GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Essas tales de 'rodadas de Doha' se arrastam há anos e nada produzem, a razão é simples: os ianques e europeus não vão - de jeito nenhum - cortar os gordos subsídios a seus agricultores, mas berram que querem competir livremente nas mercadorias industrializadas; já os grandes produtores agrícolas, como o Brasil, muito à frente em agrotecnologia, querem o fim dos subsídios, sem isso não abrem seus mercados. Por fora vem a China, que não quer abrir NADA mas quer que tudo lhe seja aberto. Como isso irá dar certo?
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: GEOPOLÍTICA
É uma boa metáfora para batalhas de uma guerra de palavras, caro Túlio. Tanto que às vezes dali sai uma guerra de verdade.
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Re: GEOPOLÍTICA
GustavoB escreveu:Mas é pra isso que ele ganha, caríssimo cvn. Qual é a função do diplomata senão mentir descaradamente em defesa do seu país? Brabo é quando tem gente 'nossa' trabalhando contra. Abs
Me refiro aos resultados que nossa diplomacia colhe ultimamente, acredito que não ganhos uma faz tempo.
E o Barão continua se revirando.
unanimidade só existe no cemitério
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Re: GEOPOLÍTICA
Belo texto, do grande Santayana (hoje, blog dos blogs):Vinicius Pimenta escreveu:Evidentemente é uma estratégia suja para desqualificar o Brasil. Não gosto do Amorim, mas dessa vez o que estão fazendo, se aproveitando de uma distorção da fala dele é ridículo. Mas isso tem seu lado bom, assim talvez eles entendam que esse tipo de negociação é de gente grande e que os abutres estão loucos atrás de qualquer deslize e que o Brasil deve falar alto também. Essa conversinha fiada de resolver tudo em "negociações" não é prática no mundo. Mais uma razão pra entender a necessidade de um poder militar condizente. Deveriam aprender com a Rússia.
A diplomacia não se faz só com palavras escolhidas e referências oblíquas. Às vezes é preciso dizer as coisas como são – o que fez o ministro Celso Amorim, a propósito das infindáveis conversações da Rodada de Doha.
Todos sabem que controlando as informações mundiais, os países ricos fazem mais ou menos o que fazia Goebbels: distorcem os fatos e suscitam o ódio contra os que consideram adversários de seus interesses, como fizeram Bush e Blair em relação ao Oriente Médio. Agora tentam jogar a opinião pública mundial contra os países emergentes, que procuram defender os pobres nas negociações de Doha.
Imediatamente à declaração do ministro, aproveitando-se do fato de ser a senhora Susan Schweib, chefe da delegação norte-americana, filha de um sobrevivente do holocausto, membros da delegação norte-americana acusaram Amorim de ter cometido uma ofensa diplomática. Torceram os fatos e fizeram provocação gratuita. A embaixadora Schweib representa os Estados Unidos: não representa o povo judeu. Sobreviventes do holocausto somos todos nós, que estaríamos na imensa pira do nazismo, se os aliados, com os russos à frente, não houvessem cortado o passo a Hitler e seus seguidores. Os judeus, os eslavos e os ciganos foram vítimas preferenciais, por estarem à mão, mas Hitler não enganou ninguém. É só ler Mein Kampf e, ainda de forma mais clara, o livro Hitler m’a dit, de seu confidente Hermann Rawshning. Seu objetivo era escravizar todos os povos do mundo – e exterminar os que pudessem liderar a resistência contra a Herrenrasse que julgavam ser.
Ontem mesmo, quando os jornais comentavam a reação norte-americana à observação de Celso Amorim, El Pais denunciava, em extensa reportagem, a existência de campos de concentração flutuantes dos Estados Unidos. A partir da Sétima Frota, estacionada na Ilha de Diego Garcia (formalmente sob administração britânica), navios norte-americanos vagam pelo Oceano Índico, com prisioneiros clandestinos, suspeitos de terrorismo, interrogados em seus porões, longe de tudo, de advogados, de familiares, do conhecimento da opinião pública.
A ilha de Diego Garcia, descoberta pelos portugueses no século 16, era ocupada por nativos, que foram obrigados a migrar para Mauritius, nos anos 70, a fim de facilitar as instalações navais americanas. Expulsos de seus lares e de sua subsistência econômica, recorreram à justiça britânica, que, em 1990, considerou ilegal a expulsão e determinou o retorno – mas a ordem ficou sem cumprimento, até que, em 2003, outro tribunal britânico lhes negou esse direito. Estamos diante de um ato que não envergonharia os nazistas.
Segundo o ex-juiz Ricardo de Prada, citado na matéria de El Pais, prisões, como as instaladas pelos ianques em seus navios, não têm referências nem ancoragem territorial. A carta de corso é total. Ninguém é responsável. Ex-prisioneiros nesses navios, como o australiano David Hicks, o afegão Abdul Salam, o norte-americano John Walker Lindh, foram torturados barbaramente, como relataram a companheiros seus, que puderam levar os fatos à organização britânica Reprieve. Depois da tortura eram interrogados por psicólogos que lhes diziam: "Calma, rapazes, contem seus sonhos".
Por falar em holocausto – e não há ser humano digno de sua condição que justifique o genocídio contra os judeus, nem contra outros povos – o incidente ocorrido quinta-feira com o nosso embaixador em Tel Aviv deveria ter merecido resposta mais viril da Chancelaria Brasileira. Como noticiaram os jornais, a estudante brasileira Laila Pinto Coelho foi detida e interrogada, sob suspeita de ser árabe, durante três horas, no aeroporto. Seu pai, o embaixador Pedro Motta Pinto Coelho, que a esperava, descobriu que estava detida. Mesmo apresentando sua credencial de embaixador de nosso país, e se identificando como seu pai, foi obrigado a deixar o local quase à força. Só depois de localizar, pelo telefone, o diplomata de plantão na chancelaria judaica, pôde sair com a filha.
