Missão de Paz no Haiti
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Re: Missão de Paz no Haiti
Mas nisso todos concordamos. O Brasil aumentará o contingente de engenharia. Mas a ONU é uma organização que já não funciona, se é que um dia funcionou.
Vinicius Pimenta
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Re: Missão de Paz no Haiti
Ele não é jornalista mas é visto constantemente no meio e é comum ver sua opinião nos principais meios de comunicação do país, porisso o "jornalistas".Vinicius Pimenta escreveu:Só uma correção, o Professor Expedito não é jornalista, é um pesquisador. Ninguém melhor que ele para dizer. Ele é cadastrado no DB, mas não posta. Talvez o Orestes possa falar com ele ou trazer o comentário dele aqui.
Re: Missão de Paz no Haiti
Senhores,
Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
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Re: Missão de Paz no Haiti
Pela experiência que tive no Haiti, você está coberto de razão. O problema é que a ONU (parte civil) não está fazendo a parte dela. Inclusive os haitianos nas ruas exigem a nossa retirada, pois alegam que não alimentamos eles e nem criamos empregos....Abraços!César escreveu:Olha, acho lamentável que as pessoas peçam a saída de tropas da ONU do Haiti. Evidentemente, eu sou contra uma retirada no estágio atual.
Porém, acho que alguns aspectos da missão precisam ser reformulados ou repensados. A força de paz serve para garantir a lei e a ordem, mas apenas isso não basta. Ações sociais e investimentos são necessários para que o Haiti possa caminhar com suas próprias pernas, para que as dramáticas desigualdades sociais lá existentes diminuam.
Esse tipo de ação, porém, não cabe à força de paz, mas sim a ONU. E, nesse sentido, creio que se tem feito muito pouco. Eu sei que o Brasil e demais países têm realizado inúmeras ações cívico-sociais. Foram além de onde precisavam ir(já que essa não é sua missão principal) e isso é louvável, mas não suficiente.
Nesse sentido, creio que para que essa missão seja mais efetiva e as tropas possam ficar menos tempo, a Onu precisa fazer a parte que cabe a ela, de investimentos e reestruturação econômica e social do país, objetivo integrante da missão que não me parece estar sendo cumprido.
Me corrijam se eu estiver errado.
Abraços
César
Re: Missão de Paz no Haiti
Se puder professor, tirem muitas fotos e postem-nas aqui no fórum.ECSB escreveu:Senhores,
Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: Missão de Paz no Haiti
ECSB escreveu:jauro escreveu:Missão cumpridaNão precisa prestar muita atenção para perceber que é uma crítica velada à missão. Isso provavelmente tem um aspecto político. É ano de eleição.
O Brasil já contribuiu para a estabilização do Haiti e cabe agora ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva negociar um cronograma para a retirada das tropas brasileiras.
A participação brasileira na chefia militar da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), iniciada em 2004, após a deposição do então presidente Jean Bertrand Aristide, já rendeu os frutos que poderia dar. Os boinas-azuis evitaram que o país caribenho sucumbisse à espiral de violência no vácuo de poder e lograram pacificar áreas conflagradas, como a favela Cité Soleil, na capital.
As tropas também estão ajudando a constituir uma polícia nacional e a reconstruir a infra-estrutura local. Nesse meio tempo, já foram eleitos um novo presidente e um novo Parlamento.
Não se trata de abandonar o Haiti à própria sorte. A missão da ONU precisa ser renovada por mais alguns anos ainda ou as conquistas poderão perder-se. Já é hora, porém, de trocar o comando militar. As operações envolvendo soldados brasileiros no Haiti já custaram ao erário R$ 464 milhões, dos quais só 31% foram reembolsados pela ONU, contra a previsão inicial de 50%.
A missão no Haiti deveria entrar numa nova fase, incentivando medidas que, mais tarde, permitirão que os haitianos caminhem com as próprias pernas. É o caso da reforma do Poder Judiciário -estima-se que 96% dos presos não tenham sido julgados- e das mudanças legais que facilitariam investimentos de haitianos da diáspora. O dinheiro mandado por emigrados que vivem nos EUA e no Canadá já representa 35% do PIB local, mas essa cifra pode crescer caso haja estabilidade jurídica.
