Paraguai
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Em Gana, Amorim e Lula se contradizem sobre contrato com Paraguai
“Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remuneração adequada para sua energia. Isso é justo”, disse Amorim em Acra, onde participa de atividades da 12ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O tratado de Itaipu prevê que o excedente de um dos sócios deve ser vendido ao outro pelo preço de custo.
Questionado se o país faria isso, mesmo em detrimento de interesses nacionais, Amorim afirmou que o mais importante é a harmonia entre os países da região. Ele frisou, no entanto, que o Brasil não cederá a chantagens. “Mas também não creio que vá haver isso. Vai haver uma atitude normal de conversa, de encontrar soluções para um país com o qual temos uma relação muito próxima”.
link: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_N ... 56,00.html
Resumindo, F#DE0 moçada. Estou cada dia mais convicto que nós não mandamos nem naquilo que pensamos que é nosso (não estou falando de Itaipu). O nosso digníssimo governo consegue muito bem ver as necessidades dos povos carentes (de outros países), menos dos brasileiros.
Ceder a esse tipo de pressão abre a possibilidade para algo sem precedentes, agora todos vão se achar no direito de rever os seus acordos com o Brasil. Ohhh meu Deus, maldita hora que deixei de Votar!
Abraços,
Wesley
“Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remuneração adequada para sua energia. Isso é justo”, disse Amorim em Acra, onde participa de atividades da 12ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O tratado de Itaipu prevê que o excedente de um dos sócios deve ser vendido ao outro pelo preço de custo.
Questionado se o país faria isso, mesmo em detrimento de interesses nacionais, Amorim afirmou que o mais importante é a harmonia entre os países da região. Ele frisou, no entanto, que o Brasil não cederá a chantagens. “Mas também não creio que vá haver isso. Vai haver uma atitude normal de conversa, de encontrar soluções para um país com o qual temos uma relação muito próxima”.
link: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_N ... 56,00.html
Resumindo, F#DE0 moçada. Estou cada dia mais convicto que nós não mandamos nem naquilo que pensamos que é nosso (não estou falando de Itaipu). O nosso digníssimo governo consegue muito bem ver as necessidades dos povos carentes (de outros países), menos dos brasileiros.
Ceder a esse tipo de pressão abre a possibilidade para algo sem precedentes, agora todos vão se achar no direito de rever os seus acordos com o Brasil. Ohhh meu Deus, maldita hora que deixei de Votar!
Abraços,
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"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Eu sei que ainda é cedo para chamar (mais uma vez...) esse (des)governo de cagão. Mas assim já é demais. Esse bunda suja barbudo fica nessa covardia de mandar o assessor MA Garcia assoprar enquanto ele dá uma de fodão perante a Opnião(?) pública dizendo que não vai renegociar nada. Mas tá todo mundo sabendo que ele está se preparando para ficar de quatro segundo orientam os traidores S P Guimarães, et caterva.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Pronto, já abriram as pernas preventivamente:
22/04/2008 - 16h08
Itamaraty diz que Brasil admite negociar preço, mas não alterar tratado de Itaipu
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
O Itamaraty rebateu nesta terça-feira as afirmações de que o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham dado declarações contraditórias em relação à renegociação de preços da usina de Itaipu.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, Amorim, assim como Lula, disse que o tratado não será renegociado. O ministro acrescentou, porém, que o Brasil está aberto a negociações para que o Paraguai obtenha o "máximo de benefícios" --mas, segundo o Itamaraty, sem alterar o documento assinado em 1973.
Ontem, Amorim disse que o Brasil pode reajustar o valor pago ao Paraguai pela energia excedente da hidrelétrica de Itaipu. Ele ressaltou que isso já foi feito no passado e que o tratado prevê que o excedente de um dos sócios seja vendido ao outro pelo preço de custo.
"Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remuneração adequada para sua energia. Isso é justo", disse o ministro.
Já o presidente Lula disse que o tratado não será alterado. "Nós temos um tratado, e o tratado vai se manter", disse depois de participar de uma reunião na Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).
O tratado com Itaipu foi assinado em 1973 e prevê que a energia gerada pela usina será dividida igualmente entre os dois sócios. Como o Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia --que atende 95% da demanda do país--, o restante é vendido ao Brasil a preço de custo --representa 20% da energia elétrica do Brasil.
Assim, o Brasil, paga atualmente US$ 45,31 por megawatt ao Paraguai, dos quais porém US$ 42,5 são abatidos da dívida que o Paraguai tem pela construção da usina, restando US$ 2,81 para uso do país vizinho.
