Chile compra satélite espião
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
Chile compra satélite espião
O equipamento adquirido pelo Chile, é um satélite de órbita polar, ou seja, ele viajará a uma altitude de 630km desde o pólo norte até ao pólo sul, aproveitando a configuração do país, para varrer de norte a sul o território chileno.
Embora seja equipamento pensado para funções civis, o novo satélite chileno, foi adquirido por opção e intervenção da Força Aérea Chilena (FaCh) pode também ter aplicações militares, pois ele fará várias passagens por dia em volta do planeta, tirando continuamente fotografias não só do território chileno, como também do território de países vizinhos, especialmente a Argentina e o Peru, prosseguindo depois para Bolivia, Brasil e Venezuela
O satélite chileno será lançado em 2010 da base de Kourou na Guiana Francesa.
Embora seja equipamento pensado para funções civis, o novo satélite chileno, foi adquirido por opção e intervenção da Força Aérea Chilena (FaCh) pode também ter aplicações militares, pois ele fará várias passagens por dia em volta do planeta, tirando continuamente fotografias não só do território chileno, como também do território de países vizinhos, especialmente a Argentina e o Peru, prosseguindo depois para Bolivia, Brasil e Venezuela
O satélite chileno será lançado em 2010 da base de Kourou na Guiana Francesa.
-
- Sênior
- Mensagens: 13539
- Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
- Agradeceu: 56 vezes
- Agradeceram: 201 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Uns dois anos depois a gente lança o nosso geoestacionário. Mas se a coisa complicar tem o Google Earth para tirar a dúvida.deschamps escreveu:O equipamento adquirido pelo Chile, é um satélite de órbita polar, ou seja, ele viajará a uma altitude de 630km desde o pólo norte até ao pólo sul, aproveitando a configuração do país, para varrer de norte a sul o território chileno.
Embora seja equipamento pensado para funções civis, o novo satélite chileno, foi adquirido por opção e intervenção da Força Aérea Chilena (FaCh) pode também ter aplicações militares, pois ele fará várias passagens por dia em volta do planeta, tirando continuamente fotografias não só do território chileno, como também do território de países vizinhos, especialmente a Argentina e o Peru, prosseguindo depois para Bolivia, Brasil e Venezuela
O satélite chileno será lançado em 2010 da base de Kourou na Guiana Francesa.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
- joao fernando
- Sênior
- Mensagens: 5208
- Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
- Localização: Santa Isabel - SP
- Agradeceram: 29 vezes
Re: Chile compra satélite espião
O Chile tem que comprar. Se bobear até a PM paulista invade o Chile.
Quantos Km de largura tem o Chile mesmo???
Quantos Km de largura tem o Chile mesmo???
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
-
- Sênior
- Mensagens: 13539
- Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
- Agradeceu: 56 vezes
- Agradeceram: 201 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Tá loco, bagual...!, eu vi um vídeo do COE da PMSP e fiquei sem graça. Os manos são phodas. Além de usarem o melhor padrão camuflagem de selva brasileiro.joao fernando escreveu:O Chile tem que comprar. Se bobear até a PM paulista invade o Chile.
Quantos Km de largura tem o Chile mesmo???
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Essa história do geoestacionario brasileiro tá sodas. Só em 2300 vamos lançar esse treco.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
-
- Sênior
- Mensagens: 5921
- Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 29 vezes
- Agradeceram: 5 vezes
Re: Chile compra satélite espião
1) Se não me engano, resolução de 02 metros, que já permite exploração bélica. Acho que no http://www.saorbats.com.ar estão debatendo a matéria. Acho que a FACh sempre pretendeu maior poder sobre as especificações e a compra do dito satélite.
Mas o uso dual está garantido.
2) Bolovo, nada pessoal, mas teu comentário foi meio avinagrado ... Claro, não que isso seja freqüente ...
Saludos cordiales (by Degan), alexandre.
Mas o uso dual está garantido.
2) Bolovo, nada pessoal, mas teu comentário foi meio avinagrado ... Claro, não que isso seja freqüente ...
