RÚSSIA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#166 Mensagem por P44 » Sex Mai 09, 2008 10:47 am

cabeça de martelo escreveu:Desculpa? Não leste u artigo aqui do fórum em que se dizia a forma como ele enriqueceu do dia para a noite desde que é Presidente? Deves estar a brincar... :roll:

roubar todos roubam, agora há aqueles que fazem algo pelo povo DELES para além disso.

Ao menos fez com que o povo russo voltasse a ter orgulho na sua Pátria, correu com os mafiosos oligarcas do tempo da garrafa de vodka com pernas, está a colocar a Rússia de novo no lugar de destaque a que tem direito.

Mas tu és muito jovem e inocente [003] ainda acreditas que existem politicos honestos... 8-]

com o tempo lá chegarás :wink:




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#167 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Mai 09, 2008 11:09 am

Então tb deves ser admirador do Alberto João Jardim, ou do Pinto da Costa, ou do Major valentim Loureiro ou do... :twisted:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#168 Mensagem por P44 » Sex Mai 09, 2008 1:55 pm

tu.... [004]




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#169 Mensagem por pt » Sex Mai 09, 2008 2:18 pm

P44 escreveu:roubar todos roubam, agora há aqueles que fazem algo pelo povo DELES para além disso.
Essa do roubar todos roubam, é a auto justificação dos ladrões. Não é verdade que todos roubam.
Quem chega ao poder e é ladrão é que inventa isso para justificar o seu próprio roubo.

O que é que o Putin fez pela Rússia, além de viver de uma economia sustentada pelo preço do petróleo?
A quanto é que a Rússia vendia o petróleo quando o Putin chegou ao poder e a quanto é que o vende hoje ?

Esse tipo de argumento, P44, é o mesmo que elogiava Hitler nos anos 30, afirmando que ele tinha conseguído grandes feitos, quando na verdade ele chegou ao poder por causa dos sacrifícios que os governos social-democratas tinham feito para recuperar a economia alemã da hiperinflação, e quando essa economia estava em recuperação exactamente quando Hitler chegou ao poder.

Putin, é um homem do KGB, e como todos os homens do KGB, é um reles criminoso que tinha duas hipóteses para se safar na vida. A primeira hipótese era a mais fácil, que foi a da maioria, ou seja: sobreviver roubando através do crime organizado, aderindo à Máfia russa, que funciona ainda hoje com o KGB e os homens do antigo PCUS (sim, os camaradas do Cunhal).
A outra era roubar através da política. É mais complicado e mais dificil, mas pode-se obter maiores remunerações.

Portanto como conclusão: Putin é apenas um ladrão esperto. absolutamente mais nada que isso. Vive como todo o ladrão que chega ao poder, das aparências.
Um dos exemplos foi o desfile de hoje, onde praticamente todos os sistemas em parada são ou os mesmos, ou modernizações dos sistemas da antiga URSS.
E o pouco que apareceu de novo, não se deve a Putin, mas sim ao facto de Boris Ieltsin ter evitado o completo descalabro da industria militar da União Soviética.

Haverá sempre quem acredite em homens providência, e que não é capaz de ver um ladrão oportunista, a não ser quando dão por falta do dinheiro...




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#170 Mensagem por P44 » Sex Mai 09, 2008 5:31 pm

é a sua opinião.




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#171 Mensagem por Bolovo » Sáb Mai 10, 2008 12:24 am

Que isso P44, agora o Putin é bonzinho? O cara só é safo e esperto. Tá longe de ser o melhor, mas com certeza foi um cara que conseguiu botar a Rússia nos eixos ultimamente.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#172 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 9:48 am

Veja

Assunto: Internacional
Título: 1b O pequeno czar
Data: 12/05/2008
Crédito: Thomaz Favaro


