Guiné-Bissau - Instabilidade Política e Militar
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Guiné-Bissau - Instabilidade Política e Militar
Sampaio recebe primeiro-ministro da Guiné-Bissau
2005/05/17 | 08:01
Carlos Gomes Júnior recebido tem encontros marcados com Sócrates e Alegre
O primeiro-ministro guineense optou por ficar mais um dia em Lisboa antes de regressar a Bissau, de forma a poder reunir-se hoje com as mais altas autoridades portuguesas, disse à Agência Lusa o chefe da diplomacia da Guiné-Bissau.
Em declarações à Agência Lusa, momentos após regressar a Bissau, às primeiras horas de hoje, Soares Sambu indicou que Carlos Gomes Júnior se reúne hoje com o chefe de Estado português, Jorge Sampaio, com o vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, e com o primeiro-ministro José Sócrates.
"Só depois o primeiro-ministro regressará a Lisboa, tendo adiado a deslocação oficial a Moçambique", para onde deveria seguir hoje à noite, sublinhou Soares Sambu, que não adiantou mais pormenores.
Com Carlos Gomes Júnior ficou também em Lisboa o ministro dos Transportes e Comunicações, Raimundo Pereira, ex-titular da pasta da Justiça, que, tal como Soares Sambu, deveriam acompanhar o primeiro-ministro guineense na primeira visita oficial a Maputo de um chefe do executivo da Guiné-Bissau.
Várias fontes indicaram segunda-feira em Lisboa que o chefe do executivo guineense partiria nesse dia à noite de regresso à capital guineense, depois de, domingo, Kumba Ialá se ter auto-proclamado presidente da Guiné-Bissau, alegando a existência de um "vazio legal" dado que, no seu entender, terminou o período de transição.
Segunda-feira, o governo, militares, Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e alguns partidos políticos e candidatos às presidenciais guineenses de 19 de Junho criticaram a decisão de Kumba Ialá, deposto no golpe de Estado de 14 de Setembro de 2003.
Para hoje, em Bissau, está prevista uma manifestação de apoio a Kumba Ialá, iniciativa que foi marcada para o início da tarde e que começa na Chapa de Bissau e termina da Praça dos Heróis Nacionais, onde se situa o antigo Palácio Presidencial, parcialmente degradado na sequência do conflito militar de 1998/99.
O governo, num comunicado, avisou segunda-feira que não tolerará quaisquer actos de vandalismo ou distúrbios, tendo indicado que usará "todos os meios ao seu dispor" no caso de qualquer tentativa de desestabilização.
Fontes do Partido da Renovação Social (PRS, maior da oposição) disseram segunda-feira à Lusa que a manifestação pretende ser pacífica, mas deixaram no ar a possibilidade de os manifestantes seguirem depois para a Presidência da República, a pouco mais de 500 metros da Praça dos Heróis Nacionais (ex-Praça do Império).
Instados pela Lusa sobre se existe a intenção de forçar a entrada nas edifício onde se situa o gabinete de trabalho do actual presidente da transição, Henrique Rosa, as fontes garantiram que não é esse o objectivo da manifestação.
in Portugal Diário, de 17/Maio/2005
____________________
Recorde-se que Kumba Yalá, antigo presidente eleito pelo PRS foi deposto na sequência de um golpe militar em 2003, e que actualmente é candidato à presidencia na eleições próximas, a par de Nino Vieira, antigo presidente pelo PAIGC, deposto em 1999, e que até recentemente esteve exilado em Portugal.
Kumba Yalá, já acusou Portugal de estar a "apadrinhar" a candidatura de Nino para a liderança desse pequeno país da costa ocidental africana, e o mais instável das antigas colónias portuguesas.
Entretanto, e para acautelar a eventual necessidade de evacuação de nacionais e de estrangeiros da Guiné-Bissau, caso a crise politica e militar descambe para um conflito armado, estão a navegar algures ao largo da Guiné, dois navios militares portugueses (uma fragata VdG e uma corveta), oficialmente em manobras.
2005/05/17 | 08:01
Carlos Gomes Júnior recebido tem encontros marcados com Sócrates e Alegre
O primeiro-ministro guineense optou por ficar mais um dia em Lisboa antes de regressar a Bissau, de forma a poder reunir-se hoje com as mais altas autoridades portuguesas, disse à Agência Lusa o chefe da diplomacia da Guiné-Bissau.
Em declarações à Agência Lusa, momentos após regressar a Bissau, às primeiras horas de hoje, Soares Sambu indicou que Carlos Gomes Júnior se reúne hoje com o chefe de Estado português, Jorge Sampaio, com o vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, e com o primeiro-ministro José Sócrates.
"Só depois o primeiro-ministro regressará a Lisboa, tendo adiado a deslocação oficial a Moçambique", para onde deveria seguir hoje à noite, sublinhou Soares Sambu, que não adiantou mais pormenores.
Com Carlos Gomes Júnior ficou também em Lisboa o ministro dos Transportes e Comunicações, Raimundo Pereira, ex-titular da pasta da Justiça, que, tal como Soares Sambu, deveriam acompanhar o primeiro-ministro guineense na primeira visita oficial a Maputo de um chefe do executivo da Guiné-Bissau.