Saludos cordiales (by Degan), alexandre.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Chile compra satélite espião
O programa espacial brasileiro é que é vinagrento e não eu. Eu só sou chato.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
-
- Sênior
- Mensagens: 3249
- Registrado em: Sex Fev 23, 2007 2:17 am
- Agradeceu: 64 vezes
- Agradeceram: 59 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Chato fiquei eu, coisa de semanas atrás: trocando os canais da tv, quando passei pela TV senado uma entrevistadora perguntou a um deputado se ele defendia maior presença militar brasileira na amazonia. Parei p/ver a resposta:
_ Não há a necessidade disso. Com a modernidade, com esses nossos satelites modernos, podemos vigiar a amazonia. Não corremos nenhum risco...
Xinguei tão alto que todos hóspedes do hotel devem ter escutado!! E a reporter idiota tambem poderia ter perguntado ao ilustre idiota deputado "Qual satelite, deputado cara-pálida?"
E se ela fosse mais esperta ainda, ou pelo menos, se frequentasse o DB , perguntaria qual satélite tem camera, sensor termal ou equivalentes que ultrapassem tronco de cerejeira ou 30 m de copa de arvores p/detectar, descobrir um GC patrulhando numa selva do tamanho da Europa...
_ Não há a necessidade disso. Com a modernidade, com esses nossos satelites modernos, podemos vigiar a amazonia. Não corremos nenhum risco...
Xinguei tão alto que todos hóspedes do hotel devem ter escutado!! E a reporter idiota tambem poderia ter perguntado ao ilustre idiota deputado "Qual satelite, deputado cara-pálida?"
E se ela fosse mais esperta ainda, ou pelo menos, se frequentasse o DB , perguntaria qual satélite tem camera, sensor termal ou equivalentes que ultrapassem tronco de cerejeira ou 30 m de copa de arvores p/detectar, descobrir um GC patrulhando numa selva do tamanho da Europa...
Re: Chile compra satélite espião
Nao existe uma resolucao da Onu, impedindo a colocacao de satelites geoestacionarios apos 2010. Eu li um artigo a respeito disso mas nao me lembro onde
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Vc leu errado então. Se isso for verdade, adeus TV a cabo e telefones, etc.brisa escreveu:Nao existe uma resolucao da Onu, impedindo a colocacao de satelites geoestacionarios apos 2010. Eu li um artigo a respeito disso mas nao me lembro onde
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Re: Chile compra satélite espião
O Brasil quer lançar três novos satélites geoestacionários
Por Cristiana Nepomuceno
13 de março de 2006
O Ministério da Defesa irá repassar para a Agência Espacial Brasileira (AEB) a coordenação do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). A intenção é lançar três satélites nacionais até 2011. Conheça os planos da Defesa nesta entrevista do coronel Paulo Pietroluongo, secretário-executivo da Comissão de Implantação do Sistema Militar de Comunicação por Satélite do Ministério da Defesa, que fala também sobre as negociações com a Star One.
Tele.Síntese – Como está o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)?
Paulo Pietroluongo – A Atec Tecnologias Críticas e o CPqD desenvolveram, durante 2004 e 2005, a especificação básica. Ela está pronta. Ela estabelece como vai ser o sistema, qual o tipo de satélite, as suas cargas úteis, etc. Esse projeto começou para atender à Aeronáutica, para aplicação no sistema de controle de tráfego aéreo chamado CNS/ATM.
Com o seu desenrolar, chegou-se à conclusão que seriam necessários três satélites, utilizados para produção de informações meteorológicas, controle de tráfego aéreo e banda X militar. O projeto nasceu para atender ao controle de tráfego aéreo e,depois, constatou-se que seria bastante interessante incluir uma carga de uso militar, a banda X, para a defesa estratégica. Essa faixa de freqüência de satélite é de uso exclusivo militar, que hoje está prevista apenas no satélite da Star One.
Tele.Síntese – Não seriam apenas dois satélites?
Pietroluongo – Inicialmente, seriam dois. No desenrolar do projeto, constatou-se a necessidade de três satélites, para atender às necessidades meteorológicas. O terceiro será um margeador meteorológico. Com três, os satélites ficariam menores, permitindo o lançamento de pelo menos um deles a partir da base de Alcântara.
