kurgan escreveu:Segundo o Tages-Anzeiger de Zurique:Túlio escreveu:Conselho de Segurança da ONU desiste de pedir cessar-fogo na Ossétia do Sul
O Conselho de Segurança da ONU renunciou hoje à possibilidade de emitir uma chamada conjunta para um cessar-fogo na Geórgia por falta de consenso e alertou sobre a extensão do conflito para fora da Ossétia do Sul.
"Infelizmente, minha conclusão é que será muito difícil, se não impossível, encontrar pontos de coincidência suficientes para elaborar uma declaração conjunta", explicou após a reunião o embaixador belga Jan Grauls, que ocupa a Presidência rotativa do Conselho de Segurança.
Este era o terceiro encontro em menos de 48 horas entre os 15 membros do principal órgão da ONU para tentar pactuar um pedido comum de cessar-fogo.
No entanto, e como nas ocasiões anteriores, a reunião acabou sem acordo e, pela primeira vez, os membros não fixaram outra data a curto prazo para continuar com as negociações.
Na saída da reunião, tanto Grauls como outros embaixadores na ONU alertaram sobre a extensão das hostilidades para fora da região separatista da Ossétia do Sul rumo a outros territórios da Geórgia, particularmente a Abkházia.
"Está claro que o conflito já se estendeu a outras áreas da Geórgia", lamentou Grauls, que transmitiu também a "preocupação de vários membros com a progressiva e rápida deterioração da situação humanitária, com um crescente número de feridos e refugiados".
Segundo o embaixador, "vários membros expressaram também seu apoio à integridade do território da Geórgia" e pediram "a cessação imediata das hostilidades e dos atos de violência".
"Nesse sentido, expressaram o firme apoio aos esforços de mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a União Européia (UE)", afirmou.
O presidente do Conselho também disse que os soldados da missão de observadores da ONU na Geórgia foram retirados do Vale de Kodori, zona de conflito com a Rússia, depois que seu quartel-general fora advertido sobre o perigo por parte das autoridades da Abkházia.
EFE
Agência EFE
"Durante tempo demais os participantes brincaram com fogo perto do barril de pólvora do Cáucaso: agora ele explodiu. Em algum ponto, uma voz sábia deveria ter dito 'basta', mas ninguém o fez. Os russos impediram teimosos qualquer solução do conflito. Os EUA, por sua vez, apoiaram [Saakachvili] sem pensar – com armas, especialistas e com cobertura internacional. Mas agora o aprendiz de feiticeiro georgiano se tornou independente e iniciou uma guerra. Auto-iludindo-se, esperava certamente uma vitória rápida. Ele calculou mal."
Esta opinião é severamente compartilhada pela polonesa Gazeta Wyborcza.
"Com sua decisão de 'libertar' a Ossétia do Sul, o presidente georgiano Saakachvili cometeu um gigantesco erro. Como Slobodan Milosevic antes dele, não entendeu que seu país só tem a escolher entre o adeus às repúblicas separatistas – Abkhásia e Ossétia do Sul – e o esfacelamento da nação em conflitos sangrentos.
Provavelmente, o presidente da Geórgia apostou astutamente que na sexta-feira, abertura dos Jogos Olímpicos, a Rússia permaneceria neutra. Tal se provou ingênuo, pois Moscou jamais perderia uma oportunidade dessas.
[...] Saakachvili, um político em quem o Ocidente e a Polônia apostaram, pagará mais cedo ou mais tarde por seu erro."
Esse Saakashvilli merece ganhar o prêmio de estrategista amador da década. Achar que alguém no ocidente iria se meter com a Rússia lhe dando cobertura para aventuras no meio das olimpíadas. Essa aposta aí é pior do que aquela do galtieri de achar que os EUA dariam cobertura para a argentina bater nas Inglaterra em plena guerra-fria.