Já é hora de o Brasil renovar o sentido de urgência da missão, negociando com a ONU e o governo do Haiti uma troca de comando na Minustah.
Certíssimo Vinicius
Senhores,
Sou obrigado a concordar comigo mesmo.Na conversa que tive com o jornalista, autor da matéria, foram abordados diversos tópicos e num deles mencionei que estavam usando da MINUSTAH para aquisição de equipamentos, como ponto positivo. Daí citei o exemplo da Marinha (CFN) na aquisição dos Piranha IIIC e seu envio para o Haiti.
A forma como foi colocada minha citação, ficou fora do contexto, até pelo termo "eles" percebe-se que havia outras falas que não foram aproveitadas.
O certo é que eu e o Orestes estamos embarcando no próximo dia 27 para uma viagem de Estudos e Visita às Tropas Brasileiras que integram a MINUSTAH, no Haiti, e lá iremos permanecer por dez dias, a convite do Ministério da Defesa.
Abraços,
Expedito
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Não sei o que anda acontecendo, amigo Sniper, mas baseando em sua pérola, podemos chamar o Lula de "jornalista" ao invés de Presidente, o Nelson Jobim de "jornalista" ao invés de Ministro, e Roberto Carlos parece que deixou de ser cantor.Sniper escreveu:Ele não é jornalista mas é visto constantemente no meio e é comum ver sua opinião nos principais meios de comunicação do país, porisso o "jornalistas".Vinicius Pimenta escreveu:Só uma correção, o Professor Expedito não é jornalista, é um pesquisador. Ninguém melhor que ele para dizer. Ele é cadastrado no DB, mas não posta. Talvez o Orestes possa falar com ele ou trazer o comentário dele aqui.
Que feio, Sniper, que feio... Mas o ajudo, se me permite, jornalista é quem entrevista e não o entrevistado. O jornalista tem outras funções e atividades, mas apresento apenas uma para permitir a completa absorção, mas aos poucos, claro.
Nem sei mais o que falar... Deixa pra lá.
Orestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
César escreveu:Olha, acho lamentável que as pessoas peçam a saída de tropas da ONU do Haiti. Evidentemente, eu sou contra uma retirada no estágio atual.
Porém, acho que alguns aspectos da missão precisam ser reformulados ou repensados. A força de paz serve para garantir a lei e a ordem, mas apenas isso não basta. Ações sociais e investimentos são necessários para que o Haiti possa caminhar com suas próprias pernas, para que as dramáticas desigualdades sociais lá existentes diminuam.
Esse tipo de ação, porém, não cabe à força de paz, mas sim a ONU. E, nesse sentido, creio que se tem feito muito pouco. Eu sei que o Brasil e demais países têm realizado inúmeras ações cívico-sociais. Foram além de onde precisavam ir(já que essa não é sua missão principal) e isso é louvável, mas não suficiente.
Nesse sentido, creio que para que essa missão seja mais efetiva e as tropas possam ficar menos tempo, a Onu precisa fazer a parte que cabe a ela, de investimentos e reestruturação econômica e social do país, objetivo integrante da missão que não me parece estar sendo cumprido.
Me corrijam se eu estiver errado.
Abraços
César
Olá César,
não vou lhe corrigir, muito menos dizer que você está errado, apenas alguns comentários e perguntas da minha parte.
Penso assim, para termos uma opinião formada é necessário conhecer os fatos, principalmente de perto. Assim, pergunto: o que leva você a pensar que deveríamos manter a tropa no Haiti?
Pense nos prós, nos contras e acima de tudo no próprio país Haiti. Vou além, apenas para traçar o paralelo: os EUA devem ou não sair do Iraque?