Medvedev, o novo presidente da Rússia, foi escolhido por
seu poderoso mentor, Putin. Qual deles vai governar?
Thomaz Favaro
Um fantasma rondou a pomposa cerimônia de posse do presidente russo Dimitri Medvedev, na semana passada: qual será o real tamanho de Vladimir Putin no novo governo? Fisicamente, Putin, agora primeiro-ministro, pouco se diferencia de seu sucessor. São ambos esguios e cheios de energia. O presidente que saiu tem 1,70 metro de altura e o que entra, apropriadamente, alguns centímetros menos. No que se refere à estatura política, a diferença é incomensurável. Medvedev, advogado de 42 anos e o mais jovem governante que o país já teve, jamais ocupou um cargo eletivo em sua carreira. Suas qualidades se definem mais pelo que não é. Não carrega bagagem do período soviético – era um rapaz de 21 anos quando Mikhail Gorbachev lançou as reformas que redundariam no fim da URSS – e nunca passou perto do aparato dos serviços de inteligência, como seu mentor Putin, ex-espião da KGB. Tudo o que falou, até hoje, é bem-vindo, em especial a defesa do estado de direito e das liberdades democráticas fundamentais, exatamente o ponto mais fraco da Rússia putiniana. Até nas atividades físicas Medvedev, praticante de ioga, parece ser um homem menos agressivo do que seu antecessor, faixa preta em judô. Depois de oito anos de governo Putin, parece saudável que a Rússia tenha agora um presidente zen. Isso, claro, se Medvedev realmente preencher um requisito básico: assumir, de fato, o comando do governo. Para a maioria dos russos, ele é apenas o homem de confiança que seguirá com fidelidade as orientações de Putin – exatamente por isso foi eleito com impressionantes 70% dos votos. Uma marionete, dizem os poucos desafetos políticos que restaram.

O simples fato de Putin ter resistido à tentação do terceiro mandato, escolhendo em lugar disso o balé das cadeiras, já deve ser visto sob uma ótica positiva. A jogada é, justificadamente, interpretada como uma maneira de Putin continuar dando as cartas em um país que se acostumou a vê-lo tomar as mais variadas medidas de concentração de poder – como abolir as eleições para governador e nacionalizar empresas de petróleo e meios de comunicação. A única coisa de que não pode ser acusado é de enganar os eleitores. Como mostram os 78% de aprovação de Putin, o que os russos querem mesmo é ter, à frente das decisões nacionais, o homem que tirou o país do caos político e econômico da década de 90. No melancólico fim da Presidência de Boris Ieltsin, que vivia bêbado, doente ou ambos, a Rússia chegou a perder quase um terço do PIB em um ano. O país estava em moratória, os empregos desapareciam e os espertíssimos capitalistas selvagens chamados de oligarcas dividiam entre si a exploração das fabulosas riquezas do maior país do mundo. Em oito anos, o salário médio dos trabalhadores russos aumentou mais de sete vezes e a proporção de pobres caiu quase pela metade. Parte do sucesso econômico de Putin deve-se à coincidência de seu mandato com o período de aumento do preço do petróleo e gás natural, os principais produtos de exportação do país. O valor do barril de petróleo, que estava abaixo dos 30 dólares em 2000, hoje chega a 120 dólares. Mas basta evocar duas palavras – Hugo Chávez – para lembrar que bonança petrolífera não significa automaticamente progresso econômico. Putin soube aproveitar a oportunidade em benefício de seu país. Reduziu impostos, adotou uma política fiscal ortodoxa e criou um fundo com os lucros do petróleo para garantir a estabilidade econômica em períodos de vacas magras. Os oligarcas que não se aliaram a ele tiveram a opção da cadeia ou do aeroporto.

Eficiente em colocar comida na mesa da população, Putin também soube alimentar o orgulho nacional, tão ferido pelo rebaixamento à impotência da superpotência da era comunista. Quando a União Soviética se dissolveu, em 1991, o que deveria ser motivo de júbilo, pelo fim de um regime odioso, acabou se transformando em sinônimo de humilhação e perda de status. A maioria dos russos podia não ter saudade do império do mal, mas sofreu ao perder o lugar entre os grandes do mundo. O nacionalismo russo é uma força prodigiosa, que pode produzir feitos heróicos (resumo rápido: Napoleão e Hitler) e manifestações sombrias. Putin se transmutou na imagem viva desse nacionalismo, administrando a seu estilo implacável e eficiente as novas ambições semi-imperiais (encrenca para as ex-repúblicas soviéticas) e o registro de gasodutos e oleodutos. Mais de 40% da energia importada pela União Européia vem da Rússia, o que garante cooperação voluntária ou nem tanto.

