Carlos Mathias escreveu:Tem uma coisa que não para de martelar minha ôca cabeça. Se dinheiro não é problemas, a Rússia já havia oferecido um armazém alfandegado com estoque para 10 anos, e vamos elaborar o contrato sabendo disso tudo, não seria melhor exigir uma disponibilidade mínima com multa em caso de cagada de alguém ao invés de pegarmos o avião "pior"?
O que seria mais caro e pior logisticamente? Ter duas linhas completamente diversas de caças e materiais, pagar caro(muito caro mesmo) na aquisição e manutenção, ou ter uma linha só para o 4ºG e para o 5ºG com os mesmos motores, radares, armas e aviônicos?
Será que, sendo dinheiro uma preocupação do passado, oferecendo um bom valor a Rússia não garantiria essa logística?
Isso tudo tomando como certo que o serviço russo é "péssimo" e que a KNAAPO vende muito por efeito espiritual ou alguma mandinga siberiana.
E aí?
Carlos, dinheiro ainda é problema sim. Devemos ter cuidado com a info que eu trouxe, existe muito dinheiro envolvido, cerca de 30 bi no momento, mas o que parece muito pode ser pouco. Não é para se desperdiçar, pois após as compras continua-se gastando muito, mais até.
Setores do Governo perceberam que o PAK-FA é a forma mais barata para absorver tecnologias de ponta e de forma mais eficiente. Porém não existe um contrato dizendo que o Brasil estará dentro do programa, existe uma carta de intenções. E isso foi feito para não perdermos a oportunidade, porém precisamos de mais tempo para efetivar as coisas.
E por que mais barato? Porque para termos transferência de tecnologia com produção local para qualquer caça de 4ªG precisaremos assinar um contrato para compra mínimo de 70-80 caças. É muito caça de uma só tacada para um país como o Brasil. No fundo precisamos de mais e estes serão comprados, mas esta quantidade ficaria entre 7 e 8 bilhões de dólares de uma só vez, fora as outras Forças. E o resto para fazer este caça voar e bem armado?
No fundo eu vejo a coisa da seguinte forma: a FAB precisa de muitos caças e modernos, mas o Governo aceita comprar algo 24 ou 36 caças, deixando o resto para outro governo. Por outro lado, este Governo exige transferência de tecnologia e não é com essa baixa quantidade que conseguirá. Aí me aparece a Rússia e oferece participação no PAK-FA, juntando o útil ao agradável...
Em suma, com a assinatura do MOU com os russos o governo brasileiro já assegurou a tal transferência de tecnologia, mas não resolveu o problema de se comprar caças imediatamente, pois participar de tal programa garante a transferência de tecnologia sim, mas não garante a compra dos caças que o próprio Brasil ajudou a desenvolver.
Aí está a enrascada que o Governo se meteu.
Abraços,
Orestes