Fronteiras vivas
Miriam leitão
A Colômbia invadiu o Brasil. Entrou com uma brigada de pára-quedistas na região conhecida como Cabeça do Cachorro. Desceram com avião e helicópteros numa área do Exército Brasileiro e se apossaram das instalações. Isso foi há nove anos. A reação do Brasil foi chamar o embaixador e o ministro e falar duramente com eles. Em 91, as Farc também entraram e mataram militares brasileiros.
Como o Brasil reagiu nos dois casos, mostra bem o estilo de firmeza sem beligerância que o país tem mantido ao administrar sua imensa fronteira. Só na Amazônia, o Brasil tem 11.500km de fronteira com sete países, a maioria da área é de selva.
No fim de 1998, quando a Colômbia invadiu nosso território, o Brasil decidiu não fazer alarde público, mas demonstrar firmeza com quem interessava. No caso, o governo colombiano.
- Chamei o embaixador e falei com o ministro das Relações Exteriores deles. Disse que aquilo era inaceitável, que caíssem fora imediatamente. Eles saíram em poucas horas - conta o então chanceler do Brasil, Luiz Felipe Lampreia.
A invasão do território brasileiro foi montada para, a partir do Brasil, atacar os terroristas das Farc que permaneciam em território colombiano. Mas não foi como agora para atacar as Farc instaladas no Brasil.
Militares brasileiros contam que, em 1991, houve um ataque a um destacamento de fronteira brasileiro, em Querari, por um grupo armado das Farc. Alguns militares foram mortos.
- Foi um episódio conhecido como traíra. Reagimos imediatamente, perseguindo os bandidos e infringindo neles mais baixas que as do nosso lado - conta o general Heleno Pereira, que hoje comanda as operações do Exército na Amazônia.
O general diz que o Brasil não faz "cavalo de batalha" de qualquer episódio; leva a sério apenas os casos sérios:
- Logo que cheguei aqui, tive a informação de que aviões venezuelanos estavam entrando no espaço aéreo brasileiro. Fui verificar no local, em Xitei. Lá perguntei na maloca e para funcionários de uma ONG ligada à Funasa. Eles confirmaram que aviões e helicópteros venezuelanos sobrevoavam o local. Fui ver por quê. É que, em Roraima, tem um bico que entra no território venezuelano. Os militares têm postos de um lado e de outro do bico. Para ir de um lado para o outro, ou dão uma volta enorme ou passam sobre o Brasil. Não tinham intenção de invadir nosso espaço aéreo. Conversamos sobre a autorização para fazer isso e ponto - conta.
Sobre o conflito entre os vizinhos, o general acredita que seria "irresponsabilidade não ficar preocupado", mas diz que o assunto está entregue, no Brasil, à negociação diplomática.
- Não fizemos nenhum movimento diferente com as tropas; estamos confiantes que tudo vai se resolver pela via diplomática - afirmou ele, que ontem participava de uma reunião do Alto Comando do Exército, mas que era, segundo disse, de rotina, para discutir promoção.
Na Amazônia, o Brasil tem 25 mil homens em 23 pelotões especiais de fronteira, duas companhias especiais e três destacamentos.
- Temos sempre duas linhas de ação: estratégica e de dissuasão. É uma área onde há enorme dificuldade de circulação terrestre entre as unidades, as ligações são aéreas ou por rios. Mas do que nos orgulhamos é de ter o melhor combatente de selva do mundo. Nosso pessoal nesta área é sempre local, muitos de origem indígena, que conhecem a região como a palma da mão e que, na selva, estão em casa - comenta.
O general Heleno acha que é impossível que as Farc entrem e se instalem num país sem que o país perceba, mesmo sendo região de selva.
- Apesar de selva, qualquer movimento é percebido. A população é rarefeita; para um grupo ficar na selva, ele tem que ter apoio. Como se abastecer? O apoio tem que vir pelo rio, e isso seria percebido.
O general prefere não comentar mais sobre a preocupação de que o desentendimento entre os vizinhos degenere em conflito. Acredita na solução diplomática.
Outros militares ouvidos admitem que a preocupação é grande, ainda que haja muito ceticismo em relação ao poderio bélico e à capacidade logística da Venezuela.
De fato, a Venezuela hoje não tem demonstrado capacidade de abastecer o país de alimentos; como vai abastecer de suprimentos dez batalhões na fronteira? Hoje, na região de Pacaraima, os venezuelanos com mais dinheiro vêm ao lado brasileiro para as compras normais de mercado: leite, carne, laticínios.
A Venezuela está na estranha situação de ter os piores conflitos com seus dois maiores parceiros comerciais. E relações comerciais que ficam cada vez mais exuberantes. O volume de comércio entre Venezuela e Estados Unidos saiu de US$20 bilhões em 2003 para US$50 bilhões no ano passado. O segundo maior parceiro é a Colômbia e o volume de comércio saiu de US$1,4 bilhão em 2003 para US$6 bilhões em 2007. Com os EUA, o que pesa é a exportação venezuelana de petróleo; com a Colômbia, é diferente. A Colômbia exporta para a Venezuela o triplo do que compra; cerca de 20% são alimentos. Exatamente o que anda em falta na Venezuela.
- Hugo Chávez faz tudo para ficar na mídia. É o que está fazendo agora - afirma um integrante do governo brasileiro.
Realmente. Chávez não tem todo o poder que aparenta, e tem mais a perder do que admite.
Colômbia x Venezuela
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- Guerra
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Impossível ficar de fora*
Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br
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Quando a gente menos espera, o inusitado chega e embaralha tudo. Não deixará de atingir o Brasil o conflito entre Venezuela e Equador, de um lado, e Colômbia e Estados Unidos, de outro. Há quem fale até em guerra, como o singular Hugo Chávez.
Como ficaremos, tanto tempo depois que o Barão do Rio Branco se foi? Promover um encontro entre os três presidentes beligerantes, na Amazônia ou em Brasília, acabaria em lambança, ainda que a palavra entendimento pressuponha adversários e até inimigos.