Embora o passado não deva ser considerado destino, os russos têm um fascínio histórico pela figura do governante forte e centralizador. Há até uma expressão em russo específica para isso: vojd, o grande líder nacional. "Trata-se de uma herança dos tempos czaristas, quando o imperador cultivava a imagem de pai de todos, e da idolatria aos primeiros líderes soviéticos", diz o russo Alexander Zhebit, professor de política internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisas de opinião mostram que 60% dos russos acreditam que o poder deve se concentrar em um só homem. A separação de poderes, um dos pilares da democracia, é considerada prioritária para apenas 9% dos entrevistados. Putin vem correspondendo às expectativas, comportando-se como o czar de todas as Rússias que abre um espaço cuidadosamente controlado ao discípulo. Antes de transmitir a Presidência a Medvedev, turbinou o cargo de primeiro-ministro: os governadores, por exemplo, passarão a responder a ele. Putin também assumiu o comando do partido Rússia Unida, que controla dois terços do Parlamento. "O comunismo acabou, mas a Rússia continua sendo um estado autoritário e longe de se tornar uma democracia plena", disse a VEJA a historiadora Anna Vassilieva, chefe do programa de estudos russos do Instituto Monterey, nos Estados Unidos. Os 56 deputados do Partido Comunista foram os únicos a votar contra a escolha de Putin para o cargo de primeiro-ministro. O líder da bancada, Gennadi Ziuganov, fez até um discurso com críticas candentes a Putin, coisa cada vez mais rara de ouvir na Rússia – e, obviamente, inexistente na era comunista.




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#173 Mensagem por EDSON » Qua Mai 14, 2008 10:46 am

12/05/2008
Para onde for a Gazprom, vai a Rússia

Andrew E.Kramer
Em Moscou

Em uma gelada tarde de fevereiro, o lugar mais quente para se estar aqui era o Palácio de Convenções do Kremlin. A atração dentro do gigantesco salão não era Tina Turner ou o Deep Purple— ícones do rock bem distantes de seu auge— mas a Gazprom, a gigantesca corporação mais poderosa da Rússia, que celebrava seu 15º aniversário.

A Gazprom certamente tinha razões para festejar: seu presidente, Dmitri A. Medvedev era o favorito na campanha russa, como o sucessor escolhido a dedo pelo presidente Vladimir V.Putin. Embora a Gazprom tenha pago uma bela soma para contratar Turner e o Deep Purple, a banda favorita de Medvedev, a oportunidade de a empresa, a maior produtora de gás natural do mundo, ter seu próprio homem empossado como o próximo líder da Rússia, não tinha preço.

"A apresentação no Kremlin foi divertida, mas não foi louca," escreveu Ian Gillan, líder do Deep Purple, em um artigo para o The Times de Londres depois do show. "Os jovens e os funcionários de escalões inferiores estavam bem animados, embora olhassem nervosamente em direção aos chefes para ver se eles se descontraíam. Era como se eles pedissem, 'Até onde a gente pode se divertir'"?

Medvedev prestou juramento para a presidência na quarta-feira, depois de vencer a eleição no início de março, e sua ascensão confirma que na Rússia de hoje, a linha que separa as grandes empresas do Estado está se tornando tão estreita que é quase inexistente.

A Gazprom e o governo há muito tempo mantêm um relacionamento próximo, mas a porta giratória entre eles está rodando de forma especialmente rápida este ano: Medvedev, de 42 anos, substitui Putin como presidente; Putin torna-se primeiro-ministro, substituindo Viktor A. Zubkov; e Zubkov deve assumir o lugar de Medvedev como presidente da Gazprom na assembléia geral dos acionistas em junho.

Medvedev e Putin "são o mais próximo de um dream team que a Gazprom poderia esperar," disse Jonathan P. Stern, analista britânico do setor de energia e autor de "The Future of Russian Gas and Gazprom" (O Futuro do Gás Russo e a Gazprom).

É difícil superestimar o papel da Gazprom na economia russa. É uma vasta empresa que acumulou US$ 91 bilhões no ano passado; emprega 432.000 pessoas, paga impostos que correspondem a 20% do orçamento russo e tem subsidiárias em setores tão disparatados como produção agrícola e aviação.

A empresa é uma importante fornecedora de gás natural para a Europa e está se tornando uma importante fonte de gás para os mercados asiáticos de crescimento acelerado, tais como China e Coréia do Sul. Em 2005, por pressão do Kremlin, comprou a quinta maior empresa petrolífera da Rússia, do magnata Roman A. Abramovich. Se petróleo bruto e gás natural forem considerados juntos, a produção diária combinada de energia da Gazprom é maior que a da Arábia Saudita.

