Los Pulqui

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Bolovo
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Los Pulqui

#1 Mensagem por Bolovo » Seg Mai 12, 2008 6:52 am

Eu roubei esse texto do Sideshow lá da Alide, mas já faz tempo que ele postou e o assunto é interessante. :mrgreen:

Nunca tinha prestado tanto atenção nesse Pulqui II, velho, que máquina!! [003]

FMA I.Ae.27 Pulqui 1

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ÀS 17 25 hs. do 9 de agosto de 1947, os calmos céus das serras cordobesas se viram alterados pela aparição de uma aeronave de particulares características. Tratava-se do "Pulqui" ("flecha", em língua araucana), que com o 1er. Tenente Edmundo Osvaldo Weiss nos comandos inaugurava uma nova etapa na história a tecnologia aeronáutica nacional: desde esse momento, a Argentina ingressava ao privilegiado círculo de países em capacidade de projetar, construir e pôr em vôo aviões propulsados a reação.

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O histórico vôo foi a culminação do trabalho iniciado um ano atrás no Instituto Aerotécnico de Córdoba, por uma equipe integrada pelo engenheiro francês Emil Dewoitine e os engenheiros argentinos Cardehilac, N. L. Morchio e H. J. Ricciardi. O resultado foi um avião monoplano e monomotor cujo desenho incluia inovadoras soluções a múltiplos problemas tecnológicos, e que demonstrou ante próprios e alheios a capacidade de "poder fazer" dos técnicos e engenheiros argentinos quem, uma vez superada a barreira do "supor que não podemos", sentaram as bases da futura produção aeronáutica e aeroespacial nacional.
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DATOS TÉCNICOS
Tipo: Caza monoplaza
Motor: 1- Rolls-Royce Derwent 5, de 1633 Kg. Emp.
Envergadura: 11,25 m
Superficie alar: 19,70m2
Longitud: 9.69m
Altura: 3,29m
Peso vacío: 1358 Kg.
Carga completa: 2.041kg

Velocidad máxima en vuelo horizontal: 720km/h
Techo de servicio: 15,500m
Autonomía: 900 km
Armamento: 4 cañones de 20 mm (no instalados)


IAe.33 Pulqui II

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Muito do notável desenvolvimento aeronáutico que sobreviria na segunda metade dos anos 40 teria que ver com a chegada de engenheiros e aeronautas alemães (alguns dos poucos que não foram absorvidos pelos Estados Unidos e a União Soviética), uma vez finalizada a guerra. Entre eles estava Kurt Tank, quem seria o autor do projeto Pulqui II, realizado em 1950 e que, com uma capacidade de 1.200 quilômetros por hora de velocidade, se transformaria num dos caça interceptores mais avançados do mundo. (O modelo se parecia em sua forma ao MIG-15, da URSS, e ao F-86 "Sabre", de Estados Unidos, que foram construídos por técnicos da fábrica alemã da que Tank era o diretor).
Este processo gerador começou a opacarse quando a aberta confrontação na sociedade argentina terminou por gerar o golpe de estado de 1955. O cisma, o rancor e outros interesses, não só apontaram ao ostracismo do movimento político derrocado, senão que também repercutiu em outras áreas, incluída a indústria aeronáutica, como que se abortou a produção em série do Pulqui II.
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DATOS TÉCNICOS

TIPO : Caza
LARGO : 11,60 m
ALTO : 3,35 m
MOTOR : 1-Rolls Royce Nene II 22,71 Kn
PESO VACÍO : 3554 Kgs
PESO CARGA COMPLETA : 5988 Kgs
ARMAS : 4 Cañones de 20 mm
AUTONOMÍA : 2030 Km a 10000 Mts
VELOCIDAD : 1040 km/h a 4800 Mts
TECHO DE SERVICIO : 15000 Mts
PILOTOS : 1
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O bicho era contemporâneo ao F-86 Sabre, ao Mig-15, ao Saab Tunnan etc!!! :shock:

Video nostálgico:

Então eu aproveitei para dar uma viajada na maionese e pensei... já pensou se tivessemos comprado uns 100 e nos livrado de 20 anos de tranqueira (Gloster Meteor, F-80, T-33, argh!).

Os do Pacau e do Pampa... do Senta Pua e do Rompe Mato eu faço depois... todos baseados em padrões usados pela FAB na época a jato (Meteor, F-80 e T-33).
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E claro o da FAA (com a pintura usado pelos F-86F deles)
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[009]




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Re: Los Pulqui

#2 Mensagem por gral » Seg Mai 12, 2008 8:40 am

Eu ouvi algumas histórias que o Pulqui era um avião difícil de voar, aparentemente ele tinha a tendência desagradável de estolar rapidamente e sem aviso assim que você passasse dos limites do envelope(é essa a palavra que se usa? Eu sei que é em inglês, mas não em português) de vôo.




