A Batalha de Roraima. [Edit]

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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#226 Mensagem por Marino » Sáb Mai 10, 2008 8:02 pm

Olhem para onde vão os helis novos, na declaração final da entrevista:




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#227 Mensagem por Marino » Sáb Mai 10, 2008 8:10 pm

Vejam a declaração profética de nosso maior indigenista: Orlando Vilas-Boas.
Passem adiante, enviem para o Congresso. Ainda devem existir brasileiros naquela que devia ser a Casa do Povo.




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#228 Mensagem por Marino » Dom Mai 11, 2008 9:54 am

Raposa: general critica ONG que protege índios

Comandante de Brigada de Infantaria do Exército em Roraima defende permanência de arrozeiros na Raposa Serra do Sol

Evandro Éboli



BOA VISTA (RR). Principal entidade pró-demarcação de Raposa Serra do Sol, o Conselho Indígena de Roraima, o CIR, foi duramente criticado pelo comandante do 7ª Brigada de Infantaria de Selva (BIS) de Roraima, general Eliezer Monteiro. O militar defende a permanência dos arrozeiros na reserva. Ele classificou o CIR como uma ONG "segregacionista", que não luta pela união dos índios que vivem na reserva e que recebe dinheiro do governo federal e não o repassa a outras entidades.

Subordinado ao general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, Monteiro critica o CIR por não estimular seus jovens indígenas a prestar o serviço militar, ao contrário de etnias ligadas à Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur).

- O CIR prega a segregação. Eles não aceitam nem que comunidades indígenas recebam benefícios. A gente às vezes passa numa comunidade ligada ao CIR e oferece uma bandeira do Brasil, pergunta se necessitam alguma coisa, oferece serviço médico e dentista, mas eles dizem que não querem. Recusaram até uma escola do Calha Norte, que oferecemos para ser construída no lugar de uma que foi queimada. Política segregacionista não tem vez aqui - disse o general, em entrevista na noite de sexta-feira.



Conselho recebe recursos do governo federal

O CIR defende a demarcação contínua de Raposa e recebe recursos do governo federal para ações em prol dos índios. É vinculado ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e tem proximidade com a Igreja Católica. Milhares de índios de Raposa têm ligações com o conselho, e para entrar em algumas áreas é necessária autorização da ONG.

Assim como o general Heleno, o comandante Monteiro acha fundamental que as áreas de fronteira, mesmo terras indígenas, sejam habitadas por índios e não-índios. Ele diz que hoje as ONGs dominam postos de controle na reserva e acusa a Fundação Nacional do Índio (Funai) de não ter esse controle:

- A quem compete administrar as coisas que estão nas terras indígenas? Seria a Funai, mas o órgão não tem capacidade para isso. Esse poder é feito por uma ONG, que faz o papel que deveria ser da Funai. Isso é a quebra da federação brasileira.

Para o general, a Funai é muito pequena para administrar tantas e tão grandes áreas indígenas. Ele defendeu a revisão dos processos de demarcação em curso na Amazônia e que cesse qualquer projeto de homologação de novas áreas.

- O Estado deveria pensar antes de fazer novas demarcações ou dar prosseguimento às atuais e fechar os processos. Para que criar terra indígena e entregar para uma ONG cuidar?

Como é afinado com o pensamento do general Heleno, Monteiro foi questionado se também concorda que a política indigenista brasileira é caótica. A resposta foi positiva.

- Tem coisa que precisa ser revista na política indigenista do Brasil. As realidades são imensas e difíceis. Por que, por exemplo, que só se prega a retirada dos não-índios de Raposa Serra do Sol? Por que não retiram os não-índios do resto do Brasil? Fundamental é a unidade do país, a manutenção da integridade territorial.





Raposa: Planalto cobra explicação de Jobim

Governo considerou grave a atitude de general que abriu quartel do Exército para ato contra a reserva indígena

Gerson Camarotti



BRASÍLIA. O Palácio do Planalto avaliou que foi um gesto de insubordinação explícita o fato de o general Eliezer Monteiro, do 7º Batalhão de Infantaria da Selva (RR), ter aberto o quartel para ato contra a Reserva Raposa Terra do Sol. Conforme o GLOBO revelou ontem, o militar permitiu a entrada na sede do Exército de fazendeiros e políticos que faziam manifestação contrária à demarcação da área indígena.

Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstraram surpresa com a atitude do general e o fato de ele ter feito até mesmo um discurso a favor dos manifestantes. O Planalto vai querer uma explicação do ministro da Defesa, Nelson Jobim.

A percepção é que o comandante do Exército fez um ato de hostilidade explícita ao governo, principalmente depois do episódio envolvendo outro integrante das Forças Armadas. Recentemente, o próprio Lula manifestou posição contrária ao do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que criou polêmica recentemente ao condenar a política indigenista brasileira.



Jobim não quis comentar gesto do general

A avaliação interna é que foi gravíssima a manifestação do general Monteiro, principalmente depois da decisão do Palácio do Planalto de aguardar uma posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. Procurado ontem, o ministro Nelson Jobim disse por meio de sua assessoria que não iria comentar a postura do general Monteiro.

Cauteloso, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, evitou comentar o gesto do general Monteiro. Mas fez questão de reafirmar ontem que a determinação do Palácio do Planalto continua inalterada em relação ao conflito em Roraima, por causa da demarcação da Raposa Serra do Sol.

- A ordem é aguardar uma decisão do Supremo Tribunal Federal sobre este impasse em raposa Serra do Sol - disse Múcio ao GLOBO.

O general Eliezer Monteiro é a principal autoridade militar do Exército em Roraima e está subordinado diretamente ao general Heleno. Por isso, o desconforto no Palácio do Planalto. Ele recebeu no quartel um grupo de 30 manifestantes que apresentou um documento com ataques à Polícia Federal, ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e até mesmo ao presidente Lula.

Um interlocutor de Lula classificou ontem de inadequado o fato de Monteiro ter considerado "bastante apropriado" o fato de o governo de Roraima ter contestado no Supremo Tribunal Federal a demarcação e a operação da Polícia Federal. Por esta avaliação, o general quebrou uma ordem de hierarquia.

O núcleo do governo Lula considera que o general Eliezer Monteiro ultrapassou suas atribuições ao aconselhar os arrozeiros de Roraima a não aceitar que os índios da região proíbam a circulação de alimentos e combustíveis na área. Isso aconteceu depois que agentes da PF e da Força de Segurança Nacional chegaram ao interior da reserva, há um mês.




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#229 Mensagem por Marino » Dom Mai 11, 2008 9:59 am

A míriam Leitão apoiando? :shock: :shock: :shock:
A coisa deve estar pior do que pensamos.

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Na terra do sol

Miriam Leitão



A Raposa Serra do Sol é um desafio múltiplo para o país. É assunto complexo, delicado, perigoso. No embate, o Brasil revela seus defeitos e erra com os índios: ora por preconceito; ora por paternalismo. A terra sem lei que é a Amazônia está explícita no caso do fazendeiro, com jagunços e armas, apoiado pelo governador. A absolvição do mandante da morte de Dorothy Stang confirma que, na região, o crime tem vencido.

Quando o general Heleno fez seu desabafo, ajudou a revelar o que muitos pensam dentro das Forças Armadas. Melhor que ele fale em público. O general comanda 25 mil homens na Amazônia, deve ter liberdade de exprimir seus pensamentos. Mas, quando for tomada a decisão pelo poder civil, ele vai cumpri-la; certamente.

O general Heleno tem razão quando diz que a política indigenista do Brasil é uma bagunça. Ela tem um defeito original: trata os índios como se todos estivessem no mesmo estágio; os que nem falam português e aqueles completamente integrados recebem o mesmo tratamento paternalista por parte da Funai, como se fossem incapazes, não soubessem o que fazem.

O debate revelou outro flanco, perigoso: o preconceito contra índios. Nem "bom selvagem", como o pensamento idílico de alguns; nem estrangeiros, como tantos fizeram crer. Muitos disseram que, se as terras ficarem com os índios, a integridade territorial brasileira estará ameaçada. Isso revela a idéia esquisita de que grileiros não ameaçam a segurança nacional; mas índios, sim. De que Paulo César Quartiero, com seus capangas encapuzados e bombas, garantiria a integridade do país, mas os índios, num território contínuo, seria a perda de um pedaço do Brasil.

