Iraque - Noticias de Guerra
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Caro Patton, não se engane, isto esta acontecendo por que o IRÃ ESTA COM O "ASSHOLE ON THE HAND", um ataque ao IRA ou até a PERSPECTIVA de um ataque ao IRA, faz com que toda a sorte de esforços de desestabilizar o IRAQUE se direcionem e se preparem para fazer o mesmo NO IRA.
Da mesmar forma que BUSH tirou o problema de suas fronteiras jogando a batalha no campo do inimigo, vemos agora a migração (e preparação) para a resistência no novo FRONT.
Isso é a prova que não fosse governos com o IRÃ o IRAQUE estaria em PAZ a muito tempo, por um lado funcionou para fazer uma LIMPA em um monte de terrorista que tinha na região.
Da mesmar forma que BUSH tirou o problema de suas fronteiras jogando a batalha no campo do inimigo, vemos agora a migração (e preparação) para a resistência no novo FRONT.
Isso é a prova que não fosse governos com o IRÃ o IRAQUE estaria em PAZ a muito tempo, por um lado funcionou para fazer uma LIMPA em um monte de terrorista que tinha na região.
- EDSON
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O texto é antigo mais é bom.
Eu diria um texto de 2003 que mais tem haver com a realidade atual.
O exército, a grande incógnita
Desempenhando um papel fundamental na tomada do poder, em 1968, pelo Partido Ba’ath, o exército iraquiano foi progressivamente despolitizado até 1991, quando foi derrotado e humilhado na guerra do Golfo, rebelando-se contra o regime
Faleh A. Jabar
n twm
Na previsível guerra entre Washington e Bagdá, será o desempenho do exército iraquiano que irá determinar o futuro do regime ba’atista. Nos Estados Unidos, admite-se, em geral, que o exército regular iraquiano abandonará rapidamente o combate, mas que a Guarda Republicana poderia resistir muito mais. Mais motivada, melhor equipada e mais bem paga que as unidades regulares, esta poderia, sem dúvida, permanecer leal e combater.
No entanto, esse paralelo simplificado entre as tropas de elite e o exército poderia induzir a erros de avaliação. Ele resume as causas de coesão ou desintegração a fatores militares importantes, mas demasiado genéricos. Ignora os complexos vínculos entre a guerra e a política, especialmente nessa próxima guerra.
O controle total de Saddam Hussein
Em 1974, o Partido Ba’ath fixou dois objetivos: submeter o exército ao controle do partido, doutrinando-o, e reestruturá-lo, modernizá-lo e ampliá-lo
Para melhor compreendê-los, é necessário começar por reavaliar a natureza do Partido Ba’ath e sua tomada do poder em 1968. Na época, seus dirigentes estavam traumatizados pelas divisões entre o corpo de oficiais e por uma década de regime militar, permanentemente ameaçado por golpes de Estado. O 8º Congresso do partido, em 1974, fixou dois objetivos principais. Primeiro: submeter o exército ao controle do partido, expurgando de suas fileiras “elementos duvidosos, conspiradores ou aventureiros” e doutrinando todos os seus membros – o exército deveria ser “ba’atificado” ou, no vocabulário oficial, “doutrinado”. Segundo: reestruturar, modernizar e ampliar esse mesmo exército.
Essa “ba’atificação” do exército era necessária, mas não suficiente. Para garantir maior lealdade, injetaram-se nele grupos familiares ou clânicos. Surgia, então, um duplo sistema: o partido controlava o exército e o clã controlava o partido. Este fornecia os homens necessários à vigilância; o clã dava as garantias da confiança. Além do Estado-Maior, foram criados três centros de controle: a comissão militar do partido, a comissão de segurança nacional (encarregada, especificamente, da área de informações) e as redes familiares, informais.
Graças a essa estrutura encavalada, o presidente Saddam Hussein obteve um poder adicional sobre a gestão e supervisão da vida nacional. Pôde, por exemplo, ignorar a hierarquia de comando e exercer um controle direto sobre qualquer setor militar. Durante a guerra com o Irã (1980-1988), aliás, alguns militares reclamaram, pois, se é útil à segurança interna, a personalização dos mecanismos de controle também constitui uma desvantagem nas guerras modernas.
A despolitização do exército
A “ba’atificação” do exército era necessária, mas não suficiente. Para garantir uma maior lealdade, injetaram-se nele grupos familiares, ou clânicos
Anteriormente, durante a presidência dos irmãos Aref (1963-1968), as forças militares tinham uma dupla estrutura: o exército regular e a Guarda Republicana. O Partido Ba’ath manteve essa dualidade, mas a Guarda Republicana foi modificada e ampliada, passando o exército a contar com dois corpos. De maneira perfeitamente consciente, o regime dissociava a defesa nacional, a cargo do exército, da segurança interna, assumida pela Guarda Republicana – embora esta última continuasse ativa durante a guerra contra o Irã, assim como durante a conquista do Kuait e durante a guerra contra os Estados Unidos e seus aliados.
A reestruturação do exército, por seu lado, também provocou uma alteração radical na origem social dos chefes militares de alta patente. O papel político que desempenhava até então o corpo de oficiais foi gradativamente reduzido; o exército foi confinado à caserna e os oficiais viram-se limitados ao papel de meros executores. O primeiro Conselho do Comando da Revolução (CCR), que tomou o poder em 1968 e foi o órgão supremo do país, era integralmente constituído por militares. Três anos depois, o segundo CCR só contava com cinco oficiais entre seus quinze membros. E em 1979, quando Saddam Hussein concentrou em suas mãos todos os poderes, nenhum militar tinha assento no CCR. Como explica o historiador Majid Khadduri, “o Partido Ba’ath foi o primeiro regime a submeter o exército ao controle civil”.
Um monstro incontrolável
Graças a essa estrutura encavalada, o presidente Saddam Hussein ignora a hierarquia de comando e exerce um controle direto sobre qualquer setor militar
Mas essas mudanças também se fizeram acompanhar por um profundo abalo quantitativo. A época do soldado-político chegava ao fim, dando lugar à era de um exército superabundante. Em pouco mais de uma década, as forças armadas multiplicaram-se por dez, passando de 50 mil homens, em 1968, para 430 mil, em 1980. O número de militares em relação à população aumentou numa proporção de 6% para 31%. Por meio desse rápido crescimento, o regime demonstrava sua estabilidade, mas também suas ambições na região.
A guerra com o Irã assinalou o início de um período de sérias crises para a nação e para seu exército. O custo foi assumido graças à riqueza em petróleo, ao apoio internacional e regional, assim como a uma mistura de patriotismo popular com nacionalismo oficial. O exército inchou até chegar a um milhão de homens – sem contar as organizações paramilitares da milícia do partido (o Exército Popular) e os 150 mil homens que compõem as unidades mercenárias tribais curdas, os chamados “Batalhões de Defesa Nacional”.
Tudo isso iria sugar os recursos do país que se endividou de maneira colossal. Assumindo o papel de gigante militar, o Iraque transformou-se num anão econômico. O cansaço, associado aos combates prolongados, às dificuldades econômicas e à mobilidade social provocados pela política do regime acabaram levando a geração da guerra às raias da rebelião. As redes do partido e dos clãs, por um momento muito densas, se estreitaram pouco a pouco. O exército podia tornar-se um Leviatã1 incontrolável.
Rebelião, capitulação e coesão
De maneira perfeitamente consciente, o regime dissociou a defesa nacional, a cargo do exército, da segurança interna, assumida pela Guarda Republicana
A partir de 1988-1990, com o final do conflito, emergiram fissuras na tradicional união entre nacionalismo popular e oficial. O regime teria que optar por continuar alimentando seu milhão de homens fardados ou por financiar seu retorno à vida civil com dignidade. Saudados como “os heróis de Saddam”, amedrontavam a elite no poder com sua atitude selvagem e indócil. O alto comando militar estava dividido: uns temiam que os soldados – desmobilizados, esfomeados e enraivecidos – se tornassem um flagelo para a vida civil, semeando a desordem e cometendo crimes; outros temiam uma implosão dentro do exército, se este ficasse inativo por muito tempo.
Era absolutamente necessário procurar recursos suplementares e promover reformas políticas visando a atenuar as tensões. A invasão do Kuait, que deveria ser um remédio para todos esses males, teve um efeito de bumerangue. A derrota humilhante e as pesadas perdas humanas transformaram essa desventura num catalisador de desintegração e rebeliões. As insurreições de 1991 (curda, na região Norte, e xiita, na região Sul), nas quais alguns setores do exército tiveram um papel catalisador, assinalaram a primeira desintegração parcial das forças armadas.
Na realidade, a guerra do Golfo expôs a existência de três tendências – importantes, mas contraditórias – no exército: rebelião, capitulação e coesão. Não era novidade. A deserção, por exemplo, já representava um problema mesmo antes de 1990. Mas, por ocasião da guerra terrestre, em fevereiro de 1991, poucas unidades presentes em território do Kuait lutaram, de fato: 70 mil homens renderam-se no primeiro dia de combate.
A rebelião na frente Sul
O exército chegou a ter um milhão de homens. As redes do partido e dos clãs se estreitaram, pois o exército podia tornar-se um Leviatã incontrolável
Após o cessar-fogo, o nível de rebeliões e de deserção nas tropas da frente Sul era tamanho que o exército se desintegrou totalmente. Na região Norte, as unidades – cerca de 150 mil soldados – depuseram as armas, determinadas a não se rebelar nem a defender o regime. No centro do país, na região de Bagdá, o nível de homogeneidade e de lealdade foi muito mais significativo.
Por quê essas diferenças? Primeiramente, porque os soldados estavam bastante indiferentes àquela “guerra do Kuait”, como a chamavam. Sentiam-se esgotados pelo esforço empregado na guerra travada contra o Irã. A união entre os nacionalismos oficial e popular foi o preço que pagaram. As pesadas perdas, uma logística ineficiente, mantimentos insuficientes, uma má gestão das operações, a derrota e, depois, a retirada desorganizada, tudo isso, enfim, aumentou o ressentimento das unidades estacionadas no Sul. Além do que os comissários do partido e as redes familiares eram pouco numerosos entre as tropas enviadas para o Sul e as que ficaram no Kuait. O controle do partido e dos clãs era frágil.
Paradoxalmente, a devastadora campanha aérea da coalizão aliada – que, inicialmente, provocou uma reação de raiva entre os soldados que batiam em retirada, no Sul – acabou por desmantelar essas unidades rebeladas, tornando-as, assim, incapazes de lutar eficazmente contra o regime. A visão dos Estados Unidos, acentuada por seu receio de ver uma ingerência do Irã nos assuntos iraquianos, bem como sua vontade de manter um contrapeso militar diante dessas ameaças – o que os levou a não destruir por completo a Guarda Republicana – contribuiu, involuntariamente, para ajudar Saddam Hussein a se livrar da ameaça que representava seu exército derrotado no Sul. Pouco após a retirada, desorganizadas e dispersas, essas unidades se rebelaram. Um tanque que batia em retirada atirou sobre um gigantesco painel com o retrato de Saddam quando passava pelo centro da cidade de Basra. Foi esse o primeiro sinal da insurreição.
A fidelidade da Guarda Republicana
A guerra do Golfo expôs a existência de três fatores – importantes, mas contraditórios – no exército: rebelião, capitulação e coesão: não era novidade
Na região Norte, observaram-se situações semelhantes. Estouraram rebeliões lideradas pelos comandantes dos batalhões tribais curdos e pela população urbana mobilizada. Pressentindo a derrota e o isolamento, as unidades militares tomaram a difícil decisão de se render aos curdos. Cento e cinqüenta mil soldados e oficiais desertaram de suas posições. Viram-se cenas bastante estranhas, de milhares de homens desarmados, fardados, vagando pelas ruas de Erbil, Suleimaniya e Duhuk. Com pena desses soldados desiludidos, famílias curdas lhes davam dinheiro e comida. Os comandantes explicavam sua posição: a política de Saddam prejudicara a nação e humilhara o exército.
Mas esses militares não sabiam para onde ir. Com coragem para desafiar a disciplina militar, não a tinham suficiente para marchar sobre Bagdá. Em sua hesitação, depuseram deliberadamente as armas. Mesmo no Sul, a insurreição mais parecia de desespero do que um movimento com objetivos políticos claros. No Norte, como no Sul, o nível de despolitização dos militares era gritante.
Já a terceira seção do exército, sediada no centro do país, deu provas de coesão e manteve sua fidelidade ao regime. Composta, basicamente, por unidades da Guarda Republicana – como as divisões Madina e Hamurabi –, tornou-se a principal arma do presidente Saddam Hussein. O alto comando mantivera ali essas unidades para a eventualidade de um contra-ataque que nunca ocorreu. Ilesos, esses soldados atacaram os insurrectos, dizimados e mal armados, e acabaram por salvar o regime. Essas tropas – que haviam sido poupadas pelo governo de Bush pai para garantir a defesa nacional – cumpriram com perfeição seu papel de baluarte do regime.
A “tribalização” da sociedade e as mudanças
Vários fatores podem explicar essa coesão. A alta densidade de redes do partido e dos clãs dentro da Guarda Republicana – se comparada com sua presença no exército regular – desempenhou um papel crucial. Esses oficiais e soldados deixaram-se unir pelo sentimento de uma ameaça coletiva que pairava sobre eles, o que permitiu ao governo enviá-los para esmagar a rebelião. Seu moral estava bem mais alto, já que suas posições haviam sido relativamente poupadas durante a guerra.
A partir de 1991, o regime adotou uma estratégia de reestruturação destinada a pôr ordem no comando e nas instituições. Preparou um remanejamento do grupo dirigente, que já começava a dar sinais de desunião; preparou uma sucessão lenta e gradual; impôs um retorno à “tribalização” da sociedade e reorganizou integralmente o exército. Em 22 anos, de 1968 a 1990, sucederam-se quatro ministros da Defesa; de 1991 a 1996 ocorreram quatro mudanças. Saddam Hussein sempre havia deixado o ministério nas mãos do clã al-Majid, mas em 1996 – procurando agradar às instituições militares e levantar o moral da tropa – escolheu um veterano militar da geração jovem. Fruto dessa política, Thabit Sultan, o atual ministro da Defesa, substituiu o sinistro Ali Hassan al-Majid.