Tele.Síntese – Com essa especificação, o projeto, então, está pronto?
Pietroluongo – Esta é a apenas a especificação básica, não é a completa. Essa especificação está sendo enviada para Agência Espacial Brasileira (AEB), que passaria a coordenar o projeto. O documento ainda não está oficialmente com a Agência. Estamos estudando para que ele fique com a Agência. O SGB ainda não é um projeto de governo, pois não está oficializado. Só conseguimos recursos – no valor de R$ 10 milhões, provenientes do Funttel (Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) – para a sua especificação . Mas não há recurso assegurado no Orçamento para o projeto. Não há recursos para esse ano e nem para ano nenhum, por enquanto. Ele está previsto no PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), mas não está no orçamento. A AEB deverá incluí-lo no PPA (Plano Plurianual).
Como é um projeto grande, tem que ser um projeto de governo. Hoje, é um projeto entre os ministérios da Defesa, Comunicações e Ciência e Tecnologia. Mas não é um projeto de governo, não tem uma ação específica no PPA para ele.
Toda a articulação política, que inclui a definição de como seria o projeto, do que seria desenvolvido no Brasil e o que seria comprado, ficaria a cargo da AEB. Essa é a segunda etapa. A primeria etapa foi cumprida, com recursos do Funttel, e coordenada pelo CTA (Comando da Aeronáutica). Enquanto não estiver previsto no PPA, ele não existe. Nenhum dos ministérios quis ficar com o projeto pois ele iria pesar no orçamento. O Ministério da Defesa queria adotá-lo, mas, para isso, teria que tirar dinheiro de seu orçamento, o que seria muito difícil, pois são grandes somas de recursos. Se o projeto for para a AEB, ela vai buscar os recursos.
Tele.Síntese – Com três satélites, o custo do projeto também muda? O orçamento inicial era de US$ 600 milhões.
Pietroluongo – Esse custo subiu um pouco, mas não foi tanto. Deverá ficar em US$ 650 milhões.
Tele.Síntese – Quais serão os próximos passos?
Pietroluongo – O próximo passo seria a oficialização da Agência como coordenadora desse projeto.
Tele.Síntese – O Brasil teria condições de desenvolver os satélites?
Pietroluongo – Desenvolver totalmente, não. Mas poderia desenvolver parte dele. Se tivéssemos condições estaríamos desenvolvendo, concorrendo e vendendo. São poucas as empresas que fazem isso no mundo.
Tele.Síntese – Quais seriam, então, as alternativas?
Pietroluongo – Poderemos comprá-los. A Star One está lançando o primeiro satélite da série C1, que vai substituir o B1, e irá comprá-lo da Alcatel. Mas, também, podemos fazer acordos com outros países. A Rússia já manifestou várias vezes interesse em participar desse projeto. Mas não há nada definido.
Tele.Síntese – O lançamento poderia ser feito aqui?
Pietroluongo – A intenção é que, pelo menos um, seja lançado de Alcântara, no Maranhão, mas dependerá do satélite, do peso, da época, das condições do campo de Alcântara.
Tele.Síntese – A idéia de os satélites prestarem serviços de telecomunicações para o próprio governo ou de se criar uma empresa estatal para prover serviços de telecomunicações, como ficou?
Pietroluongo – O SG B prestará serviços para a banda X de comunicações militares, para o controle de tráfego aéreo, banda L, alguns serviços em banda KU, e em áreas onde não há demanda comercial, como na Amazônia, onde a cobertura não é muito boa. Ele não tem objetivo comercial, de concorrer e tirar serviços da iniciativa privada.
O objetivo do SGB seria estratégico. No caso das comunicações militares deixaríamos de ter alguns custos. Por exemplo, vamos ter que alugar transponder banda X para continuar tendo banda X. Com esses satélites, deixaríamos de ter esses custos.
Com o SGB, não precisaremos alugar os transponders para uso militar. Outras comunicações de outros órgãos de governo, não estão previstas no SGB. Mas o projeto Gesac, do Ministério das Comunicações, poderia, por exemplo, trafegar por esse satélite. A princípio, não há nenhum objetivo de formar uma concorrência com a iniciativa privada ou uma empresa. Seria um satélite de Estado, e não uma empresa para vender serviço.
