Testemunha relatou ter visto foguetes e metralhadora serem usados.
Ação sucede crítica americana à política de combate às drogas do governo venezuelano.
A força aérea venezuelana bombardeou nesta sexta-feira (28) uma pista de pouso clandestina usada para trazer cocaína pela fronteira com a Colômbia, semanas após os EUA criticarem a política de combate às drogas do presidente Hugo Chávez.
Uma testemunha disse à agência "Reuters" que viu dois jatos de combate e um helicóptero dispararem foguetes e rajadas de metralhadora para destruir os equipamentos e a infra-estrutura usados pelos cartéis de drogas.
Resposta às críticas
A Venezuela foi fortemente criticada no ínicio de março no relatório anual de narcóticos do Departamento de Estado americano, que descreveu a nação sul-americana como "um país importante no trânsito internacional de drogas com um nível de corrupção galopante".
O país compartilha uma grande fronteira com a Colômbia, o maior produtor mundial de cocaína. O governo de esquerda de Chávez parou de cooperar com os EUA em 2005, após acusar os norte-americanos de espionagem.
Os traficantes usam frequentemente rotas de fuga ilegais para pousar aeronaves com carregamentos de drogas destinadas aos EUA ou à Europa. O exército planeja destruir dezenas de pistas de pouso clandestinas usadas como entreposto pelo tráfico nos próximos dias.
Chávez disse que as acusações americanas sobre o recorde do envolvimento de seu país com drogas são falsas e visam descreditá-lo enquanto governante.
Embora ele recuse assinar um acordo de cooperação anti-drogas com Washington, a Venezuela frequentemente extradita colombianos acusados de tráfico de drogas para os EUA.
O governo exibe a prisão do suspeito de ser a cabeça mais importante do narcotráfico colombiano, Hermagoras Gonzales, em 9 de março, como evidência do seu progresso no combate às drogas.
O Departamento de Estado tinha oferecido US$ 5 milhões como recompensa por informações que contribuíssem para a captura de Gonzalez, que também é acusado de ter conexões com grupos paramilitares de extrema-direita colombianos.
O corpo crivado de balas do maior narcotraficante colombiano, Wilber Varela, conhecido como "Sabão", foi encontrado em um hotel venezuelano em fevereiro. Varela também tinha sua cabeça posta à prêmio por uma recompensa de US$ 5 milhões.
Apreensões de cocaína na Venezuela caíram de 39 toneladas para 2006, para 32 toneladas em 2007, segundo estimativas do governo. Até este ano, 5,3 toneladas da droga já foram confiscados.
O relatório do Departamento de Estado diz que apreensões de drogas vindas da Venezuela para outros países, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, aumentaram significativamente no ano passado.
A Venezuela quer comprar um sistema de radar da China para aumentar seu controle ao longo da fronteira de 2.252 km.
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... OMBIA.html
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