Paradoxalmente, a devastadora campanha aérea da coalizão aliada desmantelou as unidades rebeladas, impedindo-as de lutar eficazmente contra o regime
Mas a grande mudança foi a redução das forças armadas, que passaram de um contingente de um milhão para 350 mil homens. O estoque de armamento caiu para a metade do que existia antes de 1991; excetuando-se os sistemas de defesa aérea, não houve qualquer melhoria no material. A diminuição de efetivos militares permitiu ao regime reduzir as despesas e aumentar a densidade dos grupos clânicos que, antes da guerra, se encontravam perigosamente diluídos. Por outro lado, aumentou o fosso que separava o exército regular das tropas de elite. Em termos quantitativos, a Guarda Republicana conta atualmente com o mesmo número de divisões blindadas e mecanizadas que o exército regular, perdendo para este apenas no número de divisões de infantaria.
A coesão da elite no poder
Na realidade, as forças armadas abrangem atualmente quatro seções: as unidades especiais da Guarda Republicana, compostas por um corpo com três divisões (algumas avaliações calculam um número de oito brigadas); a Guarda Republicana propriamente dita, com três divisões blindadas, três divisões mecanizadas e duas divisões de infantaria; o exército regular, que compreende quatro divisões blindadas, três mecanizadas e quinze de infantaria; e uma série de unidades tribais, encarregadas de abafar qualquer desordem civil, mas que também podem representar uma força formidável em caso de combates de rua. Finalmente, é necessário frisar que o número de pessoas originárias do mesmo clã de Saddam Hussein representa, respectivamente, 35% e 85% dos oficiais de patente superior e média: um fator de coesão impressionante!
A guerra atualmente prevista é de natureza diferente daquela de 1991, tanto em termos de objetivos, quanto da conduta das operações e zonas de combates. A dimensão política da campanha determinará, de maneira bem mais importante do que antes, a atitude do exército. Como os Estados Unidos procuram abertamente derrubar o regime, as operações deverão se concentrar para a tomada da sede do poder, Bagdá. Sem reviravoltas em algumas unidades iraquianas importantes e sem um golpe de Estado bem-sucedido, o principal objetivo não será alcançado senão por uma invasão e ocupação total. A rápida vitória no Afeganistão não serve de modelo para o Iraque. Quebrar a unidade da “classe-clã” no poder pode se mostrar uma tarefa difícil, principalmente porque os Estados Unidos não parecem se preocupar com a coesão da elite no poder.
A rivalidade entre sunitas e xiitas
Após o final da guerra do Golfo, a grande mudança foi a redução das forças armadas, que passaram de um contingente de um milhão para 350 mil homens
O regime de Bagdá enfrenta dois problemas aparentemente insuperáveis. Em primeiro lugar, a natureza do conflito que se anuncia: desta vez, é a sobrevivência do regime que está em pauta. Além disso, a classe que está no poder está plenamente consciente do fosso intransponível que se impôs entre o nacionalismo oficial e o nacionalismo popular. E também compreende, angustiada, que o exército iraquiano não tem condições de enfrentar as tropas norte-americanas e eventuais aliados.
Bagdá vem imaginando várias alternativas. Inicialmente, o regime tentou manipular o sentimento de ameaça coletiva induzido pelos Estados Unidos, estendendo-o ao conjunto da elite no poder. Diante do medo de uma aniquilação total, seus membros poderiam, na verdade, unir-se para lutar em massa até o fim. Esse sentimento de vulnerabilidade coletiva é reforçado pelo fato de que os Estados Unidos não tentaram provocar fraturas entre a elite.
Em segundo lugar, diante da fragilidade intrínseca do nacionalismo oficial, o regime apelou para formas religiosas populares e institucionais – respectivamente o sentimento comunitário anti-xiita entre os sunitas e as fatwas2 das autoridades xiitas para condenar a oposição xiita.
Dois (ou três) centros de poder
Em terceiro lugar, o regime fez da fortificação das cidades o ponto central de sua estratégia militar, considerando-as como o melhor dos campos de batalha. Isto aumenta o risco de consideráveis perdas civis e pode atrasar ou restringir as operações norte-americanas, compensando, assim, a fragilidade do exército iraquiano e permitindo alcançar o sonho do regime: provocar o máximo número possível de baixas entre os norte-americanos.
Em quarto lugar, um minucioso plano de utilização dos meios de comunicação internacionais foi elaborado na esperança de deter as forças de invasão antes de sua chegada a Bagdá. No deserto, são raras as ocasiões de uma cobertura espetacular por parte da imprensa. Durante a guerra do Golfo de 1991, as forças da coalizão controlavam a cobertura da mídia. O regime iraquiano pretende reverter essa situação. Foram instalados dez centros de informação para a mídia em diversos locais subterrâneos.
Em quinto lugar, para garantir a continuidade do poder, o regime criou um sistema bipolar: Saddam Hussein e seu filho, Qusai, o atual presidente e seu sucessor. Também vem sendo avaliada a possibilidade de um terceiro centro de poder, embora não tenha sido divulgado, com o comandante da Guarda Republicana, general Kamal Mustapha.
Os riscos de uma guerra civil
Sem reviravoltas em unidades iraquianas importantes e sem um golpe de Estado bem-sucedido, o principal objetivo não será alcançado senão por uma invasão e ocupação total
Finalmente, para impedir qualquer tipo de revolta entre a população civil, os comandantes militares ocuparam os postos dos governadores civis através do país. As unidades tribais leais a Saddam Hussein também foram deslocadas maciçamente para os centros urbanos. Com todas essas medidas – e ainda mais algumas – o regime demonstra conhecer suas próprias fraquezas, assim como as limitações do campo adversário.
A acreditar na experiência de 1991, as duas alas do exército – o exército regular e a Guarda Republicana – poderiam, conforme as circunstâncias, lutar, rebelar-se ou desintegrar-se. Qualquer dessas possibilidades sairia vencedora, de acordo com o momento e o lugar. Quanto à organização de um golpe de Estado, é uma hipótese que parece mais complicada. O exército já não se encontra politizado, como estava em 1958; nessa época, bastava que uma décima parte das forças armadas aderisse a um movimento golpista para que o restante fosse neutralizado. Nas atuais circunstâncias, seria necessário mobilizar um autêntico corpo do exército (três ou quatro divisões) e neutralizar politicamente outras três. Sem a cooperação de uma proporção considerável dos membros do clã Beijat – o do presidente – isso é bastante improvável.
Conseguirá a política dos Estados Unidos e de seus aliados atrair uma parte das elites tribais atualmente no poder? Uma tentativa abortada de golpe de Estado poderia resultar em insurreições dispersas, aumentando os riscos de uma guerra civil. Então, o número de perdas civis seria dramático, o ritmo da guerra se banalizaria e a multiplicação de forças incontroláveis desafiaria nossos piores pesadelos.
Eu diria um texto de 2003 que mais tem haver com a realidade atual.
O exército, a grande incógnita
Desempenhando um papel fundamental na tomada do poder, em 1968, pelo Partido Ba’ath, o exército iraquiano foi progressivamente despolitizado até 1991, quando foi derrotado e humilhado na guerra do Golfo, rebelando-se contra o regime
Faleh A. Jabar
n twm
Na previsível guerra entre Washington e Bagdá, será o desempenho do exército iraquiano que irá determinar o futuro do regime ba’atista. Nos Estados Unidos, admite-se, em geral, que o exército regular iraquiano abandonará rapidamente o combate, mas que a Guarda Republicana poderia resistir muito mais. Mais motivada, melhor equipada e mais bem paga que as unidades regulares, esta poderia, sem dúvida, permanecer leal e combater.
No entanto, esse paralelo simplificado entre as tropas de elite e o exército poderia induzir a erros de avaliação. Ele resume as causas de coesão ou desintegração a fatores militares importantes, mas demasiado genéricos. Ignora os complexos vínculos entre a guerra e a política, especialmente nessa próxima guerra.
O controle total de Saddam Hussein
Em 1974, o Partido Ba’ath fixou dois objetivos: submeter o exército ao controle do partido, doutrinando-o, e reestruturá-lo, modernizá-lo e ampliá-lo
Para melhor compreendê-los, é necessário começar por reavaliar a natureza do Partido Ba’ath e sua tomada do poder em 1968. Na época, seus dirigentes estavam traumatizados pelas divisões entre o corpo de oficiais e por uma década de regime militar, permanentemente ameaçado por golpes de Estado. O 8º Congresso do partido, em 1974, fixou dois objetivos principais. Primeiro: submeter o exército ao controle do partido, expurgando de suas fileiras “elementos duvidosos, conspiradores ou aventureiros” e doutrinando todos os seus membros – o exército deveria ser “ba’atificado” ou, no vocabulário oficial, “doutrinado”. Segundo: reestruturar, modernizar e ampliar esse mesmo exército.
Essa “ba’atificação” do exército era necessária, mas não suficiente. Para garantir maior lealdade, injetaram-se nele grupos familiares ou clânicos. Surgia, então, um duplo sistema: o partido controlava o exército e o clã controlava o partido. Este fornecia os homens necessários à vigilância; o clã dava as garantias da confiança. Além do Estado-Maior, foram criados três centros de controle: a comissão militar do partido, a comissão de segurança nacional (encarregada, especificamente, da área de informações) e as redes familiares, informais.
Graças a essa estrutura encavalada, o presidente Saddam Hussein obteve um poder adicional sobre a gestão e supervisão da vida nacional. Pôde, por exemplo, ignorar a hierarquia de comando e exercer um controle direto sobre qualquer setor militar. Durante a guerra com o Irã (1980-1988), aliás, alguns militares reclamaram, pois, se é útil à segurança interna, a personalização dos mecanismos de controle também constitui uma desvantagem nas guerras modernas.
A despolitização do exército
A “ba’atificação” do exército era necessária, mas não suficiente. Para garantir uma maior lealdade, injetaram-se nele grupos familiares, ou clânicos
Anteriormente, durante a presidência dos irmãos Aref (1963-1968), as forças militares tinham uma dupla estrutura: o exército regular e a Guarda Republicana. O Partido Ba’ath manteve essa dualidade, mas a Guarda Republicana foi modificada e ampliada, passando o exército a contar com dois corpos. De maneira perfeitamente consciente, o regime dissociava a defesa nacional, a cargo do exército, da segurança interna, assumida pela Guarda Republicana – embora esta última continuasse ativa durante a guerra contra o Irã, assim como durante a conquista do Kuait e durante a guerra contra os Estados Unidos e seus aliados.
A reestruturação do exército, por seu lado, também provocou uma alteração radical na origem social dos chefes militares de alta patente. O papel político que desempenhava até então o corpo de oficiais foi gradativamente reduzido; o exército foi confinado à caserna e os oficiais viram-se limitados ao papel de meros executores. O primeiro Conselho do Comando da Revolução (CCR), que tomou o poder em 1968 e foi o órgão supremo do país, era integralmente constituído por militares. Três anos depois, o segundo CCR só contava com cinco oficiais entre seus quinze membros. E em 1979, quando Saddam Hussein concentrou em suas mãos todos os poderes, nenhum militar tinha assento no CCR. Como explica o historiador Majid Khadduri, “o Partido Ba’ath foi o primeiro regime a submeter o exército ao controle civil”.
Um monstro incontrolável
Graças a essa estrutura encavalada, o presidente Saddam Hussein ignora a hierarquia de comando e exerce um controle direto sobre qualquer setor militar
Mas essas mudanças também se fizeram acompanhar por um profundo abalo quantitativo. A época do soldado-político chegava ao fim, dando lugar à era de um exército superabundante. Em pouco mais de uma década, as forças armadas multiplicaram-se por dez, passando de 50 mil homens, em 1968, para 430 mil, em 1980. O número de militares em relação à população aumentou numa proporção de 6% para 31%. Por meio desse rápido crescimento, o regime demonstrava sua estabilidade, mas também suas ambições na região.
A guerra com o Irã assinalou o início de um período de sérias crises para a nação e para seu exército. O custo foi assumido graças à riqueza em petróleo, ao apoio internacional e regional, assim como a uma mistura de patriotismo popular com nacionalismo oficial. O exército inchou até chegar a um milhão de homens – sem contar as organizações paramilitares da milícia do partido (o Exército Popular) e os 150 mil homens que compõem as unidades mercenárias tribais curdas, os chamados “Batalhões de Defesa Nacional”.
Tudo isso iria sugar os recursos do país que se endividou de maneira colossal. Assumindo o papel de gigante militar, o Iraque transformou-se num anão econômico. O cansaço, associado aos combates prolongados, às dificuldades econômicas e à mobilidade social provocados pela política do regime acabaram levando a geração da guerra às raias da rebelião. As redes do partido e dos clãs, por um momento muito densas, se estreitaram pouco a pouco. O exército podia tornar-se um Leviatã1 incontrolável.
Rebelião, capitulação e coesão
De maneira perfeitamente consciente, o regime dissociou a defesa nacional, a cargo do exército, da segurança interna, assumida pela Guarda Republicana
A partir de 1988-1990, com o final do conflito, emergiram fissuras na tradicional união entre nacionalismo popular e oficial. O regime teria que optar por continuar alimentando seu milhão de homens fardados ou por financiar seu retorno à vida civil com dignidade. Saudados como “os heróis de Saddam”, amedrontavam a elite no poder com sua atitude selvagem e indócil. O alto comando militar estava dividido: uns temiam que os soldados – desmobilizados, esfomeados e enraivecidos – se tornassem um flagelo para a vida civil, semeando a desordem e cometendo crimes; outros temiam uma implosão dentro do exército, se este ficasse inativo por muito tempo.