Lugo
O presidente paraguaio eleito, Fernando Lugo, voltou a dizer nesta terça-feira que o preço da energia que o Paraguai dá ao Brasil tem que ser "justo". "Achamos que o preço da energia que o Paraguai dá à Argentina e ao Brasil tem que ser um preço justo. O preço justo é o preço de mercado, e não o preço de custo", disse Lugo.
Durante a campanha, ele já havia dito que os US$ 300 milhões pagos pelo Brasil ao país anualmente são "irrisórios" e defendeu um 'preço de mercado', entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 4574.shtml
22/04/2008 - 16h08
Itamaraty diz que Brasil admite negociar preço, mas não alterar tratado de Itaipu
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
O Itamaraty rebateu nesta terça-feira as afirmações de que o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham dado declarações contraditórias em relação à renegociação de preços da usina de Itaipu.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, Amorim, assim como Lula, disse que o tratado não será renegociado. O ministro acrescentou, porém, que o Brasil está aberto a negociações para que o Paraguai obtenha o "máximo de benefícios" --mas, segundo o Itamaraty, sem alterar o documento assinado em 1973.
Ontem, Amorim disse que o Brasil pode reajustar o valor pago ao Paraguai pela energia excedente da hidrelétrica de Itaipu. Ele ressaltou que isso já foi feito no passado e que o tratado prevê que o excedente de um dos sócios seja vendido ao outro pelo preço de custo.
"Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remuneração adequada para sua energia. Isso é justo", disse o ministro.
Já o presidente Lula disse que o tratado não será alterado. "Nós temos um tratado, e o tratado vai se manter", disse depois de participar de uma reunião na Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).
O tratado com Itaipu foi assinado em 1973 e prevê que a energia gerada pela usina será dividida igualmente entre os dois sócios. Como o Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia --que atende 95% da demanda do país--, o restante é vendido ao Brasil a preço de custo --representa 20% da energia elétrica do Brasil.
Assim, o Brasil, paga atualmente US$ 45,31 por megawatt ao Paraguai, dos quais porém US$ 42,5 são abatidos da dívida que o Paraguai tem pela construção da usina, restando US$ 2,81 para uso do país vizinho.
Lugo
O presidente paraguaio eleito, Fernando Lugo, voltou a dizer nesta terça-feira que o preço da energia que o Paraguai dá ao Brasil tem que ser "justo". "Achamos que o preço da energia que o Paraguai dá à Argentina e ao Brasil tem que ser um preço justo. O preço justo é o preço de mercado, e não o preço de custo", disse Lugo.
Durante a campanha, ele já havia dito que os US$ 300 milhões pagos pelo Brasil ao país anualmente são "irrisórios" e defendeu um 'preço de mercado', entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 4574.shtml
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
23/04/2008 - 12h08 - Atualizado em 23/04/2008 - 12h15
Futuro vice do Paraguai diz que país não é "súdito" de Brasil e Argentina
Da EFE
Buenos Aires, 23 abr (EFE).- Os Governos de Brasil e Argentina devem lembrar que os paraguaios "já não são súditos" na hora de renegociar os contratos de fornecimento de energia com esses países, advertiu o futuro vice-presidente do Paraguai, Luis Federico Franco Gómez.
"Quero que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe de Estado da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, saibam que já não vamos falar como súditos nem como empregados. Também não vamos criar nenhum problema para eles, só vamos reivindicar o que é justo", declarou em entrevista publicada hoje pelo jornal argentino "Ámbito Financiero".
O companheiro de chapa do presidente paraguaio eleito, Fernando Lugo, chamou de "transcendente" a recusa de Brasil e Argentina a aumentar o preço pago pelo fornecimento de energia elétrica das usinas hidrelétricas binacionais de Itaipu e Yacyretá, ambas no rio Paraná, cujas propriedades são compartilhadas com o Paraguai.
"Vamos assumir (o Governo, em 15 de agosto) e depois vamos falar como pessoas adultas", frisou.
"O senhor deixaria que seu vizinho não levasse a comida para seus filhos?", questionou acrescentando que o Paraguai reivindicará o que é seu, "nem um centavo a mais, mas também não tolerará um centavo a menos".
Gómez, que representa o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) dentro da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), liderada por Lugo, também disse que espera que Brasil e Argentina paguem "com dinheiro vivo" para que o Paraguai "faça um uso razoável dele".
