUDIAR: COMPRAR GUDI
• GOIABA: TUDO AQUILO QUE NÃO TEM QUALIDADE OU QUE NÃO SERVE
PARA NADA.
o ESTROPO: CORDA SOLTA, PESSOA FEIA SEM FORMA(MAIS USADO)
o MALHADO: MARUJO QUE NÃO SABE NADA, QUE FAZ BESTEIRA, FAZ
TUDO ERRADO. COISA QUE NÃO SERVE.
§


PODE IR: ( ACENANDO COM A MÃO PARA FRENTE) MANDAR UM MARUJO
MALHADO IR EMBORA.
§ IR PARA BORDO: IR PARA O NAVIO.
§ MAREAR: SENTIR-SE MAL COM O BALANÇO DO NAVIO.
§ MAREADO: PESSOA QUE MAREIA COM FACILIDADE.(também usado p/
pessoas consideradas "frescas", ou aquelas que não são capazes de
encarar coisas difíceis)


§ IR PARA O CHÃO OU BAIXAR TERRA: SAIR DO NAVIO.
§ DAR SOCO: IR DAR UMA VOLTA PELA CIDADE.
§ SOCO LIGHT: VOLTA TRANQUILA, LANCHAR, PASSEAR, CONHECER
LUGARES.
§ SOCO PESADO: IR PARA O BAR ENCHER A CARA, FAZER BESTEIRA, IR
PARA O BAIXO(bordel, mas convenhamos.depois de 2 meses no mar P/
quem é solteiro...)
§ BAIXO: ZONA , BAIXO MERETRÍCIO, MARUJO SACANA.
§ GT: GRUPO TAREFA DE NAVIOS DE GUERRA, GRUPO DE AMIGOS QUE
SAEM JUNTOS NOS PORTOS.
§ SAIR ESCOTEIRO: IR SOZINHO PARA CIDADE.
§ IRMÃO: MARUJO EVANGÉLICO
§ IRMÃO DE MARINHA: MARUJO SAFADO QUE DIZ SER EVANGÉLICO
§ CHALEIRA: MARUJO PUXA-SACO.
§ NA MARCA: ESTAR TUDO CERTO / MARUJO QUE FAZ TUDO CORRETO.
§ BOLA SETE OU SOMENTE BOLA: MARUJO QUE NÃO QUER NADA.
§ ESCAMADO: MARUJO PREGUIÇOSO.

§ DE MULHER: MARUJO QUE GOSTA DE MULHER / REFERIR-SE A UM
MARUJO QUANDO NÃO SE SABE O SEU NOME / SIGNIFICA QUE O MARUJO É
MUITO HOMEM.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#553 Mensagem por Naval » Ter Ago 12, 2008 10:34 pm

Blz Walter legal a lista :mrgreen:
Lembrei de outras:

BOCA PRETA = igual ao bola sete
FANCHONE = mulherengo
BOY = novato
CHEFE = superior hierárquico
JACUBA = suco
PICADO = comida
LOMBADO = com sono
DE PAU = de serviço

Abraços.




"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#554 Mensagem por WalterGaudério » Ter Ago 12, 2008 11:12 pm

Naval escreveu:Blz Walter legal a lista :mrgreen:
Lembrei de outras:

BOCA PRETA = igual ao bola sete
FANCHONE = mulherengo
BOY = novato
CHEFE = superior hierárquico
JACUBA = suco
PICADO = comida
LOMBADO = com sono
DE PAU = de serviço

Abraços.
Jacuba e picado acho que era o que eu mais pronunciava quando grumete, e o que deixava minha mãezinha mais preocupada lá naqueles idos de 74/75. :lol: :lol: :lol:

Soldado e marinheiro que não reclama [006] e fala do rancho [005] [005] , definitivamente não são pessoas normais e não deveriam nem receber soldo. :lol: :wink:




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Armam-se Submarinos com os melhores homens.


