Concordo com você, JL. Permita-me dar uma "palhinha".JL escreveu:Tocaram num tema fantástico o do navio fluvial, nós temos a Bacia Amazônica, precisamos muito deste tipo de recurso militar.
No site sistema de armas, tem vários artigos com fotografias de vários tipos de barcos e navios fluviais, aqui na América do Sul, quem tem os barcos mais novos são os colombianos, muito bonitos por sinal. Nós estamos com alguns navios bem usados.
Mas Marino, se você esteve lá, poderia compartilhar um pouquinho de informação especial sobre os nossos navios, não o que se lê por aí, como é operar nestes rios, sobre as suas qualidades, o que precisariamos ter em termos de navios fluviais.
Sei que o pessoal da Marinha de águas azuis, não deve gostar de rio, mas as maiores batalhas da MB foram nos rios, na Guerra do Paraguai. E não dúvido que num futuro, não haja novamente combates nos rios brasileiros. Visto que, a fronteira norte é crítica.
O que é melhor para o teatro de operações amazonico: Navio fluvial com convôo para heli, navio fluvial com lançador Astros, navio fluvial com Bofors de 57 mm, navio fluvial com míssil anti carro Mectron MSS 1, navio fluvial grande ou pequeno, tipo porta helicópteros plataforma ou monitor blindado que nem os russos ou romenos, lancha tipo as sueca que foi testada recentemente ou grande com capacidade para transportar tropas. Que, tipo de casco, catamarã, trimarã. Aço, material composto ou madeira. Que, tipos de sensores, stealth com camuflagem especial, hovercrafts, multi-função, quais os planos da MB para o futuro, qual o melhor armamento para os rios. Muitas dúvidas.
Sou um grande admirador do combate fluvial e de seus navios. São operações de grande complexidade.
Você tem que transportar uma tropa com segurança, até determinado ponto de um rio, navegando num trecho onde as margens são hostis.
Assim, você deve garantir a segurança dessa tropa até o ponto de desembarque e seu inimigo está nas margens, ao longo do caminho, a distâncias em que um mero fuzil pode causar muitas baixas.
O que acontece é que você avança nesse rio com muita cautela. Esse avanço normalmente é lento porque você progride cercado por muitas lanchas pequenas, levando partes dessa tropa e esse pessoal vai desembarcando e embarcando nas margens, eliminando possíveis posições inimigas. Normalmente só se avança com os navios com as margens dominadas e isso exige um esforço exaustivo dessa tropa e das embarcações.
Por isso tudo que, na minha opinião pessoal, navios de combate fluviais devem ser:
- simples. Tecnologia avançada somente no que for realmente útil. Como falei alguns posts atrás, por exemplo, radares de busca de superfície sofisticados ou de direção de tiro de superfície, pouco ajudam. Busca aérea, só se tiverem capacidade de enxergar alvos voando sobre terra, o que geralmente exige dos radares sofisticação incompatível com o meio;
- sensores: radares de navegação e sensores infravermelhos, como em alças optrônicas;
- robustos, preferencialmente com blindagem pelo menos contra calibres até .50; cascos de aço mesmo. Materiais compostos não me aventuro a opinar;
- alguns com convés de vôo e outros não;
- o helicóptero é fundamental para reconhecer e atacar;
- armamento que pode ser operado remotamente, evitando pessoal nos conveses expostos ao tiro inimigo, vindo da margem;
- lançadores de foguetes tipo Astros não acho bom, pois são armas de saturação de área, mas com um alcance desnecessariamente grande. Bons morteiros embarcados, na faixa dos 80 a 120mm cumprem o mesmo papel com muito mais simplicidade;
- canhão automático. Até 57mm já está mais do que suficiente;
- capacidade de apoiar muitas lanchas, preferencialmente orgânicas;
- lançador de míssil anticarro embarcado...um conceito interessante que vislumbro poder dar bons resultados contra posições nas margens;
- conceito do casco (convencional, catamarã, etc...) não acho tão importante, desde que, sempre, com muito pouco calado e propulsão protegida de detritos e encalhe;
- uma grande capacidade de comunicações, que permita falar, mantendo o sigilo, com muitas posições ao mesmo tempo.
Como eu disse, o mais importante é ser capaz de preservar a tropa embarcada e colocá-la no lugar certo e em segurança, para que façam o seu trabalho.
Abs.