Talvez pelo fato de que Amorim e Lula se encontrassem viajando, o Itamaraty esteja aguardando novas informações, a fim de agir. Mas seria o caso de chamar o nosso embaixador para consultas. Não há precedente histórico de um embaixador do Brasil ser tratado dessa forma.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
- Túlio
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Re: GEOPOLÍTICA
Olhaí os nazistas tirando a máscara de bonzinhos:
http://www.defesanet.com.br/energia1/br_energia_4.htmDEFESA@NET 23 Julho 2008
Valor 22 Julho 2008
Brasil endurece tom para defender etanol
De Genebra
O Brasil colocou o etanol como questão fundamental para um acordo na Rodada Doha nos próximos dias, reagindo a posições dos Estados Unidos e da União Européia em relação ao biocombustível nas negociações em Genebra. Em reunião bilateral, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avisou a representante comercial americana, Susan Schwab, que o Brasil não aceitará que o etanol seja o único produto excluído de liberalização na atual rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A reação americana, porém, continuou dura. Washington não quer negociar a taxa de US$ 0,54 por galão importado e tampouco apontou alguma tentativa de solução. Os EUA alegam que o US$ 0,54 não é tarifa e sim "outras taxas'', e portanto não teria porque ser negociada na OMC. Para o Brasil, porém, a exclusão do etanol da rodada é politicamente inaceitável.
Uma possível solução para o impasse poderia vir através de uma lista de produtos ambientais que enfim inclua o etanol e reduza mais rapidamente a alíquota. Ocorre que a negociação dessa lista não está na barganha atual, ficando para mais tarde.
Na primeira lista, os EUA e outros países desenvolvidos não incluiriam o produto. O Brasil avisou que desse modo qualquer lista ambiental estava condenada ao fracasso. A questão é se o Brasil bloqueará mesmo um eventual acordo de Doha por causa do etanol. Ou seja, se compensa perder queda de tarifas e aumento de cotas para outros produtos como carnes, açúcar etc.
Nas sucessivas cobranças do Brasil contra a taxa, o presidente George W. Bush chegou a dizer aos brasileiros que a cobrança "cairia por si só". Ocorre que ele está deixando a Casa Branca e o protecionismo americano continua forte em relação ao produto. Para fontes do setor privado, se não houver acordo em Doha nos próximos dias, o Brasil vai preparar enfim uma contestação contra a taxa americana, para apresentar na OMC. Mas Amorim disse ontem que não quer chegar à disputa.
Do lado da União Européia, assessores confirmaram que Bruxelas quer criar cota tarifária para o etanol, conforme o Valor revelou ontem. O produto deve ser designado como sensível, portanto com acesso limitado. O Brasil e outros exportadores agrícolas rejeitam, porém, a criação de novas cotas. Insistem que está em negociação somente a expansão das cotas atuais para produtos considerados sensíveis, e não estabelecer novas limitações a mais produtos.
Além disso, o consumo europeu ainda é pequeno. Estabelecer cota com base no consumo passado significaria limitar enormemente a entrada do produto. Amorim, porém, fez uma abertura. "Se tiver cota no etanol, a compensação vai ter de ser muito, muito grande."
Um assessor do Ministério da Agricultura da França comentou que o Brasil terá de escolher entre exportar açúcar ou etanol. "Queremos exportar os dois", comentou André Nassar, diretor do Icone. A cota européia para açúcar pode ficar em torno de 700 mil toneladas.
O ministro do Comércio e Indústria do Egito, Rachid Mohamed Rachid, atacou os subsídios dos países ricos à produção de biocombustíveis. Os países desenvolvidos gastaram US$ 15 bilhões em ajuda a seus produtores de biocombustíveis em 2007, ao mesmo tempo em que mantiveram altas barreiras contra o produto mais competitivo do Brasil. (AM)
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Re: GEOPOLÍTICA
24/07/2008 - 06h06
Ártico tem reservas de 90 bilhões de barris de petróleo
da France Presse, em Washington
da Folha Online
O Ártico abriga imensas reservas inexploradas de petróleo e gás, revelam novas estimativas da Agência americana de Pesquisa Geológica, publicadas nesta quarta-feira.
Essa região, que envolve meia dúzia de países, como Rússia, Estados Unidos, Canadá e os países escandinavos, tem reservas de 90 bilhões de barris de petróleo, 46 bilhões de metros cúbicos de gás natural e 44 milhões de barris de gás natural liquefeito. Desse total, 84% deverão ser explorados em plataformas marítimas.
Dos 90 bilhões de barris de petróleo do Ártico, 30 bilhões estão na província do Alasca, enquanto o restante está dividido entre a bacia de Barents (Rússia), o oeste da Groelândia e o leste do Canadá.
Esses novos recursos, chamados de "não descobertos, mas tecnicamente exploráveis", não integram o volume mundial de reservas de hidrocarbonetos.
As reservas energéticas do Ártico representam 13% do petróleo não descoberto, 30% do gás natural não descoberto e 20% do gás natural liquefeito não descoberto no planeta.
"As extensas plataformas continentais do Ártico podem constituir a área de prospecção inexplorada mais ampla em termos geográficos e mais positiva para o petróleo que resta no planeta", afirma o relatório.
Ártico tem reservas de 90 bilhões de barris de petróleo
da France Presse, em Washington
da Folha Online
O Ártico abriga imensas reservas inexploradas de petróleo e gás, revelam novas estimativas da Agência americana de Pesquisa Geológica, publicadas nesta quarta-feira.
Essa região, que envolve meia dúzia de países, como Rússia, Estados Unidos, Canadá e os países escandinavos, tem reservas de 90 bilhões de barris de petróleo, 46 bilhões de metros cúbicos de gás natural e 44 milhões de barris de gás natural liquefeito. Desse total, 84% deverão ser explorados em plataformas marítimas.
Dos 90 bilhões de barris de petróleo do Ártico, 30 bilhões estão na província do Alasca, enquanto o restante está dividido entre a bacia de Barents (Rússia), o oeste da Groelândia e o leste do Canadá.
Esses novos recursos, chamados de "não descobertos, mas tecnicamente exploráveis", não integram o volume mundial de reservas de hidrocarbonetos.
As reservas energéticas do Ártico representam 13% do petróleo não descoberto, 30% do gás natural não descoberto e 20% do gás natural liquefeito não descoberto no planeta.
"As extensas plataformas continentais do Ártico podem constituir a área de prospecção inexplorada mais ampla em termos geográficos e mais positiva para o petróleo que resta no planeta", afirma o relatório.
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Re: GEOPOLÍTICA
Queria ver a cara dos ianques se constituíssemos uma frota para 'cuidar' daquela região gelada...
Afinal, se eles podem mandar uma para 'cuidar' das nossas águas...
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Re: GEOPOLÍTICA
Ártico possui 90 bilhões de barris não descobertos, afirmam os EUA
Total equivale a 13% do petróleo a descobrir no mundo; região também tem gás
DO "FINANCIAL TIMES"
O Ártico detém reservas de até 90 bilhões de barris de petróleo ainda não descobertas e suas reservas de gás não descobertas equivalem ao total das conhecidas da Rússia, afirmaram cientistas dos EUA que participaram da primeira avaliação governamental dos recursos da região.