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Re: A 4ª Frota e o Brasil

#555 Mensagem por Marino » Sáb Ago 16, 2008 7:27 pm

A IV Frota e os interesses brasileiros no mar16/08/2008 - 12h17 Roberto Carvalho de Medeiros

A IV Frota da Marinha dos Estados Unidos possui uma relação histórica para com o Brasil.

Na II Guerra Mundial aquela esquadra americana realizou escolta de navios mercantes no Atlântico Sul, juntamente com a Esquadra brasileira.

Registros obtidos na “Biblioteca Presidencial Lyndon Johnson” demonstram sua disponibilidade pelo governo norte-americano para emprego velado em apoio à revolução militar de 1964, caso houvesse resistência interna.

Após passar um longo período de tempo, a ativação dessa esquadra norte-americana causa espécie ao governo brasileiro (MRE e MinDefesa), haja vista o importante momento em que o País atravessa.

Em pleno desenvolvimento de uma mentalidade marítima, identificando e conhecendo um conjunto de valores estratégicos existentes no interior da Amazônia Azul, espaço geográfico e marítimo compreendendo a projeção da soberania brasileira sobre e sob o mar, solo e sub-solo marinho (mais de 50% do território nacional), o Brasil inicia uma nova era de inserção mundial.

Além da questão dos hidrocarbonetos, é na atividade pesqueira que o nosso país também se projetou internacionalmente, em particular na pesca do atum, de alto valor comercial.

A “Comissão internacional para a conservação dos tunídeos do Atlântico” (ICCAT), uma das cinco organizações internacionais especializadas no assunto, já externou a existência de grande massa pesqueira que se desloca permanentemente em grande área marítima da zona econômica exclusiva brasileira.

Por meio das recentes descobertas de gigantescas jazidas de hidrocarbonetos (gás e petróleo) na região sudeste, estima-se que o Brasil possuirá um bilhão de barris de petróleo por ano entre 2013 e 2014.

Esta quantidade projeta o País entre um dos maiores produtores de petróleo do mundo daqui a cinco anos, período próximo no qual o petróleo ainda será considerado a principal fonte de energia, de alto valor estratégico!

E é também sobre os mares que são transportados mais de 95% das trocas comerciais do Brasil, tornando a manutenção das linhas marítimas também um desafio especial para o Estado, a fim garantir a segurança de quem navega pelas águas jurisdicionais brasileiras, atuando no comércio exterior.

Nos estudos estratégicos, a “coincidência” é algo pouco provável e admitida como última hipótese. O Poder Naval norte-americano está presente de forma global.

Dividido por área marítima, a Marinha dos Estados Unidos possui uma esquadra sediada em pontos focais dentro de cada oceano do globo.

Assim sendo, a II Esquadra tinha sob sua responsabilidade o Atlântico Norte até absorver a IV Frota em meados dos anos 50 quando passou a ter presença em todo o Oceano Atlântico.

Agora, com a reativação desta última, novamente este enorme espaço marítimo ficou dividido em duas partes, mas com uma nova característica geoestratégica: o Atlântico Norte com a II Esquadra e o Atlântico Sul, com a IV Esquadra, agora incluindo o Caribe e o espaço marítimo internacional adjacente aos países sul-americanos no Pacífico.

Voltaremos a este ponto a seguir. A III Esquadra atua no Pacífico, desde a costa americana até um espaço marítimo “fluido” adjacente a oeste do Hawai.

A V Esquadra atua no Oceano Índico, com atenção especial ao Golfo Pérsico, Mar Vermelho e o Golfo de Bengala e seus estreitos.

A VI Esquadra está presente no Mar Mediterrâneo como um todo. E a VII Esquadra, sediada no Japão, cobre todos os espaços marítimos do Pacífico nas proximidades daquele país, particularmente os estreitos de alto valor estratégico adjacentes à China e à Rússia.

Uma esquadra da Marinha norte-americana é composta por um conjunto de navios que pode variar de acordo com o propósito de suas diferentes tarefas.