O futuro vice-presidente paraguaio pediou à Argentina para "terminar as obras (de ampliação) de Yacyretá", inaugurada em 1991 e a segunda maior hidrelétrica da América Latina após Itaipu, a maior em funcionamento do mundo.
Ele advertiu que, se essas obras não acabarem, "não haverá possibilidade" de avançar no projeto da usina hidrelétrica de Corpus, também no rio Paraná, um dos marcos da fronteira entre os dois países.
"Queremos que o que for investido na Argentina seja investido no Paraguai, que seja feita a faixa litorânea, a defesa natural, os 32 quilômetros de asfalto que nos correspondem, que as três pontes sejam concluídas, que os afetados sejam indenizados e que todas as obras civis sejam realizadas", disse.
Gómez disse que não se trata "de um problema com a Argentina", mas de resolver o que as autoridades paraguaias não souberam negociar.
"Cristina tem que estar feliz, Lula também: a partir de agora não haverá gorjeta nem migalhas", afirmou.
"Nós dissemos isso à presidente (Cristina) Fernández e repetimos: a Argentina pode ficar tranqüila, o Paraguai será um sócio estratégico que vai fornecer toda a energia necessária, só reivindicamos o que é nosso", declarou.
O Paraguai consome 5% da energia produzida por Yacyretá, e o resto é vendido à Argentina a um preço equivalente a um terço do livre mercado, segundo analistas.
Já o Brasil paga US$ 300 milhões por ano ao Paraguai, mas Lugo alega que esse montante deve aumentar para cerca de US$ 1,5 bilhão. EFE
Futuro vice do Paraguai diz que país não é "súdito" de Brasil e Argentina
Da EFE
Buenos Aires, 23 abr (EFE).- Os Governos de Brasil e Argentina devem lembrar que os paraguaios "já não são súditos" na hora de renegociar os contratos de fornecimento de energia com esses países, advertiu o futuro vice-presidente do Paraguai, Luis Federico Franco Gómez.
"Quero que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe de Estado da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, saibam que já não vamos falar como súditos nem como empregados. Também não vamos criar nenhum problema para eles, só vamos reivindicar o que é justo", declarou em entrevista publicada hoje pelo jornal argentino "Ámbito Financiero".
O companheiro de chapa do presidente paraguaio eleito, Fernando Lugo, chamou de "transcendente" a recusa de Brasil e Argentina a aumentar o preço pago pelo fornecimento de energia elétrica das usinas hidrelétricas binacionais de Itaipu e Yacyretá, ambas no rio Paraná, cujas propriedades são compartilhadas com o Paraguai.
"Vamos assumir (o Governo, em 15 de agosto) e depois vamos falar como pessoas adultas", frisou.
"O senhor deixaria que seu vizinho não levasse a comida para seus filhos?", questionou acrescentando que o Paraguai reivindicará o que é seu, "nem um centavo a mais, mas também não tolerará um centavo a menos".
Gómez, que representa o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) dentro da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), liderada por Lugo, também disse que espera que Brasil e Argentina paguem "com dinheiro vivo" para que o Paraguai "faça um uso razoável dele".
O futuro vice-presidente paraguaio pediou à Argentina para "terminar as obras (de ampliação) de Yacyretá", inaugurada em 1991 e a segunda maior hidrelétrica da América Latina após Itaipu, a maior em funcionamento do mundo.
Ele advertiu que, se essas obras não acabarem, "não haverá possibilidade" de avançar no projeto da usina hidrelétrica de Corpus, também no rio Paraná, um dos marcos da fronteira entre os dois países.
"Queremos que o que for investido na Argentina seja investido no Paraguai, que seja feita a faixa litorânea, a defesa natural, os 32 quilômetros de asfalto que nos correspondem, que as três pontes sejam concluídas, que os afetados sejam indenizados e que todas as obras civis sejam realizadas", disse.
Gómez disse que não se trata "de um problema com a Argentina", mas de resolver o que as autoridades paraguaias não souberam negociar.
"Cristina tem que estar feliz, Lula também: a partir de agora não haverá gorjeta nem migalhas", afirmou.
"Nós dissemos isso à presidente (Cristina) Fernández e repetimos: a Argentina pode ficar tranqüila, o Paraguai será um sócio estratégico que vai fornecer toda a energia necessária, só reivindicamos o que é nosso", declarou.