Tele.Síntese – Há um acordo internacional que vence em 2010, que diz respeito a tráfego aéreo. O Brasil precisaria ter um satélite geoestacionário, caso contrário, terá que alugar a capacidade de algum satélite estrangeiro . Esse acordo internacional tem prazo para vencer?
Pietroluongo – É o sistema CNS/ATM, novo sistema de controle de tráfego aéreo a ser adotado internacionalmente por meio de acordos internacionais estabelecidos no âmbito da ICAO (International Civil Aviation Organisation), organismo internacional que controla o tráfego aéreo. O Brasil tem um compromisso, a partir de 2010, de fazer parte desse sistema CNS/ATM e, para isso, precisa de um satélite geoestacionário. Mas se o país não tiver satélite, terá que alugá-lo, para fazer parte desse sistema.
Tele.Síntese – Para isso, em 2010, o SGB já teria que estar lançado. Dará tempo?
Pietroluongo – 2010 é uma data inicial. Naturalmente, pode ser 2011. Esses acordos internacionais não são extramente rígidos, pequenos atrasos podem ocorrer. O Brasil poderia, por exemplo, alugar inicialmente a capacidade em um satélite estrangeiro e, depois, ter seu próprio satélite. Alugar por um pequeno período, não seria empecilho.
Tele.Síntese – Como está o cronograma do projeto?
Pietroluongo – A previsão é de lançamento do edital, seleção e negociação dos satélites em 2007. Entre 2008, 2009 e 2010 há a previsão de assinatura dos contratos para que os satélites possam ser lançados entre 2011 e 2012. Mas tudo vai depender dos próximos passos.
A idéia era ter uma definição este ano, mas, como não há recursos, ele não foi incluído no PPA, o que significa que não será tomada qualquer medida este ano. A implantação do projeto fica para o ano que vem.
Tele.Síntese – Dará tempo de definir, construir e lançar até 2011?
Pietroluongo – Acho que sim. Gasta-se, em média, três anos para aquisição e assinatura dos contratos. Se a opção for desenvolver um satélite totalmente no Brasil, aí vai demorar muito tempo.
Tele.Síntese – E a coordenação das posições orbitais com a UIT?
Pietroluongo – É a Anatel quem faz isso.
Tele.Síntese – Essa questão já está equacionada?
Pietroluongo – Ainda não. As posições orbitais são uma aspecto crítico, pois não há sobras. O arco orbital está bastante congestionado e há poucas posições livres. Se o Brasil demorar muito, pode até perder o que já tem. A Anatel fica segurando, mas ela tem um certo tempo. Algumas posições brasileiras estão para vencer. É um aspecto crítico. Se demorar muito, essa posição livre pode deixar de existir. Fizemos esse alerta na especificação. A posição brasileira existe, mas tem que ser coordenada com a UIT. Se o Brasil demorar, se passar do período a que tem direito, outro país pode requerer a nossa posição.
Tele.Síntese – Ainda em relação ao SGB, essa especificação precisa ser aprovada pela Casa Civil?
Pietroluongo – É necessária a aprovação presidencial, para que o projeto venha a se concretizar, obter recursos. Já foi feita uma articulação na Casa Civil. Foi feita uma exposição de motivos, só que a Casa Civil considerou que ela precisava de mais detalhes e é isso que a AEB vai fazer. Um das atribuições da Agência será essa: levar à Presidência, para que seja publicada uma exposição de motivos e o projeto seja oficialmente criado, tenha uma rubrica, e entre no Orçamento.
Tele.Síntese – E a projeção econômica do projeto?
Pietroluongo – Temos uma estimativa de que o satélite se pagaria ao longo de 15 anos de vida útil.
Tele.Síntese – Sobre a banda X, como está a situação atual?
Pietroluongo – Usamos os satélites B1 e B2, que são da Star One, cujos contratos foram assinados quando a Embratel ainda era estatal. Por enquanto, não pagamos nada pelo uso dos dois transponders, mas isso vai mudar quando eles terminarem a vida útil, este ano. O C1, que vai substituir o B1, vai ser lançado este ano e, aí, teremos que pagar o aluguel à Star One. Já estamos em conversação, tentando um acordo com a Star One. E o C2 deverá ser lançado no final do ano que vem.