Com os preços da energia continuando a atingir níveis recorde, a Gazprom é mais influente que nunca, tanto em casa como no exterior. A Gazprom diz que, antes de 2014, vai superar a Exxon Móbil como a maior empresa de capital aberto— uma meta que o próprio Medvedev endossou antes de se tornar presidente.

Quando Putin ainda era presidente, usou a riqueza e poderio econômico da Gazprom para reafirmar a influência sobre as antigas repúblicas soviéticas, para conquistar alavancagem sobre os países do Leste da Europa ao aumentar sua dependência do gás russo e arrebatar de volta os ativos de energia russos em poder de empresas estrangeiras.

Agora que a Rússia tenta reaver a influência geopolítica que teve nos dias da União Soviética, está brandindo seus vastos recursos energéticos, em vez de mísseis, para se reafirmar. Sua artilharia mais potente é a própria Gazprom.

Em uma entrevista coletiva no ano passado, Putin negou que a Rússia use seu poderio econômico para alcançar suas metas em política externa. Mas há quem discorde. "A energia não deveria ser usada como instrumento político, mas é," disse Vladimir Milov, presidente do Instituto de Política Energética, uma organização independente de pesquisa em Moscou, e ex-vice-ministro de Energia. A Gazprom, ele disse, tem sido às vezes uma "ferramenta para a punição de países vizinhos."

Nas instalações da Gazprom no campo Yuzhno-Russkoye na Sibéria, um dia do inverno passado, estava tão frio que parecia que duas dezenas de motores movidos a diesel tinham sido deixados funcionando noite e dia, com temor de que eles congelassem até a primavera. Todos os invernos, alguns trabalhadores russos têm sérios problemas por causa de congelamento.

"Sua pele descasca um pouco," disse Sergei G. Koshei, supervisor de perfuração, minimizando os perigos. Outro homem bastante musculoso, em uma parada de descanso em um poço, mostrou a situação de forma mais gráfica, pegando sua orelha no alto, imitando sua retirada e jogando-a fora como uma bituca de cigarro.

Sozinho, o campo Yuzhno-Russkoye tem reservas comprovadas de 800 bilhões de metros cúbicos de gás natural, ou o suficiente para atender à demanda de gás nos Estados Unidos por mais de um ano, e é apenas o primeiro em meia dúzia de imensos empreendimentos planejados no Norte.

Nos próximos dois anos, a Gazprom planeja triplicar seus gastos no núcleo de seus negócios, de exploração, extração e transporte de gás - apenas para manter os níveis de produção. O investimento vai aumentar para 969 bilhões de rublos, ou US$ 45 bilhões, em 2010, dos 330 bilhões de rublos, ou US$ 14 bilhões, no ano passado.

Para ajudar a financiar uma impetuosa expansão no Ártico, a Gazprom está elaborando formas de elevar os preços do gás natural na Rússia e no mercado de exportação.

No ano passado, vendeu a idéia de criar um cartel para o gás natural, semelhante à Opep, o cartel do petróleo. O Irã apóia a idéia, mas a Argélia, o Qatar e outros não se comprometeram. Um cartel do gás pode permitir que a Rússia aumente sua influência nos mercados globais de energia, mas nesse ponto ainda não está claro o quanto o país pressionará para impor o conceito.

Os laços da Gazprom com o governo já estão pagando dividendos no mercado interno. Sob a política defendida por Medvedev quando foi vice-primeiro-ministro, os consumidores russos terão de pagar preços simplesmente mais elevados pelo gás natural. Os preços deverão aumentar cerca de 25% ao ano, a partir deste ano, com o objetivo de alcançar a paridade com os preços mundiais de energia até 2011.

Políticas como essas mostram que o russo médio não vai continuar a desfrutar de seu acesso tradicional à energia barata, e oferecem um perfeito exemplo da disposição do governo de ajudar a Gazprom a crescer - independente das conseqüências sociais.

Da mesma forma que a riqueza da Gazprom a torna uma representante do novo poderio e prestígio russo em todo mundo, a empresa também é um exemplo dos riscos do capitalismo de Estado: desperdício e ineficiência.

Na década de 1990, a Gazprom era o arquétipo de empresa soviética não reformada. Enquanto as companhias petrolíferas estavam sendo privatizadas e vendidas a investidores russos e até estrangeiros, a Gazprom permanecia intacta e sob o controle do governo. Ela financiou muitos dos projetos preferidos do Kremlin e o estilo de vida de alto nível de uma geração de executivos da companhia.

A Gazprom diz que muitos dos investimentos que os críticos chegaram a rotular de políticos, tais como a compra de estações de televisão e jornais, na realidade acabaram tornando-se altamente lucrativos.

Agora os líderes russos consideram a Gazprom o modelo para uma nova política industrial. Em um mundo globalizado, acreditam eles, as companhias estratégicas russas devem ser controladas pelo governo, e mesmo assim, abertas ao capital e capacitação de investidores ocidentais - exatamente como é a Gazprom. É uma reversão ao modelo econômico soviético, com ênfase no gigantismo e nas economias de escala e fá no poder de estabelecimento de preços dos monopólios.

Sob Putin, as empresas petrolíferas foram trazidas de volta ao controle do Kremlin, e dezenas de corporações controladas pelo Estado, mas de capital aberto brotaram em setores como energia, metais, aviação, e manufatura de autos. Não vai parar por aqui. Um ex-vice-primeiro-ministro, Sergei Ivanov, que também é presidente da estatal Unified Aircraft Corp, propôs a formação de corporações estatais para empreendimentos de eletrônicos de rádio, óptica e espaço.

Rica como é, a Gazprom tem à sua frente muitos desafios na era Medvedev.

Os preços em alta para o aço, equipamentos e mão-de-obra pegaram a companhia no início de seu maior programa de capital em duas décadas. Como outras empresas russas, ela investiu pouco dinheiro na manutenção e atualização de seus equipamentos na década de 1990. Mas os dias de obsolescência da infra-estrutura da era soviética acabaram, com o declínio da produção e, campos perfurados pela primeira vez na década de 1970.

Para atender aos compromissos de exportação com a Europa assim como à crescente demanda interna, a Gazprom terá de gastar pelo menos US$ 75 bilhões para colocar em produção seus dois maiores campos no Ártico dentro da próxima década, segundo a Cambridge Energy Research Associates.

Embora a exploração e extração de gás em uma região onde as temperaturas chegam a 50 graus abaixo de zero sejam um desafio técnico, assim como caro, a Gazprom ainda precisa construir gasodutos, usinas de processamento de gás, fábricas de gás natural liquefeito e uma grande variedade de infra-estrutura de apoio que inclui estradas, ferrovias e portos. Para se alcançar tal meta, será preciso transportar milhares de toneladas de aço e equipamentos pesados para o meio de um vasto e congelado charco.

"A complexidade e o tamanho disso é o que se constitui no imenso desafio para a Rússia e para a Gazprom," disse Vitaly V. Yermakov, diretor de pesquisa para a região da Rússia e do Mar Cáspio na Cambridge Energy Research Associates.

Críticos dizem que a Gazprom forçou sua entrada nos escalões das gigantes da energia do mundo com táticas espalhafatosas e em geral desajeitadas, particularmente durante os anos de Putin no poder. O campo Yuzhno-Russkoye, que a Gazprom aponta como um exemplo de seu renascimento é um desses casos.

Richard W. Moncrief, um homem de petróleo de Fort Worth, diz que é o proprietário de direito de 40% do campo, que declara ter comprado em uma série de acordos com a Gazprom há cerca de dez anos. Mas ele diz que a Gazprom não reconhece o contrato, concedendo em vez disso à Basf, uma empresa alemã, uma participação de 35% no campo. Moncrief está processando a Gazprom em Berlim, alegando que sua participação agora vale US$ 12 bilhões.

A Gazprom sustenta que os acordos não são válidos: "A empresa nega quaisquer obrigações para com a Moncrief Oil em relação ao campo Yuzhno-Russkoye," disse a empresa em um comunicado.

Moncrief discorda, mas está pessimista quanto à sua posição legal.

"Ninguém jamais levou uma companhia russa a um tribunal que possa garantir o cumprimento de um contrato," ele disse em uma entrevista por telefone. "No fim, os russos farão exatamente o que querem, e vão usar o comércio ocidental para financiar seu país."

Executivos ocidentais dizem que o Kremlin está sempre de prontidão, cada vez que a Gazprom precisa de um incentivo.

No ano passado, a TNK-BP, uma joint venture russa envolvendo a BP e o Alfa Group, a Access Industries e o Renova Group, concordaram em vender à Gazprom um grande campo de gás na Sibéria depois que autoridades russas ameaçaram cancelar a licença do empreendimento para operar lá.

A Gazprom ofereceu de US$ 700 milhões a US$ 900 milhões pela participação da TNK-BP no campo e uma empresa local de distribuição de gás. É um acordo complexo que ainda precisa ser fechado. Sejam quais forem os termos, dizem analistas, dificilmente compensarão a BP pelo campo, Kovykta, que se acredita ter imensos suprimentos de gás— e pelos milhões de dólares que o empreendimento já investiu lá.

O porta-voz da Gazprom, Sergei V. Kupriyanov, disse que a Gazprom não é responsável pelos problemas com a regulamentação encontrados pela TNK-BP e que os termos refletem as condições de mercado.

Outros acordos envolvendo a Gazprom seguiram padrões semelhantes. Em transações envolvendo tanto a Shell quanto a BP, Putin reuniu-se diretamente com executivos das corporações. Durante algum tempo, os especialistas em Kremlin acharam que ele poderia ter continuado com o cargo de presidente da Gazprom; executivos dizem que Putin, um antigo espião, mostra um forte interesse nos negócios de gás e petróleo.

"O presidente certamente sabe tanto a respeito dos negócios da BP na Rússia quanto eu," disse Anthony B. Hayward, principal executivo da BP, após uma reunião na primavera passada, durante negociações para a venda do campo de gás Kovykta à Gazprom. "Deixei de me surpreender com sua atenção aos detalhes há algum tempo."

Um porta-voz do Kremlin, Dmitri S. Peskov, disse na ocasião que o papel do governo naquelas conversações era limitado por questões de regulamentação.

No primeiro ano de sua presidência, Putin recorreu à Gazprom para comprar uma estação de televisão da oposição, a NTV. Desde então, o setor de mídia da empresa, com cores políticas, se inflou com um balão, mas suas finanças em geral são obscuras devido a complexos acordos de parceria.

Quando a Gazprom eleva preços dos países no entorno da Rússia com democracias jovens, como a Ucrânia, a política externa do Kremlin e os interesses da Gazprom têm uma relação de simbiose: punir os opositores do Kremlin também traz receita à empresa.

Com a Gazprom contratualmente comprometida em exportar para clientes europeus bem longe no futuro, os problemas de qualquer lapso na produção serão sustentados pelo russo médio na forma de uma escassez de gás, dizem analistas.

Kupriyanov negou que a Gazprom tenha à sua frente uma limitação de produção. A empresa, ele diz, está explorando campos especificamente para atender às necessidades de clientes na Europa que possuem contratos de longo prazo.

Ele acrescentou que a empresa está se desfazendo de muitas das subsidiárias que foram alvo de críticas de analistas financeiros, para concentrar-se no seu programa de investimento de capital. Apenas em 2007, por exemplo, a empresa vendeu ativos que não faziam parte do núcleo de negócios no valor de 38 bilhões de rublos, ou US$ 1,6 bilhão.

Tais garantias, porém, não tranqüilizaram os críticos de Aleksei B. Miller, indicado por Putin e que deve continuar no cargo sob Medvedev, como principal executivo da Gazprom.

Mikhail D. Delyagin, ex-consultor econômico do presidente Boris N. Yeltsin, está céptico quanto à capacidade da Gazprom de entregar o novo gás a tempo ou no orçamento. Os recursos da Gazprom foram drenados para tantos empreendimentos políticos e paralelos que ela se tornou mais uma financeira que uma companhia energética - ameaçando sua capacidade de continuar bombeando gás, disse Delyagin.

"Miller transformou a Gazprom em carteira do Kremlin," ele disse. "Não se pode perfurar um buraco com uma carteira."

E mesmo assim, com o petróleo a mais de US$ 125 o barril, a carteira da Gazprom está cada dia mais recheada.

Depois da posse de Medvedev na semana passada, o valor da Gazprom superou o da General Electric e o da China Mobile, tornando a Gazprom a terceira maior empresa do mundo em valor de mercado.

"Se eles puderem forçar a situação e elevar os preços no mercado interno, essa empresa tem grandes chances de se tornar a maior do mundo," disse James R. Fenkert, sócio gerente da Red Star Management, um fundo de hedge que possui ações da Gazprom. "Não está longe disso."