O Paraguai consome 5% da energia produzida por Yacyretá, e o resto é vendido à Argentina a um preço equivalente a um terço do livre mercado, segundo analistas.
Já o Brasil paga US$ 300 milhões por ano ao Paraguai, mas Lugo alega que esse montante deve aumentar para cerca de US$ 1,5 bilhão. EFE
- Edu Lopes
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Não gosto muito desse cara não, mas tirando a paranóia anti-americanista o resto é o que eu penso, não devemos nada ao Paraguai.
O Paraguai recebe 400 milhões de dólares anuais
Pela Itaipu Bi-Nacional, que custou 27 bilhões de dólares gastos pelo Brasil
Hélio Fernandes
Escrevi muito sobre a eleição para presidente do Paraguai. Nas mais diversas oportunidades, ressaltei, registrei e ressalvei: toda a campanha tem como base a Itaipu Bi-Nacional. Isso nem era surpreendente. Os três candidatos tinham a obrigação de prometer aos eleitores melhores condições de vida com a "garantia de que obteriam revisão do contrato de Itaipu".
Mas uma coisa é o contato com o povo, outra muito diferente, o contrato com o Brasil. Longe de mim desprezar o direito dos povos, argumentar de todas as maneiras contra a possibilidade do Paraguai reivindicar pagamento melhor e maior sobre a energia que Itaipu produz, e que eles vendem obrigatoriamente para o Brasil.
Uma coisa é a reivindicação, outra a realidade. O Paraguai foi altamente beneficiado com a construção da Itaipu Bi-Nacional. O Brasil também, precisávamos e precisamos daquela energia, mas fomos altamente pródigos e generosos com o Paraguai. Não só na construção, mas também na remuneração que pagamos ao país vizinho.
Bastam os números para provar e comprovar o que o Brasil despendeu na grande obra, e o que o Paraguai recebe pura e simplesmente por causa da vizinhança. Vejamos.
Do início da obra até a sua conclusão e início da utilização de Itaipu, o custo foi de 27 BILHÕES DE DÓLARES. Tudo investido pelo Brasil, o Paraguai não desembolsou nem dólares nem moeda brasileira, que nesses tempos mudou muito de nome.
O Paraguai ainda conseguiu com o Brasil um "empréstimo" de 50 milhões de dólares, sem juros e para não serem nem pagos nem cobrados. E não tinha nada a ver com Itaipu, era uma necessidade do Paraguai que o Brasil compreendeu.
O país vizinho tem o direito de gastar a energia necessária ao seu desenvolvimento, e o que não aproveitar V-E-N-D-E ao Brasil. Por essa V-E-N-D-A o Paraguai recebe 400 milhões de dólares anuais, importância nada desprezível.
Na campanha, os 3 candidatos reconheceram e declararam: "Por causa da corrupção e da péssima administração, o Paraguai desperdiçou essa fonte extraordinária de riqueza". É verdade, reconheceram. Mas o vencedor, o ex-bispo Lugo, já começa a falar no aumento da importância que recebe.
Apoiado pela CIA e logicamente pelos Estados Unidos, o presidente eleito, muito antes da posse, já "fala na reestruturação do contrato". Lógico que os EUA têm todo interesse de criar problemas para o Brasil. Por aí não criarão, não têm a menor possibilidade.
A grande dificuldade virá do lado da agricultura. Vivem hoje no Paraguai 300 mil brasileiros, que em alguns casos são até mais paraguaios do que brasileiros. São brasileiros casados com paraguaias ou vice-versa, com filhos paraguaios legítimos e que não querem sair de lá.
Chamados b-u-r-r-a-m-e-n-t-e de "brasiguaios", uma combinação fácil de fazer. (Da mesma forma que o economista Edmar Bacha, nos tempos em que estava do lado defensável, chamou o Brasil de BELÍNDIA, metade Bélgica, metade Índia).
O que acontece: os 300 mil brasileiros levaram para lá tecnologia avançada, produzem 10 vezes mais do que os paraguaios. Já falam em "assumir" essas terras e toda a produção, o que não serve a ninguém.
PS - É preciso cabeça fria, bom senso e deixar o Itamaraty longe de tudo. O ministro Celso Amorim já disse: "A reivindicação do Paraguai é justa". Como é que ele sabe?