Normalmente nucleada em um porta-aviões com aviação embarcada para proteção à frota (interceptação, ataque, alarme aéreo antecipado, guerra eletrônica, etc.), socorro e salvamento e, principalmente, de capacidade de projeção de poder sobre terra, uma esquadra dessa dimensão tem como principal unidade esse conjunto “porta-aviões + aviação embarcada” como a unidade de maior valor.

Esse conjunto é protegido por navios-escoltas com capacidade de defesa a longa, média e curta distância nas três dimensões (aérea, superfície e anti-submarina), além de navios de apoio logístico (combustível, mantimentos, munição, etc.) e de, no mínimo, dois submarinos nucleares na defesa submarina.

Em consonância com o Direito Internacional, cada piso metálico de uma unidade naval dessa ou daquela esquadra é o próprio solo norte-americano, pelo princípio jurídico do Direito Internacional e praticado pela diplomacia mundial, qual seja a extraterritoriedade, reconhecido internacionalmente.

É mais uma característica exclusiva de um poder naval: ser flexível, de acordo a necessidade, e representar legalmente o Estado de origem da sua bandeira, esteja onde estiver!

É fácil concluir que o governo americano sinaliza ser prioritária a presença norte-americana de forma plena e ostensiva em cada região do mundo por meio do seu Poder Naval, alterando sua intensidade, composição, características e permanência, conforme o nível de interesse nessa ou naquela região.

Assim deve ser interpretada a reativação da IV Esquadra, com sede na Flórida, subordinada ao Comando Sul dos Estados Unidos. E quais seriam dos fatores motivadores que levaram a essa reativação?

É possível identificar um conjunto de fatos na dinâmica das relações internacionais, no hemisfério, compatíveis àquela decisão.

Por exemplo, uma alteração na condução da política externa no que concerne aos crimes transnacionais, particularmente ao tráfico de entorpecentes e de armas.

Especialistas indicam uma nova concepção de arranjo de forças para enfrentar esse tipo de ameaça, não mais no combate seletivo direto, mas sim na garantia da segurança nas linhas marítimas no Caribe por onde passam as rotas de tráfico.

O mesmo se dá na costa latino-americana no Pacífico. Em ambos os casos complementariam as ações em desenvolvimento contidas no “Plano Colômbia”.

Outro fator significativo é a aplicação do conceito de “Guerra baseada em rede” (NCW, na sigla em inglês), concebido pela Universidade de Defesa Nacional (NDU) e estruturado pelo Pentágono dentro dos Comandos Combinados para as quatro Forças Armadas dos Estados Unidos.

Em resumo, é a capacidade estratégica e de logística militar de deslocar os meios necessários, disponíveis de forma global, para atuar em uma determinada região quando necessário.

No caso da IV Esquadra, é a simples alocação permanente de um conjunto de meios para o Comando Sul a fim de aplicá-lo quando, onde e como for necessário, inclusive em apoio direto nas áreas de conflito como, por exemplo, no Golfo Pérsico e no espaço marítimo ocidental do Oceano Índico (Iraque e Afeganistão, respectivamente), junto à V Esquadra.

Respeitáveis analistas políticos brasileiros sinalizam uma outra linha de motivação para o governo norte-americano reativar a IV Frota, decorrente da atual preponderância de líderes e chefes de governo ligados mais a uma ideologia de esquerda ortodoxa, tais como os presidentes da Venezuela, do Equador e da Bolívia, na contramão da história pós-moderna internacional.

O Brasil e o Chile, por meio dos seus atuais presidentes, são vistos no exterior como novos líderes com propósitos elevados de compromisso para com a democracia e o desenvolvimento cooperativo, solidário e socialmente mais eqüitativo.

Independente do real propósito dessa ativação naval, a meu ver o que deve e pode ser mais premente é o Estado brasileiro ter maior atenção à única Instituição permanente que, por meio do Poder Naval, possui como missão “contribuir para a defesa nacional” no ambiente marítimo.