Era absolutamente necessário procurar recursos suplementares e promover reformas políticas visando a atenuar as tensões. A invasão do Kuait, que deveria ser um remédio para todos esses males, teve um efeito de bumerangue. A derrota humilhante e as pesadas perdas humanas transformaram essa desventura num catalisador de desintegração e rebeliões. As insurreições de 1991 (curda, na região Norte, e xiita, na região Sul), nas quais alguns setores do exército tiveram um papel catalisador, assinalaram a primeira desintegração parcial das forças armadas.
Na realidade, a guerra do Golfo expôs a existência de três tendências – importantes, mas contraditórias – no exército: rebelião, capitulação e coesão. Não era novidade. A deserção, por exemplo, já representava um problema mesmo antes de 1990. Mas, por ocasião da guerra terrestre, em fevereiro de 1991, poucas unidades presentes em território do Kuait lutaram, de fato: 70 mil homens renderam-se no primeiro dia de combate.
A rebelião na frente Sul
O exército chegou a ter um milhão de homens. As redes do partido e dos clãs se estreitaram, pois o exército podia tornar-se um Leviatã incontrolável
Após o cessar-fogo, o nível de rebeliões e de deserção nas tropas da frente Sul era tamanho que o exército se desintegrou totalmente. Na região Norte, as unidades – cerca de 150 mil soldados – depuseram as armas, determinadas a não se rebelar nem a defender o regime. No centro do país, na região de Bagdá, o nível de homogeneidade e de lealdade foi muito mais significativo.
Por quê essas diferenças? Primeiramente, porque os soldados estavam bastante indiferentes àquela “guerra do Kuait”, como a chamavam. Sentiam-se esgotados pelo esforço empregado na guerra travada contra o Irã. A união entre os nacionalismos oficial e popular foi o preço que pagaram. As pesadas perdas, uma logística ineficiente, mantimentos insuficientes, uma má gestão das operações, a derrota e, depois, a retirada desorganizada, tudo isso, enfim, aumentou o ressentimento das unidades estacionadas no Sul. Além do que os comissários do partido e as redes familiares eram pouco numerosos entre as tropas enviadas para o Sul e as que ficaram no Kuait. O controle do partido e dos clãs era frágil.
Paradoxalmente, a devastadora campanha aérea da coalizão aliada – que, inicialmente, provocou uma reação de raiva entre os soldados que batiam em retirada, no Sul – acabou por desmantelar essas unidades rebeladas, tornando-as, assim, incapazes de lutar eficazmente contra o regime. A visão dos Estados Unidos, acentuada por seu receio de ver uma ingerência do Irã nos assuntos iraquianos, bem como sua vontade de manter um contrapeso militar diante dessas ameaças – o que os levou a não destruir por completo a Guarda Republicana – contribuiu, involuntariamente, para ajudar Saddam Hussein a se livrar da ameaça que representava seu exército derrotado no Sul. Pouco após a retirada, desorganizadas e dispersas, essas unidades se rebelaram. Um tanque que batia em retirada atirou sobre um gigantesco painel com o retrato de Saddam quando passava pelo centro da cidade de Basra. Foi esse o primeiro sinal da insurreição.
A fidelidade da Guarda Republicana
A guerra do Golfo expôs a existência de três fatores – importantes, mas contraditórios – no exército: rebelião, capitulação e coesão: não era novidade
Na região Norte, observaram-se situações semelhantes. Estouraram rebeliões lideradas pelos comandantes dos batalhões tribais curdos e pela população urbana mobilizada. Pressentindo a derrota e o isolamento, as unidades militares tomaram a difícil decisão de se render aos curdos. Cento e cinqüenta mil soldados e oficiais desertaram de suas posições. Viram-se cenas bastante estranhas, de milhares de homens desarmados, fardados, vagando pelas ruas de Erbil, Suleimaniya e Duhuk. Com pena desses soldados desiludidos, famílias curdas lhes davam dinheiro e comida. Os comandantes explicavam sua posição: a política de Saddam prejudicara a nação e humilhara o exército.
Mas esses militares não sabiam para onde ir. Com coragem para desafiar a disciplina militar, não a tinham suficiente para marchar sobre Bagdá. Em sua hesitação, depuseram deliberadamente as armas. Mesmo no Sul, a insurreição mais parecia de desespero do que um movimento com objetivos políticos claros. No Norte, como no Sul, o nível de despolitização dos militares era gritante.
Já a terceira seção do exército, sediada no centro do país, deu provas de coesão e manteve sua fidelidade ao regime. Composta, basicamente, por unidades da Guarda Republicana – como as divisões Madina e Hamurabi –, tornou-se a principal arma do presidente Saddam Hussein. O alto comando mantivera ali essas unidades para a eventualidade de um contra-ataque que nunca ocorreu. Ilesos, esses soldados atacaram os insurrectos, dizimados e mal armados, e acabaram por salvar o regime. Essas tropas – que haviam sido poupadas pelo governo de Bush pai para garantir a defesa nacional – cumpriram com perfeição seu papel de baluarte do regime.
A “tribalização” da sociedade e as mudanças
Vários fatores podem explicar essa coesão. A alta densidade de redes do partido e dos clãs dentro da Guarda Republicana – se comparada com sua presença no exército regular – desempenhou um papel crucial. Esses oficiais e soldados deixaram-se unir pelo sentimento de uma ameaça coletiva que pairava sobre eles, o que permitiu ao governo enviá-los para esmagar a rebelião. Seu moral estava bem mais alto, já que suas posições haviam sido relativamente poupadas durante a guerra.
A partir de 1991, o regime adotou uma estratégia de reestruturação destinada a pôr ordem no comando e nas instituições. Preparou um remanejamento do grupo dirigente, que já começava a dar sinais de desunião; preparou uma sucessão lenta e gradual; impôs um retorno à “tribalização” da sociedade e reorganizou integralmente o exército. Em 22 anos, de 1968 a 1990, sucederam-se quatro ministros da Defesa; de 1991 a 1996 ocorreram quatro mudanças. Saddam Hussein sempre havia deixado o ministério nas mãos do clã al-Majid, mas em 1996 – procurando agradar às instituições militares e levantar o moral da tropa – escolheu um veterano militar da geração jovem. Fruto dessa política, Thabit Sultan, o atual ministro da Defesa, substituiu o sinistro Ali Hassan al-Majid.
Paradoxalmente, a devastadora campanha aérea da coalizão aliada desmantelou as unidades rebeladas, impedindo-as de lutar eficazmente contra o regime
Mas a grande mudança foi a redução das forças armadas, que passaram de um contingente de um milhão para 350 mil homens. O estoque de armamento caiu para a metade do que existia antes de 1991; excetuando-se os sistemas de defesa aérea, não houve qualquer melhoria no material. A diminuição de efetivos militares permitiu ao regime reduzir as despesas e aumentar a densidade dos grupos clânicos que, antes da guerra, se encontravam perigosamente diluídos. Por outro lado, aumentou o fosso que separava o exército regular das tropas de elite. Em termos quantitativos, a Guarda Republicana conta atualmente com o mesmo número de divisões blindadas e mecanizadas que o exército regular, perdendo para este apenas no número de divisões de infantaria.
A coesão da elite no poder
Na realidade, as forças armadas abrangem atualmente quatro seções: as unidades especiais da Guarda Republicana, compostas por um corpo com três divisões (algumas avaliações calculam um número de oito brigadas); a Guarda Republicana propriamente dita, com três divisões blindadas, três divisões mecanizadas e duas divisões de infantaria; o exército regular, que compreende quatro divisões blindadas, três mecanizadas e quinze de infantaria; e uma série de unidades tribais, encarregadas de abafar qualquer desordem civil, mas que também podem representar uma força formidável em caso de combates de rua. Finalmente, é necessário frisar que o número de pessoas originárias do mesmo clã de Saddam Hussein representa, respectivamente, 35% e 85% dos oficiais de patente superior e média: um fator de coesão impressionante!
A guerra atualmente prevista é de natureza diferente daquela de 1991, tanto em termos de objetivos, quanto da conduta das operações e zonas de combates. A dimensão política da campanha determinará, de maneira bem mais importante do que antes, a atitude do exército. Como os Estados Unidos procuram abertamente derrubar o regime, as operações deverão se concentrar para a tomada da sede do poder, Bagdá. Sem reviravoltas em algumas unidades iraquianas importantes e sem um golpe de Estado bem-sucedido, o principal objetivo não será alcançado senão por uma invasão e ocupação total. A rápida vitória no Afeganistão não serve de modelo para o Iraque. Quebrar a unidade da “classe-clã” no poder pode se mostrar uma tarefa difícil, principalmente porque os Estados Unidos não parecem se preocupar com a coesão da elite no poder.
A rivalidade entre sunitas e xiitas
Após o final da guerra do Golfo, a grande mudança foi a redução das forças armadas, que passaram de um contingente de um milhão para 350 mil homens
O regime de Bagdá enfrenta dois problemas aparentemente insuperáveis. Em primeiro lugar, a natureza do conflito que se anuncia: desta vez, é a sobrevivência do regime que está em pauta. Além disso, a classe que está no poder está plenamente consciente do fosso intransponível que se impôs entre o nacionalismo oficial e o nacionalismo popular. E também compreende, angustiada, que o exército iraquiano não tem condições de enfrentar as tropas norte-americanas e eventuais aliados.
Bagdá vem imaginando várias alternativas. Inicialmente, o regime tentou manipular o sentimento de ameaça coletiva induzido pelos Estados Unidos, estendendo-o ao conjunto da elite no poder. Diante do medo de uma aniquilação total, seus membros poderiam, na verdade, unir-se para lutar em massa até o fim. Esse sentimento de vulnerabilidade coletiva é reforçado pelo fato de que os Estados Unidos não tentaram provocar fraturas entre a elite.
Em segundo lugar, diante da fragilidade intrínseca do nacionalismo oficial, o regime apelou para formas religiosas populares e institucionais – respectivamente o sentimento comunitário anti-xiita entre os sunitas e as fatwas2 das autoridades xiitas para condenar a oposição xiita.
Dois (ou três) centros de poder
Em terceiro lugar, o regime fez da fortificação das cidades o ponto central de sua estratégia militar, considerando-as como o melhor dos campos de batalha. Isto aumenta o risco de consideráveis perdas civis e pode atrasar ou restringir as operações norte-americanas, compensando, assim, a fragilidade do exército iraquiano e permitindo alcançar o sonho do regime: provocar o máximo número possível de baixas entre os norte-americanos.
Em quarto lugar, um minucioso plano de utilização dos meios de comunicação internacionais foi elaborado na esperança de deter as forças de invasão antes de sua chegada a Bagdá. No deserto, são raras as ocasiões de uma cobertura espetacular por parte da imprensa. Durante a guerra do Golfo de 1991, as forças da coalizão controlavam a cobertura da mídia. O regime iraquiano pretende reverter essa situação. Foram instalados dez centros de informação para a mídia em diversos locais subterrâneos.
Em quinto lugar, para garantir a continuidade do poder, o regime criou um sistema bipolar: Saddam Hussein e seu filho, Qusai, o atual presidente e seu sucessor. Também vem sendo avaliada a possibilidade de um terceiro centro de poder, embora não tenha sido divulgado, com o comandante da Guarda Republicana, general Kamal Mustapha.
Os riscos de uma guerra civil
Sem reviravoltas em unidades iraquianas importantes e sem um golpe de Estado bem-sucedido, o principal objetivo não será alcançado senão por uma invasão e ocupação total
Finalmente, para impedir qualquer tipo de revolta entre a população civil, os comandantes militares ocuparam os postos dos governadores civis através do país. As unidades tribais leais a Saddam Hussein também foram deslocadas maciçamente para os centros urbanos. Com todas essas medidas – e ainda mais algumas – o regime demonstra conhecer suas próprias fraquezas, assim como as limitações do campo adversário.
A acreditar na experiência de 1991, as duas alas do exército – o exército regular e a Guarda Republicana – poderiam, conforme as circunstâncias, lutar, rebelar-se ou desintegrar-se. Qualquer dessas possibilidades sairia vencedora, de acordo com o momento e o lugar. Quanto à organização de um golpe de Estado, é uma hipótese que parece mais complicada. O exército já não se encontra politizado, como estava em 1958; nessa época, bastava que uma décima parte das forças armadas aderisse a um movimento golpista para que o restante fosse neutralizado. Nas atuais circunstâncias, seria necessário mobilizar um autêntico corpo do exército (três ou quatro divisões) e neutralizar politicamente outras três. Sem a cooperação de uma proporção considerável dos membros do clã Beijat – o do presidente – isso é bastante improvável.
Conseguirá a política dos Estados Unidos e de seus aliados atrair uma parte das elites tribais atualmente no poder? Uma tentativa abortada de golpe de Estado poderia resultar em insurreições dispersas, aumentando os riscos de uma guerra civil. Então, o número de perdas civis seria dramático, o ritmo da guerra se banalizaria e a multiplicação de forças incontroláveis desafiaria nossos piores pesadelos.
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Pode ser que com tanta "bondade" por parte dos EUA, um dia o Iraque volte a ter dias calmos como os anteriores á invasão....
Vai daí, um fanático da Blackwater decide premir o gatilho para "aliviar o stress" e mata mais uns 20 ou 30 civis...
Ah, enganei-me não é "fanático", é um "libertador"
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morcego escreveu:Isso é a prova que não fosse governos com o IRÃ o IRAQUE estaria em PAZ a muito tempo, por um lado funcionou para fazer uma LIMPA em um monte de terrorista que tinha na região.
já sei que vou pregar no deserto, mas....
1) o Iraque estava em PAZ antes da "cowboyada"
2) Quando Saddam estava no poder servia de TRAVÃO ás ambições Iranianas
3) Foi justamente a "libertação" do Iraque que desencadeou a ambição Iraniana
4) Limpou um monte de terrorista? é , dá para ver, matam um aparecem 10, boa troca.