Várias fontes indicaram segunda-feira em Lisboa que o chefe do executivo guineense partiria nesse dia à noite de regresso à capital guineense, depois de, domingo, Kumba Ialá se ter auto-proclamado presidente da Guiné-Bissau, alegando a existência de um "vazio legal" dado que, no seu entender, terminou o período de transição.
Segunda-feira, o governo, militares, Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e alguns partidos políticos e candidatos às presidenciais guineenses de 19 de Junho criticaram a decisão de Kumba Ialá, deposto no golpe de Estado de 14 de Setembro de 2003.
Para hoje, em Bissau, está prevista uma manifestação de apoio a Kumba Ialá, iniciativa que foi marcada para o início da tarde e que começa na Chapa de Bissau e termina da Praça dos Heróis Nacionais, onde se situa o antigo Palácio Presidencial, parcialmente degradado na sequência do conflito militar de 1998/99.
O governo, num comunicado, avisou segunda-feira que não tolerará quaisquer actos de vandalismo ou distúrbios, tendo indicado que usará "todos os meios ao seu dispor" no caso de qualquer tentativa de desestabilização.
Fontes do Partido da Renovação Social (PRS, maior da oposição) disseram segunda-feira à Lusa que a manifestação pretende ser pacífica, mas deixaram no ar a possibilidade de os manifestantes seguirem depois para a Presidência da República, a pouco mais de 500 metros da Praça dos Heróis Nacionais (ex-Praça do Império).
Instados pela Lusa sobre se existe a intenção de forçar a entrada nas edifício onde se situa o gabinete de trabalho do actual presidente da transição, Henrique Rosa, as fontes garantiram que não é esse o objectivo da manifestação.
in Portugal Diário, de 17/Maio/2005
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Recorde-se que Kumba Yalá, antigo presidente eleito pelo PRS foi deposto na sequência de um golpe militar em 2003, e que actualmente é candidato à presidencia na eleições próximas, a par de Nino Vieira, antigo presidente pelo PAIGC, deposto em 1999, e que até recentemente esteve exilado em Portugal.
Kumba Yalá, já acusou Portugal de estar a "apadrinhar" a candidatura de Nino para a liderança desse pequeno país da costa ocidental africana, e o mais instável das antigas colónias portuguesas.
Entretanto, e para acautelar a eventual necessidade de evacuação de nacionais e de estrangeiros da Guiné-Bissau, caso a crise politica e militar descambe para um conflito armado, estão a navegar algures ao largo da Guiné, dois navios militares portugueses (uma fragata VdG e uma corveta), oficialmente em manobras.
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Decorrida a primeira volta das eleições na Guiné-Bissau, que decorreu de forma exemplar com todas as mesas de voto a abrir e a fechar a horas, ao contrário do que acontecera há 2 anos, e com a presença de cerca de 250 observadores internacionais que as declararam limpas e justas, passaram à segunda volta Sanhá do PAIGC e Nino Viera, candidato independente.
O grande derrotado foi o deposto presidente Kumba Yalá, do PRS.
Teve 25% dos votos, o que corresponde sensivelmente ao peso da sua etnia, a dos balantas.
Nino Veira deposto em 1999, na sequência dos acontecimentos de 1998, e que se exilou em Portugal até Abril deste ano, regressou à Guiné-Bissau como independente, e candidatou-se às presidenciais.
Para já pode ser apontado como um dos grandes vencedores, e depois de conhecidos os anti-corpos entre o PRS de Kumba Yalá e o PAIGC, é provável que Kumba acabe por apelar ao voto em Nino Vieira.
O que pode levar a pensar que será Nino Vieira, um dos fundadores do PAIGC e herói da luta de libertação da Guiné, o próximo presidente desse pequeno país da África ocidental.
O grande derrotado foi o deposto presidente Kumba Yalá, do PRS.
Teve 25% dos votos, o que corresponde sensivelmente ao peso da sua etnia, a dos balantas.
Nino Veira deposto em 1999, na sequência dos acontecimentos de 1998, e que se exilou em Portugal até Abril deste ano, regressou à Guiné-Bissau como independente, e candidatou-se às presidenciais.
Para já pode ser apontado como um dos grandes vencedores, e depois de conhecidos os anti-corpos entre o PRS de Kumba Yalá e o PAIGC, é provável que Kumba acabe por apelar ao voto em Nino Vieira.
O que pode levar a pensar que será Nino Vieira, um dos fundadores do PAIGC e herói da luta de libertação da Guiné, o próximo presidente desse pequeno país da África ocidental.
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Realizada a 2ª volta das presidenciais, Nino Vieira parece ter ganho estas eleições.
Mas ao contrário do que acontecera na 1ª volta, em que tudo decorrera de forma exemplar, Sanhá, o candidato do PAIGC contestou os resultados, e a própria Comissão Eleitoral já reconheceu erros em algumas assembleias de voto.
Sanhá já ameaçou com um levantamento militar, caso a verdade não seja reposta.
Voltará a instabilidade militar?
O PAIGC ainda tem grande influência junto de algumas unidades militares guineenses.
Mas ao contrário do que acontecera na 1ª volta, em que tudo decorrera de forma exemplar, Sanhá, o candidato do PAIGC contestou os resultados, e a própria Comissão Eleitoral já reconheceu erros em algumas assembleias de voto.
Sanhá já ameaçou com um levantamento militar, caso a verdade não seja reposta.
Voltará a instabilidade militar?
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