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/col ... luna=helio
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
23/04/2008 - 13h06 - Atualizado em 23/04/2008 - 13h10
Morales dá boas-vindas a Lugo ao "Eixo do mal" e propõe "Eixo da Humanidade"
Da EFE
Buenos Aires, 23 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, deu hoje ao próximo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, as boas-vindas ao "Eixo do mal" e propôs a ele a mudança do nome desse suposto grupo de países batizado pelos Estados Unidos por "Eixo da humanidade".
Em declarações feitas em Nova York ao jornal "Crítica" de Buenos Aires, Morales disse que o primeiro telefonema que fez ao chegar à cidade americana foi para parabenizar o ex-bispo, que venceu as eleições presidenciais paraguaias no domingo passado.
"Eu disse a ele: 'Companheiro, bem-vindo ao Eixo do mal. Temos que trocar o nome (do grupo) e chamá-lo de Eixo da humanidade'", comentou o presidente boliviano.
Morales, que não conhece Lugo pessoalmente, afirmou que "ele é um companheiro e será muito importante para as democracias libertadoras da região".
"Acabou outro Governo pró-ianque. Lugo representa a mudança e é um exemplo para todo o continente. Espero me encontrar com ele em breve", apontou.
Para Morales, os passos seguintes no "Eixo da humanidade" são Peru e Colômbia.
"Debato com sinceridade com o presidente colombiano Álvaro Uribe. Admiro sua coerência com o que pensa. Somos diferentes, mas debatemos. Espero que os companheiros que seguem a luta armada na Colômbia pensem melhor esse método. Não é hora de guerrilha, mas de democracias libertadoras", acrescentou. EFE
Morales dá boas-vindas a Lugo ao "Eixo do mal" e propõe "Eixo da Humanidade"
Da EFE
Buenos Aires, 23 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, deu hoje ao próximo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, as boas-vindas ao "Eixo do mal" e propôs a ele a mudança do nome desse suposto grupo de países batizado pelos Estados Unidos por "Eixo da humanidade".
Em declarações feitas em Nova York ao jornal "Crítica" de Buenos Aires, Morales disse que o primeiro telefonema que fez ao chegar à cidade americana foi para parabenizar o ex-bispo, que venceu as eleições presidenciais paraguaias no domingo passado.
"Eu disse a ele: 'Companheiro, bem-vindo ao Eixo do mal. Temos que trocar o nome (do grupo) e chamá-lo de Eixo da humanidade'", comentou o presidente boliviano.
Morales, que não conhece Lugo pessoalmente, afirmou que "ele é um companheiro e será muito importante para as democracias libertadoras da região".
"Acabou outro Governo pró-ianque. Lugo representa a mudança e é um exemplo para todo o continente. Espero me encontrar com ele em breve", apontou.
Para Morales, os passos seguintes no "Eixo da humanidade" são Peru e Colômbia.
"Debato com sinceridade com o presidente colombiano Álvaro Uribe. Admiro sua coerência com o que pensa. Somos diferentes, mas debatemos. Espero que os companheiros que seguem a luta armada na Colômbia pensem melhor esse método. Não é hora de guerrilha, mas de democracias libertadoras", acrescentou. EFE
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Impressão minha ou o cabeçudo tá amaciando o discurso? Mas é impressionante como termo substituto do "camarada" é o mesmo lá e aqui."Debato com sinceridade com o presidente colombiano Álvaro Uribe. Admiro sua coerência com o que pensa. Somos diferentes, mas debatemos. Espero que os companheiros que seguem a luta armada na Colômbia pensem melhor esse método. Não é hora de guerrilha, mas de democracias libertadoras", acrescentou.
Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
novamente, a 8º maior economia do mundo e futura mente a 4º, a 2º maior potência econômica e militar das Americas. vai ser humilhada por um chefe apache de uma republiqueta de bananas !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
brasil, ( histo e uma vergonha ).
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- Centurião
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0 ... TAIPU.html
O governo precisa ouvir mais pessoas como o vice-presidente. O Brasil está sendo visto como um fraco perante os outros países. As consequências disso além de poderem ser desastrosas, podem ser irreversíveis. Ainda dá tempo de endurecer com o Paraguai.'Solidariedade tem limite', diz Alencar sobre Itaipu
Vice-presidente sugeriu não concordar com revisão tarifária sugerida pelo Paraguai.
Revisão do contrato da usina foi proposta pelo presidente eleito do país vizinho.
O vice-presidente da República, José Alencar, disse nesta quinta-feira (24) que o Brasil tem sido "generoso" com os países vizinhos da América do Sul, mas esse "espírito de solidariedade tem limite". O comentário foi feito em relação à reivindicação do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, que questiona as condições atuais do Tratado de Itaipu.
