Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Brasil não tem prazo para sair do Haiti, diz Jobim
Ministro da Defesa chega ao país um dia antes do presidente Lula.
Enviado especial da BBC Brasil a Porto Príncipe, Haiti - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que não existe um prazo para a retirada dos soldados brasileiros que comandam, desde 2004, as forças de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês).
Jobim conversou com a imprensa brasileira ao desembarcar na capital haitiana, Porto Príncipe, na terça-feira. A visita dele antecipou a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com chegada prevista ao país nesta quarta-feira.
Indagado se a presença dos soldados irá se dar por um período indefinido, Jobim respondeu: "É sem prazo. Tem que sair daqui, quando puder sair".
O ministro afirmou que não tem a "mínima idéia" de quando as tropas poderão se retirar e acrescentou: "Se sair, as gangues retornam imediatamente".
A ação das tropas brasileiras no país foi decisiva para desmantelar as gangues que controlavam as favelas da capital haitiana.
Presença brasileira
Mas críticos argumentam que o país já teria cumprido o seu papel e que a ação militar vem tendo custos elevados.
Em um recente artigo no jornal Folha de São Paulo, o ex-embaixador do Brasil em Washington e ex-secretário-geral do Itamaraty, Roberto Abdenur, defendeu que, apesar de a missão brasileira no país caribenho ter sido necessária e ter gerado frutos, seria hora de as Forças Militares se dedicarem a outros afazeres, como a proteção de águas territoriais, a defesa do espaço aéreo do país e o resguardo da soberania da Amazônia.
Segundo uma estimativa, os custos totais da operação militar no Haiti poderão chegar a um total de R$ 545 milhões até o final deste ano, cifra que quase equivaleria às quantias destinadas ao controle do espaço aéreo do país neste ano, que seria de R$ 583 milhões.
Jobim se disse contrário à idéia de traçar uma estratégia de retirada. "A situação é instável. Alguns dizem que a gente tem que fazer um plano estratégico de retirada. A questão não é essa".
"A questão é saber o seguinte. O Brasil tem responsabilidade junto ao Haiti? Tem responsabilidade junto à América Latina? Se tem, tem que cumprir essas responsabilidades e participar destas ações de natureza humanitária".
O ministro pediu ainda que o Congresso brasileiro aprove logo o envio de mais cem militares da unidade de engenharia para trabalharem em obras de infraestrutura no país. "Basta andar pela cidade para você ver que isso é necessário", disse.
Alimentos
Na terça-feira, as tropas brasileiras deram início à ação de distribuição de 150 toneladas de alimentos para a população haitiana na favela de Cité Soleil, a maior de Porto Príncipe, com a presença do ministro da Defesa brasileiro.
A operação deverá continuar nesta quarta e está prevista para contemplar dez mil famílias em sete pontos diferentes da capital haitiana.
Jobim negou que a operação tenha qualquer relação com a visita do presidente Lula ao país.
Recentemente, o Haiti viveu uma série de motins populares, provocados pela alta de preços de alimentos, que levaram à renúncia do primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis.
Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac179289,0.htm
Ministro da Defesa chega ao país um dia antes do presidente Lula.
Enviado especial da BBC Brasil a Porto Príncipe, Haiti - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que não existe um prazo para a retirada dos soldados brasileiros que comandam, desde 2004, as forças de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês).
Jobim conversou com a imprensa brasileira ao desembarcar na capital haitiana, Porto Príncipe, na terça-feira. A visita dele antecipou a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com chegada prevista ao país nesta quarta-feira.
Indagado se a presença dos soldados irá se dar por um período indefinido, Jobim respondeu: "É sem prazo. Tem que sair daqui, quando puder sair".
O ministro afirmou que não tem a "mínima idéia" de quando as tropas poderão se retirar e acrescentou: "Se sair, as gangues retornam imediatamente".