Tele.Síntese – O governo tem alguma preferência para pagar um preço inferior pelo fato de a banda X ser estratégica?
Pietroluongo – Não. A legislação de telecomunicações prevê que a empresa tem que dar prioridade ao governo, não só da banda X, mas às comunicações militares como um todo. Em contrapartida, o governo tem que pagar o preço justo.
Tele.Síntese – Mas é preço de mercado ou inferior?
Pietroluongo – É negociaçã%
Por Cristiana Nepomuceno
13 de março de 2006
O Ministério da Defesa irá repassar para a Agência Espacial Brasileira (AEB) a coordenação do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). A intenção é lançar três satélites nacionais até 2011. Conheça os planos da Defesa nesta entrevista do coronel Paulo Pietroluongo, secretário-executivo da Comissão de Implantação do Sistema Militar de Comunicação por Satélite do Ministério da Defesa, que fala também sobre as negociações com a Star One.
Tele.Síntese – Como está o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB)?
Paulo Pietroluongo – A Atec Tecnologias Críticas e o CPqD desenvolveram, durante 2004 e 2005, a especificação básica. Ela está pronta. Ela estabelece como vai ser o sistema, qual o tipo de satélite, as suas cargas úteis, etc. Esse projeto começou para atender à Aeronáutica, para aplicação no sistema de controle de tráfego aéreo chamado CNS/ATM.
Com o seu desenrolar, chegou-se à conclusão que seriam necessários três satélites, utilizados para produção de informações meteorológicas, controle de tráfego aéreo e banda X militar. O projeto nasceu para atender ao controle de tráfego aéreo e,depois, constatou-se que seria bastante interessante incluir uma carga de uso militar, a banda X, para a defesa estratégica. Essa faixa de freqüência de satélite é de uso exclusivo militar, que hoje está prevista apenas no satélite da Star One.
Tele.Síntese – Não seriam apenas dois satélites?
Pietroluongo – Inicialmente, seriam dois. No desenrolar do projeto, constatou-se a necessidade de três satélites, para atender às necessidades meteorológicas. O terceiro será um margeador meteorológico. Com três, os satélites ficariam menores, permitindo o lançamento de pelo menos um deles a partir da base de Alcântara.
Tele.Síntese – Com essa especificação, o projeto, então, está pronto?
Pietroluongo – Esta é a apenas a especificação básica, não é a completa. Essa especificação está sendo enviada para Agência Espacial Brasileira (AEB), que passaria a coordenar o projeto. O documento ainda não está oficialmente com a Agência. Estamos estudando para que ele fique com a Agência. O SGB ainda não é um projeto de governo, pois não está oficializado. Só conseguimos recursos – no valor de R$ 10 milhões, provenientes do Funttel (Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) – para a sua especificação . Mas não há recurso assegurado no Orçamento para o projeto. Não há recursos para esse ano e nem para ano nenhum, por enquanto. Ele está previsto no PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), mas não está no orçamento. A AEB deverá incluí-lo no PPA (Plano Plurianual).
Como é um projeto grande, tem que ser um projeto de governo. Hoje, é um projeto entre os ministérios da Defesa, Comunicações e Ciência e Tecnologia. Mas não é um projeto de governo, não tem uma ação específica no PPA para ele.
Toda a articulação política, que inclui a definição de como seria o projeto, do que seria desenvolvido no Brasil e o que seria comprado, ficaria a cargo da AEB. Essa é a segunda etapa. A primeria etapa foi cumprida, com recursos do Funttel, e coordenada pelo CTA (Comando da Aeronáutica). Enquanto não estiver previsto no PPA, ele não existe. Nenhum dos ministérios quis ficar com o projeto pois ele iria pesar no orçamento. O Ministério da Defesa queria adotá-lo, mas, para isso, teria que tirar dinheiro de seu orçamento, o que seria muito difícil, pois são grandes somas de recursos. Se o projeto for para a AEB, ela vai buscar os recursos.
Tele.Síntese – Com três satélites, o custo do projeto também muda? O orçamento inicial era de US$ 600 milhões.
Pietroluongo – Esse custo subiu um pouco, mas não foi tanto. Deverá ficar em US$ 650 milhões.
Tele.Síntese – Quais serão os próximos passos?
Pietroluongo – O próximo passo seria a oficialização da Agência como coordenadora desse projeto.
Tele.Síntese – O Brasil teria condições de desenvolver os satélites?
Pietroluongo – Desenvolver totalmente, não. Mas poderia desenvolver parte dele. Se tivéssemos condições estaríamos desenvolvendo, concorrendo e vendendo. São poucas as empresas que fazem isso no mundo.
Tele.Síntese – Quais seriam, então, as alternativas?
Pietroluongo – Poderemos comprá-los. A Star One está lançando o primeiro satélite da série C1, que vai substituir o B1, e irá comprá-lo da Alcatel. Mas, também, podemos fazer acordos com outros países. A Rússia já manifestou várias vezes interesse em participar desse projeto. Mas não há nada definido.
Tele.Síntese – O lançamento poderia ser feito aqui?
Pietroluongo – A intenção é que, pelo menos um, seja lançado de Alcântara, no Maranhão, mas dependerá do satélite, do peso, da época, das condições do campo de Alcântara.
Tele.Síntese – A idéia de os satélites prestarem serviços de telecomunicações para o próprio governo ou de se criar uma empresa estatal para prover serviços de telecomunicações, como ficou?
Pietroluongo – O SG B prestará serviços para a banda X de comunicações militares, para o controle de tráfego aéreo, banda L, alguns serviços em banda KU, e em áreas onde não há demanda comercial, como na Amazônia, onde a cobertura não é muito boa. Ele não tem objetivo comercial, de concorrer e tirar serviços da iniciativa privada.
O objetivo do SGB seria estratégico. No caso das comunicações militares deixaríamos de ter alguns custos. Por exemplo, vamos ter que alugar transponder banda X para continuar tendo banda X. Com esses satélites, deixaríamos de ter esses custos.
Com o SGB, não precisaremos alugar os transponders para uso militar. Outras comunicações de outros órgãos de governo, não estão previstas no SGB. Mas o projeto Gesac, do Ministério das Comunicações, poderia, por exemplo, trafegar por esse satélite. A princípio, não há nenhum objetivo de formar uma concorrência com a iniciativa privada ou uma empresa. Seria um satélite de Estado, e não uma empresa para vender serviço.
Tele.Síntese – Há um acordo internacional que vence em 2010, que diz respeito a tráfego aéreo. O Brasil precisaria ter um satélite geoestacionário, caso contrário, terá que alugar a capacidade de algum satélite estrangeiro . Esse acordo internacional tem prazo para vencer?
Pietroluongo – É o sistema CNS/ATM, novo sistema de controle de tráfego aéreo a ser adotado internacionalmente por meio de acordos internacionais estabelecidos no âmbito da ICAO (International Civil Aviation Organisation), organismo internacional que controla o tráfego aéreo. O Brasil tem um compromisso, a partir de 2010, de fazer parte desse sistema CNS/ATM e, para isso, precisa de um satélite geoestacionário. Mas se o país não tiver satélite, terá que alugá-lo, para fazer parte desse sistema.
Tele.Síntese – Para isso, em 2010, o SGB já teria que estar lançado. Dará tempo?
Pietroluongo – 2010 é uma data inicial. Naturalmente, pode ser 2011. Esses acordos internacionais não são extramente rígidos, pequenos atrasos podem ocorrer. O Brasil poderia, por exemplo, alugar inicialmente a capacidade em um satélite estrangeiro e, depois, ter seu próprio satélite. Alugar por um pequeno período, não seria empecilho.
Tele.Síntese – Como está o cronograma do projeto?
Pietroluongo – A previsão é de lançamento do edital, seleção e negociação dos satélites em 2007. Entre 2008, 2009 e 2010 há a previsão de assinatura dos contratos para que os satélites possam ser lançados entre 2011 e 2012. Mas tudo vai depender dos próximos passos.
A idéia era ter uma definição este ano, mas, como não há recursos, ele não foi incluído no PPA, o que significa que não será tomada qualquer medida este ano. A implantação do projeto fica para o ano que vem.
Tele.Síntese – Dará tempo de definir, construir e lançar até 2011?
Pietroluongo – Acho que sim. Gasta-se, em média, três anos para aquisição e assinatura dos contratos. Se a opção for desenvolver um satélite totalmente no Brasil, aí vai demorar muito tempo.
Tele.Síntese – E a coordenação das posições orbitais com a UIT?
Pietroluongo – É a Anatel quem faz isso.
Tele.Síntese – Essa questão já está equacionada?
Pietroluongo – Ainda não. As posições orbitais são uma aspecto crítico, pois não há sobras. O arco orbital está bastante congestionado e há poucas posições livres. Se o Brasil demorar muito, pode até perder o que já tem. A Anatel fica segurando, mas ela tem um certo tempo. Algumas posições brasileiras estão para vencer. É um aspecto crítico. Se demorar muito, essa posição livre pode deixar de existir. Fizemos esse alerta na especificação. A posição brasileira existe, mas tem que ser coordenada com a UIT. Se o Brasil demorar, se passar do período a que tem direito, outro país pode requerer a nossa posição.
Tele.Síntese – Ainda em relação ao SGB, essa especificação precisa ser aprovada pela Casa Civil?
Pietroluongo – É necessária a aprovação presidencial, para que o projeto venha a se concretizar, obter recursos. Já foi feita uma articulação na Casa Civil. Foi feita uma exposição de motivos, só que a Casa Civil considerou que ela precisava de mais detalhes e é isso que a AEB vai fazer. Um das atribuições da Agência será essa: levar à Presidência, para que seja publicada uma exposição de motivos e o projeto seja oficialmente criado, tenha uma rubrica, e entre no Orçamento.
Tele.Síntese – E a projeção econômica do projeto?
Pietroluongo – Temos uma estimativa de que o satélite se pagaria ao longo de 15 anos de vida útil.
Tele.Síntese – Sobre a banda X, como está a situação atual?
Pietroluongo – Usamos os satélites B1 e B2, que são da Star One, cujos contratos foram assinados quando a Embratel ainda era estatal. Por enquanto, não pagamos nada pelo uso dos dois transponders, mas isso vai mudar quando eles terminarem a vida útil, este ano. O C1, que vai substituir o B1, vai ser lançado este ano e, aí, teremos que pagar o aluguel à Star One. Já estamos em conversação, tentando um acordo com a Star One. E o C2 deverá ser lançado no final do ano que vem.
Tele.Síntese – O governo tem alguma preferência para pagar um preço inferior pelo fato de a banda X ser estratégica?
Pietroluongo – Não. A legislação de telecomunicações prevê que a empresa tem que dar prioridade ao governo, não só da banda X, mas às comunicações militares como um todo. Em contrapartida, o governo tem que pagar o preço justo.
Tele.Síntese – Mas é preço de mercado ou inferior?
Pietroluongo – É negociaçã%
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Ah, tá, entendi. Tem nada a ver com proibir não.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: Chile compra satélite espião
Pelo que andei lendo em revistas e jornais (muito pouco, quase não se publica sobre isso) já está atrasado em pelo menos um ano, mas se houver vontade este ano pode ser recuperado. O mais provável é que se comprem satélites de prateleira para os sistemas de tráfego aéreo e metereológico, e se desenvolva o satélite de comunicações militar aqui no país. Os dois primeiros subiriam entre 2011 e 2015, e o último alguns anos após recebermos o último FX!!!!bruno mt escreveu:bom , ele é de 2006. Iai, tá no cronograma ou não??
Só para esclarecer, estes três satélites não tem absolutamente nada a ver com o adquirido pelo Chile, que é um imageador de órbita baixa. O satélite chileno poderá ser utilizado em missões de reconhecimento militar, já satélites geo-estacionários não podem. No máximo poderiam fazer escuta de comunicações via satélite, mas nunca observar nada militarmente útil, pois "voam" alto demais. Os satélites que podem atuar nesta área são os da série CERBS, que o Brasil desenvolve com a China.
Leandro G. Card