Lucius Clay escreveu:LeandroGCard escreveu:
A inconstância dos investimentos definitivamente não é desculpa. Caso não se possa garantir a continuidade dos investimentos, então a alternativa de abandonar o desenvolvimento local das plataformas e simplesmente adquirí-las no exterior pelo menor preço (ou pela melhor relação custo benefício) passa a ser a alternativa mais adequada. E vamos desenvolver localmente apenas os sistemas e armamentos cujos custos de desenvolvimento possam ser garantidos ao longo do período necessário.
Por outro lado, a encomenda em lotes menores, que deveria ser característica de um programa de aquisição e manutensão da tecnologia, por si só torna menor a quantidade de recursos a ser solicitada em cada período (menos barcos, menos $$), o que em princípio torna mais fácil a negociação das verbas junto às outras áreas do governo. E caso o governo de plantão negue a verba, deve ser deixado claro pelos chefes militares que o que está se perdendo não é apenas o poderio bélico na nação, mas sua independência tecnológica. Se ainda assim o governo decidir não aprovar um programa, ele é que terá imediatamente que se explicar com a sociedade.
É assim que a coisa funciona em países sérios.
Leandro G. Card
Concordo Leandro,
Principalmente quando você fala do comprometimento dos oficiais e seus esforços em mostrar aos governos (civis) a importância de programas de construção naval. Mas você não acha que ao invés de 10 programas de construção, nós poderíamos nos concentrar em dois, por exemplo, navio de patrulha oceânica e lanchas ou navios de patrulha fluvial? Assim não perderíamos a capacidade de construção e todos os demais recursos seriam para área eletrônico, novamente é inteligente esta opção.
Quero dizer novamente que a responsabilidade de apresentar os programas de construção é muito importante e caberia ao Ministro da Defesa agendar reuniões com o Presidente e Comissão de Defesa Nacional, mas isso pelo esforço conjunto de comandantes das FA's.
Olá Vinícius,
Concordo plenamente com você que o número de programas deveria ser reduzido, até para dar credibilidade às intenções. Mas pessoalmente acho que OPV's e lanchas fluviais são programas muito simples, que poderiam ser facilmente adquiridos de muitas fontes e nem vale muito à pena a MB gastar esforços se o objetivo final for dominar apenas este tipo de projeto. Na verdade eu acredito que o projeto de lanchas e OPV's já possa ser efetuado no Brasil hoje mesmo, sem a necessidade de maiores investimentos em pesquisa e/ou parcerias. Por isso não entendi muito bem a aquisição de um projeto francês para o patrulheiro de 500 ton.
Eu ficaria com os sub's (um convencional e o SNB) e o projeto de uma fragata de emprego geral média, que seria menor que os comentados navios de 6000 ton que deverão substituir as Niterói (o projeto poderia inclusive ser uma versão reduzida destes), e que mais à frente substituiriam as Inhaúma.
Estaría-mos de volta ao caminho trilhado logo após a incorporação das próprias Niterói, projetando e construindo nossos navios de guerra à partir de uma base importada mas já com projeto local (este caminho foi interrompido logo depois, entre outras coisas porque novamente se pensava em programas grandes, de várias unidades idênticas). Se ao invés de 6 ou 8 grandes fragatas de 6000 ton forem encomendadas apenas duas, o primeiro deste barcos menores poderia ser iniciado logo depois, e se tudo desse certo poderíamos em seguida estar construindo números até maiores de versões melhoradas de ambos. Se algum dos projetos não fosse ideal, haveria espaço para rever as necessidades e realizar um novo projeto.
Um abraço,
Leandro G. Card