A ação das tropas brasileiras no país foi decisiva para desmantelar as gangues que controlavam as favelas da capital haitiana.
Presença brasileira
Mas críticos argumentam que o país já teria cumprido o seu papel e que a ação militar vem tendo custos elevados.
Em um recente artigo no jornal Folha de São Paulo, o ex-embaixador do Brasil em Washington e ex-secretário-geral do Itamaraty, Roberto Abdenur, defendeu que, apesar de a missão brasileira no país caribenho ter sido necessária e ter gerado frutos, seria hora de as Forças Militares se dedicarem a outros afazeres, como a proteção de águas territoriais, a defesa do espaço aéreo do país e o resguardo da soberania da Amazônia.
Segundo uma estimativa, os custos totais da operação militar no Haiti poderão chegar a um total de R$ 545 milhões até o final deste ano, cifra que quase equivaleria às quantias destinadas ao controle do espaço aéreo do país neste ano, que seria de R$ 583 milhões.
Jobim se disse contrário à idéia de traçar uma estratégia de retirada. "A situação é instável. Alguns dizem que a gente tem que fazer um plano estratégico de retirada. A questão não é essa".
"A questão é saber o seguinte. O Brasil tem responsabilidade junto ao Haiti? Tem responsabilidade junto à América Latina? Se tem, tem que cumprir essas responsabilidades e participar destas ações de natureza humanitária".
O ministro pediu ainda que o Congresso brasileiro aprove logo o envio de mais cem militares da unidade de engenharia para trabalharem em obras de infraestrutura no país. "Basta andar pela cidade para você ver que isso é necessário", disse.
Alimentos
Na terça-feira, as tropas brasileiras deram início à ação de distribuição de 150 toneladas de alimentos para a população haitiana na favela de Cité Soleil, a maior de Porto Príncipe, com a presença do ministro da Defesa brasileiro.
A operação deverá continuar nesta quarta e está prevista para contemplar dez mil famílias em sete pontos diferentes da capital haitiana.
Jobim negou que a operação tenha qualquer relação com a visita do presidente Lula ao país.
Recentemente, o Haiti viveu uma série de motins populares, provocados pela alta de preços de alimentos, que levaram à renúncia do primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis.
Fonte: http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac179289,0.htm
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Re: Missão de Paz no Haiti
/05/2008 - 05h26
No Haiti, Lula defenderá ampliação de missão brasileira
De Bruno Garcez
Enviado especial da BBC Brasil a Porto Príncipe, Haiti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à capital haitiana, Porto Princípe, nesta quarta-feira, onde irá se encontar com o presidente do país, René Preval, e com membros do governo interino do Haiti.
Durante sua visita, Lula deverá reforçar o papel dos militares brasileiros que comandam as forças de paz da ONU (Minustah, na sigla em francês) e defender a ampliação do número de soldados do Brasil na nação caribenha.
SEM PRAZO DE VALIDADE
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que não existe um prazo para a retirada dos soldados brasileiros que comandam, desde 2004, as forças de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês). Indagado se a presença dos soldados irá se dar por um período indefinido, Jobim respondeu: ''É sem prazo. Tem que sair daqui quando puder sair''.
Na terça-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu o aumento do número de tropas brasileiras em mais cem soldados, todos eles pertencentes ao Batalhão de Engenharia, que atuariam em obras de infra-estrutura.
De acordo com o ministro, a vinda de Lula ao Haiti é ''uma visita de vistoria'', porque o país deve preparar o terreno para a "visita de mais cem militares".
O projeto de ampliação do número de soldados está atualmente parado na Câmara dos Deputados. Jobim defendeu a aprovação o quanto antes, argumentando que, assim que a Câmara aprovar o envio de militares, ''em 30 dias eles poderão se deslocar, estarão prontos, estarão preparados''.
''Basta andar pelas ruas para saber que isso (a presença dos engenheiros militares) é preciso'', afirmou o ministro.