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Re: Los Pulqui

#3 Mensagem por Beronha » Seg Mai 12, 2008 10:19 am

eu li uma vez, que o kurt tank não gostava do pulqui 2 , so naõ me lembro onde... :shock:




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Re: Los Pulqui

#4 Mensagem por Brigadeiro » Seg Mai 12, 2008 10:48 am

Sim Gral, é essa expressão mesmo: "envelope de vôo" (que nada mais é do que as características normais de vôo)...

Mas é uma pena não ter dado certo... Era uma belíssima máquina e poderia ter dado certo no passado, pois era da mesma linhagem do MIG e Sabre (o que deve ter surpreendido o mundo). O problema dos argentinos é que eles contrataram o pessoal mas não formaram os sucessores em quantidade para dar continuidade aos trabalhos e o golpe acertou em cheio a indústria aeronáutica local. Vieram bons projetos como o IA-24 CALQUIN, os Polqui's, os projetos de asas voadoras (IA 47 e outros) e que se tivessem vingado deixaria definitivamente a Argentina na vanguarda nos projetos aeronáuticos... Mas a história já deixou registrado os acontecimentos... Infelizmente...

O Brasil foi num caminho mais lento e progressivo, criando primeiro o ITA com polo de excelência e com o passar do tempo veio os resultados, sendo que a EMBRAER é um deles. Nosso primeiro jato veio décadas depois, entretanto o setor aeroespacial já tinha se solidificado e conhecido no mundo... Um belíssimo trabalho do Brigadeiro Casemiro Montenegro...

Até mais!




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Re: Los Pulqui

#5 Mensagem por soultrain » Seg Mai 12, 2008 12:54 pm

Esse não foi o caça projectado por um Alemão, fugido após a II GM?

[[]]'s





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Re: Los Pulqui

#6 Mensagem por delmar » Seg Mai 12, 2008 1:15 pm

soultrain escreveu:Esse não foi o caça projectado por um Alemão, fugido após a II GM?

[[]]'s
Este mesmo.




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Re: Los Pulqui

#7 Mensagem por pafuncio » Seg Mai 12, 2008 3:20 pm

Kurt Tank, que viveu um tempo exilado na Argentina. Se não me engano, ele projetou o Heinkel derrotado pelo Me 262.

O Perón investiu pesado na indústria aeronáutica, bem como no programa nuclear argentino.Quando sofreu o golpe, pelo menos a indústria aeronáutica sofreu um baque duríssimo, da qual não mais se recuperou. Aliás, sob o Carlos Menem, imaginaram que iam se recuperar, mas ...

Quanto ao programa nuclear, acho que as coisas caminharam em bom termo. Eles são mui saudosos do Almirante Castro Madero, um homem que vislumbrou efetivamente um Submarino Nuclear de Ataque Argie.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: Los Pulqui

#8 Mensagem por Sintra » Seg Mai 12, 2008 4:32 pm

alexandre lemos escreveu:Kurt Tank, que viveu um tempo exilado na Argentina. Se não me engano, ele projetou o Heinkel derrotado pelo Me 262.

O Perón investiu pesado na indústria aeronáutica, bem como no programa nuclear argentino.Quando sofreu o golpe, pelo menos a indústria aeronáutica sofreu um baque duríssimo, da qual não mais se recuperou. Aliás, sob o Carlos Menem, imaginaram que iam se recuperar, mas ...

Quanto ao programa nuclear, acho que as coisas caminharam em bom termo. Eles são mui saudosos do Almirante Castro Madero, um homem que vislumbrou efetivamente um Submarino Nuclear de Ataque Argie.
Kurt Tank foi o criador DISTO:

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Re: Los Pulqui

#9 Mensagem por pafuncio » Seg Mai 12, 2008 5:12 pm

Também fugiu de um ataque de Mustangs quando fazia o teste de uma maravilha, o Ta 152 ....

Mas acho que foi ele que projetou o caça a jato da Heinkel, o qual foi derrotado pelo Sturmvogel ...




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Re: Los Pulqui

#10 Mensagem por Beronha » Seg Mai 12, 2008 8:36 pm

Alguem se lembra do alemão que participou de um projeto de convertiplano no Brasil e depois vazou para os usa ?




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Re: Los Pulqui

#11 Mensagem por gral » Seg Mai 12, 2008 10:36 pm

Beronha escreveu:Alguem se lembra do alemão que participou de um projeto de convertiplano no Brasil e depois vazou para os usa ?
Acho que foi o Kurt Tank mesmo, não foi? Ele era um dos "judeus errantes" da engenharia aeronáutica, depois que saiu da Argentina foi pra Índia, onde projetou o Marut.