Abraços,
Orestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Orestes, peço desculpas por discordar, mas não há como comparar o Haiti com o Iraque.orestespf escreveu:Pense nos prós, nos contras e acima de tudo no próprio país Haiti. Vou além, apenas para traçar o paralelo: os EUA devem ou não sair do Iraque?
A missão no Haiti está sob a tutela e a jurisdição da ONU, enquanto que a invasão do Iraque ocorreu a revelia (e confrontando) da mesma.
Ou seja, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
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Re: Missão de Paz no Haiti
Perfeito, Paisano, imaginava que alguém questionaria tal comparação. O que está em jogo não é o apoio da ONU, mas o fato de que existe um país sob intervenção, é o caso dos dois (Haiti e Iraque) e o "discurso" é o mesmo, "aprumar" o país. Isso não existe, é conversa pra boi dormir.Paisano escreveu:Orestes, peço desculpas por discordar, mas não há como comparar o Haiti com o Iraque.orestespf escreveu:Pense nos prós, nos contras e acima de tudo no próprio país Haiti. Vou além, apenas para traçar o paralelo: os EUA devem ou não sair do Iraque?
A missão no Haiti está sob a tutela e a jurisdição da ONU, enquanto que a invasão do Iraque ocorreu a revelia (e confrontando) da mesma.
Ou seja, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
A situação do Haiti é crítica, mas é de simples diagnóstico: eles só querem trabalhar e se alimentar. Não existe mais nada lá, nem árvores grandes, tudo usado como lenha, e por aí vai.
Não é o Brasil que vai resolver este problema, não é a ONU, só eles mesmos. Vou além, a ONU não faz os devidos repasses de verbas, tudo está nas costas do contribuinte brasileiro e que já está em cerca de 500 mi dólares.
Aí eu pergunto: até quando deveríamos ficar lá? Indefinidamente? Com o contribuinte brasileiro pagando a conta que não é dele? Com nossas FFAA totalmente sem equipamentos para defender o território nacional, mas tendo que fazer papel "bonitinha para inglês ver", mas vendo seus parcos recursos sendo consumido em benefício de terceiros, etc.? Ver nossas FFAA fazendo papel de polícia e dizendo que não aceita fazer o mesmo nas favelas brasileiras (o que ela faz no Haiti é exatamente isso)? Saber que apenas 15% das atividades das FFAA brasileiras no Haiti são sobre o que a ONU exige e o restante não?
Pense! Não sou contra a presença do Brasil no Haiti, os apredizados foram grandes e importantes, mas existe um momento pra sair e ele precisa ser definido, o que não podemos é ficar morando na casa dos outros para o resto da vida. Que se diga o momento de sair (2013? 2015? 2500? Esta última opção é para comemorarmos os 1000 anos de Brasil (sic)), o que não pode é continuar do jeito que está.
Não vou entrar em detalhes, mas a presença do Brasil no Haiti interessa apenas ao ministério das relações exteriores, só isso. Em suma, não estou sozinho pensando desta forma, e falo de gente grande, mas isso não significa que eu esteja certo (naturalmente, apenas compartilho de algumas opiniões de quem está dentro da coisa - todos os lados envolvidos, mas afirmo que há divergência lá dentro também).
Abração,
Orestes
Re: Missão de Paz no Haiti
Não sou o Cesar mas me proponho a responder, acretido que o principal objetivo brasileiro no Haiti era reorganizar o estado, e devolver a este o dominio das areas controladas. Feito isto, a presença "militar" no Haiti parece sem sentido, obras de engenharia e ações sociais são responsabilidade do estado haitiano, é intromissão demais tormar esta responsabilidade, alem disso temos problemas demais por aqui, para nos preocuparmos com os problemas de outros paises.orestespf escreveu:Olá César,
não vou lhe corrigir, muito menos dizer que você está errado, apenas alguns comentários e perguntas da minha parte.
Penso assim, para termos uma opinião formada é necessário conhecer os fatos, principalmente de perto. Assim, pergunto: o que leva você a pensar que deveríamos manter a tropa no Haiti?
Pense nos prós, nos contras e acima de tudo no próprio país Haiti. Vou além, apenas para traçar o paralelo: os EUA devem ou não sair do Iraque?