Durante sua estadia no país, o presidente irá visitar a sede do Batalhão Brasileiro da Minustah e as instalações da Companhia de Engenheiros do Exército, que vem realizando obras de reconstrução na nação caribenha.
Segunda visita
Esta será a segunda visita do presidente ao Haiti. A primeira delas se deu em agosto de 2004, quando a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a equipe haitiana. Naquele ano, teve início a missão militar brasileira no país.
Lula deve desembarcar em Porto Príncipe pela manhã e pouco depois seguirá para o Palácio Nacional, onde irá se encontrar com o presidente René Preval.
O presidente deverá participar de um almoço com o líder haitiano e assinar acordos de projetos de cooperação no setor agrícola e no combate à violência contra a mulher.
De acordo com um relatório divulgado pela Anistia Internacional nesta quarta-feira, a violência contra as mulheres e a falta de acesso à Justiça no Haiti são motivo de ''grande preocupação'' para a entidade.
A ONG afirmou ainda que denúncias de agressões sexuais registraram um aumento em relação aos anos anteriores e que as mais sujeitas à violência sexual no país são as jovens, com mais da metade dos incidentes atingindo menores de 17 anos.
Na terça-feira, a ONG britânica Save The Children acusou as forças de paz presentes no Haiti de praticarem abusos sexuais contra menores.
O comandante das forças de paz da ONU no país, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, pediu que a entidade forneça casos concretos de abusos cometidos por militares, para que possam ser abertos inquéritos sobre as supostas denúncias.
Agenda
Lula irá permanecer pouco mais de seis horas no Haiti. Por volta de 17h40 do horário local ele deverá seguir para El Salvador, a última parada de seu giro caribenho.
O presidente irá pernoitar na capital do país, San Salvador, onde irá se encontrar com o presidente do país, Elías Antonio Saca.
Após participar de uma série de encontros na quinta-feira, Lula deverá embarcar de volta para o Brasil, no final da tarde.
No Haiti, Lula defenderá ampliação de missão brasileira
De Bruno Garcez
Enviado especial da BBC Brasil a Porto Príncipe, Haiti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à capital haitiana, Porto Princípe, nesta quarta-feira, onde irá se encontar com o presidente do país, René Preval, e com membros do governo interino do Haiti.
Durante sua visita, Lula deverá reforçar o papel dos militares brasileiros que comandam as forças de paz da ONU (Minustah, na sigla em francês) e defender a ampliação do número de soldados do Brasil na nação caribenha.
SEM PRAZO DE VALIDADE
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que não existe um prazo para a retirada dos soldados brasileiros que comandam, desde 2004, as forças de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês). Indagado se a presença dos soldados irá se dar por um período indefinido, Jobim respondeu: ''É sem prazo. Tem que sair daqui quando puder sair''.
Na terça-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu o aumento do número de tropas brasileiras em mais cem soldados, todos eles pertencentes ao Batalhão de Engenharia, que atuariam em obras de infra-estrutura.
De acordo com o ministro, a vinda de Lula ao Haiti é ''uma visita de vistoria'', porque o país deve preparar o terreno para a "visita de mais cem militares".
O projeto de ampliação do número de soldados está atualmente parado na Câmara dos Deputados. Jobim defendeu a aprovação o quanto antes, argumentando que, assim que a Câmara aprovar o envio de militares, ''em 30 dias eles poderão se deslocar, estarão prontos, estarão preparados''.
''Basta andar pelas ruas para saber que isso (a presença dos engenheiros militares) é preciso'', afirmou o ministro.
Durante sua estadia no país, o presidente irá visitar a sede do Batalhão Brasileiro da Minustah e as instalações da Companhia de Engenheiros do Exército, que vem realizando obras de reconstrução na nação caribenha.
Segunda visita
Esta será a segunda visita do presidente ao Haiti. A primeira delas se deu em agosto de 2004, quando a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a equipe haitiana. Naquele ano, teve início a missão militar brasileira no país.
Lula deve desembarcar em Porto Príncipe pela manhã e pouco depois seguirá para o Palácio Nacional, onde irá se encontrar com o presidente René Preval.
O presidente deverá participar de um almoço com o líder haitiano e assinar acordos de projetos de cooperação no setor agrícola e no combate à violência contra a mulher.
De acordo com um relatório divulgado pela Anistia Internacional nesta quarta-feira, a violência contra as mulheres e a falta de acesso à Justiça no Haiti são motivo de ''grande preocupação'' para a entidade.
A ONG afirmou ainda que denúncias de agressões sexuais registraram um aumento em relação aos anos anteriores e que as mais sujeitas à violência sexual no país são as jovens, com mais da metade dos incidentes atingindo menores de 17 anos.
Na terça-feira, a ONG britânica Save The Children acusou as forças de paz presentes no Haiti de praticarem abusos sexuais contra menores.
O comandante das forças de paz da ONU no país, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, pediu que a entidade forneça casos concretos de abusos cometidos por militares, para que possam ser abertos inquéritos sobre as supostas denúncias.
Agenda
Lula irá permanecer pouco mais de seis horas no Haiti. Por volta de 17h40 do horário local ele deverá seguir para El Salvador, a última parada de seu giro caribenho.
O presidente irá pernoitar na capital do país, San Salvador, onde irá se encontrar com o presidente do país, Elías Antonio Saca.
Após participar de uma série de encontros na quinta-feira, Lula deverá embarcar de volta para o Brasil, no final da tarde.
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Re: Missão de Paz no Haiti
2XBrasil não tem prazo para sair do Haiti, diz Jobim
No Haiti, Lula defenderá ampliação de missão brasileira
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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Re: Missão de Paz no Haiti
Perfeito!
Vinicius Pimenta
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Re: Missão de Paz no Haiti
U.N. Brazilian peacekeepers stand guard at a checkpoint in Port-au-Prince, Tuesday, May 27, 2008. Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva will arrive in Haiti Wednesday to meet with Haiti's President Rene Preval and to visit the Brazilian Army troops, members of the United Nations Stabilization Mission In Haiti, MINUSTAH
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Re: Missão de Paz no Haiti
Bom ver que pelo menos nossas tropas no Haiti estão bem equipadas.
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Entrevista - carlos alberto dos santos cruz
Remanejamento para receber engenheiros
Ariana Cubillos/AP - 11/1/07
“O Brasil é um país de peso na missão, tem uma expressão muito forte”
General Carlos Aberto Cruz, comandante da Minustah
O comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, explicou ontem ao Correio, por telefone, que não haverá aumento de tropas, mas uma reconfiguração do contingente para integrar ao efetivo 100 engenheiros militares do Brasil. Esse reforço deve trabalhar em obras de infra-estrutura no país caribenho, o mais pobre da América Latina. O número de militares fixado pelas Nações Unidas para essa missão é de 7.060. Os países com mais integrantes são Brasil (1.213), Uruguai (1.159) e Nepal (1.111).
O ministro Jobim defendeu o aumento das tropas brasileiras em mais 100 soldados, todos do Batalhão de Engenharia, que atuariam em obras de infra-estrutura. Como o senhor vê a proposta?
Na realidade, não se está aumentando o número de tropas, mas fazendo uma reconfiguração da tropa. Pelo mandato das Nações Unidas, o limite é de 7.060 militares. Então, quando você aumenta, coloca pessoal técnico, de engenharia, ou pessoal de aviação, tem de diminuir em outro lado. Não se pode passar do número de 7.060.
Então, haverá corte de militares brasileiros?
O Brasil está mandando 100 militares de engenharia e dentro da missão toda terá de remanejar gente para abrir espaço, para manter o número fixo. Pode ser tudo do Brasil, pode ser de outras nações ou uma mistura, um pouquinho de cada um. Ainda não temos a definição. Isso precisa ser proposto e estudado pela ONU. Há 12 países envolvidos e há locais onde não se pode fazer corte nenhum. Por exemplo, no caso dos hospitais. Não pode faltar gente nos hospitais.
O senhor considera que as tropas brasileiras continuam a ser bem-vindas no país?
O Brasil tem uma interação muito grande com a população na área em que é responsável, na área de Cité Soleil (um dos bairros mais pobres da capital, Porto Príncipe) e Pele. Tivemos problemas no país há dois meses, e em Cité Soleil não tivemos problema algum. O Brasil mantém permanente contato com as lideranças locais, há entrosamento com a comunidade. Ainda ontem estive em uma distribuição de alimentos adquiridos pela embaixada do Brasil, com dinheiro brasileiro, e o batalhão organizou a distribuição, tudo em ordem, tudo direitinho. Um relacionamento ótimo.
O presidente Lula disse que deveria ampliar o prazo das tropas do Brasil no país. Isso é bem aceito pelas forças de paz?
O Brasil é um país de peso na missão, tem uma expressão muito forte. É uma manifestação positiva do presidente brasileiro e que dá sustentação e confiança à missão.
Remanejamento para receber engenheiros
Ariana Cubillos/AP - 11/1/07
“O Brasil é um país de peso na missão, tem uma expressão muito forte”
General Carlos Aberto Cruz, comandante da Minustah
O comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, explicou ontem ao Correio, por telefone, que não haverá aumento de tropas, mas uma reconfiguração do contingente para integrar ao efetivo 100 engenheiros militares do Brasil. Esse reforço deve trabalhar em obras de infra-estrutura no país caribenho, o mais pobre da América Latina. O número de militares fixado pelas Nações Unidas para essa missão é de 7.060. Os países com mais integrantes são Brasil (1.213), Uruguai (1.159) e Nepal (1.111).
O ministro Jobim defendeu o aumento das tropas brasileiras em mais 100 soldados, todos do Batalhão de Engenharia, que atuariam em obras de infra-estrutura. Como o senhor vê a proposta?
Na realidade, não se está aumentando o número de tropas, mas fazendo uma reconfiguração da tropa. Pelo mandato das Nações Unidas, o limite é de 7.060 militares. Então, quando você aumenta, coloca pessoal técnico, de engenharia, ou pessoal de aviação, tem de diminuir em outro lado. Não se pode passar do número de 7.060.
Então, haverá corte de militares brasileiros?
O Brasil está mandando 100 militares de engenharia e dentro da missão toda terá de remanejar gente para abrir espaço, para manter o número fixo. Pode ser tudo do Brasil, pode ser de outras nações ou uma mistura, um pouquinho de cada um. Ainda não temos a definição. Isso precisa ser proposto e estudado pela ONU. Há 12 países envolvidos e há locais onde não se pode fazer corte nenhum. Por exemplo, no caso dos hospitais. Não pode faltar gente nos hospitais.
O senhor considera que as tropas brasileiras continuam a ser bem-vindas no país?
O Brasil tem uma interação muito grande com a população na área em que é responsável, na área de Cité Soleil (um dos bairros mais pobres da capital, Porto Príncipe) e Pele. Tivemos problemas no país há dois meses, e em Cité Soleil não tivemos problema algum. O Brasil mantém permanente contato com as lideranças locais, há entrosamento com a comunidade. Ainda ontem estive em uma distribuição de alimentos adquiridos pela embaixada do Brasil, com dinheiro brasileiro, e o batalhão organizou a distribuição, tudo em ordem, tudo direitinho. Um relacionamento ótimo.
O presidente Lula disse que deveria ampliar o prazo das tropas do Brasil no país. Isso é bem aceito pelas forças de paz?
O Brasil é um país de peso na missão, tem uma expressão muito forte. É uma manifestação positiva do presidente brasileiro e que dá sustentação e confiança à missão.
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Jauro.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Aqui no Haiti as coisas não são como se pinta aí no Brasil, não dá para falar ainda, mas as coisas são muito diferentes. Cuidado com as utopias, cuidado com os pensamentos de terceiros, cuidado com o falso nacionalismo. Deve-se acreditar no Brasil real e não no Brasil que querem nos vender.
Abraços "fortemente preocupados,"
Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
Abraços "fortemente preocupados,"
Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
- eligioep
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Re: Missão de Paz no Haiti
Amigo,orestespf escreveu:Aqui no Haiti as coisas não são como se pinta aí no Brasil, não dá para falar ainda, mas as coisas são muito diferentes. ......Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
você vai ver agora o porquê da importância desta missão para o BR....... Só espero que não se decepcione...... Boa sorte e abraços!
- cvn73
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Re: Missão de Paz no Haiti
Por favor não me queira mal , pois tenho uma visão simples ou simplista dos fatos.orestespf escreveu:Aqui no Haiti as coisas não são como se pinta aí no Brasil, não dá para falar ainda, mas as coisas são muito diferentes. Cuidado com as utopias, cuidado com os pensamentos de terceiros, cuidado com o falso nacionalismo. Deve-se acreditar no Brasil real e não no Brasil que querem nos vender.
Abraços "fortemente preocupados,"
Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
Comigo é assim; quem não ajuda, atrapalha.
Por isso gastaria de saber:
O que os haitianos dizem?
Estamos atrapalhando?
Estamos ajudando?
Ou nossa presença no Haiti é apenas para satisfazer nosso "ego" de potência emergente.
unanimidade só existe no cemitério
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Re: Missão de Paz no Haiti
Qual é a importância??? Tenho um amigo aqui que não vê nenhuma, mas acham que eu penso o mesmo...eligioep escreveu:Amigo,orestespf escreveu:Aqui no Haiti as coisas não são como se pinta aí no Brasil, não dá para falar ainda, mas as coisas são muito diferentes. ......Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
você vai ver agora o porquê da importância desta missão para o BR....... Só espero que não se decepcione...... Boa sorte e abraços!
Se refere a qual tipo de decepção?
Abração,
Orestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Impedido de falar...cvn73 escreveu:Por favor não me queira mal , pois tenho uma visão simples ou simplista dos fatos.orestespf escreveu:Aqui no Haiti as coisas não são como se pinta aí no Brasil, não dá para falar ainda, mas as coisas são muito diferentes. Cuidado com as utopias, cuidado com os pensamentos de terceiros, cuidado com o falso nacionalismo. Deve-se acreditar no Brasil real e não no Brasil que querem nos vender.
Abraços "fortemente preocupados,"
Orestes (sob forte risco de "fogo amigo").
Comigo é assim; quem não ajuda, atrapalha.
Por isso gastaria de saber:
O que os haitianos dizem?
Estamos atrapalhando?
Estamos ajudando?
Ou nossa presença no Haiti é apenas para satisfazer nosso "ego" de potência emergente.
Estou aqui para ajudar, mas tem um que pensa diferente, generalizaram, acham que penso igual, mas não é mesmo o caso, espero que tenham mudado de opinião sobre mim.
Abraços,
Orestes
Re: Missão de Paz no Haiti
Orestes, você diria que sua visão acerca da presença brasileira no Haiti girou 180°?
[<o>]
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Re: Missão de Paz no Haiti
Não, Renan. As "nuances" ficam para quando eu chegar ao Brasil (conto com este retorno).RenaN escreveu:Orestes, você diria que sua visão acerca da presença brasileira no Haiti girou 180°?
Abração,
Orestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Bom retorno, mestre! E...fique de cabeça baixa... "bala perdida" não tem dono!!
Abs!!
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