Temer o uso da expressão "nações" para definir as várias etnias indígenas só ameaça a ilusão de um país homogêneo. O Brasil não é homogêneo. Deve ser unido em sua diversidade, respeitadas as diferenças. O Canadá chama os grupos indígenas de first nations, ou seja, primeiras nações, e não foi isso que ameaçou a unidade do Canadá.

O importante é que a bandeira brasileira seja sempre soberana e esteja sobre todos os grupos, etnias, estados. Fundamental é que as Forças Armadas tenham trânsito livre em todo o território nacional. As terras das reservas são da União; os índios têm apenas o usufruto. Mas têm cuidado bem delas. Os dados de satélite provam que as reservas indígenas são hoje áreas mais preservadas que as outras áreas. Às vezes, são manchas verdes cercadas de feridas na mata. Nem sempre é assim. Há índios e índios, como em qualquer outro grupo humano.

Ano passado, entrevistei dois líderes indígenas do alto Rio Negro: Domingos Tukano e André Baniwa. Eles estudaram, usam a internet, e preferem ficar com suas tribos e ajudá-las a preservar sua cultura, ainda que admitam que a cultura não é estática. Moram em pontos diferentes do extremo norte do Brasil. Para chegar em suas aldeias, têm que viajar até São Gabriel da Cachoeira, a 860 quilômetros de Manaus e, de lá, seguir de barco por, no mínimo, uma semana, se for voadeira.

Morando em áreas tão remotas, estão ajudando a garantir a integridade territorial brasileira, e não o contrário.

O mesmo argumento valeria para Quartiero - ou para qualquer outro brasileiro que se disponha a estar em partes extremas e remotas do Brasil - desde que eles cumpram as leis, adquiram suas terras legalmente e não sejam predadores da floresta.

O governador de Roraima está a favor do fazendeiro e pediu o respeito à lei por parte dos índios, mas não viu o flagrante desrespeito à lei cometido pelo fazendeiro-prefeito. A Polícia Federal prendeu Quartiero, mas o governo não registrou que os índios não poderiam ter ido àquela área enquanto a questão estava sendo discutida pela Justiça. Deveriam ter aguardado a decisão do Supremo Tribunal Federal. Os 300 índios que estão acampados em frente à fazenda também estão errados. Ambos, arrozeiros e índios, devem obediência ao mesmo STF. Neste caso, erram os dois. E o governo deve estar preparado para fazer cumprir a decisão do Tribunal, seja qual for. Deve admoestar tanto os índios quanto os arrozeiros, que é isso que se fará.

A questão das reservas indígenas terá que ser enfrentada pelo Brasil de forma atualizada e sem preconceitos. O conflito vai se acirrar daqui em diante. O país tem o direito de se perguntar se as reservas são excessivas. Em alguns casos, talvez sejam, sim. A Funai precisa tornar mais efetiva sua ação. O Incra também tem que dizer, em algum momento, a que veio. Um fazendeiro com quem conversei recentemente na Amazônia admitiu que a maioria das terras deles e de seus amigos não eram exatamente legais, mas me perguntou:

- Por que, em 40 anos, o Incra não foi capaz de pôr ordem nesta bagunça fundiária?

O que está em jogo na Reserva Raposa Serra do Sol é o conflito de terras na Amazônia, e não o dilema de integrar o país ou entregar para os índios. Está em jogo é a capacidade do Estado de fazer cumprir as leis do país naquela vasta e preciosa região. O assassinato de Dorothy Stang mostra a força do crime que está destruindo a Amazônia. Se os punidos forem apenas os pistoleiros mandados, teremos escolhido deixar o crime vencer. O STF pode decidir o que for sobre Raposa Serra do Sol, mas que os ministro não se deixem influenciar pela idéia difundida neste debate de que os índios não são brasileiros e nos ameaçam. Se for isso, o país terá escolhido o retrocesso.