Como expressou o Comandante da Marinha, a Esquadra brasileira não se encontra hoje adequadamente pronta e capaz para cumprir sua missão constitucional, tendo inclusive alertado o Ministro da Defesa e a Opinião Pública sobre tal fragilidade estratégico-militar diante dos debates sobre a reativação da IV Frota dos Estados Unidos.

O principal propósito foi o de novamente provocar o Poder Executivo a transferir os recursos financeiros dos “royalties” do petróleo que faz jus por lei federal, montante retido dentro dos recursos contingenciados para compor o superávit primário das contas públicas nacionais.

Isso é preocupante, pois sem uma Esquadra constituída de meios navais e aeronavais em quantidade e qualidade proporcionais à dimensão geoestratégica do País, pronta e adestrada para fazer frente às ameaças hoje difusas e complexas, o Brasil se torna vulnerável na defesa dos seus interesses no mar por não mais possuir capacidade dissuasória suficiente para evitar “aventuras” por parte de terceiros.

Nossa vasta costa possui regiões onde existe probabilidade de aumento da presença americana nas suas proximidades onde se localizam pontos focais de alto valor estratégico para o Brasil.

Destacam-se a foz do Rio Amazonas, a saliência nordestina, o litoral fluminense, especialmente ao norte, na Bacia de Campos, e ao sul, particularmente a área próxima ao Rio de Janeiro (sede da Esquadra) e à Angra dos Reis (usinas termonucleares), e na Bacia de Santos.

Estados costeiros com grande faixa marítima necessitam, obrigatoriamente, de um Poder Naval capaz de atuar e de se fazer presente em toda dimensão geográfica das suas águas jurisdicionais.

Um País continental como o nosso e também enfrentando seus desafios sociais é a Índia.

Em face das grandes distâncias marítimas envolvidas, recentemente o Poder Político da Índia decidiu criar duas esquadras distintas para que a Marinha indiana adquirisse capacidade de atuar nas duas costas no Oceano Índico, simultaneamente.

No Brasil ocorre o mesmo desafio do extenso espaço marítimo a percorrer, contudo o País de comporta de forma inversa.

O Alto Comando da Marinha, denominado de Almirantado, decidiu pela desativação gradual de navios da Esquadra que se encontram próximos do limite aceitável de operação, devido à baixa confiabilidade de seus sistemas e equipamentos causados pela obsolescência já alcançada há anos.

São unidades empregadas como escolta a outros meios de alto valor estratégico como o porta-aviões, navios-tanque, navios anfíbios, etc., e excelentes meios de apoio às ações de fiscalização realizadas por navios-patrulha de menor porte nesses mesmos pontos focais.

A redução de navios e aeronaves só compromete mais a fragilidade da nossa Esquadra.

Mesmo que houvesse uma decisão política para a construção de novas unidades para a Marinha, a partir do momento da disponibilidade financeira até a entrega do navio, o período de tempo é extenso, de dois a oito anos, dependendo do tipo, dimensão e configuração interna do navio.

A “janela de tempo” de vulnerabilidade é longa demais para permanecer com uma Esquadra composta por essa moldura reduzida de navios.

Para superar tal lacuna, existe a opção de buscar a aquisição de “meios de oportunidade” no exterior.

São navios usados de marinhas de primeira grandeza naval, em bom estado de uso, mas não mais compatíveis com as necessidades daquele Poder Naval estrangeiro.

Vale registrar que esta opção nem sempre está disponível no momento em que comprador decide por implementá-la!

Por fim resta a seguinte reflexão: vale a pena o Brasil se preocupar prioritariamente com a reativação da IV Esquadra norte-americana ao invés de deixar de lado os graves e crescentes problemas operacionais e logísticos existentes na única Esquadra que a Marinha do Brasil possui para que o Estado brasileiro seja capaz de se fazer presente no mar de forma convincentemente dissuasória?

Roberto Carvalho de Medeiros, CMG (Ref.), professor universitário




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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