Caso aconteça o pior, ou seja, a invasão da Colômbia pelas divisões blindadas venezuelanas, não se passarão quinze minutos até que os americanos tomem partido na refrega, direta ou indiretamente, através de seus "marines" ou compondo uma "força de paz" empenhada em equilibrar a guerra.
Não haverá, entre os generais colombianos, um só que se chame David Canavarro, aquele que diante do oferecimento de irregulares uruguaios e argentinos para defender a exangüe República do Piratini declarou que o sangue do primeiro estrangeiro a cruzar a fronteira seria utilizado para celebrar a paz com o Império. A Colômbia não terá outra alternativa senão aceitar a "colaboração" dos Estados Unidos.
E aí? - perguntará a diplomacia brasileira. E aí, perderemos de qualquer maneira, ficando de um lado, de outro ou até em cima do muro. Tendo a Amazônia por palco, uma guerra nem tanto assim subdesenvolvida se estenderia ao território nacional. A não ser nos mapas, não dá para identificar fronteiras nem adversários.
O presidente Lula buscou contacto com os três companheiros em litígio, sabendo que tudo dependerá do quarto, lá em cima. Em suma, é bom comprar guarda-chuvas, porque a tempestade pode tornar-se inevitável...
*Carlos Chagas
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É muito querosene para apagar o fogo
Os militares brasileiros entraram ontem de sobreaviso em todo o país, informou uma fonte do Exército. Mas a cúpula das Forças Armadas está é furiosa com as trapalhadas dos porta-vozes do país nesta questão do Equador com a Colômbia. Por um motivo óbvio para quem entende de estratégia militar: a partir do momento em que o presidente Lula e Celso Amorim se engajaram na defesa do Equador, o Brasil deixou de ser mediador.
Os militares também vêem com desconfiança os movimentos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o "entrão" da vez. Movido por petrodólares, o bolivariano quer mostrar ao mundo que tem poder bélico e pode acabar melando acordo pacífico entre os países em crise. Ou seja, Chávez quer apagar o fogo com querosene. É o mesmo combustível que move os discursos "pacíficos" dos senadores aqui. Arthur Virgílio (PSDB-AM) acusou o Brasil de enviar armas à Venezuela e fez o ministro da Defesa, Nelson Jobim, correr ao Senado para desmentir. Não foi o único a inflamar a Casa. É nobre e constitucional a defesa da fronteira do Brasil. Mas, se depender dos senadores, o Brasil vai entrar em guerra com os três países.
Os militares brasileiros entraram ontem de sobreaviso em todo o país, informou uma fonte do Exército. Mas a cúpula das Forças Armadas está é furiosa com as trapalhadas dos porta-vozes do país nesta questão do Equador com a Colômbia. Por um motivo óbvio para quem entende de estratégia militar: a partir do momento em que o presidente Lula e Celso Amorim se engajaram na defesa do Equador, o Brasil deixou de ser mediador.
Os militares também vêem com desconfiança os movimentos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o "entrão" da vez. Movido por petrodólares, o bolivariano quer mostrar ao mundo que tem poder bélico e pode acabar melando acordo pacífico entre os países em crise. Ou seja, Chávez quer apagar o fogo com querosene. É o mesmo combustível que move os discursos "pacíficos" dos senadores aqui. Arthur Virgílio (PSDB-AM) acusou o Brasil de enviar armas à Venezuela e fez o ministro da Defesa, Nelson Jobim, correr ao Senado para desmentir. Não foi o único a inflamar a Casa. É nobre e constitucional a defesa da fronteira do Brasil. Mas, se depender dos senadores, o Brasil vai entrar em guerra com os três países.
- EDSON
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morcego escreveu:Senhores, observem as fotos do acampamento, o trem era grande e tinha até antena da DIRECTV, aquilo não era acampamento de alguém que estava de passagem por ali, AQUILO ERA UMA BASE PORRA.cicloneprojekt escreveu: Eu estou achando que essa história de que este Correa do Equador estava negociandoalibertação da Ingrid Bettancourt é balela. Mas a França tb foi meio amadora.
E quem disse AQUI QUE NÃO ERA?
- P44
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Mexico criticizes Colombia's Ecuador raid
http://www.reuters.com/article/topNews/ ... 3320080305SAN SALVADOR (Reuters) - Mexican President Felipe Calderon on Tuesday added his voice to regional condemnation of Colombia's military strike on rebels inside Ecuador, and called on the two countries to resolve the problem peacefully.
"We coincide in the rejection of any action that constitutes a violation of territorial sovereignty," Calderon said after a meeting with Salvadoran President Tony Saca in which the two leaders discussed the crisis.
Colombia bombed neighboring Ecuador's territory on Saturday to kill a senior leftist FARC guerrilla, leading Ecuador's ally Venezuela to warn that war could break out in the region. Both Ecuador and Venezuela have mobilized troops.
Mexico's criticism of Colombia came after Brazil condemned the bomb attack on Monday and called on Bogota to offer an explicit apology.
Nicaragua has also condemned Colombia's killing of the rebel commander, and former Cuban President Fidel Castro called the incident a "monstrous crime."
Calderon said Mexico would try to help Colombia and Ecuador resolve the crisis.
"We will spare no effort so that the Colombian and Ecuadorean governments normalize relations as soon as possible through dialogue and diplomatic channels," Calderon said.
Calderon may meet with Colombian President Alvaro Uribe at a regional summit being held in the Dominican Republic on Thursday and Friday, Mexican state news agency Notimex reported.
Dominican government sources have said both Venezuelan President Hugo Chavez and Ecuadorean President Rafael Correa might attend the summit.
Triste sina ter nascido português
Se isso é uma nota da imprensa, mostra bem o nível de idiotices que são capazes de produzir.PQD escreveu:É muito querosene para apagar o fogo
Os militares brasileiros entraram ontem de sobreaviso em todo o país, informou uma fonte do Exército. Mas a cúpula das Forças Armadas está é furiosa com as trapalhadas dos porta-vozes do país nesta questão do Equador com a Colômbia. Por um motivo óbvio para quem entende de estratégia militar: a partir do momento em que o presidente Lula e Celso Amorim se engajaram na defesa do Equador, o Brasil deixou de ser mediador.