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#230 Mensagem por Tigershark » Dom Mai 11, 2008 6:59 pm

Hoje li no "O Globo" que o Governo estaria pedindo explicações ao Min.Jobim pelas declarações de um General que teria autorizado um protesto de arrozeiros dentro de uma unidade militar,chegando a fazer discurso a favor destes.Se isso é verdade a coisa está realmente pior do que pensamos...




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#231 Mensagem por FIGHTERCOM » Dom Mai 11, 2008 10:46 pm

Tigershark escreveu:Hoje li no "O Globo" que o Governo estaria pedindo explicações ao Min.Jobim pelas declarações de um General que teria autorizado um protesto de arrozeiros dentro de uma unidade militar,chegando a fazer discurso a favor destes.Se isso é verdade a coisa está realmente pior do que pensamos...
Caro Tiger,

Pelo "andar da carroagem" a tendência é só piorar... O governo não faz o seu dever de casa direito, agora está tomando chumbo de todos os lados.


Abraços,

Wesley




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#232 Mensagem por Guerra » Seg Mai 12, 2008 10:01 am

Tigershark escreveu:Hoje li no "O Globo" que o Governo estaria pedindo explicações ao Min.Jobim pelas declarações de um General que teria autorizado um protesto de arrozeiros dentro de uma unidade militar,chegando a fazer discurso a favor destes.Se isso é verdade a coisa está realmente pior do que pensamos...

Pelo o que eu sei não houve nenhum protesto, o que houve foi uma palestra no CFR/7º BIS sobre a questão. O outro lado também já foi chamado mas obvio que não quer confraternizar com o "inimigo", com o bicho papão que eles querem longe da reserva.

O cmt do 7º BIS é um Coronel, mas o problema é que todo militar agora vai virar "general indisciplinado", e tudo que os militares disserem o fizerem vai ser usado como um possivel complo contra os indios.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#233 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 10:04 am

É verdade,Guerra,agora qualquer coisa vai ser utilizada contra os militares.Evidentemente é coisa orquestrada.




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#234 Mensagem por FIGHTERCOM » Seg Mai 12, 2008 12:05 pm

Conselho Indígena pede afastamento de general Eliezer Monteiro

O CIR reagiu domingo às declarações do general Eliezer Monteiro, comandante da 7ª Brigada de Infantaria de Selva (BIS) de Roraima, e acusou os militares de promoverem uma perseguição histórica aos indígenas. É o que mostra reportagem de Evandro Éboli publicada nesta segunda-feira no jornal "O Globo".

O general havia acusado os índios ligados ao conselho e a própria entidade de serem segregacionistas e radicais. O indígena Júlio Macuxi, coordenador de Programas Sustentáveis dos Povos Indígenas do CIR, disse que a posição de Monteiro é uma afronta à Constituição e defendeu que ele seja destituído do cargo. Os índios desaprovam o fato de o general ter permitido, na última sexta-feira, que se realizasse um ato contra a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol no interior da unidade militar que comanda, no auditório do batalhão.

Link: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/0 ... 335673.asp

Abraços,

Wesley




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#235 Mensagem por Tigershark » Seg Mai 12, 2008 12:53 pm

12/05/2008 - 09h58 - Atualizado em 12/05/2008 - 10h05

Controle sobre atividades ilegais na Amazônia é desafio, diz Lula
Do Valor OnLine

BRASÍLIA - Manter o controle sobre atividades ilegais na Amazônia brasileira e criar alternativas concretas para que as atividades econômicas locais sejam ambiental e socialmente sustentáveis são os desafios do Plano Amazônia Sustentável (PAS) - lançado na quinta-feira passada pelo governo federal, na opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



No programa semanal de rádio Café com o Presidente, Lula afirmou que a iniciativa promete promover o desenvolvimento da região, conservando recursos naturais e a biodiversidade e valorizando as comunidades tradicionais.



Dentre as medidas previstas no plano, ele destacou ações emergenciais da Operação Arco Verde, como agilizar o seguro-desemprego, contratar e capacitar cerca de 2,5 mil agentes de defesa ambiental para a prevenção e o combate a incêndios florestais.



