Falhas abalam prestígio da indústria espacial russa
Em menos de 24 horas, foguetes russos põem a perder um satélite militar e uma sonda espacial inovadora
Moscou - As falhas de dois foguetes em menos de 24 horas, que acarretaram a perda de aparelhos espaciais, abalaram o prestígio da indústria espacial da Rússia, famosa pela confiabilidade de seus projéteis transportadores.
Num intervalo de apenas 19 horas, a Rússia perdeu um satélite militar, o Molnia-3K, destinado a otimizar as comunicações em estruturas do Ministério da Defesa, e o aparelho Comos-1, protótipo dos veículos interplanetários do futuro.
Os dois acidentes tiveram o efeito de uma bomba, e a imprensa advertiu que o setor espacial pode enfrentar uma grave crise porque faltam foguetes modernos e os atuais são velhos e tecnologicamente ultrapassados.
Molnia-3K
Um falha na segunda e terceira fases de um foguete Molnia-M, lançado ontem do cosmódromo de Plesetk, 800 quilômetros a noroeste de Moscou, impediu que o satélite militar Molnia-3K ficasse em sua órbita geoestacionária, a 40 mil quilômetros de altura.
A primeira fase do Molnia-M se desprendeu segundo o programa previsto, mas depois ocorreram falhas nos propulsores da segunda e terceira etapas, explicou Alexsei Kuznetsov, porta-voz das Forças Espaciais da Rússia.
O satélite, de 2,1 toneladas, caiu na região de Tiumen, na Sibéria. Aviões de resgate inspecionam uma faixa do território perto da cidade de Uvatsk, onde provavelmente caíram os fragmentos do satélite e do foguete.
A queda do foguete atrasa em pelo menos um ano o programa federal para modernizar os satélites de comunicações militares.
Cosmos-1
O segundo fracasso teve como protagonista um foguete Volna lançado de um submarino submerso que frustrou o vôo do veleiro espacial Cosmos-1, cuja missão era investigar o deslocamento de naves no espaço com a ajuda do vento solar.
"A esperança de que o ´veleiro espacial´ tenha se salvado morreu", disse o porta-voz da Frota do Norte à agência Itar-Tass, depois que, por volta das 7h00 de Moscou (0h00 de Brasíla), os radares russos não registraram sinais do aparelho.
O Cosmos-1 é um projeto do Centro Científico Espacial Lavochkin de Moscou financiado por várias ONGs e pela Sociedade Planetária dos Estados Unidos.
Próximo lançamento
A agência espacial russa Roskosmos anunciou que os dois acidentes não afetarão o lançamento previsto para sexta-feira de um foguete Proton-K, o transportador mais potente e de grande reputação no mercado mundial de serviços espaciais.
"Esses lançamentos foram executados pelo Ministério da Defesa e não dependiam de nós, que realizamos os lançamentos dos programas federal e comercial", ressaltou Anatoli Permínov, diretor da Roskosmos.
O Proton-K deve colocar em órbita o satélite de comunicações russo Express AM-3. Seu lançamento está previsto para as 23h41 de Moscou (16h41 de Brasília) de sexta-feira na base de Baikonur, Cazaquistão.
Fonte: Agência Estado
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