Abraços,
Orestes
To um tanto desinformado sobre a situação no Haiti, mas acretido que se a hora do Brasil sair daquele pais ja não chegou, ja esta proxima
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Re: Missão de Paz no Haiti
Existem paralelos muito tênues entre Haiti e Iraque, dado serem situações muito diferentes, como o Paisano lembrou. De qualquer forma, lhe respondo: O que me leva a pensar que o Brasil deve continuar no Haiti é que grandes progressos foram feitos na área de segurança, dando ao Estado denovo o controle de seu país. Porém, tal situação é instável e só se tornará segura na medida em que a economia Haitiana tiver condições de prover ao seu povo condições mínimas de sobrevivência.orestespf escreveu:César escreveu:Olha, acho lamentável que as pessoas peçam a saída de tropas da ONU do Haiti. Evidentemente, eu sou contra uma retirada no estágio atual.
Porém, acho que alguns aspectos da missão precisam ser reformulados ou repensados. A força de paz serve para garantir a lei e a ordem, mas apenas isso não basta. Ações sociais e investimentos são necessários para que o Haiti possa caminhar com suas próprias pernas, para que as dramáticas desigualdades sociais lá existentes diminuam.
Esse tipo de ação, porém, não cabe à força de paz, mas sim a ONU. E, nesse sentido, creio que se tem feito muito pouco. Eu sei que o Brasil e demais países têm realizado inúmeras ações cívico-sociais. Foram além de onde precisavam ir(já que essa não é sua missão principal) e isso é louvável, mas não suficiente.
Nesse sentido, creio que para que essa missão seja mais efetiva e as tropas possam ficar menos tempo, a Onu precisa fazer a parte que cabe a ela, de investimentos e reestruturação econômica e social do país, objetivo integrante da missão que não me parece estar sendo cumprido.
Me corrijam se eu estiver errado.
Abraços
César
Olá César,
não vou lhe corrigir, muito menos dizer que você está errado, apenas alguns comentários e perguntas da minha parte.
Penso assim, para termos uma opinião formada é necessário conhecer os fatos, principalmente de perto. Assim, pergunto: o que leva você a pensar que deveríamos manter a tropa no Haiti?
Pense nos prós, nos contras e acima de tudo no próprio país Haiti. Vou além, apenas para traçar o paralelo: os EUA devem ou não sair do Iraque?
Abraços,
Orestes
Assim, enquanto o risco de que uma retirada das forças de paz implique num retorno à situação de guerra civil/banditismo, jogando fora, assim, todo o progresso obtido e todo o bem feito ao Haiti, eu defendo a nossa permanência.
Porém, como você bem disse, ela não pode ser indefinida, e por isso que pedi que a parte civil da missão cumpra sua importante parte, já que a parte militar já fez a sua e, no momento, impede que o país volte a triste situação de antes.
Por fim(não faz parte do tópico, nem quero desvirtuá-lo, mas você perguntou), eu acho que os EUA devem permanecer no Iraque até que todo o risco de que o país se rache numa guerra civil se torne pequeno ou aceitável. E digo isso pensando no povo iraquiano, pois todo mundo sabe dos problemas que existem quando se cria um vácuo súbito de poder.
Vácuo de poder, aliás, seria o que ocorreria no Haiti agora se houvesse uma retirada unilateral, pois o Estado Haitiano ainda é frágil e dependente.
Essa é a minha opinião.
Abraços,
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
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"
Olá César,
Em seguida deve se buscar condições para o Haiti andar com as próprias pernas. Este papo é semelhante a política assistencialista de governos às classes menos favorecidas, esta deve existir, mas por tempo limitado, depois deve se ensinar a pescar e não ficar dando o peixe eternamente.
Não devemos impor nossas culturas em países que não pensam como nós, devemos respeitar as diferenças. Este é o problema dos americanos, impor suas vontades a força. Por exemplo, o povo saudita não pensa como os americanos em nada, mas o suportanto, existe uma liderança (gostemos ou não dela) que faz o jogo yankee. Mas por que os EUA não invade a Arábia Saudita? Porque o país está "sob controle" (não de seu povo, mas de "terceiros").