Os militares também vêem com desconfiança os movimentos do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o "entrão" da vez. Movido por petrodólares, o bolivariano quer mostrar ao mundo que tem poder bélico e pode acabar melando acordo pacífico entre os países em crise. Ou seja, Chávez quer apagar o fogo com querosene. É o mesmo combustível que move os discursos "pacíficos" dos senadores aqui. Arthur Virgílio (PSDB-AM) acusou o Brasil de enviar armas à Venezuela e fez o ministro da Defesa, Nelson Jobim, correr ao Senado para desmentir. Não foi o único a inflamar a Casa. É nobre e constitucional a defesa da fronteira do Brasil. Mas, se depender dos senadores, o Brasil vai entrar em guerra com os três países.
1- O Brasil não defendeu o Equador, mas a CARTA DA ONU e da OEA, a Colômbia está errada e PONTO! Quem dirige a nação e o militares é a Presidência da República, esta é a hierarquia PONTO!
2- O Senador Arthur Virgilio é um acélafo, que acredita em fakes da internet, e não é a primeira vez.
3- A Venezuela não tem condições hoje de fazer grande coisa, a despeito de sua Força Aérea já ser superior a da Colômbia, porém, seu Exército não tem a mesma capacidade do colombiano.
[ ]´s
- EDSON
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5/03/2008
Venezuela e Colômbia acirram a guerra de palavras
Simon Romero*
Em Caracas, Venezuela
Nos quatro dias desde que as forças colombianas penetraram em território do Equador e mataram um líder guerrilheiro que estava refugiado lá, as tensões entre a Colômbia -a principal aliada regional de Washington- e seus vizinhos esquerdistas explodiram, acentuando o fato de que a Colômbia e suas políticas são cada vez mais vistas aqui como representantes dos Estados Unidos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou a Colômbia de "Israel da América Latina", dizendo que ambos os países bombardeiam e invadem os vizinhos invocando "um suposto direito de defesa", que ele disse ter sido ordenado pelos Estados Unidos. Ele enviou tropas para a fronteira e expulsou o embaixador da Colômbia; seu ministro da agricultura disse na terça-feira que a fronteira com a Colômbia seria fechada para impedir o comércio.
Por sua vez, a Colômbia disse que apresentará queixas contra Chávez no Tribunal Penal Internacional, o acusando de fornecer assistência ao maior grupo rebelde da Colômbia.
Enquanto isso, o presidente Bush defendeu fortemente a Colômbia, que recebe US$ 600 milhões por ano dos Estados Unidos em ajuda para combater os rebeldes esquerdistas e o tráfico de drogas. Ele usou a crise diplomática para pressionar o Congresso a aprovar um acordo comercial com a Colômbia que está parado há mais de um ano, devido às preocupações entre os líderes democratas com violações de direitos humanos lá.
Bush, que telefonou para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na manhã de terça-feira, disse aos repórteres na Casa Branca: "Eu disse ao presidente que a América apóia plenamente a democracia da Colômbia, e que somos firmemente contrários a quaisquer atos de agressão que possam desestabilizar a região".
Empregando uma nova estratégia visando retratar o acordo de comércio com a Colômbia como uma questão de segurança nacional, Bush aproveitou a ocasião para pedir ao Congresso que ratifique o acordo como forma de reagir a líderes como Chávez, que são flagelos para as políticas americanas na região.
"Se fracassarmos em aprovar este acordo, nós desapontaremos nosso aliado, prejudicaremos nossa credibilidade na região e encorajaremos os demagogos em nosso hemisfério", disse Bush.
Apesar da Colômbia, em seu ataque, ter violado a soberania do Equador, não da Venezuela, Chávez, um aliado do Equador, assumiu a liderança na acusação da Colômbia como sendo um fantoche americano. Este tem sido o tema favorito dele, especialmente desde novembro, quando a Colômbia retirou o apoio à mediação de Chávez com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou Farc.
Aumentando as tensões na terça-feira, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que as forças colombianas encontraram evidência de que as Farc estavam à procura de ingredientes para produzir uma bomba suja radioativa.
Material encontrado em um computador laptop recuperado no ataque no Equador forneceu a base para as acusações de Santos sobre uma bomba suja, uma arma que combina material altamente radioativo com explosivos convencionais para dispersar pó mortífero que as pessoas inalariam.
"Isto mostra que estes grupos terroristas, apoiados pelo poder econômico fornecido pelo tráfico de drogas, constituem uma grave ameaça não apenas ao nosso país, mas para toda a região andina e América Latina", disse Santos em um encontro da ONU sobre desarmamento, em Genebra, em uma declaração que foi postada em espanhol no site da conferência. Os rebeldes estavam "negociando a obtenção de material radioativo, a base para a fabricação de armas sujas de destruição e terrorismo", ele disse.
Não ficou claro a partir da declaração de Santos com quem os rebeldes estavam negociando.
Santos fez sua declaração com base na informação fornecida na segunda-feira, em Bogotá, pelo chefe da polícia nacional da Colômbia sobre as negociações das Farc para obtenção de 50 quilos de urânio. Essa informação, por sua vez, teria sido obtida do computador laptop de Raul Reyes, o alto comandante das Farc morto no sábado, no Equador.
O governo da Colômbia também disse nesta semana que obteve informação no computador de que Chávez canalizou US$ 300 milhões para as Farc. A informação serve de base para seu plano de processar Chávez no Tribunal Penal Internacional, disse Uribe na terça-feira, em Bogotá.
As tensões produziram uma discussão diplomática acalorada durante a reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), convocada na terça-feira, durante a qual vários países condenaram as ações da Colômbia como uma violação da soberania equatoriana.
