02/05/2008 - 15h05 - Atualizado em 02/05/2008 - 15h10
Dimitri Medvedev, uma nova geração no poder na Rússia
Da France Presse
MOSCOU, 2 Mai 2008 (AFP) - O novo presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, que toma posse neste 7 de maio, rompe com o estilo de seu predecessor - é jovem, mais moderno, mais afável - mas é um puro produto da era Putin.
Aos 42 anos, foi impulsionado à chefia do maior país do mundo pela única vontade de seu mentor, Vladimir Putin, 13 anos mais velho, que se tornará seu primeiro-ministro - um cenário inédito na história da Rússia.
É descrito muitas vezes como um "tecnocrata" pragmático, formado à sombra do presidente e partidário do rígido controle político exercido por seu mentor.
De rosto juvenil, Medvedev também deve sua ascensão política dentro da elite russa a Putin, que contratou o então jovem e brilhante advogado no início dos anos 90 para ajudar no departamento de Relações Exteriores do governo de São Petersburgo.
Em cinco anos de trabalho, destacou-se por dar soluções jurídicas em casos de malversações que poderiam ter respingado em Vladimir Putin, segundo a imprensa russa e antigas autoridades políticas locais.
Após coordenar a campanha presidencial de Putin em 2000, Medvedev foi nomeado chefe de gabinete no Kremlin e, em seguida, presidente da Gazprom, a jóia da coroa do setor energético russo.
Em suas diferentes funções, assistiu à tomada de controle dos meios de comunicação e ao sufocamento da oposição, sem que ficasse claro seu papel em tudo isso.
No entanto, foi a decisão de Putin de nomeá-lo primeiro vice-ministro em novembro de 2005, encarregado de projetos nacionais na área sanitária, educacional e de moradia, que iniciou os rumores de sua provável eleição como sucessor de Putin.
Desde então, o candidato Medvedev só tem um programa: a fidelidade a Vladimir Putin e a continuação de sua obra. Discreto, ele oferece uma imagem tranqüilizadora, melhor do que a do atual presidente, alvo de muitas críticas antiocidentais.
"Com Medvedev, a Rússia parece seguir para o bom caminho, o da modernização. A eleição de Medvedev é um sinal para os russos e para o Ocidente", considera um diplomata europeu em Moscou.
Mas o Ocidente se equivocaria se der como certa uma grande abertura por parte da Rússia ou se subestimar suas ambições, adverte Alexander Rahr, especialista sobre a Rússia na Sociedade Alemã para a Política Exterior, com sede em Berlim.
"Se quisermos voltar a fazer da Rússia um 'sócio júnior', como nos anos 90, chegaremos rapidamente a um conflito. Medvedev oferece talvez um rosto simpático, mas quer que o respeitem", diz Rahr.
O candidato do Kremlin já advertiu em janeiro que a Rússia não será "o aluno bonzinho ou o figurante" que os ocidentais viam em Moscou nos anos 90.
As relações com o Ocidente dependerão também do futuro presidente americano, quer se trate do republicano anti-russo John MacCain, ou de algum dos democratas, tradicionalmente pouco inclinados a Moscou.
"Estados Unidos e Rússia terão que cooperar, sejam quais forem seus dirigentes. É inevitável", afirmou Medvedev.
Nascido em 14 de setembro de 1965, Medvedev é filho único de Anatoly Medvedev, um professor do Instituto Tecnológico de Leningrado e de Yulia, professora de filologia no instituto Gertsen.
Cresceu em um subúrbio humilde de Leningrado, e foi estudar Direito na Universidade Estatal da cidade, onde se destacou como um dos alunos mais brilhantes de sua turma.
Com um dom para a administração e a logística, Medvedev se descreve também como um pragmático.
"A ideologia é algo perigoso", disse uma vez aos jornalistas, ainda que também tenha se definido como um "europeu" na política exterior, próximo aos valores da democracia e dos direitos humanos.
Ao contrário de Putin, Medvedev não possui vínculos conhecidos com a KGB, mas tem ligações dentro do clã político proveniente de São Petersburgo, que domina os mais altos escalões do poder.
Apoiado em seu profundo conhecimento da burocracia do Kremlin, Medvdevev é considerado o principal funcionário da pirâmide política que ajudou Putin a permanecer sem grandes solavancos na presidência.
Um de seus maiores feitos foi ter reorganizado as relações com alguns dos oligarcas multimilionários que dominaram a cena política russa durante a presidência do predecessor de Putin, Boris Yeltsin.
O Sucessor de Putin
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Re: O Sucessor de Putin
Nova geração? é o velho FSB, da ainda velha guarda sovietica, o FSB ainda é maior que a KGB....
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Lobos que foram homens e o tornarão a ser
ou talvez memórias de homens.
que insistem em não rasgar a pele
Homens que procuram ser lobos
mas que jamais o tornarão a ser...
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Re: O Sucessor de Putin
Olha quem escapou do Gulag!!!!!! (outro??????)