Já atividades sustentáveis promovidas pelo Programa de Pró-Recuperação Florestal são citadas por Lula como ações de fomento do PAS. Ele garante que R$ 1 bilhão será usado para recuperar áreas degradadas, para o reflorestamento e para a regularização ambiental na Amazônia.



(O plano) também vai dar apoio à comercialização de produtos do extrativismo, incluindo esses produtos na política de garantia de preços mínimos. Vamos treinar 4 mil profissionais de assistência técnica para atender numa fase inicial 100 mil produtores rurais.



O PAS prevê ainda ações e ordenamento fundiário e territorial, com o levantamento da situação de ocupação dos 36 municípios onde foi detectada a maior taxa de desmatamento. O objetivo, segundo o presidente, é fazer o mapeamento das propriedades e dos postos rurais. Há também a criação de um Cadastro Ambiental Rural.



Isso é importante, porque o produtor só terá acesso ao crédito, ao fomento e à assistência técnica se fizer parte desse cadastro. Estamos chamando todos à responsabilidade porque não é um problema apenas do governo federal, é um problema de todos nós.



Lula destaca ainda ações de governança ambiental para a Amazônia, como a liberação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 500 milhões para investimentos em melhorias no processo de licenciamento, gestão territorial, elaboração e implementação do zoneamento. Ele promete que o plano será uma revolução no tratamento que o governo vai dar para o desenvolvimento da Amazônia.



(Agência Brasil)




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#236 Mensagem por Tigershark » Ter Mai 13, 2008 9:30 am

O Globo

Assunto: O País
Título:'Essa história de ferir soberania é devaneio'
Data: 13/05/2008


Superintendente da PF em Roraima critica oposição de militares à demarcação de reserva
BOA VISTA (RR). A Catedral Metropolitana de Boa Vista, no Centro da cidade, amanheceu pichada ontem. Na entrada lateral da catedral, apareceram duas mensagens: uma contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assinou o decreto de homologação da reserva ("Lula traíra"), e outra contra a Igreja católica, que defende a demarcação em área contínua ("Abaixo a Igreja").

Sem citar o nome do general Eliezer Monteiro, comandante da 7ª Brigada de Infantaria de Selva em Roraima, o superintendente da Polícia Federal no estado, José Maria Fonseca, criticou a oposição dos militares à demarcação de Raposa Serra do Sol em área contínua. Na semana passada, Monteiro abriu o auditório do batalhão para uma manifestação de políticos e arrozeiros contra a atuação da Polícia Federal.

- Essa história de ferir soberania e criação de nação indígena é devaneio. Os ianomâmis, que vivem praticamente isolados, estão aí para provar que este risco é paranóia - disse Fonseca, referindo-se à demarcação contínua das terras dos ianomâmis, que ocorreu no governo de Fernando Collor de Mello. A terra dos ianomâmis fica numa área de fronteira com a Colômbia e a Venezuela.

A Polícia Federal e o Ibama começaram a discutir ontem como farão a ação de interdição das atividades nas fazendas do arrozeiro Paulo César Quartiero, que foi multado semana passada em R$30,6 milhões por danos ambientais.

Apesar do fim do bloqueio da estrada, o clima entre os índios do CIR e os indígenas que apóiam Quartiero continua tenso. O grupo ligado ao conselho e contra a presença dos produtores de arroz em Raposa Serra do Sol permanecia ontem acampado em frente à fazenda de Quartiero. Os indígenas da Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima, que apóiam o líder dos arrozeiros, organizam novo ato de protesto contra a Polícia Federal esta semana.
O repórter Evandro Éboli sobrevoou ontem a rodovia desbloqueada pelos índios em helicóptero da Polícia Federal




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#237 Mensagem por rodrigo » Ter Mai 13, 2008 11:08 am

Em matéria de soberania, eu quero saber a opinião do Exército, e não da Polícia Federal.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#238 Mensagem por Tigershark » Ter Mai 13, 2008 11:15 am

rodrigo escreveu:Em matéria de soberania, eu quero saber a opinião do Exército, e não da Polícia Federal.
X 2,Rodrigo!