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(não sei se vos interessam as baixas civis, são afinal Iraquianos, e Terroristas até prova em contrário, mas aqui vai):
Large bombings claim ever more lives
2007 sees the worst bombings ever – and more of them
4 Oct 2007
Iraq Body Count’s research shows that 27,000 civilian deaths from violence were reported in 2006. This represents a huge increase compared to preceding years: 14,000 killed in 2005, 10,500 in 2004 and just under 12,000 in 2003 (7,000 during the actual war/invasion, and another 5,000 during the ‘peace’ that followed).
Early indications are that roughly 20,000 violent civilian deaths will be recorded for the first 9 months of 2007. By year’s end, 2007 looks to be the second-worst calendar year for violence in Iraq since the 2003 invasion, trailing only behind 2006, and still almost twice as deadly for civilians as the first year.
One measure by which 2007 quickly exceeded 2006 was in major ground-based bombing attacks which killed more than 50 civilians (and sometimes far more). Throughout all of 2006 there were 12 such attacks. Between January and April 2007 there were already 13. As of this writing, there have been 20 such attacks in 2007, claiming well over 2,000 civilian lives, with the worst-ever of these attacks occurring in August and killing over 500.
Altogether, there have been 49 of these attacks since 2003, killing 4,454 to 4,632 civilians, and probably more.
The death tolls from these large-scale incidents are well-reported: on average, each of the incidents listed here received 33 independent media reports, including updates to the death toll, ranging up to 92 reports for the largest incident. Even so, these attacks leave many wounded, some of whom may have died from their injuries after the last of these reports were collected. This makes it likely that more civilians may have died from them than the 4,454 to 4,362 recorded here.
The following table charts the 49 incidents recorded between March 2003 and September 2007:
http://www.iraqbodycount.org/analysis/n ... est-bombs/
Large bombings claim ever more lives
2007 sees the worst bombings ever – and more of them
4 Oct 2007
Iraq Body Count’s research shows that 27,000 civilian deaths from violence were reported in 2006. This represents a huge increase compared to preceding years: 14,000 killed in 2005, 10,500 in 2004 and just under 12,000 in 2003 (7,000 during the actual war/invasion, and another 5,000 during the ‘peace’ that followed).
Early indications are that roughly 20,000 violent civilian deaths will be recorded for the first 9 months of 2007. By year’s end, 2007 looks to be the second-worst calendar year for violence in Iraq since the 2003 invasion, trailing only behind 2006, and still almost twice as deadly for civilians as the first year.
One measure by which 2007 quickly exceeded 2006 was in major ground-based bombing attacks which killed more than 50 civilians (and sometimes far more). Throughout all of 2006 there were 12 such attacks. Between January and April 2007 there were already 13. As of this writing, there have been 20 such attacks in 2007, claiming well over 2,000 civilian lives, with the worst-ever of these attacks occurring in August and killing over 500.
Altogether, there have been 49 of these attacks since 2003, killing 4,454 to 4,632 civilians, and probably more.
The death tolls from these large-scale incidents are well-reported: on average, each of the incidents listed here received 33 independent media reports, including updates to the death toll, ranging up to 92 reports for the largest incident. Even so, these attacks leave many wounded, some of whom may have died from their injuries after the last of these reports were collected. This makes it likely that more civilians may have died from them than the 4,454 to 4,362 recorded here.
The following table charts the 49 incidents recorded between March 2003 and September 2007:
http://www.iraqbodycount.org/analysis/n ... est-bombs/
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A "PAX" IRAQUIANA....
Recent Events
Thursday 29 November: 24 dead
Baghdad: roadside bomb kills 1, Shaab; 6 bodies.
Al-Salam: mortars kill 12.
Okashat: 2 policemen killed in battle with gunmen near Syrian border.
Bamo: roadside bomb kills policeman.
Tikrit: gunmen kill Sheikh's son.
Hawija: gunmen attack mayor's convoy, kill guard.
Wednesday 28 November: 16 dead
Baghdad: 3 killed in explosion, Nafal al-Shurta; 3 bodies.
Haqlaniya: 5 killed in mortar attack.
Kirkuk: gunmen kill 2.
Tikrit: gunmen kill mayor.
Hawija: gunmen kill 1.
Mosul: gunmen kill policeman.
Tuesday 27 November: 71 dead
Baghdad: US forces fire on minibus, kill 4, Shaab; US patrol fires on civilian vehicles, kills 2, Tobchi; woman is killed in grenade attack, Dora; 3 bodies.
Baquba: suicide bomber kills up to 13 at police station; suicide bomber blows herself up at a gathering of Iraqi civilians and US troops, kills 2.
Haditha: rocket hits market, kills 5.
Mosul: 2 killed in clashes; 9 bodies.
Tikrit: 4 bodies.
Nineveh province: 15 bodies of prisoners abducted the previous day by gunmen are found.
The number of civilians killed by US forces during November is now 75, including 2 children.
Monday 26 November: 19 dead
Baghdad: formerly displaced mother and 2 children killed by gunmen, after returning to their home, Saidiya; 4 bodies.
Mosul: roadside bomb kills civilian; 3 bodies.
Kut: gunmen kill policeman.
Kanan: al-Qaeda attack kills civilian.
Hilla: gunmen kill man in car.
Baiji: US forces open fire on vehicle, kill 2 men and child inside it.
Sunday 25 November: 50 dead
Baghdad: car bombs, roadside bombs kill 18 in Bab al-Muatham, Waziriya, Rostomiya, Rusafa; gunmen kill 11 members of journalist's family (his sisters, their husbands and 7 children) opposing US occupation of Iraq and the al-Maliki government; 5 bodies.
Baquba: gunmen open fire on car, kill 3 members of the same family.
Basra: gunmen kill civilian; 3 bodies.
Mandali: gunmen shoot 2 borthers.
Ramadi: US forces open fire on car, kill man travelling with his wife and children.
Saturday 24 November: 17 dead
Baghdad: 4 bodies.
Falluja: 2 bodies.
Mosul: roadside bomb kills policeman; 2 bodies -a university student and her mother.
Samarra: car bomb kills 3 policemen.
Hilla: 2 worshippers shot dead outisde mosque.
Tuz Khurmato: body found.
continua em:
http://www.iraqbodycount.org/database/recent/
Esta é dedicada especialmente ao sr.morcego que passa o tempo a elogiar a "inteligência" dos Americanos que levaram a guerra para longe das suas fronteiras, sei que não mudará nada a sua maneira de pensar, mas como a esperança é a última a morrer...
http://www.iraqbodycount.org/analysis/b ... e-of-loss/
"It is the ‘price to pay’, the ‘sacrifice’ that has to be made as we fight terrorism, the ‘cost’ of this war against evil forces. That is what we say to justify these killings. But those of us who speak of this price to be paid, this sacrifice to be made, do not pay this price, do not make this sacrifice. Our own country is not being destroyed, attacked, occupied. Our own children are not being blown up, our civilians are not becoming homeless by the millions. Those who speak of the necessity of this sacrifice, would they be prepared to pay such a price? In their own country? With the blood of their own families?
How much easier it is to sacrifice others, to let others pay with their lives. The value of those lives is hardly high enough to trouble us. It is nothing our military cannot afford"
Quanto ao Sr. Patton, os seus comentários são tão infelizes que não merecem da minha parte mais do que total indiferença...
Recent Events
Thursday 29 November: 24 dead
Baghdad: roadside bomb kills 1, Shaab; 6 bodies.
Al-Salam: mortars kill 12.
Okashat: 2 policemen killed in battle with gunmen near Syrian border.
Bamo: roadside bomb kills policeman.
Tikrit: gunmen kill Sheikh's son.
Hawija: gunmen attack mayor's convoy, kill guard.
Wednesday 28 November: 16 dead
Baghdad: 3 killed in explosion, Nafal al-Shurta; 3 bodies.
Haqlaniya: 5 killed in mortar attack.
Kirkuk: gunmen kill 2.
Tikrit: gunmen kill mayor.
Hawija: gunmen kill 1.
Mosul: gunmen kill policeman.
Tuesday 27 November: 71 dead
Baghdad: US forces fire on minibus, kill 4, Shaab; US patrol fires on civilian vehicles, kills 2, Tobchi; woman is killed in grenade attack, Dora; 3 bodies.
Baquba: suicide bomber kills up to 13 at police station; suicide bomber blows herself up at a gathering of Iraqi civilians and US troops, kills 2.
Haditha: rocket hits market, kills 5.
Mosul: 2 killed in clashes; 9 bodies.
Tikrit: 4 bodies.
Nineveh province: 15 bodies of prisoners abducted the previous day by gunmen are found.
The number of civilians killed by US forces during November is now 75, including 2 children.
Monday 26 November: 19 dead
Baghdad: formerly displaced mother and 2 children killed by gunmen, after returning to their home, Saidiya; 4 bodies.
Mosul: roadside bomb kills civilian; 3 bodies.
Kut: gunmen kill policeman.
Kanan: al-Qaeda attack kills civilian.
Hilla: gunmen kill man in car.
Baiji: US forces open fire on vehicle, kill 2 men and child inside it.
Sunday 25 November: 50 dead
Baghdad: car bombs, roadside bombs kill 18 in Bab al-Muatham, Waziriya, Rostomiya, Rusafa; gunmen kill 11 members of journalist's family (his sisters, their husbands and 7 children) opposing US occupation of Iraq and the al-Maliki government; 5 bodies.
Baquba: gunmen open fire on car, kill 3 members of the same family.
Basra: gunmen kill civilian; 3 bodies.
Mandali: gunmen shoot 2 borthers.
Ramadi: US forces open fire on car, kill man travelling with his wife and children.
Saturday 24 November: 17 dead
Baghdad: 4 bodies.
Falluja: 2 bodies.
Mosul: roadside bomb kills policeman; 2 bodies -a university student and her mother.
Samarra: car bomb kills 3 policemen.
Hilla: 2 worshippers shot dead outisde mosque.
Tuz Khurmato: body found.
continua em:
http://www.iraqbodycount.org/database/recent/
Esta é dedicada especialmente ao sr.morcego que passa o tempo a elogiar a "inteligência" dos Americanos que levaram a guerra para longe das suas fronteiras, sei que não mudará nada a sua maneira de pensar, mas como a esperança é a última a morrer...
http://www.iraqbodycount.org/analysis/b ... e-of-loss/
"It is the ‘price to pay’, the ‘sacrifice’ that has to be made as we fight terrorism, the ‘cost’ of this war against evil forces. That is what we say to justify these killings. But those of us who speak of this price to be paid, this sacrifice to be made, do not pay this price, do not make this sacrifice. Our own country is not being destroyed, attacked, occupied. Our own children are not being blown up, our civilians are not becoming homeless by the millions. Those who speak of the necessity of this sacrifice, would they be prepared to pay such a price? In their own country? With the blood of their own families?
How much easier it is to sacrifice others, to let others pay with their lives. The value of those lives is hardly high enough to trouble us. It is nothing our military cannot afford"
Quanto ao Sr. Patton, os seus comentários são tão infelizes que não merecem da minha parte mais do que total indiferença...
Triste sina ter nascido português
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Death toll for Iraqis falls for 3rd straight month
718 deaths are lowest since ’06 blast at shrine sparked sectarian violence
updated 6:54 p.m. PT, Sat., Dec. 1, 2007
BAGHDAD - (AP)The number of Iraqis killed last month fell to 718, an Associated Press tally showed, the lowest monthly death toll since just before the 2006 bombing of a Shiite shrine provoked a vicious cycle of retaliatory sectarian violence.
The figures come as the military says violence has fallen to levels not seen in nearly two years, while acknowledging that Iraqis are still dying in unacceptable numbers.
An expert on the effect of conflicts on civilians agreed, saying that while the downward trend was positive, it needed to be kept in perspective.
“We’ve gone from horrific levels of murder to very bad, which is an improvement but not a reason to celebrate,” said Richard Garfield, a professor at New York’s Columbia University and a manager of health and nutrition for the World Health Organization.
“At these so-called low levels, there’s a massive number of excess deaths still likely to occur,” he said.
It was the third consecutive monthly decline in the death toll of Iraqi civilians and security forces since August, when a massive suicide bombing targeting minority Yazidis in northern Iraq helped push the figure to at least 1,956.
Some 500 are thought to have perished in the bombing of the Yazidis.
At least 1,023 Iraqis were killed in September, 911 in October and 718 in November, the lowest since January 2006, when 615 Iraqis were killed, according to figures compiled by the AP from hospital, police and military officials, as well as accounts from reporters and photographers. Insurgent deaths were not included. Other counts differ and some have given higher civilian death tolls.
The number of U.S. troop deaths also declined for the sixth consecutive month, with at least 37 recorded in November, according to an AP tally based on military figures. That was the lowest number since March 2006, when 31 American service members died.
Official: 'We can't get complacent'
The U.S. military has said the decline in the number of deadly attacks is largely due to a troop buildup this summer of some 30,000 additional troops that enabled them to get closer to the population, as well as a sharp turn of public opinion against al-Qaida in Iraq and other extremist groups.
But American commanders and other officials have gone to great lengths to warn that militants on both sides of the Sunni-Shiite divide still pose a major threat, and violence continues.
“We’re always encouraged by any downward trend in violence, but we can’t get complacent,” said Navy Lt. Patrick Evans, a military spokesman.
“There have been improvements in security, however, militants, insurgents, extremists and criminals out there will continue to keep looking for opportunities, so we have to remain vigilant and on alert,” he added. “There’s still a lot of work that needs to be done.”
Blast sparked wave of violence
The numbers were high even before the Feb. 22, 2006 bombing in the city of Samarra north of Baghdad, which devastated the golden dome of a revered Shiite shrine. But the attack caused longstanding tensions to boil over and assassinations, bombings and execution-style killings were rampant.
November of that year was one of the deadliest of the war, with at least 2,250 Iraqis killed, dwarfing recent figures.
http://www.msnbc.msn.com/id/22057959/
718 deaths are lowest since ’06 blast at shrine sparked sectarian violence
updated 6:54 p.m. PT, Sat., Dec. 1, 2007
BAGHDAD - (AP)The number of Iraqis killed last month fell to 718, an Associated Press tally showed, the lowest monthly death toll since just before the 2006 bombing of a Shiite shrine provoked a vicious cycle of retaliatory sectarian violence.