Triste sina ter nascido português
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Re: O Sucessor de Putin
Medvedev estuda resposta a acordo Washington-Praga sobre escudo antimísseis
Há 42 minutos
TOYAKO, Japão (AFP) — O presidente russo, Dimitri Medvedev, lamentou nesta quarta-feira a assinatura na véspera do acordo entre os Estados Unidos e a República Theca sobre o escudo antimísseis e afirmou que seu país não vai reagir 'com histeria' e sim refletir em sua resposta, com possíveis contramedidas.
"A assinatura deste acordo nos incomoda muito", declarou Medvedev durante uma coletiva de imprensa ao término da reunião de cúpula do G8. Ele disse ter tratado s sobre a questão com seus colegas.
"A Rússia não se deixará levar pela histeria, mas refletira em suas medidas de resposta", enfatizou.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e seu colega tcheco, Karel Schwarzenberg, assinaram nesta terça-feira em Praga um acordo bilateral para a construção de um sistema de defesa antimísseis, afirmando que se trata de um avanço para a segurança mundial, apesar da enérgica oposição russa.
Este acordo permite a instalação de uma estação de radar em território tcheco como parte de um escudo que os Estados Unidos consideram necessário para prevenir ataques potenciais de países como o Irã.
Os Estados Unidos querem que este radar seja conectado a um sistema de interceptação de mísseis na vizinha Polônia, embora até agora as negociações para sua construção estejam entravadas, uma vez que os poloneses exigem garantias adicionais de segurança.
A Rússia considera o plano uma ameaça à própria segurança, apesar das afirmações americanas.
Em outras ocasiões, os Estados Unidos sugeriram que dirigentes russos pudessem inspecionar as instalações antimísseis, sempre que a República Tcheca e a Polônia estivessem de acordo.
A Otan aprovou a construção do sistema de defesa antimísseis americano durante sua cúpula de abril em Bucareste.
Imediatamente a Rússia reagiu à assinatura do acordo ameaçando adotar "técnicas militares" contra a eventual mobilização de um sistema de defesa antimíssil americano perto de suas fronteiras, segundo comunicado do ministério dos Assuntos Estrangeiros.
"Sim, perto de nossas fronteiras, está começando a ser instalado um verdadeiro sistema de defesa antimíssil estratégico americano, então nós seremos obrigados a reagir não mais de modo diplomático, mas por técnicas militares", destacou a nota.
Em julho de 2007, Moscou havia brandido a ameaça de mobilizar mísseis no encrave de Kaliningrad, situado entre a Polônia e a Lituânia, se os Estados Unidos não aceitassem suas propostas.
A Rússia ofereceu na época, em lugar do projeto americano de construir um sistema antimíssil na Polônia e na República Tcheca, partilhar com os Estados Unidos uma estação radar no Azerbaijão.
Há 42 minutos
TOYAKO, Japão (AFP) — O presidente russo, Dimitri Medvedev, lamentou nesta quarta-feira a assinatura na véspera do acordo entre os Estados Unidos e a República Theca sobre o escudo antimísseis e afirmou que seu país não vai reagir 'com histeria' e sim refletir em sua resposta, com possíveis contramedidas.
"A assinatura deste acordo nos incomoda muito", declarou Medvedev durante uma coletiva de imprensa ao término da reunião de cúpula do G8. Ele disse ter tratado s sobre a questão com seus colegas.
"A Rússia não se deixará levar pela histeria, mas refletira em suas medidas de resposta", enfatizou.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e seu colega tcheco, Karel Schwarzenberg, assinaram nesta terça-feira em Praga um acordo bilateral para a construção de um sistema de defesa antimísseis, afirmando que se trata de um avanço para a segurança mundial, apesar da enérgica oposição russa.
Este acordo permite a instalação de uma estação de radar em território tcheco como parte de um escudo que os Estados Unidos consideram necessário para prevenir ataques potenciais de países como o Irã.
Os Estados Unidos querem que este radar seja conectado a um sistema de interceptação de mísseis na vizinha Polônia, embora até agora as negociações para sua construção estejam entravadas, uma vez que os poloneses exigem garantias adicionais de segurança.
A Rússia considera o plano uma ameaça à própria segurança, apesar das afirmações americanas.
Em outras ocasiões, os Estados Unidos sugeriram que dirigentes russos pudessem inspecionar as instalações antimísseis, sempre que a República Tcheca e a Polônia estivessem de acordo.
A Otan aprovou a construção do sistema de defesa antimísseis americano durante sua cúpula de abril em Bucareste.
Imediatamente a Rússia reagiu à assinatura do acordo ameaçando adotar "técnicas militares" contra a eventual mobilização de um sistema de defesa antimíssil americano perto de suas fronteiras, segundo comunicado do ministério dos Assuntos Estrangeiros.
"Sim, perto de nossas fronteiras, está começando a ser instalado um verdadeiro sistema de defesa antimíssil estratégico americano, então nós seremos obrigados a reagir não mais de modo diplomático, mas por técnicas militares", destacou a nota.
Em julho de 2007, Moscou havia brandido a ameaça de mobilizar mísseis no encrave de Kaliningrad, situado entre a Polônia e a Lituânia, se os Estados Unidos não aceitassem suas propostas.
A Rússia ofereceu na época, em lugar do projeto americano de construir um sistema antimíssil na Polônia e na República Tcheca, partilhar com os Estados Unidos uma estação radar no Azerbaijão.
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