Fim de uma era na FAB: C-115 Buffalo deixará de voar dia 31
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Re: Fim de uma era na FAB: C-115 Buffalo deixará de voar dia 31
Uma aeronave a menos na aviação de transporte, só por isso a FAB vai comprar mais 10 pro GTE até o final do ano, eu aposto. Pra prencher a vácuo da ausência do Bufalo.
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
- jambockrs
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Sem o velho Buffalo, cidades serão prejudicadas
Meus prezados:
Sem o velho avião Buffalo, cidades serão prejudicadas
Oficiais da Força Aérea Brasileira afirmam que, com a substituição da aeronave canadense De Havilland DHC5, conhecida popularmente como Bufalo, muitas comunidades e vilarejos no interior amazônico ficarão desassistidas. A previsão pessimista deve-se ao fato de que o Bufalo é o único modelo utilizado pela Aeronáutica capaz de aterrissar em pistas curtas e improvisadas que ainda existem na Amazônia.
De acordo com os militares, nenhuma aeronave surgida nos últimos anos tem a capacidade de aterrissagem que o Bufalo possui. Até agora a instituição não sabe o número de comunidades e municípios que serão prejudicados com a medida. O município de Santa Rosa do Purus, situado no sul do Acre, será um deles. (ver abaixo)
O último Bufalo em operação no Brasil foi "aposentado" ontem. Na quarta-feira, 12, a aeronave partiu de Manaus com uma tripulação de sete pessoas para levar três toneladas de alimentos a um pelotão de Santa Rosa do Purus, no Acre, já na fronteira Brasil-Peru, O sub-oficial Jorge Otávio Oliveira, 44, explicou que a tecnologia de navegação obsoleta, além do custo elevado de manutenção da aeronave, contribuiu para que o Bufalo fosse abandonado. A empresa alemã que realiza o conserto das aeronaves assumiu, junto ao governo brasileiro, o compromisso de mantê-los ativos somente até este ano.
Além disso outro militar - que não quis se identificar com medo de represálias - disse que a ocorrência frequente de panes obriga a mudança de planos constantemente e desagrada ao comando. "Há missões que deveriam durar três dias e acabam durando dez. Isso acarreta custos para a instituição e não é interessante", afirmou. Ontem, durante o retorno do Acre, uma pane ocorreu em uma das turbinas e quase obrigou a tripulação a pernoitar em Santarém no Pará, ao invés de desembarcar em Manaus. (???).
Outro militar que conversou com a reportagem assegurou que hoje não há aeronave capaz de superar o Bufalo em eficiência na aterrissagem. Por isso muitas localidades no interior da Amazônia não mais receberão a Força Aérea - e isso não será bom. "Há coisas que só o Bufalo é capaz de fazer, principalmente no que diz respeito a pousos em terrenos perigosos", disse o oficial. A aeronave que vai substituir o Bufalo, o C-105A Amazonas, é mais moderna e suporta mais carga, no entanto é mais baixa, e corre o risco de realizar pousos perigosos no instável solo amazônico.
Santa Rosa do Purus sentirá efeitos
A cidade de Santa Rosa do Purus está situada na região central do Acre, na fronteira com o Peru. Ela possui 4 mil habitantes e, em virtude da distância em que se localiza dos grandes centros, possui algumas peculiaridades. O município mais próximo, Puerto Esperanza, é peruano, e não é raro ver estrangeiros por ali. A população é descendente direta - quando não pertence de fato - das etnias culi e caxinauá. O litro da gasolina naquele município custa R$ 10,00. Santa Rosa é uma das cidades que, pelas condições da sua pista, não vai mais receber a Força Aérea.
O Búfalo foi, durante os últimos 38 anos, de extrema valia para o desenvolvimento da região: foi por meio deles que as forças armadas e os órgãos federais que atuam na Amazônia puderam chegar aos recantos mais longínquos do Norte do país. Cidades dos Estados de Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre foram erguidas após a chegada destas aeronaves com suprimentos e materiais de construção.
Relatos de um amigo
José Flavio Siqueira de Amaral, 58 - Empresário e militar aposentado
"A aposentadoria do Bufalo é uma grande perda para a Amazônia. Hoje não há nenhum avião que vá substituí-lo em eficiência. Este é uma vião seguro. Passei 22 anos convivendo com ele. Este rapaz (o avião) me deu muito trabalho, mas eu também já aprontei com ele (risos). Fiz parte do Esquadrão Arara, que lidava com esta aeronave. Atravessei os Andes, Peru, Bolívia e Chile. Lembro ter ido muitas vezes ao Alto Rio Negro. Quando os indígenas viam a aeronave , sabiam que era coisa boa e sempre tentavam agradar aos militares. Eles nos traziam frutas, como bananas. Também lembro de uma semana trabalhosa que tivemos no Acre nos anos 70, quando uma enchente nos fez voar durante uma semana, todos os dias, para lá."
fonte: Jorge Eduardo Dantas, da equipe de A Crítica - 15 mar 2008
Um abraço e ateh mais...