Alencar afirmou que os recursos para a construção da hidrelétrica binacional foram aportados exclusivamente pelo governo brasileiro. E sugeriu que não concorda com um aumento tarifário proposto pelo presidente eleito do Paraguai.
"Eles consomem 5%, então 95% da parte deles é vendido ao Brasil. A que preço? A preço de mercado. Então isso não pode ser assim", disse, salientando a "generosidade" do governo brasileiro com os vizinhos sul-americanos.
"O Brasil não está fazendo isso subservientemente. Está fazendo todo esse apoio ao Paraguai, à Bolívia, a todos esses países aqui da América do Sul tendo em vista as condições do Brasil em relação às condições deles. Há um espírito de solidariedade. Agora, isso, obviamente, tem um limite e isso vai ser posto por ocasião dessas negociações."
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Este vice parece ser mais macho do que o 9 dedos. Quanto ao Amorim, achei lamentável suas declaracões em beneficio do Paraguai. Fui
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
O Alencar sempre, quase 100% das vezes, faz declarações contrariando Lula, Amorim e cia.
O cara é bom.
O cara é bom.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Qualquer um que acabe contrariando este povo (Lula, Amorim e cia) é demonstração de inteligencia, o caso dele, acaba pecando por misturar-se com o mesmos...Bolovo escreveu:O Alencar sempre, quase 100% das vezes, faz declarações contrariando Lula, Amorim e cia.
O cara é bom.
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
- Edu Lopes
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Re: Jornal paraguaio chama Brasil de 'imperialista e explorador'
Nós, os imperialistas
João Mellão Neto
Isso, um dia, haveria fatalmente de acontecer. De Lenin para cá, o inimigo dos povos pobres eram os países desenvolvidos, que usavam até mesmo a força para obrigar aqueles a comerciar com desvantagem. Segundo Vladimir Ulianov - nome verdadeiro do líder da Revolução Russa -, os ricos não exploravam mais os pobres em seus próprios países, preferiam unir suas forças para tirar proveito das nações menos desenvolvidas. Inimigos, por exemplo, eram os países ricos da Europa, aqueles que já haviam realizado as suas revoluções industriais.
Da 2ª Grande Guerra para cá, o inimigo mudou de endereço. Donos de praticamente metade das riquezas do mundo, era natural a eleição, como alvo preferencial, dos Estados Unidos da América. A nossa América Latina não ficou indiferente a esse movimento. Muita tinta e muito papel foram gastos por aqui para esconjurar os demônios do norte. O maior investidor em cada um dos países da América ibérica e também o maior parceiro comercial, era previsível que a opulência norte-americana despertasse a cobiça dos seus irmãos latinos, uma vez que "não havia outra explicação para o fato de eles serem tão ricos e os demais, tão pobres". Educação, instituições, desenvolvimento tecnológico, nada disso era levado em conta, para não desafinar o canto da procissão. Os ricos são ricos tão-somente porque exploram os pobres e ponto final.
A tese, nestas plagas, ganhou finalmente a sua bíblia, o seu livro sagrado, com a publicação da rancorosa obra do uruguaio Eduardo Galeano As Veias Abertas da América Latina, no início da década de 1970. Escritor talentoso, Galeano pôs a sua pena a serviço da ideologia e conseguiu pintar com cores demoníacas até onde nem sequer um pequeno capeta havia. "A América Latina estava inteirinha a serviço dos EUA!", concluía, alarmado, o escritor.
Li esse livro nos meus primeiros anos de universidade. Embora tudo o que fora afirmado ali fosse de difícil comprovação, o fato é que as verdades convenientes não carecem ser chanceladas pelos fatos: acredita-se nelas e pronto. Após sua leitura, tive ímpetos de tomar o primeiro quartel que avistasse. Ainda bem que não o fiz. A História é uma senhora caprichosa e ainda haveria de dar muitas voltas nos 35 anos posteriores.
A virada do jogo se deu com a posse, como presidente da Venezuela, do coronel Hugo Chávez. Surpresa! No índex do ditador, o Brasil constava pela primeira vez como um dos países exploradores e vilões. Como isso era possível? Pois não foi aqui que se produziu a maior tonelagem de livros antiimperialistas? É verdade, como também é verdade que nós possuímos o maior território da América Latina, temos a economia mais desenvolvida e, ainda por cima, falamos um idioma diferente dos demais na região. Não basta isso para assegurar a nossa candidatura ao clube das nações odiáveis?
