Olá pessoal,
Queria pedir uma ajuda pra vocês, sobre alguns ataques aeronavais que ocorreram em cenários pouco estudados, como a Guerra Irã-Iraque, do Golfo, etc...
Para quem sabe, gostaria de pedir algumas informações sobre os ataques aeronavais que os Estados Unidos realizaram contra a Líbia. Eu tenho quase certeza de que os EUA realizaram duas intervenções militares no país, e em ao menos uma delas eles atingiram alvos navais.
Também tenho quase certeza absoluta de que o nosso saudoso(e sumido) amigo Victor postou um texto sobre isso, em algum lugar do fórum. Mas não encontrei.
Bem, quem tiver maiores informações, agradeceria imensamente.
Abraços
César
Ataques aeronavais na Guerra Irã-Iraque, Líbia, Golfo, etc..
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Aqui vai o relato do primeiro uso do Harpoon em combate, por A-6E Intruders e pelo cruzador USS Yorktown; tirado de Tom Cooper, ACIG, tópico “US vs. Libya, 1980-1989”.
A operação Prairie Fire tinha sido planejada pelo Pentágono já em outubro de 1985. O plano dessa operação era simples: esperava-se que as operações da USN no golfo de Sidra provavelmente causariam algum tipo da reação da Líbia, que então poderia ser encarada como "provocação", dando motivo para os EUA contra-atacarem. A tarefa adicional era conseguir mais dados sobre o sistema SA-5. As primeiras operações ao longo da costa líbia foram voadas já em fevereiro de 1986, e durante os seguintes 32 dias, os caças da USN penetraram continuamente ao sul do espaço aéreo da "linha da morte", declarada por Khadaffi. Esta linha conectava Benghasi e Tripoli, e marcava as águas e o espaço aéreo declarados como líbios; o líder líbio ameaçava derrubar ou destruir todo navio ou avião dos EUA que se deslocassem ao sul da linha. Em uma perseguição a um MiG-25PD em 25 de março e 1986, um Tomcat aparentemente cruzou a "linha da morte", chegando a uns 40km da costa líbia (ainda fora das águas territoriais) e este foi o momento em que os primeiros SA-5s foram disparados. Logo após, dois SA-5s adicionais foram disparados, mas ambos foram jameados por um EA-6B, que nesse meio tempo começou a apoiar os Tomcats. Nenhum avião foi derrubado (nem mesmo o MiG-25PD).
Em todo o caso, em torno das 19:00h, o CVW-17 começou a lançar o primeiro contra-ataque, despachando diversos A-7Es do VA-83, armados com AGM-88A HARM, e um número de A-6Es do VA-85 armados com AGM-84 Harpoon e Rockeye, e ao menos dois EA-6B o VAQ-132. Os primeiros a atacar foram - em torno de 19:26h - dois A-6Es do VA-55, que encontrou um barco rápido de mísseis Combatante-II líbio. O barco foi incapacitado primeiramente por um único AGM-84, e destruído então pelo outro Intruder, que o explodiu com uma CBU Rockeye. Uns 40 minutos mais tarde, ao menos dois F-14As do VF-102, acompanhados por F/A-18s, de A-7Es, e de EA-6Bs, que permaneciam a baixa altitude, aproximaram-se do sítio de SA-5 perto de Sidra, causando sua ativação e disparo. Assim que o radar foi ativado, os Corsairs lançaram diversos HARM, e então a formação inteira se distanciou. Não se sabe se algum dos HARM acertou, mas subseqüentemente, os Intruders do VA-85 e VA-55 tiveram um espaço livre para atacar diversos outros barcos líbios.
Em torno de 21:55h, dois A-6Es do VA-55 atacaram uma corveta classe Nanuchka que se dirigia para o cruzador USS Yorktown. A corveta foi atingida por um único AGM-84A, e incendiou-se violentamente (foi depois rebocada para Benghasi). Simultaneamente, o USS Yorktown disparou dois Harpoons e incapacitou um outro barco Combatante II. (...)
Às 07:30h da manhã seguinte, finalmente, uma outra corveta líbia classe Nanuchka foi interceptada por A-6Es do VA-55s, e explodida por CBUs Rockeye, lançada por um Intruder que se aproximou em uma altitude de apenas 30m. O navio foi posto fora de ação imediatamente, e afundado subseqüentemente por um AGM-84 disparado por um A-6E do VA-85, a uma distância de 25km. Embora este ataque fosse voado dentro do alcance dos SA-5s, os líbios não responderam, também porque a maioria dos aviões norte-americanos voaram em altitudes menores que 50 metros. A Operação Prairie Fire foi terminada às 08:30h, momento em que os líbios haviam perdido duas embarcações Combatante II e uma corveta Nanuchka, enquanto outra Nanuchka foi posta fora de ação. Os americanos acreditavam também ter destruído dois radares Squaire Pair, e diversos outros sistemas de controle de fogo de SAM, pricipalmente Fansongs, usados para a orientação de SA-2. Embora os aviões voassem mais perto, os navios da USN nunca aproximaram-se a mais perto que 74km da costa da Líbia.
http://www.acig.org/phpBB/viewtopic.php ... &forum=8&1
http://www.globalsecurity.org/military/ ... vfa-34.htm.