The figures come as the military says violence has fallen to levels not seen in nearly two years, while acknowledging that Iraqis are still dying in unacceptable numbers.
An expert on the effect of conflicts on civilians agreed, saying that while the downward trend was positive, it needed to be kept in perspective.
“We’ve gone from horrific levels of murder to very bad, which is an improvement but not a reason to celebrate,” said Richard Garfield, a professor at New York’s Columbia University and a manager of health and nutrition for the World Health Organization.
“At these so-called low levels, there’s a massive number of excess deaths still likely to occur,” he said.
It was the third consecutive monthly decline in the death toll of Iraqi civilians and security forces since August, when a massive suicide bombing targeting minority Yazidis in northern Iraq helped push the figure to at least 1,956.
Some 500 are thought to have perished in the bombing of the Yazidis.
At least 1,023 Iraqis were killed in September, 911 in October and 718 in November, the lowest since January 2006, when 615 Iraqis were killed, according to figures compiled by the AP from hospital, police and military officials, as well as accounts from reporters and photographers. Insurgent deaths were not included. Other counts differ and some have given higher civilian death tolls.
The number of U.S. troop deaths also declined for the sixth consecutive month, with at least 37 recorded in November, according to an AP tally based on military figures. That was the lowest number since March 2006, when 31 American service members died.
Official: 'We can't get complacent'
The U.S. military has said the decline in the number of deadly attacks is largely due to a troop buildup this summer of some 30,000 additional troops that enabled them to get closer to the population, as well as a sharp turn of public opinion against al-Qaida in Iraq and other extremist groups.
But American commanders and other officials have gone to great lengths to warn that militants on both sides of the Sunni-Shiite divide still pose a major threat, and violence continues.
“We’re always encouraged by any downward trend in violence, but we can’t get complacent,” said Navy Lt. Patrick Evans, a military spokesman.
“There have been improvements in security, however, militants, insurgents, extremists and criminals out there will continue to keep looking for opportunities, so we have to remain vigilant and on alert,” he added. “There’s still a lot of work that needs to be done.”
Blast sparked wave of violence
The numbers were high even before the Feb. 22, 2006 bombing in the city of Samarra north of Baghdad, which devastated the golden dome of a revered Shiite shrine. But the attack caused longstanding tensions to boil over and assassinations, bombings and execution-style killings were rampant.
November of that year was one of the deadliest of the war, with at least 2,250 Iraqis killed, dwarfing recent figures.
http://www.msnbc.msn.com/id/22057959/
Editado pela última vez por zela em Dom Dez 02, 2007 3:16 pm, em um total de 1 vez.
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Leitura interessante...
Shoot-out between Saddam’s spy and al-Qaeda brings life back to streets-London Times
An enigmatic military intelligence officer from the old Iraqi Army is leading a revolt that has reduced the bloodshed in Baghdad
James Hider - Baghdah
One morning in late May, a former Iraqi military intelligence officer working as an American double agent walked up to the al-Qaeda ruler of west Baghdad. The exchange of words, then bullets, that followed has transformed the most volatile neighbourhood of Baghdad into an unexpected haven of calm.
It may, according to US officers, be one of the most significant gunfights since the 2003 invasion, and its ripples across Baghdad are bringing local Sunni and Shia men together to fight terrorists and militia in other neighbourhoods.
The showdown went like this: “Hajji Sabah, isn’t it time you stopped already?” Abu Abed al-Obeidi, a diminutive 37-year-old with a drooping moustache, tired eyes and a ready smile, said. “You have destroyed Amariyah,” he added, referring to the neighbourhood.
“Who are you?” Sabah, the Islamist emir, sneered. “We’re al-Qaeda. I’ll kill you all and raze your homes.”
“You can try,” Mr al-Obeidi said.
The emir reached for his pistol. He was faster than Mr al-Obeidi, but his Glock 9mm jammed. As he turned to run, Mr al-Obeidi emptied his pistol into his back. His assault on al-Qaeda had begun.
Amariyah has experienced a startling rebirth since that western-style shootout. In May its streets were filled with corpses being picked over by stray dogs. American troops ventured in rarely. When they did, they used heavily armoured vehicles, several of which were blown apart by mines.
Now the shops and cafés are open, and schoolchildren and women stroll the streets. Mr al-Obeidi’s men patrol on foot with American troops and Iraqi soldiers.
It has been a precarious journey from al-Qaeda fiefdom to what US commanders see as a possible model for the future of Iraq. The process has not been made clearer by the mystique surrounding the enigmatic man at the centre of the revolt.
After the Americans rolled into Baghdad in 2003, Mr al-Obeidi, a sniper and military intelligence major in Saddam Hussein’s army, briefly joined the Sunni resistance. Within a year he had grown disillusioned with al-Qaeda, which had taken over the movement with the aim of sparking a civil war between Iraq’s Shia majority and Sunni minority.
In an abrupt about-face, he offered his services as an intelligence agent to the Americans. “I have a basic principle to fight anybody who is hurting my fellow citizens,” he said, surrounded by his uniformed, well-armed gunmen in his large offices in Amariyah. “That’s why I co-operated in 2004 with the Americans and started to work against al-Qaeda.”
He used his skills as a secret agent and former insurgent to infiltrate extreme Islamist groups. He has also built up a network of close comrades from Saddam’s sacked officer corps and the insurgency. This spring, dismayed by the failure of the Iraqi Government and its US allies to stem the bloodshed by al-Qaeda, he decided to act directly himself.
The May gunbattle was touch and go. Of the 150 men Mr al-Obeidi had gathered to fight, all but 15 fled when the bullets and rocket-propelled grenades started to fly.
He had divided his men into two groups, each ruthlessly targeting al-Qaeda leaders. As Mr al-Obeidi shot dead Sabah, his deputy, Zayed, was gunning down his No 2, known as Omar the Slayer. Zayed died in the shootout.
Outgunned, Mr al-Obeidi and his remaining men retreated to a mosque, where his friend, Sheikh Walid alAzzawi, an imam, announced over the minaret loudspeakers what may be the first jihad against al-Qaeda.
Mr al-Obeidi had contacted the Americans before the attack and asked them not to intervene. Unusually, the US Army consented. After a night of fighting, the rebels were down to three men. Sheikh Walid called the Americans and begged for support. They arrived in force and cut down the Islamists.
The Americans had hit a goldmine in Mr al-Obeidi. With his intelligence skills and local gunmen, they suddenly found that they could identify an elusive enemy. The former insurgents knew exactly where to find the Islamists and their weapons. Within a month Mr al-Obeidi’s men had led the Americans on a series of raids that swept the Islamists from Amariyah.
The recent turning of Sunni tribes and insurgents against al-Qaeda in western Iraq and Baghdad has become known as the Sunni Awakening. Here, however, it is more of a national awakening — Mr al-Obeidi’s 600- man force includes disillusioned Shia soldiers as well as Sunni former officers who had worked secretly for the US.
The Shia population of Amariyah, driven out by Sunni extremists, has started to return. “I wish we had a dozen Abu Abeds,” Abdelrazaq Abu Muhammad, a 66-year-old Shia who was chased from Amariyah by alQaeda and returned a couple of weeks ago, said. “He is working round the clock, watching and guarding.”
A retired schoolteacher, Umm Ahmed, a Shia woman who fled a year ago, said: “Everything we have now we owe to Abu Abed. This was the first place to be saved by a hero like Abu Abed.”
Among his men there is open hero-worship, with aides tripping over one another to light his steady stream of cigarettes or to patrol the streets with him.
The new forces, known as the Firsan al-Rafidan (Knights of the Two Rivers), have, however, proved to be a blunt instrument at times. Mr al Obeidi, who still wears the Sabah’s pistol on his hip, deterred al-Qaeda from using a local print shop to produce propaganda leaflets by burning it to the ground.
When he finds his men — only half of whom are paid — occasionally stealing or extorting money, he beats them himself, and has broken his knuckles dispensing rough justice. Few questions are asked either when al-Qaeda suspects die in his house raids.
“Did Abu Abed beat people? I have no doubt,” Major Barry Daniels, of the 1st Battalion, Fifth Cavalry Regiment, who works closely with Mr al-Obeidi’s men, said. “We don’t have everything figured out yet and there’s a lot of risk in this.”
Aware of the dangers of creating yet another large, armed faction in a lawless city torn apart by militia, the US Army has created a special unit, the “roughnecks”, to work alongside them and smooth the coarser edges of Mr al-Obeidi.
“Anyone who says there is no risk in this is crazy,” Major Daniels said. “But we do our best to mitigate that risk.” He said that the best way to do so was for local militia such as Mr al-Obeidi’s to be integrated into the police force. The frustration of US commanders at the refusal of the Shia-dominated Government to make peace with Sunnis is tangible.
“The best way to reconcile is to show the Sunnis that they have a future in this country,” Major Daniels said. “If they continue to demonstrate that there’s no future, then God knows what will happen.”
There is no doubt that the bold assault on Sabah — combined with an increase in US troops in the capital — has calmed the chronic violence of Baghdad.
Inspired by his heroics and by the lucrative contracts for local militia — the US military has paid out $39 million (£19 million) so far — “concerned local citizens’ groups”, as they are known, now number 77,000 men after only six months.
Every day their new leaders come to seek advice from Mr al-Obeidi on taking on not only al-Qaeda but also violent Shia militia, such as the al-Mahdi Army, which are beholden to parties in the Government. Most of all, they want to know how to enlist the support of the Americans.
Some Iraqis worry that the creation of more armed groups will lead to the rise of warlords across Baghdad. Mr al-Obeidi swats that charge aside, saying that he wants to leave the country once he has secured his men jobs in the Iraqi security forces. Amariyah has no police force, partly because of the lack of interest in Sunni areas by the Shia Government. His men want to become legitimate policemen.
Once that happens, he hopes to get out with his surviving family. Two of his brothers died in the Iran-Iraq war in the 1980s, two more were kidnapped, mutilated and murdered by gunmen dressed in Interior Ministry uniforms two years ago. A $500,000 bounty has been put on his head by al-Qaeda and Mr al-Obeidi cannot leave Amariyah, a district walled in entirely by the Americans against car bombs.
“I lost most of my family, I haven’t had any rest for a long time. I think I’m done,” he said. “I did a good thing for Iraq. I want to live a normal life now,” he said.
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/iraq/article2971288.ece
Shoot-out between Saddam’s spy and al-Qaeda brings life back to streets-London Times
An enigmatic military intelligence officer from the old Iraqi Army is leading a revolt that has reduced the bloodshed in Baghdad
James Hider - Baghdah
One morning in late May, a former Iraqi military intelligence officer working as an American double agent walked up to the al-Qaeda ruler of west Baghdad. The exchange of words, then bullets, that followed has transformed the most volatile neighbourhood of Baghdad into an unexpected haven of calm.
It may, according to US officers, be one of the most significant gunfights since the 2003 invasion, and its ripples across Baghdad are bringing local Sunni and Shia men together to fight terrorists and militia in other neighbourhoods.
The showdown went like this: “Hajji Sabah, isn’t it time you stopped already?” Abu Abed al-Obeidi, a diminutive 37-year-old with a drooping moustache, tired eyes and a ready smile, said. “You have destroyed Amariyah,” he added, referring to the neighbourhood.
“Who are you?” Sabah, the Islamist emir, sneered. “We’re al-Qaeda. I’ll kill you all and raze your homes.”
“You can try,” Mr al-Obeidi said.
The emir reached for his pistol. He was faster than Mr al-Obeidi, but his Glock 9mm jammed. As he turned to run, Mr al-Obeidi emptied his pistol into his back. His assault on al-Qaeda had begun.
Amariyah has experienced a startling rebirth since that western-style shootout. In May its streets were filled with corpses being picked over by stray dogs. American troops ventured in rarely. When they did, they used heavily armoured vehicles, several of which were blown apart by mines.
Now the shops and cafés are open, and schoolchildren and women stroll the streets. Mr al-Obeidi’s men patrol on foot with American troops and Iraqi soldiers.
It has been a precarious journey from al-Qaeda fiefdom to what US commanders see as a possible model for the future of Iraq. The process has not been made clearer by the mystique surrounding the enigmatic man at the centre of the revolt.
After the Americans rolled into Baghdad in 2003, Mr al-Obeidi, a sniper and military intelligence major in Saddam Hussein’s army, briefly joined the Sunni resistance. Within a year he had grown disillusioned with al-Qaeda, which had taken over the movement with the aim of sparking a civil war between Iraq’s Shia majority and Sunni minority.
In an abrupt about-face, he offered his services as an intelligence agent to the Americans. “I have a basic principle to fight anybody who is hurting my fellow citizens,” he said, surrounded by his uniformed, well-armed gunmen in his large offices in Amariyah. “That’s why I co-operated in 2004 with the Americans and started to work against al-Qaeda.”
He used his skills as a secret agent and former insurgent to infiltrate extreme Islamist groups. He has also built up a network of close comrades from Saddam’s sacked officer corps and the insurgency. This spring, dismayed by the failure of the Iraqi Government and its US allies to stem the bloodshed by al-Qaeda, he decided to act directly himself.
The May gunbattle was touch and go. Of the 150 men Mr al-Obeidi had gathered to fight, all but 15 fled when the bullets and rocket-propelled grenades started to fly.
He had divided his men into two groups, each ruthlessly targeting al-Qaeda leaders. As Mr al-Obeidi shot dead Sabah, his deputy, Zayed, was gunning down his No 2, known as Omar the Slayer. Zayed died in the shootout.
Outgunned, Mr al-Obeidi and his remaining men retreated to a mosque, where his friend, Sheikh Walid alAzzawi, an imam, announced over the minaret loudspeakers what may be the first jihad against al-Qaeda.