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Re: Los Pulqui

#12 Mensagem por joao fernando » Ter Mai 13, 2008 12:13 pm

Tenho minhas teorias de que o pessoal que "vazou" da Argentina, veio aqui ajudar nos primordios do ITA. Pelo menos as datas procedem, entre o termino dos projetos deles e o inicio dos nossos projetos.




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Los Pulqui

#13 Mensagem por TR-1700 » Sex Mai 16, 2008 10:47 pm

Saludos amigos:

Según tengo entendido, el problema del Pulqui II estaba centrado en su timón de dirección. El modelo final, el que ustedes ven hoy día en el Museo de Aviación, es el último de los prototipos que se hicieron, es el Nro. 5. En él el Ingeniero Tank y su equipo, limó los detalles, llegando al que sería el modelo definitivo.
Los comentarios de los pilotos de pruebas argentinos que lo volaron, hablan de un excelente comportamiento.

Les recomiendo un excelente libro que trata mucho el tema, se llama "Las Alas de Perón" de Ricardo Burzaco.-

Uno de los problemas del Pulqui II estuvo dado por la turbina que lo propulsaba, la muy noble Rolls Royce Nene.-
En esos tiempos no eran muchas las alternativas que el mercado ofrecía, y según he leído, la propia Gran Bretaña ponía reparos en vender la cantidad que Argentina necesitaba.

Otro de los problemas que afectaron al Pulqui II fue de carácter político. A las demoras que se produjeron por problemas de diseño ( timón de dirección ), se le sumó la caída del régimen peronista, producido por lo que aquí se llamó la Revolución Libertadora, encabezada por el Ejército y la Marina, en el año 1955.-

Cuando los militares, que derrocaron a Perón, intentaron continuar con el proyecto Pulqui II, se vieron con que Kurt Tank ya se había ido del país. De todas formas, la intención del gobierno militar, seguía siendo la de construir unos 100 aviones.

Pero el principal problema del IA-33 Pulqui II, fueron las presiones políticas para no permitir la construcción de un reactor de combate de primera línea 8-].-

Los años fueron pasando y "curiosamente" al momento de tomar la decisión final, los EEUU hicieron a la Argentina una oferta muy tentadora por un número grande de F-86s de la versión Dash 40 (la más potente por esos años), lo que consecuentemente inclinó la balanza por el producto yankee en detrimento del avión nacional.-

La historia finalmente fue muy distinta, los Pulqui II de serie nunca vieron la luz, y los F-86 llegaron en definitiva en un número muy menor a los que habían sido ofertados, (solo 28) y de una versión bastante más modesta que la pensada, la F-86F-30.-

Ese no fue el único ejemplo de decisiones "erradas" por no decir estúpidas. Una vez más Argentina, por aceptar el anzuelo norteamericano, desechó una oportunidad histórica.

El tanque Nahuel, de diseño enteramente nacional, fue otro claro ejemplo, el que murió ante los irresistibles Shermans O Km a precio de "sucata". Aunque esos no se compraron directamente a EEUU, sino en Europa.-

Les dejo mis cordiales saludos desde mi Buenos Aires querida.-




Las Islas Malvinas, Georgias y Sandwich del Sur, fueron, son y serán Argentinas.-
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Re: Los Pulqui

#14 Mensagem por TR-1700 » Sex Mai 16, 2008 10:53 pm

gral escreveu:
Beronha escreveu:Alguem se lembra do alemão que participou de um projeto de convertiplano no Brasil e depois vazou para os usa ?
Acho que foi o Kurt Tank mesmo, não foi? Ele era um dos "judeus errantes" da engenharia aeronáutica, depois que saiu da Argentina foi pra Índia, onde projetou o Marut.
Amigo gral.:
La Argentina contactó a Kurt Tank como a varios otros científicos alemanes en la mismísima Europa.
En el caso de Tank, se le ofreció el cargo de Ingeniero en Jefe de la Fábrica Militar de Aviones de Córdoba y una muy buena paga. Después de la caída del régimen peronista, Tank emigró a la India.-

Tambien por esos años llegaron a Argentina el Ingeniero Horten, padre del ala volante, quien vivió el resto de su vida aquí.
El francés Dewotaine, emigrado de Francia por colaboracionista, recaló por éstas tierras, siendo el padre del Pulqui I que se ve en las primeras fotos de este topic.

Hasta el As Adolf Galland, fue instructor en la Escuela de Aviación Militar de Córdoba por algún tiempo y hasta el mítico Hans Ulrich Rudel piloto de Junker 87 Stuka, vivió muchos años en Argentina antes de regresar a su tierra natal.-

Te dejo mis cordiales saludos.-




Las Islas Malvinas, Georgias y Sandwich del Sur, fueron, son y serán Argentinas.-
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Re: Los Pulqui

#15 Mensagem por pafuncio » Sáb Mai 17, 2008 12:32 am

Otto Skorzeny también, no ? :wink:




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