"Não há argumentos possíveis que justifiquem as ações que estamos discutindo hoje", disse o embaixador da Argentina, Rodolfo Hugo Gil. "A soberania, para nós, é um princípio inviolável."
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Maria Isabel Salvador, exigiu que a OEA condene formalmente as ações da Colômbia, envie uma missão para investigar os eventos em sua fronteira com a Colômbia e convoque uma reunião dos chanceleres regionais para considerar uma futura ação.
"O Equador rejeita qualquer esforço por parte da Colômbia de evitar a responsabilidade por ter violado sua soberania, que é um direito que assegura a coexistência pacífica entre todas as nações", disse Salvador. "Pedidos de desculpas diplomáticos não bastam."
Um pedido de desculpas não foi tudo o que ela recebeu. O embaixador da Colômbia, Camilo Ospina, negou fortemente as acusações de que tropas colombianas usaram força militar em território equatoriano, dizendo que uma aeronave disparou no Equador do lado colombiano da fronteira. Ele reconheceu que após o bombardeio, as forças colombianas entraram no Equador para examinar o campo das Farc. E o que encontraram, ele disse, foi evidência de que o Equador tem abrigado membros das Farc.
A televisão da Venezuela também transmite imagens de batalhões de tanques seguindo para a fronteira, após a ameaça de Chávez, no domingo, de que a Colômbia estaria declarando guerra caso realizasse uma incursão na Venezuela semelhante a que realizou no sábado, na remota província amazônica do Equador, que resultou na morte de 21 guerrilheiros.
A ameaça de Chávez, que incluiu a provocação de que a Venezuela usaria seus caças Sukhoi de fabricação russa para atacar a Colômbia, foi interpretada aqui como um sinal de que Chávez está pronto para defender as Farc, um grupo classificado como terrorista nos Estados Unidos e na Europa, que opera sem impedimento ao longo da porosa fronteira de 2.090 quilômetros da Venezuela com a Colômbia.
Diferente da imagem das Farc na Colômbia, de um grupo que se financia por meio do tráfico de cocaína e seqüestros e que ainda planta minas terrestres nas áreas rurais, documentários na televisão estatal na Venezuela retratam as Farc como uma insurreição nascida dos esforços de combater a elite endinheirada da Colômbia.
Em seu programa de televisão dominical, Chávez chegou até mesmo a pedir um minuto de silêncio por Reyes, o líder guerrilheiro que foi morto, cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devia.
"Chávez está na prática apoiando os narcoterroristas que se refugiam na Venezuela e no Equador, ao mesmo tempo que diz que o líder democraticamente eleito da Colômbia não pode reagir", disse Diego Arria, um ex-embaixador da Venezuela na ONU, que é um forte crítico de Chávez.
Ainda assim, Uribe, o presidente da Colômbia, está lutando para convencer outros países na região da necessidade da Colômbia da realização da incursão no Equador, com a soberania territorial ainda considerada como sendo inviolável na maior parte da América Latina. Apesar de poderem concordar com Uribe de forma privada, os líderes hesitam em apoiá-lo publicamente.
"Uribe não desenvolveu uma estratégia de política externa além de depender dos Estados Unidos", disse Michael Shifter, vice-presidente para política da Diálogo Interamericano, um grupo de pesquisa em Washington. "Isto o coloca em uma espécie de amarra."
De fato, poucos lugares podem professar um apoio tão antigo aos Estados Unidos como a Colômbia, que enviou batalhões para combater ao lado das tropas americanas na Guerra da Coréia.
Apesar de continuar sendo a maior fornecedora de cocaína para os Estados Unidos, a Colômbia se tornou uma das maiores aliadas do governo Bush, com centenas de consultores militares americanos bem-vindos ali para auxiliar as forças de segurança colombianas em operações contra-insurreição e antinarcóticos.
Mas assim como Uribe pode estar sofrendo devido aos seus laços estreitos com os Estados Unidos, ele também pode ser afortunado por ter Chávez como seu principal adversário. Outros países na região estão cada vez mais incomodados com a beligerância de Chávez, com a preocupação surgindo da intromissão da Venezuela em um assunto envolvendo a Colômbia e o Equador.
"A América do Sul não está preparada para conflitos e não queremos conflitos", disse o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aos repórteres no Brasil, na terça-feira, explicando que seu governo tentará mediar uma solução para a disputa juntamente com outros países.
Apontando para as pequenas chances de estourar um conflito de fato, o tom beligerante de Chávez também está enfrentando um crescente escrutínio na Venezuela.
O general reformado Raul Baduel, ex-confidente e atual crítico de Chávez que se aposentou no ano passado como ministro da defesa, e que acredita-se que ainda exerça grande influência nas forças armadas da Venezuela, disse que os soldados dificilmente apoiariam o presidente em caso de uma guerra.
"Nós temos que analisar esta situação sem fanatismo político", disse Baduel. "É absurdo qualquer país recomendar receitas para a Colômbia resolver o seu conflito."
* Jenny Carolina Gonzalez, em Bogotá, Colômbia; Uta Harnischfeger, em Zurique; e Ginger Thompson, em Washington, contribuíram com reportagem.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Visite o site do The New York Times
Venezuela e Colômbia acirram a guerra de palavras
Simon Romero*
Em Caracas, Venezuela
Nos quatro dias desde que as forças colombianas penetraram em território do Equador e mataram um líder guerrilheiro que estava refugiado lá, as tensões entre a Colômbia -a principal aliada regional de Washington- e seus vizinhos esquerdistas explodiram, acentuando o fato de que a Colômbia e suas políticas são cada vez mais vistas aqui como representantes dos Estados Unidos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou a Colômbia de "Israel da América Latina", dizendo que ambos os países bombardeiam e invadem os vizinhos invocando "um suposto direito de defesa", que ele disse ter sido ordenado pelos Estados Unidos. Ele enviou tropas para a fronteira e expulsou o embaixador da Colômbia; seu ministro da agricultura disse na terça-feira que a fronteira com a Colômbia seria fechada para impedir o comércio.