Mr al-Obeidi had contacted the Americans before the attack and asked them not to intervene. Unusually, the US Army consented. After a night of fighting, the rebels were down to three men. Sheikh Walid called the Americans and begged for support. They arrived in force and cut down the Islamists.
The Americans had hit a goldmine in Mr al-Obeidi. With his intelligence skills and local gunmen, they suddenly found that they could identify an elusive enemy. The former insurgents knew exactly where to find the Islamists and their weapons. Within a month Mr al-Obeidi’s men had led the Americans on a series of raids that swept the Islamists from Amariyah.
The recent turning of Sunni tribes and insurgents against al-Qaeda in western Iraq and Baghdad has become known as the Sunni Awakening. Here, however, it is more of a national awakening — Mr al-Obeidi’s 600- man force includes disillusioned Shia soldiers as well as Sunni former officers who had worked secretly for the US.
The Shia population of Amariyah, driven out by Sunni extremists, has started to return. “I wish we had a dozen Abu Abeds,” Abdelrazaq Abu Muhammad, a 66-year-old Shia who was chased from Amariyah by alQaeda and returned a couple of weeks ago, said. “He is working round the clock, watching and guarding.”
A retired schoolteacher, Umm Ahmed, a Shia woman who fled a year ago, said: “Everything we have now we owe to Abu Abed. This was the first place to be saved by a hero like Abu Abed.”
Among his men there is open hero-worship, with aides tripping over one another to light his steady stream of cigarettes or to patrol the streets with him.
The new forces, known as the Firsan al-Rafidan (Knights of the Two Rivers), have, however, proved to be a blunt instrument at times. Mr al Obeidi, who still wears the Sabah’s pistol on his hip, deterred al-Qaeda from using a local print shop to produce propaganda leaflets by burning it to the ground.
When he finds his men — only half of whom are paid — occasionally stealing or extorting money, he beats them himself, and has broken his knuckles dispensing rough justice. Few questions are asked either when al-Qaeda suspects die in his house raids.
“Did Abu Abed beat people? I have no doubt,” Major Barry Daniels, of the 1st Battalion, Fifth Cavalry Regiment, who works closely with Mr al-Obeidi’s men, said. “We don’t have everything figured out yet and there’s a lot of risk in this.”
Aware of the dangers of creating yet another large, armed faction in a lawless city torn apart by militia, the US Army has created a special unit, the “roughnecks”, to work alongside them and smooth the coarser edges of Mr al-Obeidi.
“Anyone who says there is no risk in this is crazy,” Major Daniels said. “But we do our best to mitigate that risk.” He said that the best way to do so was for local militia such as Mr al-Obeidi’s to be integrated into the police force. The frustration of US commanders at the refusal of the Shia-dominated Government to make peace with Sunnis is tangible.
“The best way to reconcile is to show the Sunnis that they have a future in this country,” Major Daniels said. “If they continue to demonstrate that there’s no future, then God knows what will happen.”
There is no doubt that the bold assault on Sabah — combined with an increase in US troops in the capital — has calmed the chronic violence of Baghdad.
Inspired by his heroics and by the lucrative contracts for local militia — the US military has paid out $39 million (£19 million) so far — “concerned local citizens’ groups”, as they are known, now number 77,000 men after only six months.
Every day their new leaders come to seek advice from Mr al-Obeidi on taking on not only al-Qaeda but also violent Shia militia, such as the al-Mahdi Army, which are beholden to parties in the Government. Most of all, they want to know how to enlist the support of the Americans.
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Once that happens, he hopes to get out with his surviving family. Two of his brothers died in the Iran-Iraq war in the 1980s, two more were kidnapped, mutilated and murdered by gunmen dressed in Interior Ministry uniforms two years ago. A $500,000 bounty has been put on his head by al-Qaeda and Mr al-Obeidi cannot leave Amariyah, a district walled in entirely by the Americans against car bombs.
“I lost most of my family, I haven’t had any rest for a long time. I think I’m done,” he said. “I did a good thing for Iraq. I want to live a normal life now,” he said.
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Atentados durante visita de Gates
Um carro-bomba explodiu ontem no bairro de Karrada, de maioria xiita, na área central de Bagdade, matando pelo menos 16 pessoas.
A explosão ocorreu durante a visita do secretário americano de Defesa, Robert Gates, à capital do Iraque. Gates estava reunido com líderes iraquianos na Zona Verde - a área onde estão prédios oficiais e embaixadas -, não muito distante do local da explosão.
Rajadas de tiros foram ouvidas logo depois da explosão e uma grossa coluna de fumo podia ser vista à distância. Também ontem, explosões de carros-bombas em três cidades diferentes do Iraque mataram outras oito pessoas.
Depois da reunião com autoridades iraquianas em Bagdade, Robert Gates declarou-se seguro de que o Iraque está na via da democracia e da estabilidade.
"Estou convencido que um Iraque estável, seguro e democrático está ao alcance", declarou Gates durante uma conferência de Imprensa na companhia do seu homólogo iraquiano, Abdel Kader al-Ubeidi.
Na conferência de Imprensa, Gates assinalou uma diminuição global da violência no Iraque nos últimos meses, que conduziu a um substancial aumento no número de refugiados que regressaram e no investimento internacional no país apesar de quase cinco anos de guerra.
Isto, disse, "levou a um sentimento crescente de normalidade e esperança".
http://jn.sapo.pt/2007/12/06/mundo/aten ... gates.html
Um carro-bomba explodiu ontem no bairro de Karrada, de maioria xiita, na área central de Bagdade, matando pelo menos 16 pessoas.
A explosão ocorreu durante a visita do secretário americano de Defesa, Robert Gates, à capital do Iraque. Gates estava reunido com líderes iraquianos na Zona Verde - a área onde estão prédios oficiais e embaixadas -, não muito distante do local da explosão.
Rajadas de tiros foram ouvidas logo depois da explosão e uma grossa coluna de fumo podia ser vista à distância. Também ontem, explosões de carros-bombas em três cidades diferentes do Iraque mataram outras oito pessoas.
Depois da reunião com autoridades iraquianas em Bagdade, Robert Gates declarou-se seguro de que o Iraque está na via da democracia e da estabilidade.
"Estou convencido que um Iraque estável, seguro e democrático está ao alcance", declarou Gates durante uma conferência de Imprensa na companhia do seu homólogo iraquiano, Abdel Kader al-Ubeidi.
Na conferência de Imprensa, Gates assinalou uma diminuição global da violência no Iraque nos últimos meses, que conduziu a um substancial aumento no número de refugiados que regressaram e no investimento internacional no país apesar de quase cinco anos de guerra.
Isto, disse, "levou a um sentimento crescente de normalidade e esperança".
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Triste sina ter nascido português
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07/12/2007
Presos na Zona Verde de Bagdá: uma visita à terra de ninguém na capital iraquiana
Centenas de famílias iraquianas procuraram refúgio na Zona Verde de Bagdá nos últimos anos. Agora, as autoridades querem tirá-las -mas, além das barricadas, a morte as espera
Ulrike Putz
O documento que protegia a vida da família Al Jaaf foi apresentado tantas vezes que suas dobras se rasgaram. Ele instrui a qualquer um que queira expulsar a família de sua casa sob a "Ponte 14 de Julho", em Bagdá, a contatar o nome dado. A carta é assinada por um tal Chip Bell, capitão do exército americano no Iraque. Vários selos e o papel oficial militar dão ao documento mais peso. Mesmo que a família Al Jaaf continue a tratar a carta como um tesouro escondido, entretanto, ela perdeu seu valor. "Assim como nossas vidas", diz a sra. Al Jaaf.
A família é apenas uma de centenas iraquianas que procuraram refúgio na assim chamada Zona Verde de Bagdá nos últimos anos. O enclave internacional, quartel general dos americanos e seus aliados, é uma cidade dentro de uma cidade. Aninhado em uma curva do Tigre, o bairro pertenceu à elite sob Saddam Hussein. É aqui que os palácios do ditador ficavam e ainda ficam, separado dos mortais ordinários.
A entrada na região continua restrita hoje. Atrás dos altos muros, dezenas de milhares de soldados, diplomata, trabalhadores estrangeiros e iraquianos vivem em relativa segurança. Para os Al Jaaf, tornou-se segurança sob demanda. Desde que o governo iraquiano assumiu a administração da zona, vem tentando tirar as famílias iraquianas. "Eles querem que a gente volte para a cidade", diz o pai da família Al Jaaf, de 52 anos. Ele tem certeza que não sobreviveria um único dia do lado de fora. "Qualquer um que trabalhou para os americanos é considerado traidor e pode ser considerado morto", diz ele.
Seqüestrado porque trabalhou para os americanos
Os Al Jaaf sabem o que estão falando. No dia 11 de agosto de 2006, Isam, seu filho mais velho, foi seqüestrado. Ele estivera trabalhando como segurança na Zona Verde, empregado pela Triple Canopy, uma das maiores empresas americanas de segurança no Iraque. A família de Isam está certa que ele foi seqüestrado por causa de seu trabalho. Eles não conseguiram dizer o que é virtualmente uma certeza: que seu filho, de 30 anos, está morto.
É desagradavelmente fresco o ar na cozinha onde os Al Jaaf recebem os visitantes. A sala não está apresentável. Sua nora pede desculpas: eles costumavam tirar os colchões onde os pais dormem durante o dia, mas agora não se dão mais o trabalho. "Deixamos nossos amigos e parentes para trás. Ninguém mais nos visita."
Quando os pais falam do filho perdido, usam uma linguagem evasiva, suprimindo a verdade. "Rezo para que esteja bem", diz a mãe. "Sonho com o dia em que poderei abraçá-lo novamente", diz o pai. "Espero que seu filho volte logo e com saúde", diz o visitante. É quase embaraçoso; todos evitam o olhar do outro. A mãe fica em pé olhando a chama de gás. O pai pega um pente para pentear o bigode.
No entanto, o momento passa e Hamsi Al Jaaf continua a falar. Os seqüestradores só contataram a família uma vez, um dia após a captura de Isam. "Disseram que eram do Exército de Mahdi e que queriam US$ 50.000 (cerca de R$ 100.000) de resgate", diz ele. O Exército de Mahdi é uma das milícias xiitas mais temidas do Iraque. Os Al Jaaf são sunitas. "Simplesmente eu não tinha esse dinheiro", disse o pai, que trabalha como empresário na capital jordaniana de Amã antes da guerra. Desde então, não ouviram mais nada do filho.
Sem volta
Uma semana após o seqüestro, a família comprou uma casa simples na Zona Verde por US$ 3.500 (em torno de R$ 7.000). As mulheres empacotaram poucos pertences, o pai fechou a porta de seu antigo apartamento no distrito de Taalbiye. Desde então, os Al Jaaf moram na margem do Tigre.
Sua nova casa fica à sombra da grande ponte que conecta a Zona Verde com Bagdá. Mas os Al Jaaf não podem cruzá-la. Não podem voltar ao seu velho bairro, sua cidade ou suas vidas. O mesmo acontece com seus vizinhos.
Todas as sete famílias que moram sob a ponte compartilham o mesmo destino, diz a sra. Al Jaaf. Todas foram tomadas sob as asas dos americanos após um membro de suas famílias ter sido morto por colaborar. "Na família atrás de nós, foi a filha, na do outro lado, o filho", conta a senhora de 50 anos.
Pessoas como os Al Jaaf são prisioneiros de uma terra de ninguém, cuja luta pela propriedade já começou.
O que acontecerá quando as tropas americanas forem embora de vez e deixarem seus funcionários seguirem seus destinos é a menor das preocupações do pai. O que realmente o preocupa é que um funcionário da administração iraquiana da Zona Verde tem feito visitas quase diárias. Na próxima semana, ele disse que trará a polícia iraquiana, e as coisas vão ficar sérias.
A administração iraquiana quer liberar o antigo quartel do exército que os Al Jaaf e seus vizinhos compraram. Por que, o pai não sabe. Ele suspeita que outros iraquianos entrarão: famílias com conexões no governo. O carrossel de elites continua a rodar.
Duas das filhas de Al Jaaf e uma nora estão trabalhando para os americanos e alimentando a família de 12 pessoas. Mais do que isso, seus empregos poderiam ser bilhetes para os EUA. Isra, uma das filhas, explica que, se conseguir suficiente experiência no trabalho com empresas americanas, talvez obtenha um visto americano um dia. "Inshallah", ou "com a graça de deus". E quando conseguir, talvez possa trazer os outros 11. Isra diz "Inshallah" freqüentemente.
Com calças largas, camisa caqui e boné com o logotipo da empresa, Isra está a caminho de seu turno da tarde. A Triple Canopy paga a ela US$ 3 (cerca de R$ 6) por hora para revistar as mulheres na entrada. Um bom emprego, mas perigoso. "Centenas de mulheres iraquianas que têm negócios na Zona Verde me vêem todos os dias", diz ela. Todas podem ler seu nome no crachá e passar para homens que "querem punir os colaboradores".
Ela não é a única com esses temores, de acordo com um policial militar americano que visita os Al Jaaf regularmente nas patrulhas. No dia anterior, ele e alguns colegas estavam brincando com os tradutores iraquianos. Um dos iraquianos recebeu uma joelhada na cara e quebrou o osso da face. No entanto, o hospital militar na Zona Verde só atende iraquianos com ferimentos potencialmente fatais.
"Ele estava precisando desesperadamente de um hospital, mas recusou-se a ir para a Zona Vermelha", disse o policial militar. "Ele estava em pânico total e ficava dizendo: serei morto em cinco minutos porque trabalho para vocês." O soldado concluiu: "O atendimento médico para iraquianos na Zona Verde precisa ser melhorado imediatamente."
Quando os Al Jaaf falam de sua cidade natal do outro lado do rio, usam o termo americano: "Zona Vermelha". Parece estranhamente distante, e talvez seja essa a intenção. "Zona Vermelha" não evoca memórias do que foi perdido.