O relatório provavelmente reforçará o ímpeto da corrida pelo controle da região entre nações polares como Rússia, Dinamarca, Estados Unidos, Noruega e Canadá.
O Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos acredita que o Ártico detenha 13% do petróleo não descoberto existente no mundo e mais 47,26 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a 30% das reservas mundiais não descobertas.
"As extensas plataformas continentais do Ártico podem constituir a área de prospecção inexplorada mais ampla em termos geográficos e mais positiva para o petróleo que resta no planeta", afirma o relatório.
Em agosto do ano passado, a Rússia plantou sua bandeira no piso do mar quatro quilômetros sob o pólo Norte, o que despertou temores quanto a uma corrida pela conquista dos recursos minerais do Ártico, especialmente dos depósitos de petróleo e gás natural. Em maio, a Dinamarca convocou uma conferência das cinco potências árticas para tentar conter a competição e reiterar o compromisso conjunto dos países com a Convenção sobre Leis Marítimas das Nações Unidas, que governa a questão das águas territoriais.
Os interesses comerciais pela exploração do Ártico também se intensificaram, com o grupo anglo-holandês Shell pressionando para ajudar a Rússia a desenvolver o gás natural da região de Yamal e a Total conquistando o direito de fazê-lo no gigantesco campo de gás natural russo de Shtokman. Nos Estados Unidos, empresas estão se aventurando cada vez mais longe nas regiões árticas do Alasca.
Em 2006, a consultoria Wood Mackenzie estimou que as bacias árticas, incluindo as que já estavam em desenvolvimento, detinham 233 bilhões de barris de petróleo e gás natural descobertos e mais 166 bilhões a descobrir, a maioria dos quais de gás.
Alan Murray, que comanda as pesquisas do grupo e é um dos co-autores do estudo, apontou que o Serviço de Levantamento Geológico dos EUA era muitas vezes mais otimista sobre os recursos potenciais do que outros órgãos de pesquisa. "São volumes potenciais imensos, mas não afetarão a oferta ou os preços no curto prazo. Há ainda muitos outros recursos não desenvolvidos que estão mais próximos e são mais fáceis de explorar."
O relatório usou metodologia probabilística e incluiu apenas os recursos não descobertos que podem ser explorados com a tecnologia já existente.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Total equivale a 13% do petróleo a descobrir no mundo; região também tem gás
DO "FINANCIAL TIMES"
O Ártico detém reservas de até 90 bilhões de barris de petróleo ainda não descobertas e suas reservas de gás não descobertas equivalem ao total das conhecidas da Rússia, afirmaram cientistas dos EUA que participaram da primeira avaliação governamental dos recursos da região.
O relatório provavelmente reforçará o ímpeto da corrida pelo controle da região entre nações polares como Rússia, Dinamarca, Estados Unidos, Noruega e Canadá.
O Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos acredita que o Ártico detenha 13% do petróleo não descoberto existente no mundo e mais 47,26 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o equivalente a 30% das reservas mundiais não descobertas.
"As extensas plataformas continentais do Ártico podem constituir a área de prospecção inexplorada mais ampla em termos geográficos e mais positiva para o petróleo que resta no planeta", afirma o relatório.
Em agosto do ano passado, a Rússia plantou sua bandeira no piso do mar quatro quilômetros sob o pólo Norte, o que despertou temores quanto a uma corrida pela conquista dos recursos minerais do Ártico, especialmente dos depósitos de petróleo e gás natural. Em maio, a Dinamarca convocou uma conferência das cinco potências árticas para tentar conter a competição e reiterar o compromisso conjunto dos países com a Convenção sobre Leis Marítimas das Nações Unidas, que governa a questão das águas territoriais.
Os interesses comerciais pela exploração do Ártico também se intensificaram, com o grupo anglo-holandês Shell pressionando para ajudar a Rússia a desenvolver o gás natural da região de Yamal e a Total conquistando o direito de fazê-lo no gigantesco campo de gás natural russo de Shtokman. Nos Estados Unidos, empresas estão se aventurando cada vez mais longe nas regiões árticas do Alasca.
Em 2006, a consultoria Wood Mackenzie estimou que as bacias árticas, incluindo as que já estavam em desenvolvimento, detinham 233 bilhões de barris de petróleo e gás natural descobertos e mais 166 bilhões a descobrir, a maioria dos quais de gás.
Alan Murray, que comanda as pesquisas do grupo e é um dos co-autores do estudo, apontou que o Serviço de Levantamento Geológico dos EUA era muitas vezes mais otimista sobre os recursos potenciais do que outros órgãos de pesquisa. "São volumes potenciais imensos, mas não afetarão a oferta ou os preços no curto prazo. Há ainda muitos outros recursos não desenvolvidos que estão mais próximos e são mais fáceis de explorar."
O relatório usou metodologia probabilística e incluiu apenas os recursos não descobertos que podem ser explorados com a tecnologia já existente.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
Mas como eu disse, lá não existe "vácuo de poder" e muito menos paíseco cheio de discurso...Túlio escreveu:Queria ver a cara dos ianques se constituíssemos uma frota para 'cuidar' daquela região gelada...
Afinal, se eles podem mandar uma para 'cuidar' das nossas águas...
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: GEOPOLÍTICA
Chávez reforça aliança com Bielo-Rússia
Acordo amplia exploração conjunta de campos petrolíferos na Venezuela
Reuters e France Presse
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seu colega bielo-russo, Alexander Lukashenko, assinaram ontem um acordo para explorar conjuntamente mais três campos petrolíferos na Venezuela. Chávez prometeu trabalhar com a Bielo-Rússia - uma ex-república soviética que hoje mantém tensas relações tanto com Washington quanto com Moscou - para derrotar o "imperialismo hegemônico" dos Estados Unidos.
Sua visita foi conveniente para Lukashenko, que está politicamente isolado e acuado pela alta do preço dos hidrocarbonetos russos. O líder bielo-russo está há 14 anos no poder e diplomatas americanos se referem a seu regime como "a última ditadura da Europa". Lá, os meios de comunicação continuam controlados pelo Estado e a lista de prisioneiros políticos é imensa.
"Estamos lutando contra o mesmo adversário - o imperialismo americano", disse Chávez, que um dia antes firmou contratos para compra de armamento e cooperação na área energética com a Rússia e declarou que Moscou tem ajudado a defender a "soberania venezuelana" das "ameaças" dos EUA. "Estamos vencendo, mas ainda há uma longa batalha pela frente", completou.