Por sua vez, a Colômbia disse que apresentará queixas contra Chávez no Tribunal Penal Internacional, o acusando de fornecer assistência ao maior grupo rebelde da Colômbia.
Enquanto isso, o presidente Bush defendeu fortemente a Colômbia, que recebe US$ 600 milhões por ano dos Estados Unidos em ajuda para combater os rebeldes esquerdistas e o tráfico de drogas. Ele usou a crise diplomática para pressionar o Congresso a aprovar um acordo comercial com a Colômbia que está parado há mais de um ano, devido às preocupações entre os líderes democratas com violações de direitos humanos lá.
Bush, que telefonou para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na manhã de terça-feira, disse aos repórteres na Casa Branca: "Eu disse ao presidente que a América apóia plenamente a democracia da Colômbia, e que somos firmemente contrários a quaisquer atos de agressão que possam desestabilizar a região".
Empregando uma nova estratégia visando retratar o acordo de comércio com a Colômbia como uma questão de segurança nacional, Bush aproveitou a ocasião para pedir ao Congresso que ratifique o acordo como forma de reagir a líderes como Chávez, que são flagelos para as políticas americanas na região.
"Se fracassarmos em aprovar este acordo, nós desapontaremos nosso aliado, prejudicaremos nossa credibilidade na região e encorajaremos os demagogos em nosso hemisfério", disse Bush.
Apesar da Colômbia, em seu ataque, ter violado a soberania do Equador, não da Venezuela, Chávez, um aliado do Equador, assumiu a liderança na acusação da Colômbia como sendo um fantoche americano. Este tem sido o tema favorito dele, especialmente desde novembro, quando a Colômbia retirou o apoio à mediação de Chávez com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou Farc.
Aumentando as tensões na terça-feira, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que as forças colombianas encontraram evidência de que as Farc estavam à procura de ingredientes para produzir uma bomba suja radioativa.
Material encontrado em um computador laptop recuperado no ataque no Equador forneceu a base para as acusações de Santos sobre uma bomba suja, uma arma que combina material altamente radioativo com explosivos convencionais para dispersar pó mortífero que as pessoas inalariam.
"Isto mostra que estes grupos terroristas, apoiados pelo poder econômico fornecido pelo tráfico de drogas, constituem uma grave ameaça não apenas ao nosso país, mas para toda a região andina e América Latina", disse Santos em um encontro da ONU sobre desarmamento, em Genebra, em uma declaração que foi postada em espanhol no site da conferência. Os rebeldes estavam "negociando a obtenção de material radioativo, a base para a fabricação de armas sujas de destruição e terrorismo", ele disse.
Não ficou claro a partir da declaração de Santos com quem os rebeldes estavam negociando.
Santos fez sua declaração com base na informação fornecida na segunda-feira, em Bogotá, pelo chefe da polícia nacional da Colômbia sobre as negociações das Farc para obtenção de 50 quilos de urânio. Essa informação, por sua vez, teria sido obtida do computador laptop de Raul Reyes, o alto comandante das Farc morto no sábado, no Equador.
O governo da Colômbia também disse nesta semana que obteve informação no computador de que Chávez canalizou US$ 300 milhões para as Farc. A informação serve de base para seu plano de processar Chávez no Tribunal Penal Internacional, disse Uribe na terça-feira, em Bogotá.
As tensões produziram uma discussão diplomática acalorada durante a reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), convocada na terça-feira, durante a qual vários países condenaram as ações da Colômbia como uma violação da soberania equatoriana.
"Não há argumentos possíveis que justifiquem as ações que estamos discutindo hoje", disse o embaixador da Argentina, Rodolfo Hugo Gil. "A soberania, para nós, é um princípio inviolável."
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Maria Isabel Salvador, exigiu que a OEA condene formalmente as ações da Colômbia, envie uma missão para investigar os eventos em sua fronteira com a Colômbia e convoque uma reunião dos chanceleres regionais para considerar uma futura ação.
"O Equador rejeita qualquer esforço por parte da Colômbia de evitar a responsabilidade por ter violado sua soberania, que é um direito que assegura a coexistência pacífica entre todas as nações", disse Salvador. "Pedidos de desculpas diplomáticos não bastam."
Um pedido de desculpas não foi tudo o que ela recebeu. O embaixador da Colômbia, Camilo Ospina, negou fortemente as acusações de que tropas colombianas usaram força militar em território equatoriano, dizendo que uma aeronave disparou no Equador do lado colombiano da fronteira. Ele reconheceu que após o bombardeio, as forças colombianas entraram no Equador para examinar o campo das Farc. E o que encontraram, ele disse, foi evidência de que o Equador tem abrigado membros das Farc.
A televisão da Venezuela também transmite imagens de batalhões de tanques seguindo para a fronteira, após a ameaça de Chávez, no domingo, de que a Colômbia estaria declarando guerra caso realizasse uma incursão na Venezuela semelhante a que realizou no sábado, na remota província amazônica do Equador, que resultou na morte de 21 guerrilheiros.
A ameaça de Chávez, que incluiu a provocação de que a Venezuela usaria seus caças Sukhoi de fabricação russa para atacar a Colômbia, foi interpretada aqui como um sinal de que Chávez está pronto para defender as Farc, um grupo classificado como terrorista nos Estados Unidos e na Europa, que opera sem impedimento ao longo da porosa fronteira de 2.090 quilômetros da Venezuela com a Colômbia.
Diferente da imagem das Farc na Colômbia, de um grupo que se financia por meio do tráfico de cocaína e seqüestros e que ainda planta minas terrestres nas áreas rurais, documentários na televisão estatal na Venezuela retratam as Farc como uma insurreição nascida dos esforços de combater a elite endinheirada da Colômbia.
Em seu programa de televisão dominical, Chávez chegou até mesmo a pedir um minuto de silêncio por Reyes, o líder guerrilheiro que foi morto, cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devia.
"Chávez está na prática apoiando os narcoterroristas que se refugiam na Venezuela e no Equador, ao mesmo tempo que diz que o líder democraticamente eleito da Colômbia não pode reagir", disse Diego Arria, um ex-embaixador da Venezuela na ONU, que é um forte crítico de Chávez.
Ainda assim, Uribe, o presidente da Colômbia, está lutando para convencer outros países na região da necessidade da Colômbia da realização da incursão no Equador, com a soberania territorial ainda considerada como sendo inviolável na maior parte da América Latina. Apesar de poderem concordar com Uribe de forma privada, os líderes hesitam em apoiá-lo publicamente.
"Uribe não desenvolveu uma estratégia de política externa além de depender dos Estados Unidos", disse Michael Shifter, vice-presidente para política da Diálogo Interamericano, um grupo de pesquisa em Washington. "Isto o coloca em uma espécie de amarra."
De fato, poucos lugares podem professar um apoio tão antigo aos Estados Unidos como a Colômbia, que enviou batalhões para combater ao lado das tropas americanas na Guerra da Coréia.
Apesar de continuar sendo a maior fornecedora de cocaína para os Estados Unidos, a Colômbia se tornou uma das maiores aliadas do governo Bush, com centenas de consultores militares americanos bem-vindos ali para auxiliar as forças de segurança colombianas em operações contra-insurreição e antinarcóticos.
Mas assim como Uribe pode estar sofrendo devido aos seus laços estreitos com os Estados Unidos, ele também pode ser afortunado por ter Chávez como seu principal adversário. Outros países na região estão cada vez mais incomodados com a beligerância de Chávez, com a preocupação surgindo da intromissão da Venezuela em um assunto envolvendo a Colômbia e o Equador.
"A América do Sul não está preparada para conflitos e não queremos conflitos", disse o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aos repórteres no Brasil, na terça-feira, explicando que seu governo tentará mediar uma solução para a disputa juntamente com outros países.
Apontando para as pequenas chances de estourar um conflito de fato, o tom beligerante de Chávez também está enfrentando um crescente escrutínio na Venezuela.
O general reformado Raul Baduel, ex-confidente e atual crítico de Chávez que se aposentou no ano passado como ministro da defesa, e que acredita-se que ainda exerça grande influência nas forças armadas da Venezuela, disse que os soldados dificilmente apoiariam o presidente em caso de uma guerra.
"Nós temos que analisar esta situação sem fanatismo político", disse Baduel. "É absurdo qualquer país recomendar receitas para a Colômbia resolver o seu conflito."
* Jenny Carolina Gonzalez, em Bogotá, Colômbia; Uta Harnischfeger, em Zurique; e Ginger Thompson, em Washington, contribuíram com reportagem.
Tradução: George El Khouri Andolfato
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Aqui não sei, mas o presidente do equador disse.EDSON escreveu:morcego escreveu: Senhores, observem as fotos do acampamento, o trem era grande e tinha até antena da DIRECTV, aquilo não era acampamento de alguém que estava de passagem por ali, AQUILO ERA UMA BASE PORRA.
E quem disse AQUI QUE NÃO ERA?
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Então é simples assim? Só que tem um problema. No mês passado a OEA aprovou por unanimidade uma pedido colombiano para combater o terrorismo das FARC. O documento diz bem claro que todos os países tem que ratificar o compromisso de intensificar suas ações para cumprir a resolução 1373 do Conselho de Segurança da ONU.PRick escreveu:
1- O Brasil não defendeu o Equador, mas a CARTA DA ONU e da OEA, a Colômbia está errada e PONTO! Quem dirige a nação e o militares é a Presidência da República, esta é a hierarquia PONTO!
Isso quer dizer que que nenhum país poderá fornecer qualquer tipo de apoio, refúgio ou albergue a FARC.
E digo mais. O Brasil em 2005 ratificou a convenção internacional para supressão do financiamento ao terrorismo, e tornou-se signatário da Convenção Internacional para a Supressão do Terrorismo Nuclear.
Se eu fosse o governo ia mais devagar nesse pote.
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do MP.net
Ecuadorean soldiers arrive at Angostura, next to the Colombian border, in Ecuador. Photograph: Dolores Ochoa/AP
Colombia faces military border blockade from Venezuela and Ecuador
Venezuela and Ecuador were today seeking to increase pressure on Colombia over a controversial military raid, as the region's most perilous crisis for years developed into a test of diplomatic strength between their leftwing governments and the heavily US-backed administration in Bogotá.
Colombia, which faces thousands of freshly mobilised troops on its borders with both Ecuador to the south and Venezuela to the north, has attracted widespread regional condemnation for Saturday's bombing raid on a rebel camp one mile inside Ecuadorean territory.
The attack killed at least 21 members of the Revolutionary Armed Forces of Colombia (Farc), including a senior commander, Raúl Reyes.
However, Colombia's president, Álvaro Uribe, received strong support yesterday from President George Bush and hit back with a series of claims, including allegations of close collusion between Farc and the Ecuadorean and Venezuelan leaders.
Ecuador's president, Rafael Correa, has already rejected a Colombian apology as insufficient. Today he was scheduled to meet Brazil's left-leaning president, Luiz Inácio Lula da Silva, on the latest leg of a six-nation regional tour.
His next stop will be Venezuela for a meeting with the country's president, Hugo Chávez, who has begun shutting down sections of Venezuela's 1,400-mile border with Colombia to try to isolate its neighbour.
Correa yesterday called Uribe a liar who "wanted war", warning fellow South American nations if the Colombian attack goes unpunished, "the region will be in danger".
"The aggressor has to apologise and the international community condemn him," he told reporters in Brasilia. "If not we will have to defend ourselves with our own means."
Already, Brazil, Chile, Peru, Mexico and Argentina condemned Colombia's incursion into Ecuadorean sovereignty.
Ecuador and Venezuela sought to rally further support for their cause at an emergency meeting of the Organisation of American States' regional forum in Washington.
Delegates were deadlocked last night over the wording of a resolution and were to again today. They agreed to create a fact-finding commission headed by the forum's secretary general.
Despite the martial rhetoric, and the presence of thousands of troops in border regions, analysts do not believe war is likely, citing in particular the three countries' heavy dependence on mutual trade, especially the transit of food into Venezuela through Colombia. Additionally, Venezuela's armed forces are widely considered no match for the US-equipped Colombian military.
Colombia has thus far opted not to deploy any extra forces on its borders, relying instead on a concerted diplomatic offensive based around what is says were stunning discoveries gleaned from files on Reyes' laptop, seized in the raid.
The Colombian government said Chávez received money from the drug-funded guerrillas in 1992 when he was an impoverished coup-monger with political ambitions, and that he recently gave the rebels $300m, alleging official Ecuadorean connections with the group.
Although he is ideologically sympathetic to the Marxist Farc, if the allegation is substantiated Chávez could in theory be prosecuted, since internationally Farc is categorised as a terrorist organisation. Yesterday, Uribe called for Chávez to be tried by the international criminal court. A Venezuelan government minister said the allegation was a smear.
At a UN disarmament meeting in Geneva, Colombia's vice president, Francisco Santos, made a further extraordinary claim, saying the seized files revealed the guerrillas were negotiating to obtain radioactive material and hoped to make a "dirty bomb".
However, documents Colombian officials released to reporters did not support this allegation, indicating instead Farc only discussed the possibility of buying uranium to resell at a profit.
Farc said yesterday Colombia's raid gravely damaged chances of further releases of some of the 700 hostages it holds in jungle camps, including Íngrid Betancourt, the ailing Franco-Colombian politician who has become the public face of the captives' plight.
The rebels said Reyes died completing a mission to arrange Betancourt's release through Chávez and the French president, Nicolas Sarkozy, who has made it a personal cause. Sarkozy said last week that Betancourt could be near death, and that her "martyrdom [would be] the martyrdom of France".
http://www.guardian.co.uk/world/2008/ma ... tworkfront
Ecuadorean soldiers arrive at Angostura, next to the Colombian border, in Ecuador. Photograph: Dolores Ochoa/AP
Colombia faces military border blockade from Venezuela and Ecuador
Venezuela and Ecuador were today seeking to increase pressure on Colombia over a controversial military raid, as the region's most perilous crisis for years developed into a test of diplomatic strength between their leftwing governments and the heavily US-backed administration in Bogotá.
Colombia, which faces thousands of freshly mobilised troops on its borders with both Ecuador to the south and Venezuela to the north, has attracted widespread regional condemnation for Saturday's bombing raid on a rebel camp one mile inside Ecuadorean territory.
The attack killed at least 21 members of the Revolutionary Armed Forces of Colombia (Farc), including a senior commander, Raúl Reyes.
However, Colombia's president, Álvaro Uribe, received strong support yesterday from President George Bush and hit back with a series of claims, including allegations of close collusion between Farc and the Ecuadorean and Venezuelan leaders.
Ecuador's president, Rafael Correa, has already rejected a Colombian apology as insufficient. Today he was scheduled to meet Brazil's left-leaning president, Luiz Inácio Lula da Silva, on the latest leg of a six-nation regional tour.
His next stop will be Venezuela for a meeting with the country's president, Hugo Chávez, who has begun shutting down sections of Venezuela's 1,400-mile border with Colombia to try to isolate its neighbour.
Correa yesterday called Uribe a liar who "wanted war", warning fellow South American nations if the Colombian attack goes unpunished, "the region will be in danger".
"The aggressor has to apologise and the international community condemn him," he told reporters in Brasilia. "If not we will have to defend ourselves with our own means."
Already, Brazil, Chile, Peru, Mexico and Argentina condemned Colombia's incursion into Ecuadorean sovereignty.
Ecuador and Venezuela sought to rally further support for their cause at an emergency meeting of the Organisation of American States' regional forum in Washington.
Delegates were deadlocked last night over the wording of a resolution and were to again today. They agreed to create a fact-finding commission headed by the forum's secretary general.
Despite the martial rhetoric, and the presence of thousands of troops in border regions, analysts do not believe war is likely, citing in particular the three countries' heavy dependence on mutual trade, especially the transit of food into Venezuela through Colombia. Additionally, Venezuela's armed forces are widely considered no match for the US-equipped Colombian military.
Colombia has thus far opted not to deploy any extra forces on its borders, relying instead on a concerted diplomatic offensive based around what is says were stunning discoveries gleaned from files on Reyes' laptop, seized in the raid.
The Colombian government said Chávez received money from the drug-funded guerrillas in 1992 when he was an impoverished coup-monger with political ambitions, and that he recently gave the rebels $300m, alleging official Ecuadorean connections with the group.
Although he is ideologically sympathetic to the Marxist Farc, if the allegation is substantiated Chávez could in theory be prosecuted, since internationally Farc is categorised as a terrorist organisation. Yesterday, Uribe called for Chávez to be tried by the international criminal court. A Venezuelan government minister said the allegation was a smear.
At a UN disarmament meeting in Geneva, Colombia's vice president, Francisco Santos, made a further extraordinary claim, saying the seized files revealed the guerrillas were negotiating to obtain radioactive material and hoped to make a "dirty bomb".
However, documents Colombian officials released to reporters did not support this allegation, indicating instead Farc only discussed the possibility of buying uranium to resell at a profit.
Farc said yesterday Colombia's raid gravely damaged chances of further releases of some of the 700 hostages it holds in jungle camps, including Íngrid Betancourt, the ailing Franco-Colombian politician who has become the public face of the captives' plight.