"Éramos muito mais felizes antes da guerra e mesmo depois dos americanos chegarem", diz a sra. Al Jaaf, cansada. Desde que seu filho foi seqüestrado, toda a felicidade a deixou. Seu marido pega dois retratos do filho. A semelhança é impressionante. "Eu sei, eu sei", chora Hamsi Al Jaaf. "Ele era muito mais que um filho para mim, era meu amigo, meu irmão".
Agora, a máscara caiu e as lágrimas rolam pelas bochechas do pai. "Ainda espero que esteja vivo e que voltará para nós", soluça. "Inshallah", murmura a esposa. "Inshallah", responde Hamsi. A fé em Deus é o último recurso em uma situação que parece sem esperança.
Tradução: Deborah Weinberg
Visite o site do Der Spiegel
Presos na Zona Verde de Bagdá: uma visita à terra de ninguém na capital iraquiana
Centenas de famílias iraquianas procuraram refúgio na Zona Verde de Bagdá nos últimos anos. Agora, as autoridades querem tirá-las -mas, além das barricadas, a morte as espera
Ulrike Putz
O documento que protegia a vida da família Al Jaaf foi apresentado tantas vezes que suas dobras se rasgaram. Ele instrui a qualquer um que queira expulsar a família de sua casa sob a "Ponte 14 de Julho", em Bagdá, a contatar o nome dado. A carta é assinada por um tal Chip Bell, capitão do exército americano no Iraque. Vários selos e o papel oficial militar dão ao documento mais peso. Mesmo que a família Al Jaaf continue a tratar a carta como um tesouro escondido, entretanto, ela perdeu seu valor. "Assim como nossas vidas", diz a sra. Al Jaaf.
A família é apenas uma de centenas iraquianas que procuraram refúgio na assim chamada Zona Verde de Bagdá nos últimos anos. O enclave internacional, quartel general dos americanos e seus aliados, é uma cidade dentro de uma cidade. Aninhado em uma curva do Tigre, o bairro pertenceu à elite sob Saddam Hussein. É aqui que os palácios do ditador ficavam e ainda ficam, separado dos mortais ordinários.
A entrada na região continua restrita hoje. Atrás dos altos muros, dezenas de milhares de soldados, diplomata, trabalhadores estrangeiros e iraquianos vivem em relativa segurança. Para os Al Jaaf, tornou-se segurança sob demanda. Desde que o governo iraquiano assumiu a administração da zona, vem tentando tirar as famílias iraquianas. "Eles querem que a gente volte para a cidade", diz o pai da família Al Jaaf, de 52 anos. Ele tem certeza que não sobreviveria um único dia do lado de fora. "Qualquer um que trabalhou para os americanos é considerado traidor e pode ser considerado morto", diz ele.
Seqüestrado porque trabalhou para os americanos
Os Al Jaaf sabem o que estão falando. No dia 11 de agosto de 2006, Isam, seu filho mais velho, foi seqüestrado. Ele estivera trabalhando como segurança na Zona Verde, empregado pela Triple Canopy, uma das maiores empresas americanas de segurança no Iraque. A família de Isam está certa que ele foi seqüestrado por causa de seu trabalho. Eles não conseguiram dizer o que é virtualmente uma certeza: que seu filho, de 30 anos, está morto.
É desagradavelmente fresco o ar na cozinha onde os Al Jaaf recebem os visitantes. A sala não está apresentável. Sua nora pede desculpas: eles costumavam tirar os colchões onde os pais dormem durante o dia, mas agora não se dão mais o trabalho. "Deixamos nossos amigos e parentes para trás. Ninguém mais nos visita."
Quando os pais falam do filho perdido, usam uma linguagem evasiva, suprimindo a verdade. "Rezo para que esteja bem", diz a mãe. "Sonho com o dia em que poderei abraçá-lo novamente", diz o pai. "Espero que seu filho volte logo e com saúde", diz o visitante. É quase embaraçoso; todos evitam o olhar do outro. A mãe fica em pé olhando a chama de gás. O pai pega um pente para pentear o bigode.
No entanto, o momento passa e Hamsi Al Jaaf continua a falar. Os seqüestradores só contataram a família uma vez, um dia após a captura de Isam. "Disseram que eram do Exército de Mahdi e que queriam US$ 50.000 (cerca de R$ 100.000) de resgate", diz ele. O Exército de Mahdi é uma das milícias xiitas mais temidas do Iraque. Os Al Jaaf são sunitas. "Simplesmente eu não tinha esse dinheiro", disse o pai, que trabalha como empresário na capital jordaniana de Amã antes da guerra. Desde então, não ouviram mais nada do filho.
Sem volta
Uma semana após o seqüestro, a família comprou uma casa simples na Zona Verde por US$ 3.500 (em torno de R$ 7.000). As mulheres empacotaram poucos pertences, o pai fechou a porta de seu antigo apartamento no distrito de Taalbiye. Desde então, os Al Jaaf moram na margem do Tigre.
Sua nova casa fica à sombra da grande ponte que conecta a Zona Verde com Bagdá. Mas os Al Jaaf não podem cruzá-la. Não podem voltar ao seu velho bairro, sua cidade ou suas vidas. O mesmo acontece com seus vizinhos.
Todas as sete famílias que moram sob a ponte compartilham o mesmo destino, diz a sra. Al Jaaf. Todas foram tomadas sob as asas dos americanos após um membro de suas famílias ter sido morto por colaborar. "Na família atrás de nós, foi a filha, na do outro lado, o filho", conta a senhora de 50 anos.
Pessoas como os Al Jaaf são prisioneiros de uma terra de ninguém, cuja luta pela propriedade já começou.
O que acontecerá quando as tropas americanas forem embora de vez e deixarem seus funcionários seguirem seus destinos é a menor das preocupações do pai. O que realmente o preocupa é que um funcionário da administração iraquiana da Zona Verde tem feito visitas quase diárias. Na próxima semana, ele disse que trará a polícia iraquiana, e as coisas vão ficar sérias.
A administração iraquiana quer liberar o antigo quartel do exército que os Al Jaaf e seus vizinhos compraram. Por que, o pai não sabe. Ele suspeita que outros iraquianos entrarão: famílias com conexões no governo. O carrossel de elites continua a rodar.
Duas das filhas de Al Jaaf e uma nora estão trabalhando para os americanos e alimentando a família de 12 pessoas. Mais do que isso, seus empregos poderiam ser bilhetes para os EUA. Isra, uma das filhas, explica que, se conseguir suficiente experiência no trabalho com empresas americanas, talvez obtenha um visto americano um dia. "Inshallah", ou "com a graça de deus". E quando conseguir, talvez possa trazer os outros 11. Isra diz "Inshallah" freqüentemente.
Com calças largas, camisa caqui e boné com o logotipo da empresa, Isra está a caminho de seu turno da tarde. A Triple Canopy paga a ela US$ 3 (cerca de R$ 6) por hora para revistar as mulheres na entrada. Um bom emprego, mas perigoso. "Centenas de mulheres iraquianas que têm negócios na Zona Verde me vêem todos os dias", diz ela. Todas podem ler seu nome no crachá e passar para homens que "querem punir os colaboradores".
Ela não é a única com esses temores, de acordo com um policial militar americano que visita os Al Jaaf regularmente nas patrulhas. No dia anterior, ele e alguns colegas estavam brincando com os tradutores iraquianos. Um dos iraquianos recebeu uma joelhada na cara e quebrou o osso da face. No entanto, o hospital militar na Zona Verde só atende iraquianos com ferimentos potencialmente fatais.
"Ele estava precisando desesperadamente de um hospital, mas recusou-se a ir para a Zona Vermelha", disse o policial militar. "Ele estava em pânico total e ficava dizendo: serei morto em cinco minutos porque trabalho para vocês." O soldado concluiu: "O atendimento médico para iraquianos na Zona Verde precisa ser melhorado imediatamente."
Quando os Al Jaaf falam de sua cidade natal do outro lado do rio, usam o termo americano: "Zona Vermelha". Parece estranhamente distante, e talvez seja essa a intenção. "Zona Vermelha" não evoca memórias do que foi perdido.
"Éramos muito mais felizes antes da guerra e mesmo depois dos americanos chegarem", diz a sra. Al Jaaf, cansada. Desde que seu filho foi seqüestrado, toda a felicidade a deixou. Seu marido pega dois retratos do filho. A semelhança é impressionante. "Eu sei, eu sei", chora Hamsi Al Jaaf. "Ele era muito mais que um filho para mim, era meu amigo, meu irmão".
Agora, a máscara caiu e as lágrimas rolam pelas bochechas do pai. "Ainda espero que esteja vivo e que voltará para nós", soluça. "Inshallah", murmura a esposa. "Inshallah", responde Hamsi. A fé em Deus é o último recurso em uma situação que parece sem esperança.
Tradução: Deborah Weinberg
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General: Violence in Iraq at lowest level since American invasion
US general says Iraq violence down
By PATRICK QUINN, Associated Press Writer
Violence in Iraq is at its lowest levels since the first year of the American invasion, finally opening a window for reconciliation among rival sects, the second-ranking U.S. general said Sunday as Iraqi forces formally took control of security across half the country.
Lt. Gen. Ray Odierno, the man responsible for the ground campaign in Iraq, said that the first six months of 2007 were probably the most violent period since the U.S.-led invasion in 2003. The past six months, however, had seen some of the lowest levels of violence since the conflict began, Odierno said, attributing the change to an increase in both American troops and better-trained Iraqi forces.
"I feel we are back in '03 and early '04. Frankly I was here then, and the environment is about the same in terms of security in my opinion," he said. "What is different from then is that the Iraqi security forces are significantly more mature."
Violence killed at least 27 Iraqis on Sunday — 16 of them members of a U.S.-backed neighborhood patrol killed in clashes with al-Qaida in a volatile province neighboring Baghdad. Thirty-five al-Qaida fighters also died in that fighting, Iraqi officials said.
Odierno said Anbar province, once plagued by violence, only recorded 12 attacks in the past week, down from an average of 26 per week over the past three months.
"The violence last week was the lowest ever," he said of Anbar.
"So that kind of defines 2007 very simply. A long hard fight and a lot of sacrifice by a lot of soldiers, Marines and airmen to get there," Odierno said.
A planned reduction of troops to about 130,000 at the end of next year from a high of around 165,000 at the height of the "surge" should not derail that effort, but Iraq's government must take advantage of the improved security, Odierno said. There are 154,000 U.S. troops in Iraq now.
"We have a window, I don't know how long that window is, but there is a window because of the security to move forward," Odierno told a small group of journalists at his headquarters in Baghdad. "We need to get policies in place by the central government to do this."
One of the most important, he said, was a draft bill to ease curbs implemented against former supporters of Saddam Hussein's Baath Party in the aftermath of the 2003 invasion.
Iraqi lawmakers are debating the U.S.-backed draft law that would pave the way for the creation of a National Commission for Accountability and Justice, an independent body that would screen former Baath members in place of the de-Baathfication commission, which many Sunnis have complained has been overly zealous in purging low-ranking party members who had in many cases joined the party under pressure from Saddam and been following orders.
"Reconciliation must continue," Odierno said.
The U.S.-led coalition has been gradually transferring control of security to the Iraqi government and Britain's handover of southern Basra was the latest in a series that began in July 2006. The coalition retains control over half of Iraq's 18 provinces, including Anbar and central areas where violence has waned but not stopped.
"This is a step toward resuming security responsibilities in all of Iraq's provinces that is due in the middle of next year," Iraqi National Security adviser Mouwaffak al-Rubaie said in Basra. He represented Prime Minister Nouri al-Maliki at the handover ceremony in the capital of the oil-rich region.
Secretary of State Condoleezza Rice, en route to Paris for a gathering of world donors to the Palestinians, said she was "heartened" by Britain's handover of Basra.
"We obviously recognize and the British recognize that there's still a lot of work to do in terms of building a stable foundation in the south and there continue to be problems there," Rice told reporters on the flight to Paris. "We're very heartened that there's a sense that security can be turned over. But it doesn't mean that there aren't continuing problems in the south."
In Diyala, one of Iraq's most dangerous regions, al-Qaida militants tried to regain control of several villages around Khalis, 50 miles north of Baghdad, but the U.S. backed volunteers drove them away, said Abdul Karim al-Rubaie of the provincial command center.
Sunnis have been turning against al-Qaida in significant numbers and signing up for the volunteer security forces — partly in disgust at the militant group's brutal tactics, and partly to seek American protection against what they see as government-backed Shiite militias.
"It is a battle of life and death, it is a continuous fight until we cleanse all the villages on the outskirts of Khalis," said Sheik Zuhair al-Obeidi, who was involved in Sunday's fighting.
Al-Qaida's No. 2 Ayman al-Zawahri warned of "traitors" among insurgents in Iraq and called on Iraqi Sunni Arab tribes to purge those who help the Americans in a new videotape posted Monday on the Web.
Al-Zawahri's comments were aimed at undermining so-called "awakening councils" — the groups of Iraqi Sunni tribesmen that the U.S. military has backed to help fight al-Qaida in Iraq and its allies.
Next summer is more than half a year longer than President Bush's prediction in January that Iraq would assume control all of its provinces by November. Giving responsibility to the Iraqi army and police does not necessarily mean that violence will abate in Basra, where rival Shiite parties and militias have fought for control of the province.
"This remains a violent society whose tensions need to addressed, but they need to be addressed by Iraqi political leaders," British Foreign Secretary David Miliband, who also attended the handover ceremony, told the British Broadcasting Corp.
Gen. David Petraeus, the top American commander in Iraq, said in a joint statement with U.S. Embassy Deputy Chief of Mission Patricia A. Butenis, that Iraqi forces "have demonstrated their readiness to assume responsibility for the provincial security. Today this responsibility is theirs."
British troops will not immediately leave southern Iraq but will instead remain at their base just outside the city. This is know by the military as "operational overwatch," in which Iraqi security forces and civilian police take responsibility under a provincial governor, or other official, and coalition forces are held in reserve in bases that are spread out — intervening when necessary or when asked.