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#239 Mensagem por Guerra » Ter Mai 13, 2008 12:44 pm

Indíos avisam: não aceitam conviver com os arrozeiros



Nem mesmo uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à permanência dos não-índios na terra indígena fará com que os índios, que defendem a saída dos brancos, aceitem continuar convivendo com aqueles que chamam de "invasores". Foi o que garantiram líderes da comunidade Jawari, que montaram um bloqueio na rodovia RR-319 para impedir que os produtores de arroz levem material de uso em lavoura para suas fazendas que ficam na Reserva Raposa Serra do Sol.

– A terra é nossa e foi invadida por esses homens. Quando nascemos, ninguém conhecia esses arrozeiros aqui – afirmou Perciliano Januário. – Nós ficamos revoltados porque eles ficam enriquecendo e impedindo nossa pesca e nossa caça. Ninguém vai arredar o pé, porque nós não aceitamos eles ficarem aqui na nossa terra, que é o cemitério de nossos antepassados.



Bombas e tiros

Mostrando fotos, o tuxaua (chefe) Francisco Constantino Júnior relata que, em novembro de 2004, após a construção de mais malocas, a comunidade teria sido atacada com bombas e tiros, segundo ele, a mando dos arrozeiros da região.

– Os arrozeiros não gostam da gente, por isso, não aceitamos eles aqui. Agora mesmo nossos parentes foram baleados no Surumu – lembrou Constantino, referindo-se ao atentado sofrido nesta semana por índios que ocupavam a fazenda do líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero.



Manipulação

Os índios também definem como "mentiras" as acusações dos arrozeiros de que eles seriam manipulados por padres e organizações não-governamentais estrangeiras para defenderem a demarcação da Raposa/Serra do Sol em área contínua.

– Padre não tem nada a ver com isso, e estrangeiros são eles (arrozeiros) – rebateu Januário, apoiado em seguida pelo professor indígena Jaime Araújo:

– Nós também somos inteligentes e sabemos decidir sozinhos o que queremos.

Questionados, os indígenas se dizem satisfeitos com a postura adotada pelo presidente da República em relação ao conflito.

– Ele assinou e reconheceu nossa terra. Gostamos até aqui e não queremos que o tribunal altere nossa homologação – ressaltou o tuxaua Constantino. (ABr)

O EB não pode entrar, os arrozeiros são "estrangeiros". E assim vamos.




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Re: A Batalha de Roraima. Omissão das FA's brasileiras

#240 Mensagem por Guerra » Ter Mai 13, 2008 12:47 pm

Roraima em pé de guerra
Padre italiano é acusado de ensinar tática de guerrilha a índios de Roraima e ficar com ouro e diamante extraídos nas reservas

Mino Pedrosa e Ricardo Stuckert - (Aldeia Boa Vista RR)

No extremo norte do País, próximo à fronteira com a Guiana, há uma área rica em minérios, ouro e diamante, onde índios macuxis estão em pé de guerra contra os fazendeiros da região. Sob o comando do cacique Jacir e do padre italiano Giorgio Dall Ben, que vive no Brasil desde a década de 60, os índios têm invadido propriedades rurais. Durante anos, padre Giorgio formou dupla com outro cacique macuxi, Terêncio Luiz da Silva, da aldeia Ubaru, que dava as cartas no nordeste de Roraima. Bem afinados, os dois chegaram a ser recebidos juntos pelo papa João Paulo II. Mas há dois anos eles romperam. Enquanto o padre, com o apoio da Igreja Católica e da Fundação Nacional do Índio (Funai), insiste na defesa de uma demarcação contínua das reservas indígenas de Raposa e Serra do Sol, seu ex-aliado prega a criação de ilhas de preservação, proposta enfaticamente apoiada por fazendeiros, garimpeiros e pelo governo de Roraima. A dissolução dessa parceria acabou resultando em denúncias de utilização dos indígenas como massa de manobra numa guerra de interesses envolvendo o desvio de minério brasileiro pela Igreja Católica e o ensino de táticas de guerrilha aos índios. Em entrevista a ISTOÉ, o cacique Terêncio Luiz acusa padre Giorgio de ser o pivô dessa estratégia agressiva da Igreja. “Ele anda armado e usa os índios na exploração de ouro e no garimpo de diamante. Antes isso era feito com máquinas, e hoje o trabalho é todo manual, feito pelos índios”, conta Terêncio. O cacique afirma que o padre troca mantimentos e roupas com os índios por diamantes e ouro. “Enquanto estivemos juntos, sempre vi o padre pegando ouro e diamantes. Não sei o que ele fazia com aquilo, para onde mandava. Só sei que ficava com ele.”

