Dieneces escreveu:morcego escreveu:Qual foi o partido de Direita que vendeu alguma coisa?
Que eu saiba, todas as empresas privatizadas, hoje empregam e geram muito mais impostos do que antes.
A direita quando esteve no poder nunca vendeu coisa alguma de estatais . A direita tradicionalmente no Brasil foi estatizante . Atualmente , acredito que até não seja . Mas também não tem sido governo . FHC não é direita nem aqui nem em Caixa-prego , nem na Sorbonne e muito menos no exílio . Aliás o PSDB é o partido mais próximo ideologicamente do PT lulista , uma versão alfabetizada do mesmo , eu diria.
Puxa Dieneces! Tu ainda é do tempo que a direita no Brasil era a ARENA, isso já é coisa do passado, na verdade esse negócio de direita e esquerda atualmente é coisa de sinal de trânsito, pois os conceitos clássicos já não são mais válidos nos dias de hoje.
Agora a disputa ideológica se dá entre dois campos distintos um vinculado aos movimentos globalizantes e ao liberalismo-econômico clássico (portanto internacionalista e que busca o enfraquecimento dos estados nacionais com a finalidade de acelerar os fluxos de capitais, desonerando e liberalizando estes fluxos) e outro campo heterodóxo do ponto de vista econômico neo-keynesiano, defensor da manutenção da presença do estado na economia tanto na regulação como na execução de políticas estratégicas do ponto de vista social, econômica, industrial, etc., portanto mais nacionalista e defensor das particularidades culturais, sociais, políticas, étnicas, etc. de cada país adotando muitas vezes uma postura crítica frente ao processo de globalização.
Entre esses dois campos o primeiro é identificado atualmente de direita por estar vinculado intimamente aos preceitos do consenso de Washington sendo liderado pelo império norte-Americano e posição marjoritária junto aos organismos financeiros internacionais e demais países da OCDE enquanto o segundo é identificado como a opção defendida pela maioria dos partidos sociais-democratas (tais como os socialistas europeus) e aos movimentos anti-globalização.
No caso da nossa discussão particularmente é visível a identificação de partidos como DEM, PSDB, PPS (apesar das siglas) e demais oposicionistas a primeira corrente (neo-liberal globalizante) enquanto (goste ou não dele) o atual governo adota uma postura mais nacionalista, heterodoxa neo-keynesiana (desenvolvimentista) e portanto vinculada a segunga corrente. Agora isso não pode ser encarado como a disputa entre o bem e o mal, e sim como uma disputa natural de um estado democrático entre visões de mundo distintas, mas que podem surtir efeitos até semelhantes dependendo da condução política, cabe entendermos todo o processo e escolher o lado, avaliando qual a posição mais interesante para o nosso país, e para a sociedade como um todo, mas para isso é preciso conhecer as posições ideológicas envolvidas e suas articulações (internas e externas). Aliás se o pessoal da ARENA ainda estivesse na ativa é bem provável a considerar o atual contexto da disputa política, que estivessem apoiando o atual governo, pois como dissestes eram estatizantes, pois esta tem sido, salvo raras excessões, a postura do capitalismo nacional autêntico, basta ver a constelação de grandes empresários perfilados junto ao governo atual.
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)