Os agradecimentos de Lukashenko foram efusivos: "Nenhum outro presidente de nenhum outro país fez tanto pela Bielo-Rússia quanto esse homem desde a nossa independência", disse, referindo-se a Chávez, após entregar ao venezuelano o prêmio Amizade das Nações.
Chávez disse que os dois países já estão produzindo em conjunto 30 mil barris de petróleo diários e a meta é duplicar tal quantidade. Os novos projetos serão implementados nos Estados venezuelanos de Anzoatégui, no nordeste do país, e Zúlia, no noroeste. Segundo a agência de notícias oficial da Bielo-Rússia, a Belta, a empresa mista Petrolera Bielo-Venezuelana (PBV) poderá extrair mais petróleo de jazidas na Faixa do Orinoco.
Essa foi a terceira visita de Chávez à Bielo-Rússia. Os dois países já têm vários convênios nos setores militar, energético e agroindustrial.
Há um ano, o secretário do Conselho de Segurança bielo-russo, Viktor Sheiman, divulgou contratos para a venda de armas à Venezuela no valor total de mais de US$ 1 bilhão. Segundo Sheiman, os contratos foram negociados durante a visita de uma comissão estatal bielo-russa à Venezuela.
No ano passado, em meio ao aumento das tensões com a Rússia por causa do preço dos combustíveis, a Bielo-Rússia intensificou a busca de fontes alternativas de suprimento. A aliança com a Venezuela visa a atender a essa necessidade. Em março, o governo bielo-russo pediu que a embaixadora americana em Minsk deixasse o país e chamou de volta seu representante diplomático nos EUA, depois que Washington adotou sanções econômicas contra a petrolífera estatal Belneftejim e impôs restrições de viagem ao embaixador bielo-russo em Washington.
PORTUGAL
Após a visita à Bielo-Rússia, Chávez seguiu para Portugal, onde vai assinar uma série de acordos nas áreas de energia, habitação e obras públicas, além de estreitar relações com o governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates. O próximo destino será a Espanha, onde Chávez deverá se encontrar com o rei Juan Carlos pela primeira vez desde o incidente em que o monarca mandou o presidente venezuelano se calar, em novembro.
Acordo amplia exploração conjunta de campos petrolíferos na Venezuela
Reuters e France Presse
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e seu colega bielo-russo, Alexander Lukashenko, assinaram ontem um acordo para explorar conjuntamente mais três campos petrolíferos na Venezuela. Chávez prometeu trabalhar com a Bielo-Rússia - uma ex-república soviética que hoje mantém tensas relações tanto com Washington quanto com Moscou - para derrotar o "imperialismo hegemônico" dos Estados Unidos.
Sua visita foi conveniente para Lukashenko, que está politicamente isolado e acuado pela alta do preço dos hidrocarbonetos russos. O líder bielo-russo está há 14 anos no poder e diplomatas americanos se referem a seu regime como "a última ditadura da Europa". Lá, os meios de comunicação continuam controlados pelo Estado e a lista de prisioneiros políticos é imensa.
"Estamos lutando contra o mesmo adversário - o imperialismo americano", disse Chávez, que um dia antes firmou contratos para compra de armamento e cooperação na área energética com a Rússia e declarou que Moscou tem ajudado a defender a "soberania venezuelana" das "ameaças" dos EUA. "Estamos vencendo, mas ainda há uma longa batalha pela frente", completou.
Os agradecimentos de Lukashenko foram efusivos: "Nenhum outro presidente de nenhum outro país fez tanto pela Bielo-Rússia quanto esse homem desde a nossa independência", disse, referindo-se a Chávez, após entregar ao venezuelano o prêmio Amizade das Nações.
Chávez disse que os dois países já estão produzindo em conjunto 30 mil barris de petróleo diários e a meta é duplicar tal quantidade. Os novos projetos serão implementados nos Estados venezuelanos de Anzoatégui, no nordeste do país, e Zúlia, no noroeste. Segundo a agência de notícias oficial da Bielo-Rússia, a Belta, a empresa mista Petrolera Bielo-Venezuelana (PBV) poderá extrair mais petróleo de jazidas na Faixa do Orinoco.
Essa foi a terceira visita de Chávez à Bielo-Rússia. Os dois países já têm vários convênios nos setores militar, energético e agroindustrial.
Há um ano, o secretário do Conselho de Segurança bielo-russo, Viktor Sheiman, divulgou contratos para a venda de armas à Venezuela no valor total de mais de US$ 1 bilhão. Segundo Sheiman, os contratos foram negociados durante a visita de uma comissão estatal bielo-russa à Venezuela.
No ano passado, em meio ao aumento das tensões com a Rússia por causa do preço dos combustíveis, a Bielo-Rússia intensificou a busca de fontes alternativas de suprimento. A aliança com a Venezuela visa a atender a essa necessidade. Em março, o governo bielo-russo pediu que a embaixadora americana em Minsk deixasse o país e chamou de volta seu representante diplomático nos EUA, depois que Washington adotou sanções econômicas contra a petrolífera estatal Belneftejim e impôs restrições de viagem ao embaixador bielo-russo em Washington.
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Após a visita à Bielo-Rússia, Chávez seguiu para Portugal, onde vai assinar uma série de acordos nas áreas de energia, habitação e obras públicas, além de estreitar relações com o governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates. O próximo destino será a Espanha, onde Chávez deverá se encontrar com o rei Juan Carlos pela primeira vez desde o incidente em que o monarca mandou o presidente venezuelano se calar, em novembro.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
SAÍDA HONROSA DO IMPÉRIO.
Por Patrick J. Buchanan – 25 de julho de 2008.
Como qualquer historiador militar irá testemunhar, entre as mais difíceis das manobras está a retirada estratégica. A retirada de Napoleão de Moscou, a retirada de Lee para Appomattox e a retirada do Yalu por MacArthur, vêm à mente. O Império Britânico abandonou a Índia em 1947 – e um banho de sangue hindu-muçulmano seguiu-se.
A partida da França da Indochina foi ignominiosa, e seu abandono de centenas de milhares de leais argelinos para FLN, uma desgraça. Poucos americanos podem esquecer a humilhação de Saigon, 1975, ou o povo dos botes, ou o holocausto cambojano.
Retiradas estratégicas que se transformam em debandadas são, com freqüência, o resultado daquilo que Lorde Salisbury chamou “o mais comum erro na política... ficar agarrado à carcaça de políticas mortas.”
