Túlio escreveu:Sei lá, não sou economista, mas não entendo como a entrada de capital e tecnologia possa desvalorizar as ações de uma empresa...
Aliás, pelo que tenho lido por aí, o simples interesse de uma empresa em outra leva o preço das ações às alturas...
Também não sou economista e não entendo nem uma pequena parte desse processo.
Pelo o que eu entendi, a questão é que a Embraer está no nível mais alto de governança corporativa, a tomada do controle acionário por outra empresa, significa a saída dela do Novo Mercado, que é um conjunto de regras que define transparência de uma empresa. Daí a consequente desvalorização das ações. Pelo menos no curto prazo.
O maior impedimento, a meu ver, seria do governo brasileiro. Com o golden share, acredito eu que ele teria direito de barrar tal operação.
Com a operação de reestruturação societária da Embraer levada a cabo no primeiro semestre de 2006, os acionistas estratégicos europeus perderam o direito a nomear dois membros para o Conselho de Administração da companhia, direito este que era garantido por meio de acordo de acionistas. Outras mudanças trazidas pela reestruturação societária foram a manutenção de apenas um único tipo de ação da empresa, do tipo ordinária, que dá aos seus titulares o direito de voto, e a limitação do poder de voto de todos os acionistas até o máximo de 5% das ações detidas, o que representou, juntamente com a perda do direito das nomeações para o Conselho de Administração, a pulverização do poder de controle da Embraer.
Na prática, a reestruturação societária significou a quase que completa eliminação dos poderes dos acionistas estratégicos europeus na tomada de decisões estratégicas da Embraer, o que levou a alguns analistas a considerarem a reestruturação levada a efeito por Maurício Botelho e o Chief Financial Officer (CFO) da companhia, Antonio Luiz Pizarro Manso como um pequeno "coup d´etat".
http://www.defesanet.com.br/zz/emb_eads_dassault_1.htmorestespf escreveu:Não, Centurião, não é impossível e nem quase impossível, é muito provável. Existe um estudo feito no Brasil (acho que da FGV com mais alguém) onde se mostra efetivamente por "números" que a Embraer deixará de ser uma empresa brasileira, isto no máximo em 10 anos.
Ainda não entrei neste mérito aqui porque não conheço o assunto a fundo, apenas recebi as informações superficiais de um amigo que participou dos estudos. Se eu tiver mais detalhes, podemos até discutir.
No momento eu sugiro que isso não se transforme em uma batalha, até porque eu não sei os detalhes dos estudos (2º semestre de 2007), melhor ficarmos frios sobre isso.
Abraços,
Orestes
Prof. Orestes,
Eu não li este estudo, mas acredito que ele deve tratar das aquisições de ações por vários grupos diferentes. A reestruturação societária da Embraer definiu "a limitação do poder de voto de todos os acionistas até o máximo de 5% das ações detidas". Ou seja, um mesmo grupo não pode mandar na empresa. Por isso a pulverização.
Na minha opinião, mesmo que a maioria dos grupos seja de estrangeiros, é possível que um mesmo grupo empresarial use laranjas para comprar um poder maior de voto, mas isso seria investigado pela CVM e pelo goveno brasileiro, acredito eu, que não teria interesse nisso.
Eu sei que o clima no fórum ultimamente anda belicoso.
Só estou expondo o pouquíssimo que eu li sobre isso. Se estiver errado, irei admitir imediatamente. Afinal, estou neste fórum para aprender. Este estudo que você citou é a chave para explicar tudo.
Abraços