Tradução: Cláudia Dall'Antonia

Visite o site do The New York Times




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#174 Mensagem por P44 » Seg Mai 19, 2008 12:13 pm

Syrian military delegation arrives in Moscow
12:24 | 19/ 05/ 2008

Print version

MOSCOW, May 19 (RIA Novosti) - A group of Syrian military officials arrived in Moscow on Monday to discuss prospects for bilateral military and technical cooperation, a Russian Air Force spokesman said.

During the five-day visit, the delegation led by Syrian Air Force and Air Defense Commander Gen. Akhmad Al Ratyb will meet with Russian Defense Ministry and Air Force officials, visit several military units and defense industry plants, Col. Alexander Drobyshevsky said.

Russia's Kommersant newspaper earlier wrote that Moscow and Damascus had agreed on deliveries of the latest Russian MiG-29SMT fighter. Syria also bought 36 Pantsir S1E air-defense systems from Russia, and hopes to receive Strelets short-range air defense systems, Iskander tactical missile systems, Yak-130 aircraft, and two Amur-1650 submarines.

Israel and the U.S. are sensitive about Russian-Syrian military and technical cooperation, fearing not only a reinforcement of Syria's Armed Forces, but also the possibility that modern weapons could fall into the hands of Hezbollah fighters and Iran, in violation of the existing international embargo.
http://en.rian.ru/world/20080519/107715468.html




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#175 Mensagem por P44 » Ter Mai 20, 2008 9:38 am





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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#176 Mensagem por P44 » Qui Jul 24, 2008 9:58 am

China and Russia sign border deal

Imagem

China and Russia have signed a treaty settling a long-running territorial dispute along their border.

The pact - signed in Beijing by the two countries' foreign ministers - marks the end of a dispute which has been going on for 40 years.

The area saw armed clashes between the two sides during the Cold War.

Correspondents say the deal is the latest sign of warmer ties developing between Russia - a big energy exporter - and China, a big energy consumer.

Communist rift

The border between China and Russia is 4,300 km (2,700 miles) long, and the latest treaty resolves a dispute over the eastern part of the border.

According to Chinese reports, Russia will return all of Yinlong island (known in Russian as Tarabarov) and half of Heixiazi island (Bolshoi Ussuriyasky) to China.

China and the former Soviet Union fought border wars over this part of the territory nearly 40 years ago - when a rift developed between the two communist nations over after ideology.

But since the end of the Cold War, the two countries have re-adjusted their relationship and co-operated on many strategic issues such as North Korea and Iran, according to the BBC China analyst Shirong Chen.

China needs energy from Russia to feed its fast-running economic engine, whereas Russia wants to share China's economic opportunities, our correspondent says.

In the first five months of 2008, bilateral trade grew by 60%, according to the Russian Foreign Minister Sergei Lavrov.

However, China still has outstanding border issues with Japan and South Korea to the east, Vietnam to the south, and India to the south-west.

It has trumpeted its treaty with Russia as a new approach to border disputes.

But analysts say that with energy reserves behind many of the territorial disputes, it will be many more years before China can hope to settle its borders with all its neighbours.
Story from BBC NEWS:
http://news.bbc.co.uk/go/pr/fr/-/2/hi/a ... 517380.stm

Published: 2008/07/21 11:40:13 GMT

© BBC MMVIII




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#177 Mensagem por EDSON » Qui Jul 24, 2008 3:59 pm

Este acordo é de sua importância para Rússia. Agora falta o Japãp.




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Bolovo
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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#178 Mensagem por Bolovo » Qui Jul 24, 2008 4:01 pm

EDSON escreveu:Este acordo é de sua importância para Rússia. Agora falta o Japãp.
E como ficas as Ilhas Curilas?




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#179 Mensagem por EDSON » Qui Jul 24, 2008 4:06 pm

Bolovo escreveu:
EDSON escreveu:Este acordo é de sua importância para Rússia. Agora falta o Japãp.
E como ficas as Ilhas Curilas?
Foi o que eu disse só falta o Japãp para ratificar as fronteiras.




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Re: O REGRESSO DA GRANDE RÚSSIA?

#180 Mensagem por P44 » Sex Jul 25, 2008 6:51 am

Russian Arms Trade in the First Half of 2008

http://mdb.cast.ru/mdb/2-2008/item6/article2/




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