De 1989 à 1991, com o colapso do Império Soviético, e a dissolução da URSS, a América teve uma oportunidade para se descartar de sua carga global e se tornar, de novo, o que Jeane Kirkpatrick chamou de “um país normal, numa época normal.”
Nós deixamos a oportunidade passar, optando, ao invés, em utilizar nossa riqueza e poder para converter o mundo ao capitalismo democrático. E nós colhemos a safra de todos os outros impérios passados: uma moeda em naufrágio, declínio relativo, inimizade universal, uma série daquilo que Rudyard Kipling chamou “as selvagens guerras do tempo de paz.”
Mesmo assim, a oportunidade voltou, de novo, para a América se livrar da carga imperial e se tornar, mais uma vez, a república de nossos pais.
O presidente do Partido Kuomintang de Chiang-Kai-Shek, acabou de ser hospedado, por seis dias, por Pequim. Vôos comerciais começaram entre Taipei e o continente. O tempo não está maduro para a América declarar nosso trabalho terminado, e de que o relacionamento entre a China e Taiwan não mais é um interesse vital dos Estados Unidos?
O governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki quer um acordo de forças com um prazo para total retirada das tropas americanas. Não é tempo de dizer, sim, e declarar que a retirada total é nosso objetivo também, e de que os Estados Unidos não buscam bases permanentes no Iraque?
Em 4 de julho, a Reuters, numa história intitulada “Polônia Rejeita a Oferta de Mísseis Americanos”, relatou de Varsóvia: “A Polônia declara como insuficiente, na sexta-feira, uma oferta americana para reforçar suas defesas aéreas, em troca por basear seus mísseis anti-míssil em solo polonês...”
‘Nós não alcançamos um resultado satisfatório na questão do aumento do nível da segurança polonesa,’, disse o primeiro-ministro Donald Tusk, numa entrevista coletiva, após estudar a mais recente proposta americana.”
Tusk está exigindo que a América “forneça bilhões de dólares em investimento americano para reforçar as defesas aéreas polonesas, em troca de abrigar 10 interceptadores de mísseis de dois-estágios,” disse a Reuters.
Reflita no que está se passando aqui.
Ao trazer a Polônia para dentro da OTAN, nós concordamos em defendê-la contra a maior nação do mundo, a Rússia, com milhares de armas nucleares. Agora, o regime polonês está nos recusando permissão para posicionar 10 mísseis anti-míssil em solo polonês, a não ser que paguemos à Polônia, bilhões pelo privilégio.
Terá Tio Sam ficado senil?
Não. Tusk decifrou bem Sam. O garotão está tão desesperado para continuar seu papel da Guerra Fria como Defensor da Democracia mundial, que até mesmo irá pagar aos europeus – para defender a Europa.
Por quê não dizer à Tusk que se ele quer um sistema de defesa aérea, ele pode comprar um; de que nós, americanos, não temos mais a vontade de pagar a Polônia pelo privilégio de defendê-la; de que o acordo anti-míssil está acabado. E utilizamos o cancelamento do escudo de mísseis para reparar as relações com uma potência maior e, de longe, mais importante, a Rússia de Vladimir Putin.
Considerem, também, a abertura que a Coréia do Sul nos está dando para findar nosso empenho de 60 anos em defendê-la contra o Norte. Durante semanas, Seul abrigou protestos anti-americanos contra um acordo comercial que permite a entrada da carne americana na Coréia do Sul. Os coreanos dizem temer a doença da vaca-louca.
Mesmo assim, quando um novo acordo foi arranjado, para limitar as importações à carne americana de gado com menos de 30 meses de idade, esse, também, foi rejeitado pelos manifestantes. Por trás das demonstrações, jaz um sedimento de anti-americanismo.
Em 2002, um pesquisa da Pew Research Center, de 42 nações achou 44 % de sul-coreanos, o segundo número mais elevado de qualquer país, sustentando visões desfavoráveis dos Estados Unidos. Uma pesquisa coreana coloca a figura em 53 %, com 80 % da juventude sustentando uma visão negativa. Por 39 % a 35 % , os sul-coreanos vêem os Estados Unidos como uma ameaça maior do que a Coréia do Norte.
Alguém pode explicar por quê mantemos 30 mil soldados na Zona Desmilitarizada de uma nação cujo povo nem mesmo gosta de nós?
A raison d’être para a OTAN era o Exército Vermelho no Elba. Ele desapareceu, duas décadas atrás. O Exército chinês deixou a Coréia do Norte, 50 anos atrás. Apesar disso, a OTAN continua e o Exército americano permanece na Zona Desmilitarizada. Por quê?
Porque, se todos os soldados americanos forem trazidos para casa, da Europa e da Coréia, 10 mil “pratos de arroz se quebrarão” (um dito chinês, que indica empregos públicos, com garantia permanente). Estes são os pratos de arroz dos políticos, diplomatas, generais, jornalistas e centros de pensamento que irão, todos, ter de arranjar outra linha de trabalho.
E é por isto que o Império irá permanecer, até que o desastre caia sobre nós, como já caiu sobre outros.
Por Patrick J. Buchanan – 25 de julho de 2008.
Como qualquer historiador militar irá testemunhar, entre as mais difíceis das manobras está a retirada estratégica. A retirada de Napoleão de Moscou, a retirada de Lee para Appomattox e a retirada do Yalu por MacArthur, vêm à mente. O Império Britânico abandonou a Índia em 1947 – e um banho de sangue hindu-muçulmano seguiu-se.
A partida da França da Indochina foi ignominiosa, e seu abandono de centenas de milhares de leais argelinos para FLN, uma desgraça. Poucos americanos podem esquecer a humilhação de Saigon, 1975, ou o povo dos botes, ou o holocausto cambojano.
Retiradas estratégicas que se transformam em debandadas são, com freqüência, o resultado daquilo que Lorde Salisbury chamou “o mais comum erro na política... ficar agarrado à carcaça de políticas mortas.”
De 1989 à 1991, com o colapso do Império Soviético, e a dissolução da URSS, a América teve uma oportunidade para se descartar de sua carga global e se tornar, de novo, o que Jeane Kirkpatrick chamou de “um país normal, numa época normal.”
Nós deixamos a oportunidade passar, optando, ao invés, em utilizar nossa riqueza e poder para converter o mundo ao capitalismo democrático. E nós colhemos a safra de todos os outros impérios passados: uma moeda em naufrágio, declínio relativo, inimizade universal, uma série daquilo que Rudyard Kipling chamou “as selvagens guerras do tempo de paz.”
Mesmo assim, a oportunidade voltou, de novo, para a América se livrar da carga imperial e se tornar, mais uma vez, a república de nossos pais.
O presidente do Partido Kuomintang de Chiang-Kai-Shek, acabou de ser hospedado, por seis dias, por Pequim. Vôos comerciais começaram entre Taipei e o continente. O tempo não está maduro para a América declarar nosso trabalho terminado, e de que o relacionamento entre a China e Taiwan não mais é um interesse vital dos Estados Unidos?
O governo do primeiro-ministro Nouri al-Maliki quer um acordo de forças com um prazo para total retirada das tropas americanas. Não é tempo de dizer, sim, e declarar que a retirada total é nosso objetivo também, e de que os Estados Unidos não buscam bases permanentes no Iraque?
Em 4 de julho, a Reuters, numa história intitulada “Polônia Rejeita a Oferta de Mísseis Americanos”, relatou de Varsóvia: “A Polônia declara como insuficiente, na sexta-feira, uma oferta americana para reforçar suas defesas aéreas, em troca por basear seus mísseis anti-míssil em solo polonês...”
‘Nós não alcançamos um resultado satisfatório na questão do aumento do nível da segurança polonesa,’, disse o primeiro-ministro Donald Tusk, numa entrevista coletiva, após estudar a mais recente proposta americana.”
Tusk está exigindo que a América “forneça bilhões de dólares em investimento americano para reforçar as defesas aéreas polonesas, em troca de abrigar 10 interceptadores de mísseis de dois-estágios,” disse a Reuters.
Reflita no que está se passando aqui.
Ao trazer a Polônia para dentro da OTAN, nós concordamos em defendê-la contra a maior nação do mundo, a Rússia, com milhares de armas nucleares. Agora, o regime polonês está nos recusando permissão para posicionar 10 mísseis anti-míssil em solo polonês, a não ser que paguemos à Polônia, bilhões pelo privilégio.
Terá Tio Sam ficado senil?
Não. Tusk decifrou bem Sam. O garotão está tão desesperado para continuar seu papel da Guerra Fria como Defensor da Democracia mundial, que até mesmo irá pagar aos europeus – para defender a Europa.
Por quê não dizer à Tusk que se ele quer um sistema de defesa aérea, ele pode comprar um; de que nós, americanos, não temos mais a vontade de pagar a Polônia pelo privilégio de defendê-la; de que o acordo anti-míssil está acabado. E utilizamos o cancelamento do escudo de mísseis para reparar as relações com uma potência maior e, de longe, mais importante, a Rússia de Vladimir Putin.
Considerem, também, a abertura que a Coréia do Sul nos está dando para findar nosso empenho de 60 anos em defendê-la contra o Norte. Durante semanas, Seul abrigou protestos anti-americanos contra um acordo comercial que permite a entrada da carne americana na Coréia do Sul. Os coreanos dizem temer a doença da vaca-louca.
Mesmo assim, quando um novo acordo foi arranjado, para limitar as importações à carne americana de gado com menos de 30 meses de idade, esse, também, foi rejeitado pelos manifestantes. Por trás das demonstrações, jaz um sedimento de anti-americanismo.
Em 2002, um pesquisa da Pew Research Center, de 42 nações achou 44 % de sul-coreanos, o segundo número mais elevado de qualquer país, sustentando visões desfavoráveis dos Estados Unidos. Uma pesquisa coreana coloca a figura em 53 %, com 80 % da juventude sustentando uma visão negativa. Por 39 % a 35 % , os sul-coreanos vêem os Estados Unidos como uma ameaça maior do que a Coréia do Norte.
Alguém pode explicar por quê mantemos 30 mil soldados na Zona Desmilitarizada de uma nação cujo povo nem mesmo gosta de nós?
A raison d’être para a OTAN era o Exército Vermelho no Elba. Ele desapareceu, duas décadas atrás. O Exército chinês deixou a Coréia do Norte, 50 anos atrás. Apesar disso, a OTAN continua e o Exército americano permanece na Zona Desmilitarizada. Por quê?
Porque, se todos os soldados americanos forem trazidos para casa, da Europa e da Coréia, 10 mil “pratos de arroz se quebrarão” (um dito chinês, que indica empregos públicos, com garantia permanente). Estes são os pratos de arroz dos políticos, diplomatas, generais, jornalistas e centros de pensamento que irão, todos, ter de arranjar outra linha de trabalho.
E é por isto que o Império irá permanecer, até que o desastre caia sobre nós, como já caiu sobre outros.
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Re: GEOPOLÍTICA
Clermont
esse " Patrick J. Buchanan " é o PAT BUCHANAN, conservador americano, ou é outro cara
Tá dizendo muitas verdades
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Re: GEOPOLÍTICA
Patrick ("Pat") J. Buchanan é, tão somente, um pensador com idéias próprias. Cabe a qualquer um apreciar a idéia "x" ou a idéia "y", que ele defende, em seus méritos próprios, sem rótulos.P44 escreveu:Clermont
esse " Patrick J. Buchanan " é o PAT BUCHANAN, conservador americano, ou é outro cara
Tá dizendo muitas verdades
Para quem defende a idéia do militarismo em si mesmo, desligado da questão geral do bem-estar nacional, ele pode ser considerado um "maldito liberal" (no sentido que os americanos emprestam a essa palavra, um tanto ou quanto distinto do nosso, os luso-americanos. Os luso-europeus, eu não sei).
Para quem defende, por exemplo, o estado laico, sem influência de dogmas católicos, sem dúvida, ele será considerado um "miserável conservador".
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Re: GEOPOLÍTICA
sempre tive a ideia dele como um conservador de (extrema-)direita, daí minha questão, pois estou bastante impressionado com a lucidez de seus escritosClermont escreveu:Patrick ("Pat") J. Buchanan é, tão somente, um pensador com idéias próprias. Cabe a qualquer um apreciar a idéia "x" ou a idéia "y", que ele defende, em seus méritos próprios, sem rótulos.P44 escreveu:Clermont
esse " Patrick J. Buchanan " é o PAT BUCHANAN, conservador americano, ou é outro cara
Tá dizendo muitas verdades
Para quem defende a idéia do militarismo em si mesmo, desligado da questão geral do bem-estar nacional, ele pode ser considerado um "maldito liberal" (no sentido que os americanos emprestam a essa palavra, um tanto ou quanto distinto do nosso, os luso-americanos. Os luso-europeus, eu não sei).
Para quem defende, por exemplo, o estado laico, sem influência de dogmas católicos, sem dúvida, ele será considerado um "miserável conservador".
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Re: GEOPOLÍTICA
http://www.inovacaotecnologica.com.br/n ... 0175080723
Brasil está dormindo no ponto na área de biocombustíveis
Luiz Sugimoto
23/07/2008
"O Brasil está dormindo em berço esplêndido, confortável com sua pseudoliderança na oferta de biocombustíveis para o mundo e exibindo os louros de uma história que não exigiu muita inovação tecnológica. Enquanto isso, o país já vem perdendo competitividade", afirma o professor Weber Antonio Neves do Amaral, da Esalq/USP, que até a semana passada era o diretor executivo do Pólo Nacional de Biocombustíveis, em Piracicaba.
Os movimentos da indústria do petróleo
Enquanto se enaltece o etanol como a commodity capaz de transformar o Brasil em potência dos biocombustíveis - sobretudo se aproveitado o bagaço da cana -, Weber Amaral recorre a um fato recente para sustentar sua hipótese de que estamos marcando passo: a compra pela BP (Beyond Petroleum, ex-British Petroleum) de 50% das ações dos novos negócios da usina Santa Elisa, o grupo sucroalcooleiro que mais investe em inovação. "A BP vai trazer pesquisadores de um centro de excelência em etanol de segunda geração. O foco será justamente o bagaço da cana, que eles já estudam nos Estados Unidos".
Segundo o professor da USP, este centro se chama Energy Biosciences Institute (EBI), da Universidade de Berkeley, criado para desenvolver pesquisas em biomassas com US$ 600 milhões da BP - Beyond Petroleum, aliás, significa "além do petróleo". "Berkeley venceu a concorrência internacional promovida pela companhia por ter reunido um grupo multidisciplinar e consistente de pesquisadores. Eles vão ocupar um espaço onde estamos muito pouco organizados".
Denvolvimento das energias renováveis
Na 60ª reunião da SBPC, Amaral deu conferência sobre o papel da pesquisa e inovação tecnológica para o desenvolvimento das energias renováveis, com base em pesquisas realizadas no Pólo de Biocombustíveis da Esalq, que envolvem quatro grandes cadeias produtivas: a do etanol a partir da cana, as diferentes matérias-primas para produção de biodiesel, as biomassas energéticas de atividades florestais e a produção de biogás.
O pesquisador observa que a inovação tecnológica exige uma visão integrada da cadeia. "De nada adianta ser competitivo na oferta da biomassa se não somos competitivos na sua conversão ou na distribuição do combustível. Quando se deixa de inovar, caímos na síndrome da auto-suficiência, nos acomodando em suprir de equipamentos, bens e serviços a indústria sucroalcooleira. Mas em termos de engenharia de processos e de tecnologias de conversão, especialmente quanto à segunda geração de biocombustíveis, vamos perdendo competitividade".
Lei dos rendimentos decrescentes
Weber Amaral afirma que já se atingiu um patamar tecnológico que permite custos baixíssimos do etanol brasileiro - variando entre US$ 0,32 e US$ 0,38 -, mas atenta que será bastante difícil diminuí-los. "Eles estão muito próximos do custo 'ótimo' de produtividade.
Por outro lado, há o aumento do preço da terra e dos custos de produção agrícola - especialmente devido ao uso de insumos derivados do petróleo, que está em 140 dólares e pode chegar a 200 no final do ano. É um cenário que ameaça a competitividade do etanol, que é o trunfo do Brasil".
Biologia sintética
O professor acrescenta que, se houve 30 anos de investimentos no programa de desenvolvimento do álcool, o mesmo não acontece com a área de biodiesel, onde ainda não se consegue ganhar em escala, devido aos elevados custos de produção. "Os custos superiores ao do diesel na bomba, impedem novos investimentos, inclusive em inovação tecnológica. Enquanto isso, nos Estados Unidos e na Europa, exercícios de inovação que já estão viabilizando combustíveis sintéticos a 8 ou 9 centavos de dólar. Até dez anos atrás, era impensável que o sintético pudesse competir com o nosso etanol".
Nesta linha, Weber lembra outro exemplo da Universidade de Berkeley, onde três pós-doutorandos de biologia sintética captaram US$ 120 milhões na iniciativa privada para isolar uma bactéria capaz de produzir um composto (hidrocarboneto) bastante semelhante ao diesel. "Os três jovens criaram uma empresa que em dois anos será de capital aberto, mas cujo valor atual de mercado já é de US$ 200 milhões".
Investimentos globais em energias renováveis
A tendência de alocação de investimentos globais em energias renováveis, na visão do pesquisador, é de que eles chegarão a US$ 100 bilhões em 2010, o que representam 15% do total de recursos em P&D. "O Brasil investe apenas 1,1% do seu PIB em inovação, contra 3,4% da Alemanha, 3,1% da França e 1,5% da Espanha. Fragmentando o 1,1%, veremos que apenas 31% vêm de empresas e a maior parte de transnacionais, que não geram inovação, apenas adaptam tecnologias desenvolvidas lá fora".
Na opinião de Weber Amaral, o Brasil deve construir quatro pilares essenciais para a competitividade do etanol: a construção de um mercado global, já que os biocombustíveis representam apenas 4% do total de combustíveis consumido no planeta; a expansão da capacidade de produção em bases sustentáveis - e assegurando terras para cultivo de alimentos -, o que será requisito para abertura de mercados; aprimorar as análises do ciclo de vida da cana, removendo os gargalos na agricultura; e redimensionar o papel da inovação tecnológica.
Capital intelectual
O pesquisador da Esalq enaltece o esforço da Fapesp, que há duas semanas anunciou a liberação de R$ 160 milhões - a metade dos recursos vinda do setor privado - para a consolidação de uma agenda de pesquisas em bioenergia. "Mesmo que os recursos sejam significativamente menores que dos Estados Unidos ou da União Européia, dar continuidade à pesquisa é fundamental. Também precisamos criar a cultura da interação entre academia, setor privado e governo, em que todos conversem com todos, gerando conhecimento, capital e recursos humanos".
Weber Amaral informa que seu grupo na Esalq fez um levantamento dos anúncios publicados nas revistas Nature e Science, com a oferta de vagas de professores permanentes nas universidades americanas. "Para cada vaga, a universidade reserva uma média de US$ 3 milhões que custearão toda a carreira do pesquisador. Nos últimos dois anos, somente para a área de bioenergia, foram oferecidas 650 vagas, o que totaliza US$ 1,8 bilhão em capital humano. É por isso que insisto na hipótese de que estamos acomodados numa pseudoliderança em biocombustíveis".