The next phase would involve a hand over at a national level — which could then set stage for a large-scale withdrawal of all foreign troops a few years later.
US general says Iraq violence down
By PATRICK QUINN, Associated Press Writer
Violence in Iraq is at its lowest levels since the first year of the American invasion, finally opening a window for reconciliation among rival sects, the second-ranking U.S. general said Sunday as Iraqi forces formally took control of security across half the country.
Lt. Gen. Ray Odierno, the man responsible for the ground campaign in Iraq, said that the first six months of 2007 were probably the most violent period since the U.S.-led invasion in 2003. The past six months, however, had seen some of the lowest levels of violence since the conflict began, Odierno said, attributing the change to an increase in both American troops and better-trained Iraqi forces.
"I feel we are back in '03 and early '04. Frankly I was here then, and the environment is about the same in terms of security in my opinion," he said. "What is different from then is that the Iraqi security forces are significantly more mature."
Violence killed at least 27 Iraqis on Sunday — 16 of them members of a U.S.-backed neighborhood patrol killed in clashes with al-Qaida in a volatile province neighboring Baghdad. Thirty-five al-Qaida fighters also died in that fighting, Iraqi officials said.
Odierno said Anbar province, once plagued by violence, only recorded 12 attacks in the past week, down from an average of 26 per week over the past three months.
"The violence last week was the lowest ever," he said of Anbar.
"So that kind of defines 2007 very simply. A long hard fight and a lot of sacrifice by a lot of soldiers, Marines and airmen to get there," Odierno said.
A planned reduction of troops to about 130,000 at the end of next year from a high of around 165,000 at the height of the "surge" should not derail that effort, but Iraq's government must take advantage of the improved security, Odierno said. There are 154,000 U.S. troops in Iraq now.
"We have a window, I don't know how long that window is, but there is a window because of the security to move forward," Odierno told a small group of journalists at his headquarters in Baghdad. "We need to get policies in place by the central government to do this."
One of the most important, he said, was a draft bill to ease curbs implemented against former supporters of Saddam Hussein's Baath Party in the aftermath of the 2003 invasion.
Iraqi lawmakers are debating the U.S.-backed draft law that would pave the way for the creation of a National Commission for Accountability and Justice, an independent body that would screen former Baath members in place of the de-Baathfication commission, which many Sunnis have complained has been overly zealous in purging low-ranking party members who had in many cases joined the party under pressure from Saddam and been following orders.
"Reconciliation must continue," Odierno said.
The U.S.-led coalition has been gradually transferring control of security to the Iraqi government and Britain's handover of southern Basra was the latest in a series that began in July 2006. The coalition retains control over half of Iraq's 18 provinces, including Anbar and central areas where violence has waned but not stopped.
"This is a step toward resuming security responsibilities in all of Iraq's provinces that is due in the middle of next year," Iraqi National Security adviser Mouwaffak al-Rubaie said in Basra. He represented Prime Minister Nouri al-Maliki at the handover ceremony in the capital of the oil-rich region.
Secretary of State Condoleezza Rice, en route to Paris for a gathering of world donors to the Palestinians, said she was "heartened" by Britain's handover of Basra.
"We obviously recognize and the British recognize that there's still a lot of work to do in terms of building a stable foundation in the south and there continue to be problems there," Rice told reporters on the flight to Paris. "We're very heartened that there's a sense that security can be turned over. But it doesn't mean that there aren't continuing problems in the south."
In Diyala, one of Iraq's most dangerous regions, al-Qaida militants tried to regain control of several villages around Khalis, 50 miles north of Baghdad, but the U.S. backed volunteers drove them away, said Abdul Karim al-Rubaie of the provincial command center.
Sunnis have been turning against al-Qaida in significant numbers and signing up for the volunteer security forces — partly in disgust at the militant group's brutal tactics, and partly to seek American protection against what they see as government-backed Shiite militias.
"It is a battle of life and death, it is a continuous fight until we cleanse all the villages on the outskirts of Khalis," said Sheik Zuhair al-Obeidi, who was involved in Sunday's fighting.
Al-Qaida's No. 2 Ayman al-Zawahri warned of "traitors" among insurgents in Iraq and called on Iraqi Sunni Arab tribes to purge those who help the Americans in a new videotape posted Monday on the Web.
Al-Zawahri's comments were aimed at undermining so-called "awakening councils" — the groups of Iraqi Sunni tribesmen that the U.S. military has backed to help fight al-Qaida in Iraq and its allies.
Next summer is more than half a year longer than President Bush's prediction in January that Iraq would assume control all of its provinces by November. Giving responsibility to the Iraqi army and police does not necessarily mean that violence will abate in Basra, where rival Shiite parties and militias have fought for control of the province.
"This remains a violent society whose tensions need to addressed, but they need to be addressed by Iraqi political leaders," British Foreign Secretary David Miliband, who also attended the handover ceremony, told the British Broadcasting Corp.
Gen. David Petraeus, the top American commander in Iraq, said in a joint statement with U.S. Embassy Deputy Chief of Mission Patricia A. Butenis, that Iraqi forces "have demonstrated their readiness to assume responsibility for the provincial security. Today this responsibility is theirs."
British troops will not immediately leave southern Iraq but will instead remain at their base just outside the city. This is know by the military as "operational overwatch," in which Iraqi security forces and civilian police take responsibility under a provincial governor, or other official, and coalition forces are held in reserve in bases that are spread out — intervening when necessary or when asked.
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Iraq's Kurds turn against the USA
Life is good, isn't it? Things just get better and better and the changes are coming day in and day out. The latest is the news that Condoleeza Rice, the chimp's very own tea lady, went to Iraqi Kurdistan and was told to take a flying fuck by the Kurdish leadership.
http://www.reuters.com/article/newsOne/ ... 6520071218
The ins and outs of all of this are not something that need concern the anti-imperialists; what is important is that America's most loyal ally in Iraq is now falling out of line. What the end result will be is anyone's guess, but it is that level of uncertainty that helps to make the incident so entertaining. Will the Kurds finally make common cause with the Iraqi Arabs against the USA? The question is not rhetorical, as I have no answer to it. However the question is now one that imperialism's policy-makers in Washington must be considering with dread.
For us the issue is not who wins and who loses in any fight between Turks, Kurds and Arabs. That is an internal matter for them and they can fight it out between themselves. The issue for British working class activists is that the tide has now turned decisively against imperialist adventures.
We need to be reminding our own people that the enemy of Iraq is made up of the same scum that wants to keep us down as well. The cheerleaders for aggression are the same cockroaches who have done so well economically out of the last 30 years.
http://exile-blog.blogspot.com/
Life is good, isn't it? Things just get better and better and the changes are coming day in and day out. The latest is the news that Condoleeza Rice, the chimp's very own tea lady, went to Iraqi Kurdistan and was told to take a flying fuck by the Kurdish leadership.
http://www.reuters.com/article/newsOne/ ... 6520071218
The ins and outs of all of this are not something that need concern the anti-imperialists; what is important is that America's most loyal ally in Iraq is now falling out of line. What the end result will be is anyone's guess, but it is that level of uncertainty that helps to make the incident so entertaining. Will the Kurds finally make common cause with the Iraqi Arabs against the USA? The question is not rhetorical, as I have no answer to it. However the question is now one that imperialism's policy-makers in Washington must be considering with dread.
For us the issue is not who wins and who loses in any fight between Turks, Kurds and Arabs. That is an internal matter for them and they can fight it out between themselves. The issue for British working class activists is that the tide has now turned decisively against imperialist adventures.
We need to be reminding our own people that the enemy of Iraq is made up of the same scum that wants to keep us down as well. The cheerleaders for aggression are the same cockroaches who have done so well economically out of the last 30 years.
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Triste sina ter nascido português
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Posição dupla dos EUA em relação a bombardeios turcos do Iraque
A Turquia tem o direito de defender o seu país e os seus cidadãos contra os ataques dos terroristas. No entanto, nós todos estamos interessados na preservação da estabilidade no Iraque, — foi assim que o embaixador dos EUA em Bagdá Ryan Crocker comentou a informação sobre os ataques com bombas e mísseis, no fim da semana passada, que a força aérea turca fez contra as bases dos militantes do Partido Operário do Curdistão no norte do Iraque. O nosso comentarista político Viktor Enikeev prossegue no tema.
Na realidade, o embaixador americano repetiu as palavras, pronunciadas pela secretária de Estado norte-americano Condoleezza Rice durante a sua visita inesperada a Bagdá no fim da semana passada. Ela declarou na ocasião que ninguém deve empreender ações, capazes de desestabilizar a situação no norte do Iraque. Uma idéia bem certa. Mas como concretizá-la?
É que a atitude de Washington em relação à situação que se forma é muito ambígua e contraditória. Poucos dias antes o presidente Jorge Bush declarou depois do encontro com o primeiro ministro da Turquia Taiip Erdogan que os EUA pretendem continuar a colaboração estreita com Ancara a fim de combater os terroristas do Partido Operário do Curdistão. Foi, aliás, por isso, — como confessaram os militares turcos, — que o Pentágono forneceu dados, obtidos pelos seus serviços de informação, que serviram de base para ataques aéreos contra as posições dos terroristas curdos. Aliás, Washington declarou inicialmente que os EUA não tinham sido avisados sobre estes ataques, o que suscitou surpresa evidente de muitos analistas políticos. É que todos compreendiam que os americanos militares deram propositadamente “o sinal verde” para os ataques da força aérea turca no Iraque. Seja dito de passagem, que mais tarde, o Pentágono confessou que tinha sido informado de antemão sobre os planos de Ancara.
Esta posição ambígua e um tanto desajeitada de Washington deve-se à situação extremamente complicada, em que os EUA ficaram. Por um lado, a Turquia é aliado dos EUA na NATO e, como não param de afirmar no além-mar, a luta contra o terrorismo é uma coisa sagrada. Por outro lado, todos compreendem que ações armadas de grande envergadura de Ancara no norte do Iraque podem provocar um conflito grande e sangrento nesta região do mundo. Note-se que este conflito pode desestabilizar a situação em todo o Iraque, onde se encontram, — falando a propósito, — quase cento e sessenta mil militares americanos. É preciso também ter em vista que o apoio por parte de Washington aos golpes militares de Ancara contra os curdos resulta em atritos cada vez mais intensos entre os EUA e o governo do Iraque. Tudo isso, tomado em conjunto, não contribui de forma alguma para a normalização da situação no próprio Iraque e no Próximo Oriente em geral, visto que os curdos vivem em diversos países desta região. Nestas condições, os EUA, da mesma maneira que todos os países interessados, devem fazer todo o possível para evitar o pior dos desfechos. Aí é que não pode existir nenhuma ambigüidade.
Acabam de ouvir uma analise do nosso comentarista político Viktor Enikeev.
A Turquia tem o direito de defender o seu país e os seus cidadãos contra os ataques dos terroristas. No entanto, nós todos estamos interessados na preservação da estabilidade no Iraque, — foi assim que o embaixador dos EUA em Bagdá Ryan Crocker comentou a informação sobre os ataques com bombas e mísseis, no fim da semana passada, que a força aérea turca fez contra as bases dos militantes do Partido Operário do Curdistão no norte do Iraque. O nosso comentarista político Viktor Enikeev prossegue no tema.
Na realidade, o embaixador americano repetiu as palavras, pronunciadas pela secretária de Estado norte-americano Condoleezza Rice durante a sua visita inesperada a Bagdá no fim da semana passada. Ela declarou na ocasião que ninguém deve empreender ações, capazes de desestabilizar a situação no norte do Iraque. Uma idéia bem certa. Mas como concretizá-la?
É que a atitude de Washington em relação à situação que se forma é muito ambígua e contraditória. Poucos dias antes o presidente Jorge Bush declarou depois do encontro com o primeiro ministro da Turquia Taiip Erdogan que os EUA pretendem continuar a colaboração estreita com Ancara a fim de combater os terroristas do Partido Operário do Curdistão. Foi, aliás, por isso, — como confessaram os militares turcos, — que o Pentágono forneceu dados, obtidos pelos seus serviços de informação, que serviram de base para ataques aéreos contra as posições dos terroristas curdos. Aliás, Washington declarou inicialmente que os EUA não tinham sido avisados sobre estes ataques, o que suscitou surpresa evidente de muitos analistas políticos. É que todos compreendiam que os americanos militares deram propositadamente “o sinal verde” para os ataques da força aérea turca no Iraque. Seja dito de passagem, que mais tarde, o Pentágono confessou que tinha sido informado de antemão sobre os planos de Ancara.
Esta posição ambígua e um tanto desajeitada de Washington deve-se à situação extremamente complicada, em que os EUA ficaram. Por um lado, a Turquia é aliado dos EUA na NATO e, como não param de afirmar no além-mar, a luta contra o terrorismo é uma coisa sagrada. Por outro lado, todos compreendem que ações armadas de grande envergadura de Ancara no norte do Iraque podem provocar um conflito grande e sangrento nesta região do mundo. Note-se que este conflito pode desestabilizar a situação em todo o Iraque, onde se encontram, — falando a propósito, — quase cento e sessenta mil militares americanos. É preciso também ter em vista que o apoio por parte de Washington aos golpes militares de Ancara contra os curdos resulta em atritos cada vez mais intensos entre os EUA e o governo do Iraque. Tudo isso, tomado em conjunto, não contribui de forma alguma para a normalização da situação no próprio Iraque e no Próximo Oriente em geral, visto que os curdos vivem em diversos países desta região. Nestas condições, os EUA, da mesma maneira que todos os países interessados, devem fazer todo o possível para evitar o pior dos desfechos. Aí é que não pode existir nenhuma ambigüidade.
Acabam de ouvir uma analise do nosso comentarista político Viktor Enikeev.
- rodrigo
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Análise do Gen Álvaro Pinheiro sobre a situação no Iraque, e a liderança do Gen Petraeus. Leitura recomendada.
http://www.defesanet.com.br/wars1/petraeus_2.htm
http://www.defesanet.com.br/wars1/petraeus_2.htm
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa