Operações Policiais e Militares

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1906 Mensagem por jauro » Qui Jul 24, 2008 6:12 pm

Ao governador Sérgio Cabral

Onde estão os traficantes da Mineira que trucidaram no dia 14 de junho os três jovens negros e pobres da Providência?

A Impunidade perpetua o terror!

Os acusados de matar jovens da Providência, apesar do histórico de violência, permanecem livres e até agora, 40 Dias após o massacre, a polícia do RJ sequer mobilizou-se para poder subir a favela e tentar capturá-los.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1907 Mensagem por ZeRo4 » Qui Jul 24, 2008 6:14 pm

Pablo Maica escreveu:E é claro que a "bala perdida" saiu da arma de um policial né! Pq vagabundo além de sniper não mata ninguém... nem sei pq a policia vai lah incomodar eles.


Um abraço e t+ :D
Clap! Clap! Clap!

:D




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1908 Mensagem por ZeRo4 » Qui Jul 24, 2008 6:16 pm

Calma Jauro!!! vms chegar... vms chegar...




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1909 Mensagem por PQD » Seg Jul 28, 2008 10:13 am

TSE abre debate sobre força-tarefa para o Rio

Jungmann apresenta hoje a Ayres Britto proposta de convocação da PF e até do Exército para conter violência e intimidação

Adriana Vasconcelos e Maria Lima



BRASÍLIA. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, discutirá hoje com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a proposta de criação de uma força-tarefa - com o envolvimento da Polícia Federal e, se necessário, até do Exército - para identificar e punir os candidatos às eleições do Rio vinculados a milícias e traficantes, que estariam estimulando ou, no mínimo, sendo coniventes com as ameaças dirigidas a seus adversários e, agora, também a jornalistas neste início de campanha eleitoral.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, antecipou ontem que a estrutura do ministério está à disposição do TSE, mas ressaltou que a PF só poderá ser acionada para integrar qualquer ação no Rio se houver um pedido formal do governo do estado.

Jungmann: cidade caminha para estado de exceção

Ayres Britto condenou a intimidação dos jornalistas por representantes do tráfico na Vila Cruzeiro, e disse que discutirá com Jungmann, hoje, a proposta de que o Tribunal lidere um movimento de reação ao crime organizado durante a campanha, no Rio.

- O Rio está caminhando para um estado de exceção, onde o poder que vai emergir das urnas é conivente ou condicionado ao crime organizado. Por isso é fundamental que o TSE comande uma ação, acione a Polícia Federal e até o Exército, se necessário, para identificar e punir os candidatos das milícias e do tráfico. Isso foi feito na Colômbia. A situação exige uma mobilização das três esferas de poder no estado e um pacto de todos os políticos que atuam lá para resguardar os direitos e liberdade dos cidadãos do Rio - propõe Jungmann.

O deputado deverá cobrar providências, não só do TSE, como também do Ministério Público Federal para que sejam tomadas medidas efetivas que assegurem a todos os candidatos a vereador e prefeito do Rio o direito de fazer campanha no município, sem sofrer pressão ou ameaças de milícias ou traficantes.

No encontro que terá hoje com o ministro Ayres Britto e o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, Jungmann pedirá garantias ainda para que não se repitam episódios como o registrado no último sábado na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, onde repórteres do GLOBO, "Jornal do Brasil" e "O Dia" que acompanhavam uma caminhada do senador Marcelo Crivella (PRB), candidato a prefeito, foram cercados por traficantes armados com fuzis e os fotógrafos se viram obrigados a apagar todas as fotos registradas na cobertura.

Ayres Britto preferiu ontem não antecipar sua posição sobre a proposta de Jungmann para que o TSE comande uma força-tarefa no Rio para resguardar os direitos e liberdades dos cidadãos do estado. O ministro condenou, porém, a violência sofrida pelos jornalistas no último sábado.

- Lamento profundamente o ocorrido, que outra coisa não significa que uma absurda ausência do Estado e a conseqüente ocupação do espaço por um segmento fora da lei. No caso, abatendo de morte dois excelsos valores constitucionais: primeiro, a liberdade do exercício da profissão de jornalista e, segundo, a liberdade de um candidato de fazer sua campanha eleitoral, com o que a liberdade de imprensa e a democracia representativa resultam ultrajadas - disse o ministro.

Embora também tenha considerado lamentável o episódio ocorrido com os jornalistas que acompanhavam o senador Crivella, Tarso Genro limitou-se a declarar, por intermédio de sua assessoria, que o Ministério da Justiça tem limites para atuar nesse caso.

- O Ministério da Justiça e todas as suas áreas estão à disposição do TSE e do estado, mas não podemos tomar qualquer iniciativa, porque seria inconstitucional - disse.



"É preciso ter postura rigorosa", diz Marco Aurélio

O presidente nacional da OAB, Cezar Brito, apóia a criação da força-tarefa para, como disse, dar um basta à ausência do Estado e a conivência com o crime organizado nos morros do Rio de Janeiro, e garantir que a comunidade possa exercer a soberania democrática de escolher seus representantes.

- O Estado brasileiro não pode permitir que a comunidade desses morros, que já é vitima desse tipo de organização criminosa, também fique ausente da decisão política, como se disséssemos que a democracia não pode ser exercida em determinados espaços do Brasil. É como se houvesse um pacto oculto e cruel do Estado brasileiro com o crime organizado do tipo: eu não me faço presente na sua área e em troca a população local não dá problemas ao Estado porque não participa da escolha democrática - criticou Cezar Brito.

Para Marco Aurélio Mello, ex-presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal, é preciso uma ação rigorosa do Estado brasileiro para coibir esse tipo de intimidação do crime organizado no Rio de Janeiro.

- O tráfico hoje não se avexa de até mesmo intimidar a imprensa. É um alerta para as autoridades constituídas de que não dá mais para tergiversar e ficar nos paliativos. É preciso ter uma postura rigorosa e dizer que não estamos vivendo sob a lei do mais forte naquele local, mas num estado de direito. O Estado está devendo á população uma resposta - observou.

Sobre a proibição da entrada de jornalistas e candidatos nas favelas e morros, Marco Aurélio disse que é uma situação terrível, que não pode ser suportada em pleno século XXI.

- Esses currais do tráfico no Rio colocam sob suspeita os votos da comunidade, que vai votar intimidada. Se perguntarem se isso é consentâneo com o século XXI, com certeza a resposta é negativa. Todos os órgãos envolvidos têm de buscar com seriedade uma correção de rumos.


sou contra o EB participar desse pool na seguranca




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1910 Mensagem por rodrigo » Seg Jul 28, 2008 12:18 pm

Vou deixar como lembrança.

27/07/2008 - 22h55
Brasileiro é morto ao furar blitz de polícia nos EUA
da Folha Online

O brasileiro André Martins, 27, foi morto na madrugada deste domingo pela polícia do distrito de West Yarmouth (Massachusetts, Estados Unidos), ao não parar em uma blitz.

Martins estava há cerca de sete anos nos Estados Unidos, e trabalhava como jardineiro em Hyannis, que fica a cerca de 3 quilômetros do local do incidente.

Segundo a polícia, uma blitz rotineira de trânsito foi montada em uma rua da vila, e o brasileiro passou direto por ela. Em seguida iniciou-se uma perseguição que durou 90 segundos, e terminou quanto o veículo do brasileiro colidiu com a viatura. Foi quando o policial atirou no brasileiro.

Médicos de uma equipe de resgate tentaram reanimá-lo enquanto o levava para o Cape Cod Hospital, em Hyannis, onde ele foi declarado morto em seguida.

A polícia local se recusou a dar mais informações sobre a perseguição, inclusive a localização exata da blitz e se o brasileiro estava de posse de alguma arma.

Pela manhã, a polícia foi até o local onde estava o carro do brasileiro, e removeu o veículo.

Um morador da proximidade do local do caso entrevistado pelo jornal "The Boston Globe" disse ter ouvido a batida e o policial mandar o motorista sair do carro. Em seguida teriam sido dados três ou quatro tiros.

Outra testemunha disse ter visto que o carro do brasileiro seguiu andando por mais alguns metros após a batida e o tiroteio.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 6791.shtml




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a vida é assim: esquenta e esfria,
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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1911 Mensagem por PQD » Seg Jul 28, 2008 2:09 pm

isso me lembra um epsodio em que o EB estava nas ruas do Rio e um professor acompanhado de mais alguem num carro furou 1, 2 bloqueios da PM, no 3 bloqueio a frente formado por uma equipe do EB alertadarta pelos PMs, um oficial do EB foi atropelado pelo motorista, diante disso foram desferidos tiros de fuzil matando estantaneamente o motorista. Integrantes dessa equipe responderam na justiça sobre o fato. O carona alegou que o professor pensou que eram bandidos fazendo "blitz".

po os bandidos tem armas militares e policiais, uniformes, mas o dia que tiverem carros de combate e outros veiculos militare ai fudeu, o que era o caso no 3 bloqueio com viaturas blidadas do EB o trafico nao possui isso.




Editado pela última vez por PQD em Ter Jul 29, 2008 2:35 pm, em um total de 1 vez.
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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1912 Mensagem por PQD » Seg Jul 28, 2008 3:44 pm

PF compra equipamentos militares para monitorar fronteiras

Da Redação



A Polícia Federal realiza uma operação inédita. Trata-se da compra de equipamentos militares de última geração para monitorar contrabando de armas, tráfico de drogas e grupos armados nas fronteiras.

Os equipamentos, que já começaram a chegar ao Brasil, serão também usados para investigar o crime organizado nas favelas do Rio e de São Paulo. Além de três aviões não tripulados (Vant), previstos para chegar em dezembro, a PF compra binóculos de visão noturna, computadores à prova d\'água, potentes microcâmeras e equipamento de reconhecimento facial para instalar nas alfândegas.

Há também outro reforço: nos próximos dias serão incorporados à área de inteligência mais mil policiais. Para se ter uma idéia, desde 2003, todas as operações especiais foram feitas com 150 agentes de inteligência.

Entre os novos equipamentos, a grande estrela será o avião não tripulado Vant, de fabricação israelense, que custará US$ 20 milhões a unidade. Esses aviões-espiões são disputadíssimos; um deles vai monitorar a segurança nos estádios durante a Olimpíada na China. Com 16 metros de envergadura e uma autonomia de vôo de 36 horas, essa aeronave é capaz de ler um crachá a uma altitude de 16 mil pés (cinco mil metros). Ela pode mapear 1,12 quilômetros quadrados (cerca de 70% do território do Estado do Amazonas) em apenas 20 horas.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1913 Mensagem por rodrigo » Seg Jul 28, 2008 4:50 pm

foram desferidos tiros de fuzil matando estantaneamente o motorista
Por um PQD.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1914 Mensagem por PQD » Seg Jul 28, 2008 5:40 pm

rodrigo escreveu:
foram desferidos tiros de fuzil matando estantaneamente o motorista
Por um PQD.

pois é, o cara fura 3 bloqueios e nao quer virar peneira o que o cara estava pensando? se fosse bandido mandaria bala, como era a lei e o cara furou 3 bloqueios achei ainda que deveria ter parado ja no segundo bloqueio.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1915 Mensagem por Sd Young Guns 2 » Ter Jul 29, 2008 12:14 pm

rodrigo escreveu:
foram desferidos tiros de fuzil matando estantaneamente o motorista
Por um PQD.
Se não me engano foi um Tenente e tinha mais uns 3 Militares no IPM. Nesses dia eu estava pouco tempo na 27 Bpqdt e tava uma coisa de doido, tarcha preta pura!

Se me lembro o PT caiu de pau no EB e um monte dessas ONGs de traficantes.

Sd Volcom

Vlws Abraços




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1916 Mensagem por jauro » Qua Jul 30, 2008 11:36 am

O Globo Adeus às armas pesadas
Beltrame diz que os policiais não usarão mais fuzis nas ruas, só nas operações em favelas
Natanael Damasceno e Vera Araújo

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou ontem, durante um debate sobre violência no jornal "Extra", que pretende tirar o fuzil das mãos dos policiais que trabalham no asfalto. Segundo ele, a idéia é substituir o armamento por carabinas .30, consideradas menos letais. Nas operações em favelas, a polícia continuará a usar os fuzis. Beltrame fez o anúncio depois de receber críticas a uma série de ações policiais recentes que acabaram com a morte de inocentes, como o menino João Roberto, na Tijuca. Ele disse que, por causa desses episódios, antecipou os planos que prevêem mais treinamento e menos letalidade para a polícia:

- Ia fazer isso em outubro, mas decidi antecipar. Esse bandido hediondo chamado fuzil, quero aposentá-lo. Vamos extinguir o fuzil. As vítimas das chamadas balas perdidas, 80% das vezes são atingidas por estilhaços de fuzil.

Segundo Beltrame, a secretaria antecipou o calendário de medidas para diminuir a letalidade da polícia através do treinamento feito com armas não letais. O secretário disse ainda que está esperando a aquisição das carabinas .30 pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o que deve acontecer no fim de agosto, para substituir os fuzis. No debate, a socióloga Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), criticou os altos índices de violência do Rio, comparando-os com os de São Paulo. Segundo os números apresentados pela pesquisadora, a letalidade da polícia fluminense é muito maior que a da polícia paulista. Beltrame reconheceu que os números no Rio são altos, mas rebateu as críticas:

- A criminalidade do Rio é totalmente diferente da de São Paulo e isto eu digo com propriedade, porque morei em São Paulo. Eles (os bandidos) manejam um fuzil como nós manejamos um celular. Lá não tem a geografia e nem o histórico de violência que nós temos.

Arma pode atingir alvo a 2 mil metros
Uma das preocupações de Beltrame é com as balas perdidas. Relatório do Instituto de Segurança Pública (ISP) revela que foram registrados 75 casos no primeiro trimestre de 2008, sendo oito fatais e 67 não fatais. A comparação com o primeiro trimestre de 2007 - quando foram contabilizadas 94 vítimas, sendo que sete morreram e 87 ficaram feridas - revela uma queda de 20,2%. Os dados indicam a capital como a cidade do estado onde mais houve registros: cinco mortos e 44 feridos.

O pesquisador do Viva Rio Pablo Dreyfus apóia a iniciativa de Beltrame. Pablo explicou que o fuzil é uma arma de guerra, muito letal, que pode atingir um alvo a dois mil metros de distância. A carabina tem um alcance menor: 400 a 500 metros.

- A munição de um fuzil sai com uma velocidade muito alta. Numa área populosa, ela atravessa o corpo do bandido, do carro e as paredes das casas - afirmou Pablo.
COLABORARAM Antônio Werneck e Sérgio Ramalho




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1917 Mensagem por ZeRo4 » Qua Jul 30, 2008 12:49 pm

Beltrame é um fanfarrãoooooo... e obviamente ele está fazendo políticagem para os desarmamentistas, ONGs, ONU e etc!




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1918 Mensagem por Carlos Mathias » Qua Jul 30, 2008 1:36 pm

Bem, pelo menos vai se saber com mais facilidade quem atirou em quem.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1919 Mensagem por Kratos » Qua Jul 30, 2008 2:21 pm

Carlos Mathias escreveu:Bem, pelo menos vai se saber com mais facilidade quem atirou em quem.
Pode apostar que ainda vão dar um jeito de fazer um projétil .308 sair de uma carabina .30. Só pra botar a culpa na PM.




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Re: OPERAÇÃO POLICIAL NO RIO

#1920 Mensagem por Booz » Qua Jul 30, 2008 3:43 pm

N'ao solicitei autorizacao do colega para postar seu artigo. Mas, como foi publicado em site publico, posto-o aqui com a devida citacao
Nota- peco desculpas aos colegas foristas porque meu teclado desconfigurou e la se foram acentos e cedilhas, rsss.

Policiais mortos não protegem ninguém

29/07/2008

por Humberto Wendling

Em fevereiro de 1999, quatro policiais do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) estavam procurando por um suspeito de estupro. Era noite e quando eles encontraram Amadou Diallo, que se encaixava na descrição do homem que procuravam, os policiais desceram da viatura e pediram para que ele ficasse parado. Quando o suspeito começou a correr para entrar num prédio, os policiais iniciaram a aproximação rapidamente. Assim que o suspeito alcançou a entrada de um edifício de apartamentos, o nível de estresse aumentou e os policiais começaram a gritar: “Pare! Polícia!”

Mas Amadou Diallo, de 22 anos, imigrante africano e vendedor ambulante, recusou-se a atender aos comandos. E quando ele chegou à principal escadaria do prédio, os policiais o viram dar meia volta e colocar a mão direita no bolso da calça – sob intenso medo, os policiais pensaram que seriam baleados.

Como qualquer policial que tenha enfrentado situação semelhante sabe, a hesitação pode ser um erro fatal. Para um suspeito que ignora os comandos, força uma perseguição a pé, escapa para dentro de um prédio e repentinamente dá meia volta e leva a mão até o bolso como se fosse pegar uma arma, só existe uma resposta para aqueles policiais que desejam sobreviver. Dessa forma, Amadou Diallo acabou morto em função dos disparos efetuados pelos policiais.

Amadou Diallo deu início à reação de sobrevivência dos policiais quando fugiu durante a tentativa deles em abordá-lo, e assim começou a perseguição (Talvez ele fosse o estuprador!). O estresse se intensificou quando Amadou se recusou a obedecer às ordens policiais. Ele entrou em um prédio ignorando as ordens legais para parar. Ele correu para a escadaria e continuou não obedecendo às ordens para parar (Talvez ele tivesse uma arma!). O estresse se elevou ainda mais quando o suspeito se virou de repente para os policiais, colocou a mão no bolso e agarrou alguma coisa (O que ele tinha?). Sua mão tirou algo do bolso. Era um objeto escuro. Alguém gritou: “Arma!” (Isso já foi visto antes, o suspeito não coopera e a polícia usa a força. Ele tenta matar o policial para não ser preso).

O suspeito realizou todos os movimentos corporais e deu todas as dicas que sugeriam que ele tentaria reagir. Um policial percebeu isso, e tentando proteger o colega e a si mesmo, gritou que o homem tinha uma arma. Esse policial, mais vulnerável e próximo da ameaça, disparou 16 tiros em menos de quatro segundos à medida que se afastava de Amadou Diallo caminhando de costas escada abaixo, o que é extremamente difícil durante situações de estresse. O policial caiu e se machucou. O outro policial que estava ao lado desse primeiro, e que ouviu o aviso sobre a arma, também disparou 16 vezes. Os policiais que estavam atrás desses dois viram que um deles caiu de costas. Eles também dispararam para salvar os colegas. Até aqui, nenhum dos policiais podia ouvir bem. Em função da exclusão auditiva e a quantidade de tiros disparados, eles não podiam distinguir entre os tiros disparados por eles daqueles disparados pelo suspeito. Os três policiais ao verem o colega cair na escada pensaram que ele tinha sido atingido. Alguns projéteis estavam passando por eles confirmando que eles estavam sob ameaça mortal. Até aqui o suspeito não tinha sido incapacitado porque nenhum tiro atingira qualquer parte vital. Os policiais pensaram: “Os tiros o estão atingindo?” O caos se instalou e os policiais tinham que salvar uns aos outros e não serem mortos durante o confronto. Finalmente Amadou Diallo caiu e o tiroteio parou. Tudo isso em quatro segundos.

Os dois policiais mais próximos à ameaça dispararam 16 tiros cada um – a capacidade da pistola usada pela polícia de Nova Iorque –, esvaziando suas armas. Os outros dois policiais, mais afastados, não dispararam mais que seis tiros. O confronto ocorreu à noite. E a escuridão, combinada com a visão em túnel, reduziu drasticamente a capacidade de enxergar bem. O suspeito subiu alguns degraus e se colocou em um ponto de maior vantagem em relação aos quatro policiais. Os degraus de alvenaria possibilitaram que os projéteis ricocheteassem em direção aos atiradores.

Mas o pior pesadelo para esses quatro policiais se tornou realidade quando eles descobriram que Amadou estava desarmado.

Policiais costumam dizer que matar alguém durante o cumprimento do dever é o evento mais estressante que pode ocorrer durante a carreira policial. Mas quando esses policiais descobrem que a pessoa que eles mataram está desarmada e que a percepção da ameaça foi um erro de julgamento, a angústia se torna insuportável.

Infelizmente, a polícia de Nova Iorque ainda estava realizando testes para determinar uma mudança de munição quando a morte de Amadou Diallo ocorreu. Na época do tiroteio, os policiais usavam munição com projétil encamisado total ogival (ETOG) que tende a ricochetear com mais freqüência que o projétil expansivo ponta oca (EXPO). Talvez, os policiais envolvidos na ocorrência tenham confundido os projéteis de suas próprias armas que estavam ricocheteando ao atingirem a escadaria e as paredes com possíveis disparos efetuados pelo fugitivo.

Após uma completa apuração do caso e um pouco de percepção sobre o que ocorre em um confronto dinâmico e violento, não é difícil imaginar como o tiroteio ocorreu. Os efeitos da reação de sobrevivência, as considerações sobre o ambiente da ocorrência (escadaria, corredor estreito, pouca iluminação, ou seja, locais onde o tempo de exposição do policial deve ser o menor possível, devido à desvantagem tática), a percepção dos policiais baseada no comportamento do suspeito, a proximidade da ameaça e o tempo mínimo para reagir, o fato de um policial ter caído e se ferido dando a impressão de ter sido baleado e o desempenho da munição (falha em incapacitar imediatamente o agressor e ricochetes), tudo se combinou para esse desastre.

Enquanto 41 tiros parecem excessivos, na verdade não são. Havia quatro policiais atirando, mas somente 19 projéteis acertaram Amadou Diallo – um percentual de acerto de 46% –, e apenas um foi fatal. A maioria dos disparos atingiu as pernas e os braços de Amadou Diallo. Isso demonstra um cenário mais próximo da realidade do que aqueles mostrados pela TV. Infelizmente muitas pessoas são educadas pelos tiroteios e confrontos violentos dos filmes mostrados na televisão. Na TV o criminoso é sempre incapacitado com apenas um tiro, voa para trás e fica impossibilitado de continuar a luta.

Os policiais que confrontaram Amadou Diallo pararam outros possíveis suspeitos antes de tentarem interrogá-lo. A diferença é que eles não encontraram resistência por parte dos outros suspeitos. Uma pessoa ponderada colabora com a polícia quando parada e entrevistada, mesmo que a ordem não faça sentido imediatamente.

Descobriu-se mais tarde que Amadou Diallo havia pedido asilo nos Estados Unidos, mas mentiu ao preencher o requerimento no Serviço de Imigração e Naturalização e, apesar de sua permanência legal no país, seu visto para trabalho expiraria em abril de 1999. Talvez ele estivesse com medo de ser deportado pelos policiais que o abordaram; talvez achasse que seria assaltado, uma vez que os policiais estavam à paisana e saíram de uma viatura descaracterizada; mas se ele ficasse parado e respondesse as perguntas dos policiais o incidente terminaria pacificamente. Qualquer atitude diferente da cooperação aumentará a suspeita e o medo no policial, causando a escalada da força. Pessoas agressivas freqüentemente não seguem as ordens policiais. Aqueles com armas ou objetos roubados correm ou atiram contra o policial, percebendo que estão prestes a serem presos. A abordagem a uma pessoa calma e cooperativa tende a gerar certa tranqüilidade no policial. Mas quando se confronta uma pessoa resistente, extremamente nervosa ou agressiva, é normal que o nível de alerta do policial aumente. E é isso que ajuda o policial a sobreviver.

A segurança das pessoas e dos policiais é mais importante que a segurança dos criminosos. O agressor toma a decisão de resistir ou cooperar. Os policiais envolvidos no caso Amadou Diallo pensaram que estavam na iminência de serem baleados por um suspeito armado. Evidentemente, demonstrou-se que Amadou estava desarmado. Contudo, a percepção dos policiais era a de que ele tinha uma arma. Se um policial pensa ter visto uma arma e grita que o suspeito está armado, todos os policiais envolvidos irão naturalmente pensar que, de fato, existe uma arma.

No mês de março do mesmo ano os quatro policiais foram acusados pelo homicídio e poderiam ser condenados a uma pena de 25 anos, mas em fevereiro de 2000 todos eles foram absolvidos. Eles não receberam qualquer punição do Departamento de Polícia de Nova Iorque, pois agiram da forma como foram treinados.

Humberto Wendling
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Instrutor de Armamento e Tiro
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