Defendo que o Haiti, assim como o Iraque, seja soberano, tenha suas leis, preserve sua cultura, que decida a forma de poder e escolha seus líderes naturalmente. Isto não está acontecendo lá, e não a presença brasileira (ou de quem quer que seja) que mudará o quadro político e social.
Sonho? Ideologia? Não mesmo, apenas respeito ao povo haitiano, um povo mais "irmão" do Brasil do que se imagina, um povo com suas origens africanas e com história semelhantes as nossas. O Haiti não precisa de domínio (externo ou não), precisa de organização local, de acordo com suas culturas locais e históricas.
Perfeita opinião, mais do que compartilhada por mim.
Grande abraço,
Orestes
Como dar ao Estado controle se a situação ainda é instável??? Controle e instabilidade são antagônicos, não é?César escreveu: Existem paralelos muito tênues entre Haiti e Iraque, dado serem situações muito diferentes, como o Paisano lembrou. De qualquer forma, lhe respondo: O que me leva a pensar que o Brasil deve continuar no Haiti é que grandes progressos foram feitos na área de segurança, dando ao Estado denovo o controle de seu país. Porém, tal situação é instável e só se tornará segura na medida em que a economia Haitiana tiver condições de prover ao seu povo condições mínimas de sobrevivência.
Aqui há falha, pelo menos na minha opinião. Não se fala em retirada de tropa da ONU do Haiti, se fala em retirada do comando das forças (Brasil) de lá, isso é muito diferente. O Brasil pode repassar o comando e apenas continuar com uma pequena representação no Haiti.Assim, enquanto o risco de que uma retirada das forças de paz implique num retorno à situação de guerra civil/banditismo, jogando fora, assim, todo o progresso obtido e todo o bem feito ao Haiti, eu defendo a nossa permanência.
Em seguida deve se buscar condições para o Haiti andar com as próprias pernas. Este papo é semelhante a política assistencialista de governos às classes menos favorecidas, esta deve existir, mas por tempo limitado, depois deve se ensinar a pescar e não ficar dando o peixe eternamente.
Perfeito, César!Porém, como você bem disse, ela não pode ser indefinida, e por isso que pedi que a parte civil da missão cumpra sua importante parte, já que a parte militar já fez a sua e, no momento, impede que o país volte a triste situação de antes.
Este é o problema... A guerra civil já existe no Iraque e isto se deve a presença americana por lá. Certos países precisam (sem entrar no mérito, visto ser lamentável o que direi) de uma liderança forte para colocar ordem na casa. Esta liderança existia com Sadan, gostemos ou não, o Iraque "funcionava" a sua maneira, agora não funciona mais.Por fim(não faz parte do tópico, nem quero desvirtuá-lo, mas você perguntou), eu acho que os EUA devem permanecer no Iraque até que todo o risco de que o país se rache numa guerra civil se torne pequeno ou aceitável. E digo isso pensando no povo iraquiano, pois todo mundo sabe dos problemas que existem quando se cria um vácuo súbito de poder.
Não devemos impor nossas culturas em países que não pensam como nós, devemos respeitar as diferenças. Este é o problema dos americanos, impor suas vontades a força. Por exemplo, o povo saudita não pensa como os americanos em nada, mas o suportanto, existe uma liderança (gostemos ou não dela) que faz o jogo yankee. Mas por que os EUA não invade a Arábia Saudita? Porque o país está "sob controle" (não de seu povo, mas de "terceiros").
Defendo que o Haiti, assim como o Iraque, seja soberano, tenha suas leis, preserve sua cultura, que decida a forma de poder e escolha seus líderes naturalmente. Isto não está acontecendo lá, e não a presença brasileira (ou de quem quer que seja) que mudará o quadro político e social.