A operação Prairie Fire tinha sido planejada pelo Pentágono já em outubro de 1985. O plano dessa operação era simples: esperava-se que as operações da USN no golfo de Sidra provavelmente causariam algum tipo da reação da Líbia, que então poderia ser encarada como "provocação", dando motivo para os EUA contra-atacarem. A tarefa adicional era conseguir mais dados sobre o sistema SA-5. As primeiras operações ao longo da costa líbia foram voadas já em fevereiro de 1986, e durante os seguintes 32 dias, os caças da USN penetraram continuamente ao sul do espaço aéreo da "linha da morte", declarada por Khadaffi. Esta linha conectava Benghasi e Tripoli, e marcava as águas e o espaço aéreo declarados como líbios; o líder líbio ameaçava derrubar ou destruir todo navio ou avião dos EUA que se deslocassem ao sul da linha. Em uma perseguição a um MiG-25PD em 25 de março e 1986, um Tomcat aparentemente cruzou a "linha da morte", chegando a uns 40km da costa líbia (ainda fora das águas territoriais) e este foi o momento em que os primeiros SA-5s foram disparados. Logo após, dois SA-5s adicionais foram disparados, mas ambos foram jameados por um EA-6B, que nesse meio tempo começou a apoiar os Tomcats. Nenhum avião foi derrubado (nem mesmo o MiG-25PD).
Em todo o caso, em torno das 19:00h, o CVW-17 começou a lançar o primeiro contra-ataque, despachando diversos A-7Es do VA-83, armados com AGM-88A HARM, e um número de A-6Es do VA-85 armados com AGM-84 Harpoon e Rockeye, e ao menos dois EA-6B o VAQ-132. Os primeiros a atacar foram - em torno de 19:26h - dois A-6Es do VA-55, que encontrou um barco rápido de mísseis Combatante-II líbio. O barco foi incapacitado primeiramente por um único AGM-84, e destruído então pelo outro Intruder, que o explodiu com uma CBU Rockeye. Uns 40 minutos mais tarde, ao menos dois F-14As do VF-102, acompanhados por F/A-18s, de A-7Es, e de EA-6Bs, que permaneciam a baixa altitude, aproximaram-se do sítio de SA-5 perto de Sidra, causando sua ativação e disparo. Assim que o radar foi ativado, os Corsairs lançaram diversos HARM, e então a formação inteira se distanciou. Não se sabe se algum dos HARM acertou, mas subseqüentemente, os Intruders do VA-85 e VA-55 tiveram um espaço livre para atacar diversos outros barcos líbios.
Em torno de 21:55h, dois A-6Es do VA-55 atacaram uma corveta classe Nanuchka que se dirigia para o cruzador USS Yorktown. A corveta foi atingida por um único AGM-84A, e incendiou-se violentamente (foi depois rebocada para Benghasi). Simultaneamente, o USS Yorktown disparou dois Harpoons e incapacitou um outro barco Combatante II. (...)
Às 07:30h da manhã seguinte, finalmente, uma outra corveta líbia classe Nanuchka foi interceptada por A-6Es do VA-55s, e explodida por CBUs Rockeye, lançada por um Intruder que se aproximou em uma altitude de apenas 30m. O navio foi posto fora de ação imediatamente, e afundado subseqüentemente por um AGM-84 disparado por um A-6E do VA-85, a uma distância de 25km. Embora este ataque fosse voado dentro do alcance dos SA-5s, os líbios não responderam, também porque a maioria dos aviões norte-americanos voaram em altitudes menores que 50 metros. A Operação Prairie Fire foi terminada às 08:30h, momento em que os líbios haviam perdido duas embarcações Combatante II e uma corveta Nanuchka, enquanto outra Nanuchka foi posta fora de ação. Os americanos acreditavam também ter destruído dois radares Squaire Pair, e diversos outros sistemas de controle de fogo de SAM, pricipalmente Fansongs, usados para a orientação de SA-2. Embora os aviões voassem mais perto, os navios da USN nunca aproximaram-se a mais perto que 74km da costa da Líbia.
http://www.acig.org/phpBB/viewtopic.php ... &forum=8&1
http://www.globalsecurity.org/military/ ... vfa-34.htm.