EE-T1 Osório

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Carlos Mathias

Re: EE-T1 Osório

#106 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Jul 10, 2008 11:04 pm

Nós tínhamos as licenças de fabricação de todos os componentes do carro. Tenho uma revista da época que falava isso. E a impossibilidade de nacionalização foi uma das razões da MTU perder para a MWM, que já estava/está instalada no país.




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Re: EE-T1 Osório

#107 Mensagem por pt » Sex Jul 11, 2008 4:51 pm

Com certeza teríamos muito a ganhar com uma torre nacional. Mas no momento o maior problema está sendo nos sistemas do chassis: motor, transmissão e sistemas elétricos e hidráulicos
Quando se pensa num novo tanque, e em novos sistemas de armas e ainda mais quando se fala em «upgrade», a primeira coisa que se deve considerar, é o valor militar do equipamento após a modificação.

De pouco serviria efectuar modificações noutros sistemas, quando o poder de fogo e «qualidade» de fogo não se alteram.
Logo, como em outros casos, a primeira coisa a fazer é estudar uma nova arma principal.
Existindo já uma torre, desenhada para o Osório, armada com um canhão de 120mm, esse parece ser o caminho mais lógico.

Ainda mais lógico quando o Canadá considerava fazer a mesma coisa com o Leopard C-7 (se não me engano no nome). O Brasil tem no entanto quantidades maiores a modernizar, para justificar as alterações.

Qualquer estudo de viabilidade, teria naturalmente que passar pela «nacionalização» de vários sistemas. Eu também não sei se o anel da torre do Leopard-1, poderia aceitar uma nova torre, mas se já foram feitos estudos para isso no Canadá, então quer dizer que o carro tem estrutura suficiente para «aguentar» uma torre com uma arma daquele calibre.
helio escreveu:Desculpe mas não vejo isto como uma solução. Seria a mesma coisa que fazer um overhauling num Opala. Fica aparentemente mais moderno, pode até ter o seu nome alterado para "Super Opala" mas continua sendo um reles Opala.
Para começar, o Opala brasileiro, ainda andava nas estradas quando o Opel Rekord original já tinha saído de linha há bastantes anos. No entanto, era um dos carros mais luxuosos do país.

Há que pensar que praticamente toda a industria militar brasileira partiu exactamente daí: Opala recauchutado.
O Cascavel, é um derivado do M-8 da II guerra mundial e a sua estrutura e Chassis foram aproveitados para o Urutu.
O projecto do Tamoyo, é resultado da modernização do M-41. A torre que o Cascavel utiliza, é resultado dos estudos feitos para uma nova torre numa versão modernizada do tanque M-3 da II guerra mundial.

Os veículos brasileiros de maior sucesso, são o resultado de uma política de aprimoramento e modernização de equipamentos mais antigos e muitos países fazem a mesma coisa.
Os tanques T-90, são derivados do T-72, que por sua vez deriva do T-54, que por sua vez deriva do T-34, que por sua vez deriva do BT-5 e que por sua vez encontra as suas origens no tanque Christie dos anos 30.

Se ainda houver possibilidade de aproveitar alguma coisa do Osório, provavelmente o que mais valeria a pena aproveitar seria o estudo de uma torre, que permitisse colocar uma peça principal de 120mm, embora a blindagem ateral do Osório tivesse que ser melhorada, nomeadamente com alterações no perfil. Exagerando um pouco quase poderíamos dizer que a torre do Osório, hoje, seria manteiga para munições mais modernas.

Mas a possibilidade existe, e seria sem dúvida menos onerosa que o projecto de aquisição de novos veículos blindados, além de ter a vantagem de criar escola, que no caso do Osório está praticamente, senão totalmente perdida.

O problema nos Leo não está na torre que por sinal é excelente, mas na cadeia logistica principalmente de sua parte mecanica e eletronica.
Eu não disse que o problema do Leopard-1 é a torre, eu apenas apontei a torre do Osório, como a melhor forma de reactivar a construção de veículos de combate no Brasil, partindo de uma base simples, e tendo como objectivo desenvolver um veículo com maior poder de fogo.
A torre do Leopard-1, é uma torre inadequada, como a do Osório, para as ameaças actuais.

Quanto a carros de combate com maior poder de fogo, esperemos para ver o que a Venezuela terá para apresentar dentro de algum tempo.
Aguardemos notícias da visita de Chavez a Moscovo.

Cumprimentos




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Re: EE-T1 Osório

#108 Mensagem por Moccelin » Sex Jul 11, 2008 7:33 pm

Bom, sobre o comentário relacionado ao Overhouling do Opala... Existem muitos Opalas, Mustangs, e "n" outros carros antigos que sofreram reformas tão boas que ficaram melhor que MUITO carro contemporâneo, tanto em desempenho quanto em conforto, confiabilidade, etc...