Não se prega uma retirada imediata, isso seria um erro crasso. Defendo uma retirada programada, algo lá para 2013-15, com tudo organizado e preparado para a saída das tropas da ONU. Em seguida uma organizada eleição para os representantes do país, mas sob supervisão (não armada) de observadores da ONU (por exemplo), e que deverá se retirar com o tempo. Não se deve apoiar aliados locais, mas efetivos representantes das massas populares.Vácuo de poder, aliás, seria o que ocorreria no Haiti agora se houvesse uma retirada unilateral, pois o Estado Haitiano ainda é frágil e dependente.
Sonho? Ideologia? Não mesmo, apenas respeito ao povo haitiano, um povo mais "irmão" do Brasil do que se imagina, um povo com suas origens africanas e com história semelhantes as nossas. O Haiti não precisa de domínio (externo ou não), precisa de organização local, de acordo com suas culturas locais e históricas.
Essa é a minha opinião.
Abraços,
César
Perfeita opinião, mais do que compartilhada por mim.
Grande abraço,
Orestes
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Re: Missão de Paz no Haiti
Olá Orestes,
Nesse sentido, creio que houve um grande progresso em devolver ao Estado haitiano o controle de seu país.
Quanto a se buscar condições do Haiti andar com as próprias pernas, é isso que venho falando. Eu não sou fã de políticas assistencialistas, apenas em casos emergenciais. Concordo que se deve "ensinar a pescar", mas justamente o que questionei é que isso(a parte civil da missão) não está ocorrendo de forma adequada.
Todos desejam que o haiti possa viver livre como país, sem nenhuma força de paz e que tenha sucesso e um próspero futuro. Mas acho que o trabalho desempenhado pela força de paz é importante para caminharmos a esse objetivo. Não a vejo como uma força querendo impor nossa cultura ou interesses brasileiros ou de qualquer outro país, e sim como uma força de assistência.
O Brasil é amigo do Haiti. Me orgulho ao ver que os ajudamos. Agora cabe discutir como podemos ajudá-los de forma que eles consigam se virar, e sejam de fato independentes.
Um abraço,
César
O Estado Haitiano ainda é frágil, mas depois da intervenção da ONU ganhou alguma capacidade de ação e condição de impor as suas leis. À época dos distúrbios que acarretaram a queda de Aristide, não havia mais controle do país por parte do Estado, e áreas inteiras haviam caído na mão de gangues ou grupos criminosos.Como dar ao Estado controle se a situação ainda é instável??? Controle e instabilidade são antagônicos, não é?
Nesse sentido, creio que houve um grande progresso em devolver ao Estado haitiano o controle de seu país.
É talvez uma boa alternativa repassar o controle da missão, se acharmos que o seu comando está sendo muito oneroso. Particularmente, não sei que grandes benefícios isso nos renderia, e não acho os gastos com a missão no Haiti tenebrosos de tão grandes ou coisa assim.Aqui há falha, pelo menos na minha opinião. Não se fala em retirada de tropa da ONU do Haiti, se fala em retirada do comando das forças (Brasil) de lá, isso é muito diferente. O Brasil pode repassar o comando e apenas continuar com uma pequena representação no Haiti.
Em seguida deve se buscar condições para o Haiti andar com as próprias pernas. Este papo é semelhante a política assistencialista de governos às classes menos favorecidas, esta deve existir, mas por tempo limitado, depois deve se ensinar a pescar e não ficar dando o peixe eternamente.
Quanto a se buscar condições do Haiti andar com as próprias pernas, é isso que venho falando. Eu não sou fã de políticas assistencialistas, apenas em casos emergenciais. Concordo que se deve "ensinar a pescar", mas justamente o que questionei é que isso(a parte civil da missão) não está ocorrendo de forma adequada.
Por não ser tema do tópico, não irei responder. Apenas digo que concordo com algumas partes de sua resposta e discordo de outras.Este é o problema... A guerra civil já existe no Iraque e isto se deve a presença americana por lá. Certos países precisam (sem entrar no mérito, visto ser lamentável o que direi) de uma liderança forte para colocar ordem na casa. Esta liderança existia com Sadan, gostemos ou não, o Iraque "funcionava" a sua maneira, agora não funciona mais.