Brasil está dormindo no ponto na área de biocombustíveis
Luiz Sugimoto
23/07/2008
"O Brasil está dormindo em berço esplêndido, confortável com sua pseudoliderança na oferta de biocombustíveis para o mundo e exibindo os louros de uma história que não exigiu muita inovação tecnológica. Enquanto isso, o país já vem perdendo competitividade", afirma o professor Weber Antonio Neves do Amaral, da Esalq/USP, que até a semana passada era o diretor executivo do Pólo Nacional de Biocombustíveis, em Piracicaba.
Os movimentos da indústria do petróleo
Enquanto se enaltece o etanol como a commodity capaz de transformar o Brasil em potência dos biocombustíveis - sobretudo se aproveitado o bagaço da cana -, Weber Amaral recorre a um fato recente para sustentar sua hipótese de que estamos marcando passo: a compra pela BP (Beyond Petroleum, ex-British Petroleum) de 50% das ações dos novos negócios da usina Santa Elisa, o grupo sucroalcooleiro que mais investe em inovação. "A BP vai trazer pesquisadores de um centro de excelência em etanol de segunda geração. O foco será justamente o bagaço da cana, que eles já estudam nos Estados Unidos".
Segundo o professor da USP, este centro se chama Energy Biosciences Institute (EBI), da Universidade de Berkeley, criado para desenvolver pesquisas em biomassas com US$ 600 milhões da BP - Beyond Petroleum, aliás, significa "além do petróleo". "Berkeley venceu a concorrência internacional promovida pela companhia por ter reunido um grupo multidisciplinar e consistente de pesquisadores. Eles vão ocupar um espaço onde estamos muito pouco organizados".
Denvolvimento das energias renováveis
Na 60ª reunião da SBPC, Amaral deu conferência sobre o papel da pesquisa e inovação tecnológica para o desenvolvimento das energias renováveis, com base em pesquisas realizadas no Pólo de Biocombustíveis da Esalq, que envolvem quatro grandes cadeias produtivas: a do etanol a partir da cana, as diferentes matérias-primas para produção de biodiesel, as biomassas energéticas de atividades florestais e a produção de biogás.
O pesquisador observa que a inovação tecnológica exige uma visão integrada da cadeia. "De nada adianta ser competitivo na oferta da biomassa se não somos competitivos na sua conversão ou na distribuição do combustível. Quando se deixa de inovar, caímos na síndrome da auto-suficiência, nos acomodando em suprir de equipamentos, bens e serviços a indústria sucroalcooleira. Mas em termos de engenharia de processos e de tecnologias de conversão, especialmente quanto à segunda geração de biocombustíveis, vamos perdendo competitividade".
Lei dos rendimentos decrescentes
Weber Amaral afirma que já se atingiu um patamar tecnológico que permite custos baixíssimos do etanol brasileiro - variando entre US$ 0,32 e US$ 0,38 -, mas atenta que será bastante difícil diminuí-los. "Eles estão muito próximos do custo 'ótimo' de produtividade.
Por outro lado, há o aumento do preço da terra e dos custos de produção agrícola - especialmente devido ao uso de insumos derivados do petróleo, que está em 140 dólares e pode chegar a 200 no final do ano. É um cenário que ameaça a competitividade do etanol, que é o trunfo do Brasil".
Biologia sintética
O professor acrescenta que, se houve 30 anos de investimentos no programa de desenvolvimento do álcool, o mesmo não acontece com a área de biodiesel, onde ainda não se consegue ganhar em escala, devido aos elevados custos de produção. "Os custos superiores ao do diesel na bomba, impedem novos investimentos, inclusive em inovação tecnológica. Enquanto isso, nos Estados Unidos e na Europa, exercícios de inovação que já estão viabilizando combustíveis sintéticos a 8 ou 9 centavos de dólar. Até dez anos atrás, era impensável que o sintético pudesse competir com o nosso etanol".
Nesta linha, Weber lembra outro exemplo da Universidade de Berkeley, onde três pós-doutorandos de biologia sintética captaram US$ 120 milhões na iniciativa privada para isolar uma bactéria capaz de produzir um composto (hidrocarboneto) bastante semelhante ao diesel. "Os três jovens criaram uma empresa que em dois anos será de capital aberto, mas cujo valor atual de mercado já é de US$ 200 milhões".
Investimentos globais em energias renováveis
A tendência de alocação de investimentos globais em energias renováveis, na visão do pesquisador, é de que eles chegarão a US$ 100 bilhões em 2010, o que representam 15% do total de recursos em P&D. "O Brasil investe apenas 1,1% do seu PIB em inovação, contra 3,4% da Alemanha, 3,1% da França e 1,5% da Espanha. Fragmentando o 1,1%, veremos que apenas 31% vêm de empresas e a maior parte de transnacionais, que não geram inovação, apenas adaptam tecnologias desenvolvidas lá fora".
Na opinião de Weber Amaral, o Brasil deve construir quatro pilares essenciais para a competitividade do etanol: a construção de um mercado global, já que os biocombustíveis representam apenas 4% do total de combustíveis consumido no planeta; a expansão da capacidade de produção em bases sustentáveis - e assegurando terras para cultivo de alimentos -, o que será requisito para abertura de mercados; aprimorar as análises do ciclo de vida da cana, removendo os gargalos na agricultura; e redimensionar o papel da inovação tecnológica.
Capital intelectual
O pesquisador da Esalq enaltece o esforço da Fapesp, que há duas semanas anunciou a liberação de R$ 160 milhões - a metade dos recursos vinda do setor privado - para a consolidação de uma agenda de pesquisas em bioenergia. "Mesmo que os recursos sejam significativamente menores que dos Estados Unidos ou da União Européia, dar continuidade à pesquisa é fundamental. Também precisamos criar a cultura da interação entre academia, setor privado e governo, em que todos conversem com todos, gerando conhecimento, capital e recursos humanos".
Weber Amaral informa que seu grupo na Esalq fez um levantamento dos anúncios publicados nas revistas Nature e Science, com a oferta de vagas de professores permanentes nas universidades americanas. "Para cada vaga, a universidade reserva uma média de US$ 3 milhões que custearão toda a carreira do pesquisador. Nos últimos dois anos, somente para a área de bioenergia, foram oferecidas 650 vagas, o que totaliza US$ 1,8 bilhão em capital humano. É por isso que insisto na hipótese de que estamos acomodados numa pseudoliderança em biocombustíveis".
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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