Sem o velho avião Buffalo, cidades serão prejudicadas
Oficiais da Força Aérea Brasileira afirmam que, com a substituição da aeronave canadense De Havilland DHC5, conhecida popularmente como Bufalo, muitas comunidades e vilarejos no interior amazônico ficarão desassistidas. A previsão pessimista deve-se ao fato de que o Bufalo é o único modelo utilizado pela Aeronáutica capaz de aterrissar em pistas curtas e improvisadas que ainda existem na Amazônia.
De acordo com os militares, nenhuma aeronave surgida nos últimos anos tem a capacidade de aterrissagem que o Bufalo possui. Até agora a instituição não sabe o número de comunidades e municípios que serão prejudicados com a medida. O município de Santa Rosa do Purus, situado no sul do Acre, será um deles. (ver abaixo)
O último Bufalo em operação no Brasil foi "aposentado" ontem. Na quarta-feira, 12, a aeronave partiu de Manaus com uma tripulação de sete pessoas para levar três toneladas de alimentos a um pelotão de Santa Rosa do Purus, no Acre, já na fronteira Brasil-Peru, O sub-oficial Jorge Otávio Oliveira, 44, explicou que a tecnologia de navegação obsoleta, além do custo elevado de manutenção da aeronave, contribuiu para que o Bufalo fosse abandonado. A empresa alemã que realiza o conserto das aeronaves assumiu, junto ao governo brasileiro, o compromisso de mantê-los ativos somente até este ano.
Além disso outro militar - que não quis se identificar com medo de represálias - disse que a ocorrência frequente de panes obriga a mudança de planos constantemente e desagrada ao comando. "Há missões que deveriam durar três dias e acabam durando dez. Isso acarreta custos para a instituição e não é interessante", afirmou. Ontem, durante o retorno do Acre, uma pane ocorreu em uma das turbinas e quase obrigou a tripulação a pernoitar em Santarém no Pará, ao invés de desembarcar em Manaus. (???).
Outro militar que conversou com a reportagem assegurou que hoje não há aeronave capaz de superar o Bufalo em eficiência na aterrissagem. Por isso muitas localidades no interior da Amazônia não mais receberão a Força Aérea - e isso não será bom. "Há coisas que só o Bufalo é capaz de fazer, principalmente no que diz respeito a pousos em terrenos perigosos", disse o oficial. A aeronave que vai substituir o Bufalo, o C-105A Amazonas, é mais moderna e suporta mais carga, no entanto é mais baixa, e corre o risco de realizar pousos perigosos no instável solo amazônico.
Santa Rosa do Purus sentirá efeitos
A cidade de Santa Rosa do Purus está situada na região central do Acre, na fronteira com o Peru. Ela possui 4 mil habitantes e, em virtude da distância em que se localiza dos grandes centros, possui algumas peculiaridades. O município mais próximo, Puerto Esperanza, é peruano, e não é raro ver estrangeiros por ali. A população é descendente direta - quando não pertence de fato - das etnias culi e caxinauá. O litro da gasolina naquele município custa R$ 10,00. Santa Rosa é uma das cidades que, pelas condições da sua pista, não vai mais receber a Força Aérea.
O Búfalo foi, durante os últimos 38 anos, de extrema valia para o desenvolvimento da região: foi por meio deles que as forças armadas e os órgãos federais que atuam na Amazônia puderam chegar aos recantos mais longínquos do Norte do país. Cidades dos Estados de Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre foram erguidas após a chegada destas aeronaves com suprimentos e materiais de construção.
Relatos de um amigo
José Flavio Siqueira de Amaral, 58 - Empresário e militar aposentado
"A aposentadoria do Bufalo é uma grande perda para a Amazônia. Hoje não há nenhum avião que vá substituí-lo em eficiência. Este é uma vião seguro. Passei 22 anos convivendo com ele. Este rapaz (o avião) me deu muito trabalho, mas eu também já aprontei com ele (risos). Fiz parte do Esquadrão Arara, que lidava com esta aeronave. Atravessei os Andes, Peru, Bolívia e Chile. Lembro ter ido muitas vezes ao Alto Rio Negro. Quando os indígenas viam a aeronave , sabiam que era coisa boa e sempre tentavam agradar aos militares. Eles nos traziam frutas, como bananas. Também lembro de uma semana trabalhosa que tivemos no Acre nos anos 70, quando uma enchente nos fez voar durante uma semana, todos os dias, para lá."
fonte: Jorge Eduardo Dantas, da equipe de A Crítica - 15 mar 2008
Um abraço e ateh mais...
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Re: Fim de uma era na FAB: C-115 Buffalo deixará de voar dia 31
Pois é
O Buffalo não é o unico avião a deixar saudades numa região tão carente de infra estrutura, locais esquecidos por Deus....
Alguém se lembra do PBY-5A Catalina? Pois bem este também não deixou substituto....
Abraços
Hélio
O Buffalo não é o unico avião a deixar saudades numa região tão carente de infra estrutura, locais esquecidos por Deus....
Alguém se lembra do PBY-5A Catalina? Pois bem este também não deixou substituto....
Abraços
Hélio
- REGATEANO
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Re: Fim de uma era na FAB: C-115 Buffalo deixará de voar dia 31
http://www.defesanet.com.br/fab1/c-115.htm
Excelente reportagem no defesanet...
Descanse em paz guerreiro!
Excelente reportagem no defesanet...
Descanse em paz guerreiro!