Não devemos impor nossas culturas em países que não pensam como nós, devemos respeitar as diferenças. Este é o problema dos americanos, impor suas vontades a força. Por exemplo, o povo saudita não pensa como os americanos em nada, mas o suportanto, existe uma liderança (gostemos ou não dela) que faz o jogo yankee. Mas por que os EUA não invade a Arábia Saudita? Porque o país está "sob controle" (não de seu povo, mas de "terceiros").
Defendo que o Haiti, assim como o Iraque, seja soberano, tenha suas leis, preserve sua cultura, que decida a forma de poder e escolha seus líderes naturalmente. Isto não está acontecendo lá, e não a presença brasileira (ou de quem quer que seja) que mudará o quadro político e social.
Acho interessante a idéia de um cronograma, e ela deve ser debatida. Um cronograma envolve metas, e objetivos a serem cumpridos dentro do prazo determinado. Acho uma boa idéia.Não se prega uma retirada imediata, isso seria um erro crasso. Defendo uma retirada programada, algo lá para 2013-15, com tudo organizado e preparado para a saída das tropas da ONU. Em seguida uma organizada eleição para os representantes do país, mas sob supervisão (não armada) de observadores da ONU (por exemplo), e que deverá se retirar com o tempo. Não se deve apoiar aliados locais, mas efetivos representantes das massas populares.
Sonho? Ideologia? Não mesmo, apenas respeito ao povo haitiano, um povo mais "irmão" do Brasil do que se imagina, um povo com suas origens africanas e com história semelhantes as nossas. O Haiti não precisa de domínio (externo ou não), precisa de organização local, de acordo com suas culturas locais e históricas.
Todos desejam que o haiti possa viver livre como país, sem nenhuma força de paz e que tenha sucesso e um próspero futuro. Mas acho que o trabalho desempenhado pela força de paz é importante para caminharmos a esse objetivo. Não a vejo como uma força querendo impor nossa cultura ou interesses brasileiros ou de qualquer outro país, e sim como uma força de assistência.
O Brasil é amigo do Haiti. Me orgulho ao ver que os ajudamos. Agora cabe discutir como podemos ajudá-los de forma que eles consigam se virar, e sejam de fato independentes.
Um abraço,
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
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Re: Missão de Paz no Haiti
Orestes, por favor, não pegue o "bonde andando". O termo "jornalistas" entre aspas foi empregado por mim para me referir ao senhor Expedito Bastos, que muito diferente dos exemplos esdrúxulos que o senhor utilizou em sua ofensiva mensagem, é muito mais do que um simples "entrevistado" como você o definiu.orestespf escreveu:Não sei o que anda acontecendo, amigo Sniper, mas baseando em sua pérola, podemos chamar o Lula de "jornalista" ao invés de Presidente, o Nelson Jobim de "jornalista" ao invés de Ministro, e Roberto Carlos parece que deixou de ser cantor.Sniper escreveu: Ele não é jornalista mas é visto constantemente no meio e é comum ver sua opinião nos principais meios de comunicação do país, porisso o "jornalistas".
Com suas colaborações em vários jornais e revistas além do UFJF Defesa que é uma publicação formadora de opinião, o senhor Expedito pode não ser um jornalista no sentido estrito e profissional da palavra, mas influencia na formação de opinião tanto ou mais do que a imprensa propriamente dita.
Se não sabe o que falar, melhor ficar calado. Não acha?orestespf escreveu:Que feio, Sniper, que feio... Mas o ajudo, se me permite, jornalista é quem entrevista e não o entrevistado. O jornalista tem outras funções e atividades, mas apresento apenas uma para permitir a completa absorção, mas aos poucos, claro.
Nem sei mais o que falar... Deixa pra lá.
Orestes
Se me permite uma dica, um pouco de humildade e cordialidade não fazem mal a ninguém.
Um abraço,
Sniper