Logo depois de Chávez, tomou o poder na Bolívia o pseudo-índio Evo Morales, que, já no dia de sua posse, declarou ser o Brasil a principal potência a ser combatida e anunciou, para logo em seguida, a expropriação de duas usinas brasileiras em território boliviano. A promessa foi cumprida na íntegra. Em seguida, assomou ao poder, no Equador, mais um líder típico, Rafael Correa. Somados estes ao casal Kirchner, da Argentina, que nunca escondeu o seu vezo peronista, e mais Alan García, que busca cumprir as suas promessas de austeridade, mas o passado o condena, temos um quadro de volta ao passado, quando todas as nações da América do Sul rezavam pela cartilha populista.
O novo populismo - que acaba de levar a Presidência do Paraguai - é mais sofisticado e complexo do que o antigo. A base popular destes novos regimes não é mais composta pelos sindicatos organizados, mas sim pelos "despossuídos", uma massa disforme, geralmente de origem rural, que se caracteriza por "não possuir alguma coisa: seja terra, seja teto, seja o que for". É a essa gente que arengam os novos messias, prometendo o Céu na Terra e benesses de todos os tipos. A origem dos recursos para tanto, como no populismo tradicional, é incerta. Geralmente se alega que vão conseguir concessões comerciais de países vizinhos mais desenvolvidos.
O ódio aos Estados Unidos, como não podia deixar de ser, está presente no ideário dos novos líderes, já que nossos irmãos do norte continuam sendo a nação mais rica do planeta. Mas, em se tratando de mágoa, os neopopulistas têm outras prioridades de que cuidar. O Brasil é a principal delas e se enquadra perfeitamente no perfil de "imperialista odiável": temos um território avantajado, um parque industrial muito mais moderno e desenvolvido do que os dos nossos vizinhos e, suprema heresia, quase todos dependem do comércio conosco para a saúde de suas economias.
Quem estudou na minha época pode enrolar as suas bandeiras de luta, porque agora os imperialistas somos nós. Todo o rancor que nós destilávamos contra os Estados Unidos agora se voltou contra o Brasil. Aqueles, dentre nós, que derramaram lágrimas ao ler o livro de Eduardo Galeano hoje repensam se é totalmente verdadeira a retórica repleta de impropérios do escritor uruguaio. Afinal, os mesmos argumentos de que ele se valeu para insuflar os intelectuais latino-americanos contra os norte-americanos estão, agora, sendo usados contra nós.
O que mais impressiona nesse novo quadro político é o comportamento ambíguo do presidente Lula. O fato é que ele tem de bajular todas as correntes que o elegeram duas vezes para ocupar o Planalto. E isso implica, entre outras coisas, prestar reverência a todos os líderes sul-americanos que surgirem brandindo uma bandeira com tons avermelhados.
Triste sina a nossa!
João Mellão Neto, jornalista, deputado estadual, foi deputado federal, secretário e ministro de Estado
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 2593,0.php
João Mellão Neto
Isso, um dia, haveria fatalmente de acontecer. De Lenin para cá, o inimigo dos povos pobres eram os países desenvolvidos, que usavam até mesmo a força para obrigar aqueles a comerciar com desvantagem. Segundo Vladimir Ulianov - nome verdadeiro do líder da Revolução Russa -, os ricos não exploravam mais os pobres em seus próprios países, preferiam unir suas forças para tirar proveito das nações menos desenvolvidas. Inimigos, por exemplo, eram os países ricos da Europa, aqueles que já haviam realizado as suas revoluções industriais.
Da 2ª Grande Guerra para cá, o inimigo mudou de endereço. Donos de praticamente metade das riquezas do mundo, era natural a eleição, como alvo preferencial, dos Estados Unidos da América. A nossa América Latina não ficou indiferente a esse movimento. Muita tinta e muito papel foram gastos por aqui para esconjurar os demônios do norte. O maior investidor em cada um dos países da América ibérica e também o maior parceiro comercial, era previsível que a opulência norte-americana despertasse a cobiça dos seus irmãos latinos, uma vez que "não havia outra explicação para o fato de eles serem tão ricos e os demais, tão pobres". Educação, instituições, desenvolvimento tecnológico, nada disso era levado em conta, para não desafinar o canto da procissão. Os ricos são ricos tão-somente porque exploram os pobres e ponto final.