Disfarçado de mulher – Padre Giorgio tornou-se uma figura lendária em Roraima. Transformou a aldeia Maturuca em um verdadeiro bunker, onde só permite o acesso da Funai, de missionários e de representantes de Organizações Não-Governamentais, especialmente as estrangeiras. Protegido pelos índios que o seguem, há anos não é mais visto pelos fazendeiros da região, que o teriam jurado de morte. Há cerca de um ano, em uma de suas últimas aparições, foi reconhecido saindo rapidamente de um posto de gasolina na capital do Estado, Boa Vista, pelo vereador Jordão Mota Bezerra, do município de Uiramutã. No Interior, contam que Giorgio chega a disfarçar-se de mulher quando precisa passar por alguma das cidades da área de conflito. Nas vezes em que se sente ameaçado em território brasileiro, atravessa a fronteira e se esconde na Guiana. O fazendeiro Wilson Alves Bezerra endossa as denúncias do cacique contra padre Giorgio: “Além de ensinar táticas de guerrilha, ele faz com que os índios garimpem ouro e diamante, que, depois, são enviados para a Itália.” Wilson, que tocava as dez maiores fazendas do Estado, das quais três eram de sua propriedade, foi anfitrião de Giorgio durante seis meses, em 1975. Depois, viu seu hóspede, com o apoio da Igreja, de ONGs e até da Funai, comandar os índios nas invasões contra nove das fazendas que administrava. Na última propriedade que lhe restou, Wilson continua extraindo diamantes e conta, para se defender de invasões, com a ajuda de outros índios que não seguem a cartilha do padre. “Se eu perder essa última fazenda e topar com o padre, eu acabo com ele”, ameaça Wilson.


ISTOÉ tentou encontrar o misterioso padre Giorgio Dall Ben, mas não conseguiu localizá-lo. No sábado 15, a reportagem da revista foi procurá-lo na aldeia Maturuca, mas foi barrada pelos índios, que exigiram uma autorização da Funai para o desembarque. Antes de ir para a aldeia, os repórteres de ISTOÉ foram à casa que serve de sede da Funai em Boa Vista, mas não encontraram sequer um funcionário para dar a autorização. Dez dias antes, a casa havia sido invadida por índios contrários à posição da Funai e da Igreja Católica na demarcação das terras indígenas. Nessa guerra pela demarcação que divide brancos e índios, o padre Giorgio está no olho do furacão. Com sua defesa de uma ampla e contínua reserva que englobe as principais e cobiçadíssimas jazidas minerais do Estado, conseguiu arregimentar um verdadeiro exército de índios estimado pelos adversários em dois mil soldados. Na esteira das operações militares que expulsaram os garimpeiros da região, essa tropa invadiu fazendas e aumentou na marra o tamanho da área controlada pelos índios.

O projeto original do governo federal previa a demarcação contínua com o argumento de que os índios são nômades. Com essa postura, agrada aos organismos internacionais, às Organizações Não-Governamentais e à Igreja Católica, que lutam pela preservação do hábitat natural dos índios. Em Roraima, porém, a resistência à execução desse projeto é muito grande. Hoje, as reservas indígenas tomam cerca de 43,12% do Estado, a maior parte na região noroeste, fronteira com a Venezuela e divisa com o Estado do Amazonas. Se a demarcação da área a nordeste for contínua, os índios tomarão mais 18% de Roraima.
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Imagina, a igreja não tem nada com isso.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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