The rebels said Reyes died completing a mission to arrange Betancourt's release through Chávez and the French president, Nicolas Sarkozy, who has made it a personal cause. Sarkozy said last week that Betancourt could be near death, and that her "martyrdom [would be] the martyrdom of France".
http://www.guardian.co.uk/world/2008/ma ... tworkfront
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Espanha diz que tenta mediar crise entre Colômbia e Equador
Plantão | Publicada em 05/03/2008 às 11h53m
Reuters/Brasil Online
Por Raquel Castillo
MADRI (Reuters) - A Espanha realiza esforços para ajudar a Colômbia e o Equador a superarem a crise provocada pelo bombardeio colombiano de um acampamento de guerrilheiros localizado em território equatoriano, afirmou na quarta-feira o ministro espanhol das Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.
A incursão aérea realizada no sábado provocou a morte de Raúl Reyes, segundo homem mais importante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e de outros 22 rebeldes, além de ter feito eclodir um grave conflito diplomático envolvendo também a Venezuela.
"Conversei anteontem (segunda-feira) com o ministro (das Relações Exteriores) da Colômbia (Fernando Araújo) e ontem (terça-feira) com a ministra (das Relações Exteriores) do Equador (María Isabel Salvador)", afirmou Moratinos em declarações divulgadas pela Rádio Nacional da Espanha.
"Estamos comprometidos em realizar contatos cruzados a fim de que voltem à normalidade as relações entre dois países muito próximos e irmãos da Espanha, como é o caso da Colômbia e do Equador."
O Equador rompeu relações diplomáticas com a Colômbia depois do ataque, que descreveu como um "massacre" responsável por violar a soberania dele. Os governos equatoriano e venezuelano expulsaram o embaixador colombiano de suas capitais.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, um de seus maiores aliados na América Latina.
A tensão atingiu seu ponto máximo quando o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse que pretendia denunciar Chávez no Tribunal Penal Internacional sob a acusação de que daria apoio às Farc.
Uribe fez essa ameaça depois de afirmar que documentos encontrados em computadores de Reyes apontariam a existência de um vínculo do Equador e da Venezuela com as Farc.
Um dos documentos faria alusão a um suposto envio de 300 milhões de dólares à guerrilha pelo governo Chávez.
As Farc, maior grupo guerrilheiro da Colômbia, avisaram que a morte de Reyes ameaça os esforços para se firmar um acordo por meio do qual seriam libertadas algumas das pessoas mantidas reféns pelo grupo.
Plantão | Publicada em 05/03/2008 às 11h53m
Reuters/Brasil Online
Por Raquel Castillo
MADRI (Reuters) - A Espanha realiza esforços para ajudar a Colômbia e o Equador a superarem a crise provocada pelo bombardeio colombiano de um acampamento de guerrilheiros localizado em território equatoriano, afirmou na quarta-feira o ministro espanhol das Relações Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.
A incursão aérea realizada no sábado provocou a morte de Raúl Reyes, segundo homem mais importante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e de outros 22 rebeldes, além de ter feito eclodir um grave conflito diplomático envolvendo também a Venezuela.
"Conversei anteontem (segunda-feira) com o ministro (das Relações Exteriores) da Colômbia (Fernando Araújo) e ontem (terça-feira) com a ministra (das Relações Exteriores) do Equador (María Isabel Salvador)", afirmou Moratinos em declarações divulgadas pela Rádio Nacional da Espanha.
"Estamos comprometidos em realizar contatos cruzados a fim de que voltem à normalidade as relações entre dois países muito próximos e irmãos da Espanha, como é o caso da Colômbia e do Equador."
O Equador rompeu relações diplomáticas com a Colômbia depois do ataque, que descreveu como um "massacre" responsável por violar a soberania dele. Os governos equatoriano e venezuelano expulsaram o embaixador colombiano de suas capitais.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, um de seus maiores aliados na América Latina.
A tensão atingiu seu ponto máximo quando o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse que pretendia denunciar Chávez no Tribunal Penal Internacional sob a acusação de que daria apoio às Farc.
Uribe fez essa ameaça depois de afirmar que documentos encontrados em computadores de Reyes apontariam a existência de um vínculo do Equador e da Venezuela com as Farc.
Um dos documentos faria alusão a um suposto envio de 300 milhões de dólares à guerrilha pelo governo Chávez.
As Farc, maior grupo guerrilheiro da Colômbia, avisaram que a morte de Reyes ameaça os esforços para se firmar um acordo por meio do qual seriam libertadas algumas das pessoas mantidas reféns pelo grupo.
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Venezuela mobilizes forces to Colombia border
Wed Mar 5, 2008 10:33am EST
Wed Mar 5, 2008 10:33am EST
REUTERSBy Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - Venezuela deployed tanks and its air and sea forces toward the Colombian border in its first major military mobilization in a crisis with Colombia, the OPEC nation's defense minister said on Wednesday.
The move escalates tensions in a dispute over a Colombian weekend raid inside another of its neighbors, Ecuador, to kill rebels in an operation that Venezuelan President Hugo Chavez says could spark a war in the Andean region.
While Ecuador and Venezuela had poured soldiers toward their borders with Colombia in recent days, there had previously been no sign of a noticeable movement of heavy firepower.
Responding to a Chavez order delivered on Sunday, Venezuela's military said it had started sending 10 tank battalions toward the border and activated its air force and navy. Military analysts estimate such a mobilization could include more than 200 tanks.
Colombia has said it will not deploy extra forces to its borders in response to the neighbors' mobilizations.
The crisis pits leftists allies Venezuela and Ecuador against Colombia, which receives billions of dollars in U.S. military aid to fight drug traffickers and guerrillas.
Ecuador and Venezuela have also cut diplomatic ties in a crisis that has prompted calls from governments around the world for the three Andean nations to avoid any escalation.
Despite Venezuela's move on Wednesday, Ecuador sounded a conciliatory note, offering Colombia a diplomatic way out of the crisis if it apologizes and pledges not to make other raids.
"I hope in the short term relations can be restored," Vice President Lenin Moreno told Colombian radio Caracol.
Led by diplomatic heavyweight Brazil, most Latin American governments have condemned Colombia for entering Ecuador to kill FARC guerrillas and urged it to apologize.
(Additional reporting by Pat Markey in Bogota; Writing by Saul Hudson, editing by Vicki Allen)
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