A tese, nestas plagas, ganhou finalmente a sua bíblia, o seu livro sagrado, com a publicação da rancorosa obra do uruguaio Eduardo Galeano As Veias Abertas da América Latina, no início da década de 1970. Escritor talentoso, Galeano pôs a sua pena a serviço da ideologia e conseguiu pintar com cores demoníacas até onde nem sequer um pequeno capeta havia. "A América Latina estava inteirinha a serviço dos EUA!", concluía, alarmado, o escritor.
Li esse livro nos meus primeiros anos de universidade. Embora tudo o que fora afirmado ali fosse de difícil comprovação, o fato é que as verdades convenientes não carecem ser chanceladas pelos fatos: acredita-se nelas e pronto. Após sua leitura, tive ímpetos de tomar o primeiro quartel que avistasse. Ainda bem que não o fiz. A História é uma senhora caprichosa e ainda haveria de dar muitas voltas nos 35 anos posteriores.
A virada do jogo se deu com a posse, como presidente da Venezuela, do coronel Hugo Chávez. Surpresa! No índex do ditador, o Brasil constava pela primeira vez como um dos países exploradores e vilões. Como isso era possível? Pois não foi aqui que se produziu a maior tonelagem de livros antiimperialistas? É verdade, como também é verdade que nós possuímos o maior território da América Latina, temos a economia mais desenvolvida e, ainda por cima, falamos um idioma diferente dos demais na região. Não basta isso para assegurar a nossa candidatura ao clube das nações odiáveis?
Logo depois de Chávez, tomou o poder na Bolívia o pseudo-índio Evo Morales, que, já no dia de sua posse, declarou ser o Brasil a principal potência a ser combatida e anunciou, para logo em seguida, a expropriação de duas usinas brasileiras em território boliviano. A promessa foi cumprida na íntegra. Em seguida, assomou ao poder, no Equador, mais um líder típico, Rafael Correa. Somados estes ao casal Kirchner, da Argentina, que nunca escondeu o seu vezo peronista, e mais Alan García, que busca cumprir as suas promessas de austeridade, mas o passado o condena, temos um quadro de volta ao passado, quando todas as nações da América do Sul rezavam pela cartilha populista.
O novo populismo - que acaba de levar a Presidência do Paraguai - é mais sofisticado e complexo do que o antigo. A base popular destes novos regimes não é mais composta pelos sindicatos organizados, mas sim pelos "despossuídos", uma massa disforme, geralmente de origem rural, que se caracteriza por "não possuir alguma coisa: seja terra, seja teto, seja o que for". É a essa gente que arengam os novos messias, prometendo o Céu na Terra e benesses de todos os tipos. A origem dos recursos para tanto, como no populismo tradicional, é incerta. Geralmente se alega que vão conseguir concessões comerciais de países vizinhos mais desenvolvidos.
O ódio aos Estados Unidos, como não podia deixar de ser, está presente no ideário dos novos líderes, já que nossos irmãos do norte continuam sendo a nação mais rica do planeta. Mas, em se tratando de mágoa, os neopopulistas têm outras prioridades de que cuidar. O Brasil é a principal delas e se enquadra perfeitamente no perfil de "imperialista odiável": temos um território avantajado, um parque industrial muito mais moderno e desenvolvido do que os dos nossos vizinhos e, suprema heresia, quase todos dependem do comércio conosco para a saúde de suas economias.
Quem estudou na minha época pode enrolar as suas bandeiras de luta, porque agora os imperialistas somos nós. Todo o rancor que nós destilávamos contra os Estados Unidos agora se voltou contra o Brasil. Aqueles, dentre nós, que derramaram lágrimas ao ler o livro de Eduardo Galeano hoje repensam se é totalmente verdadeira a retórica repleta de impropérios do escritor uruguaio. Afinal, os mesmos argumentos de que ele se valeu para insuflar os intelectuais latino-americanos contra os norte-americanos estão, agora, sendo usados contra nós.
O que mais impressiona nesse novo quadro político é o comportamento ambíguo do presidente Lula. O fato é que ele tem de bajular todas as correntes que o elegeram duas vezes para ocupar o Planalto. E isso implica, entre outras coisas, prestar reverência a todos os líderes sul-americanos que surgirem brandindo uma bandeira com tons avermelhados.
Triste sina a nossa!
João Mellão Neto, jornalista, deputado estadual, foi deputado federal, secretário e ministro de Estado
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 2593,0.php