Estou 101% de acordo com o que o pt escreveu. Se houvesse vontade de se desenvolver um MBT no futuro o ideal seria construir uma torre que fosse adaptavel ao Leo 1, um dos motivos é que o novo MBT brasileiro dificilmente superará o peso de um Leo 1, duvido muito da possibilidade de termos um elefante como o Abrams, ou outros desses MBTs extremamente pesados. Logo a torre deveria ser pensada como a torre para um carro desse porte. Desenvolveria-se a torre, a torre é testada numa revitalização dos Leo 1 (principalmente os A1), feito isso o próximo passo é o desenvolvimento do carro em sí, ou seja, aconteceria o contrário do que ocorreu com o Cascavel que surgiu com o carro novo usando a torre ultrapassada dos Greyhound e depois ganhou uma torre importada, que depois foi substituída por uma nacional.




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Re: EE-T1 Osório

#109 Mensagem por Junker » Sáb Jul 12, 2008 12:01 am

Poderia ser usada a torre do Olifant MkII (LIW 120mm - hoje da Denel Land Systems, nacionalizada e devidamente modificada), aproveitando o bom relacionamento Brasil-África do Sul, e em especial com a Denel:

Imagem

o que me dizem?




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Re: EE-T1 Osório

#110 Mensagem por pt » Sáb Jul 12, 2008 11:10 am

Bom. Creio que a ideia era tentar aproveitar alguma coisa do projecto do Osório.
Se vamos por outros caminhos então existem várias possibilidades.
Ainda recentemente, num concurso em Portugal a Oto Melara, que fabrica uma torre de 105mm que está a ser proposta ao exército português, afirmou que existe uma versão dessa torre, desenvolvida para aplicar no tanque T-72 e armada com peça principal de 120mm.

Cumprimentos




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Re: EE-T1 Osório

#111 Mensagem por eligioep » Seg Jul 14, 2008 1:02 pm

Olha, como já citei num post anterior,volto a afirmar: o importante não é conseguirmos uma torre nova para o Léo, mas trabalhar em cima de um chassi novo.




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Re: EE-T1 Osório

#112 Mensagem por eligioep » Seg Jul 14, 2008 1:11 pm

pt escreveu:......O Cascavel, é um derivado do M-8 da II guerra mundial e a sua estrutura e Chassis foram aproveitados para o Urutu......
Desculpe, mas vou discordar. A única semelhança do Cascavel com o M8 é que é 6x6 e tem motor traseiro. E em comum com o Urutu só tem o motor, caixa, eixos e suspensão. No restante, é totalmente diferente, pelo menos na concepção e configuração.




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Re: EE-T1 Osório

#113 Mensagem por pt » Seg Jul 14, 2008 8:13 pm

A palavra é herança.
Quase todo o veículo tem uma herança e a herança do Cascavel, é o M-8
Um veículo tem uma herança quando ele é feito para a mesma função, com a mesma configuração dimensões, tração e utilização táctica.

Nenhuma empresa, ou muito poucas, aparecem no mercado com conceitos realmente novos e inovadores. No caso da Engesa isso só ocorreu quando a empresa já tinha experiência e no caso chamou-se Sucuri. Aí podemos dizer que há uma rotura com veículos anteriores.

O Cascavel, aparece depois de estudos para modernização do M-8 e depois de haver experiência e «escola» formada. E essa escola, criou - como é perfeitamente normal - um veículo baseado naquele que os técnicos brasileiros conheciam. E quando se conhece um veículo de frente e de lado ou como se costuma dizer, do avesso, então estão criadas as condições para começar a pensar em novos voos.

Depois do Cascavel, apareceu o Urutu, que é também um carro diferente, mas com a mesma herança.
Olha, como já citei num post anterior,volto a afirmar: o importante não é conseguirmos uma torre nova para o Léo, mas trabalhar em cima de um chassi novo.
A peça principal de 105mm é considerada por muitos como obsoleta.
Veja o caso da África do Sul. A torre mencionada acima, decorre de o exército Sul Africano achar que mesmo os novos modelos do Centurion não estarem devidamente armados. Perante um carro com um canhão de 120mm, ou você tem uma super-blindagem, ou então vai ter que se aproximar tanto que quando chegar a uma distância adequada do alvo, o mais provável é que o alvo já tenha disparado duas ou três vezes.

A parte tecnologicamente mais complicada de conceber é a torre e o motor. O sistema de suspensão é relativamente secundário. No Brasil não é preciso fazer muitos desenvolvimentos na área, porque já existe por onde começar, dado existir uma industria automóvel pesada.

Eu falo não na capacidade aparentemente pouco considerada de nacionalizar sistemas para garantir a operacionalidade dos Leopard-1, mas sim num programa que tenha como objectivo conceber um novo carro de combate principal.

E aí, o principal factor que designa o veículo, é o armamento principal.




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Re: EE-T1 Osório

#114 Mensagem por ZeRo4 » Seg Jul 14, 2008 8:27 pm

Vocês só estão esquecendo uma coisa: A questão mercadológica.

Há três possibilidades de um produto fazer sucesso no meio militar:

01. Ser inovador
02. Ter a possibilidade de ser adquirido em grandes quantidades pelo paós produtor.
03. Ter a possibilidade de ser adquirido em grandes quantidades por países estrangeiros.

Dessas três possibilidades nenhuma se encaixa na retomada do projeto Osório.

Não é um veículo inovador, muito pelo contrário e não será adquirido nem pelo nosso exército e nem por nenhum exército estrangeiro.

No outro oposto nós temos o Embraer C-390, que já tem boa parte da sua tecnologia desenvolvida pois deriva dos E-jets, além disso tem potenciais consumidores dentro do Brasil (FAB e Correios), além da possibilidade de morder uma bela fatia do mercado de operadores do C-130. Tem tudo pra ser um produto de sucesso, tanto do lado financeiro como do lado logístico.

E o Osório? As partes mais sensíveis do projeto eram estrangeiras, nem sabemos se essas empresas e projetos ainda existem, não é viável para o mercado interno e muito menos externo.

Se fosse para "projetar" um MBT, seria muito mais viável produzir o TAM com algumas adaptações por aqui, desde que o projeto fosse nacionalizado.

Começar do zero? Loucura!




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Re: EE-T1 Osório

#115 Mensagem por eu sou eu » Seg Jul 14, 2008 9:26 pm

mas o tam nem é um mbt, ele é derivado de um vci, nesse caso seria melhor o cv 90 com canhão de 105, que é muito mais moderno




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Re: EE-T1 Osório

#116 Mensagem por eu sou eu » Seg Jul 14, 2008 9:36 pm

eu sou eu escreveu:mas o tam nem é um mbt, ele é derivado de um vci, nesse caso seria melhor o cv 90 com canhão de 105, que é muito mais moderno
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Re: EE-T1 Osório

#117 Mensagem por eu sou eu » Seg Jul 14, 2008 9:47 pm

o cv 90 120 t seria até interessante para as condições brasileiras

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Re: EE-T1 Osório

#118 Mensagem por ZeRo4 » Seg Jul 14, 2008 10:49 pm

Eu sou eu, Eu não acho que o TAM deva nada ao Leopard I, sinceramente. Sobre o CV 90, Isso não quer dizer que o TAM não possa ser modernizado! Como eu disse, poderíamos adquirir a licensa de produção e juntamente com isso fazer modificações no carro.

Na verdade, todos falam do Osório, mas acho que o bonde que foi perdido foi do Tamoyo III que hoje estaria nessa faixa de tonelagem e poderia estar sendo produzido...




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Re: EE-T1 Osório

#119 Mensagem por eu sou eu » Seg Jul 14, 2008 11:37 pm

eu acho que o eb tem que ter mbts de verdade, esses leo 1A5 que estão por vir poderiam ser modernizados, isto é receberem um nova torre, poderia ser até essa do cv 90 com canhão de 120mm, ou então manter o 105, mas com munições mais modernas, desenvolver um mbt novo deve levar muito tempo, e dinheiro, o eb tem outras prioridades, deveria ter uma nova vbtp sob lagartas, e aposentar esses m113 que ja foram modernizados uma ou duas vezes, assim como os urutus e cascaveis, muito se fala em um novo fuzil, mas isso pode esperar um pouco mais, as vezes eu acho que o fal que usei a 27 anos atras, ainde deve estar na carga no 4ºbil, assim como as demais armas, tirando o lança rojão da ww2, se for analisar mais a fundo, no geral só mudou mesmo o uniforme e alguns veiculos, porque o restante continua tudo na mesma




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Re: EE-T1 Osório

#120 Mensagem por Immortal Horgh » Ter Jul 15, 2008 12:05 am

ZeRo4 escreveu:Eu sou eu, Eu não acho que o TAM deva nada ao Leopard I, sinceramente. Sobre o CV 90, Isso não quer dizer que o TAM não possa ser modernizado! Como eu disse, poderíamos adquirir a licensa de produção e juntamente com isso fazer modificações no carro.

Na verdade, todos falam do Osório, mas acho que o bonde que foi perdido foi do Tamoyo III que hoje estaria nessa faixa de tonelagem e poderia estar sendo produzido...

Eu ainda acho que uma ligeira recauchutagem no Osório e teríamos um belo MBT. Não deve ficar tão caro fazer isso e valeria muito mais a pena do que ficar modernizando os Leo 1.


[ ]s




Slavsya, Otechestvo nashe svobodnoye,
Druzhby narodov nadyozhny oplot,
Znamya sovetskoye, znamya narodnoye
Pust' ot pobedy k pobede vedyot!
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