Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano'!

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
PRick

Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano'!

#1 Mensagem por PRick » Ter Nov 27, 2007 10:35 am

Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano', segundo ONU
27/11 - 08:53 - BBC Brasil


O Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de países de "alto desenvolvimento humano" no ranking elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado nesta terça-feira em Brasília.


De acordo com o relatório da ONU, o Brasil atingiu o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0 a 1. Países com índice inferior a 0,800 são considerados de "médio desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde 1990, quando o PNUD começou a divulgar o ranking.

Os dados do relatório divulgado nesta terça-feira são referentes a 2005. No relatório do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792.

Mas apesar de ter tido uma pontuação maior, o país caiu uma posição no ranking e agora ocupa o 70º lugar, o último entre os de nações com “alto desenvolvimento”. Nesse grupo, que saltou de 63 para 70 neste ano, o Brasil também é o país com maior desigualdade entre ricos e pobres, seguido por Panamá, Chile, Argentina e Costa Rica. No Brasil, os 10% mais ricos da população têm renda 51,3 vezes maior do que os 10% pobres.

Além do Brasil, países como Rússia, Macedônia, Albânia e Belarus também ingressaram no rol dos países de "alto desenvolvimento humano" nesta edição do ranking, que neste ano foi liderado pela Islândia, com IDH de 0,968.

Revisão
O IDH é um índice usado pela ONU para medir o desempenho dos países em três áreas: saúde, educação e padrão de vida. O índice é composto por estatísticas de expectativa de vida, alfabetização adulta, quantidade de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto (PIB) per capita.


O Brasil subiu não só devido a melhoras reais nos campos avaliados pelo IDH, mas também em função de revisões de estatísticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial – órgãos que fornecem os números para o PNUD, normalmente baseados em dados produzidos pelos próprios países.

Por exemplo, uma recente revisão de metodologia do IBGE alterou para cima o crescimento do PIB brasileiro em 2005. Em vez de 2,9%, o IBGE declarou que a economia do Brasil cresceu 3,2% naquele ano.

Revisões estatísticas do IBGE também revelaram que os padrões de educação e expectativa de vida no Brasil aumentaram em 2005. A expectativa de vida média subiu de 70,8 anos, no relatório do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para 87,5%.

Ritmo estável
De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que compõem o IDH, com exceção da alfabetização adulta – que ficou estável em 88,6% da população com mais de 15 anos.

O desempenho econômico do país também contribuiu para melhorar o padrão de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$ 8.402 (por paridade de poder de compra).

De 1990 a 2005, o PIB per capita brasileiro cresceu em média 1,1% por ano, ritmo idêntico ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile – que cresceu em média 3,8% ao ano.

O PNUD começou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz dados para vários países retroativos a 1975. Desde então, o Brasil vem melhorando o seu índice de desenvolvimento humano em um ritmo estável.

Em 1975, o IDH brasileiro era calculado em 0,649. Desde então o Brasil vem mantendo uma média de crescimento de cerca de 0,050 no índice a cada dez anos.

Segundo o economista Flavio Comim, especialista em desenvolvimento humano e assessor especial para o PNUD, o aumento de número de alunos matriculados em escolas foi o fator que mais contribuiu para a melhora do IDH do país no longo prazo. Desde 1990, o índice subiu de 67,3% para 87,5%.

Para Comim, a importância de entrar na lista dos países de alto desenvolvimento humano é "simbólica, mas significativa, pois abre espaço para uma agenda mais ambiciosa no Brasil".

Segundo ele, um dos motivos que faz o Brasil ficar em último lugar entre as nações de "alto desenvolvimento humano" no IDH é o fato de que os indicadores sociais brasileiros estão muito abaixo do nível de renda do país.

Comim identifica cinco áreas em que o Brasil ainda precisa melhorar para subir no ranking: combate à pobreza e à desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna. Nessas áreas, segundo ele, o Brasil está muito atrás dos demais países, mesmo os latino-americanos.

Comim afirma que, baseado em dados já disponíveis sobre 2006, o Brasil deve melhorar ainda mais o seu IDH no relatório do ano que vem.




Avatar do usuário
Kratos
Sênior
Sênior
Mensagens: 4462
Registrado em: Dom Fev 18, 2007 12:11 am

#2 Mensagem por Kratos » Ter Nov 27, 2007 10:48 am

Isso é "ótemo", vamos ver se a realidade reflete os números.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
Avatar do usuário
Centurião
Sênior
Sênior
Mensagens: 1153
Registrado em: Qui Set 29, 2005 1:14 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 21 vezes

#3 Mensagem por Centurião » Ter Nov 27, 2007 12:09 pm

Segundo o Terra, a reportagem da BBC está errada quanto à revisão do PIB brasileiro. Eles leram o relatório e disseram que a ONU está trabalhando com os dados antigos do PIB. Pelos cálculos deles, o IDH deveria ficar entre 0,802 e 0,808.

A ONU, pelo visto, só deve atualizar isso no relatório do próximo ano.




Avatar do usuário
Pedro Gilberto
Sênior
Sênior
Mensagens: 1366
Registrado em: Ter Nov 01, 2005 6:19 pm
Localização: Salvador / BA
Agradeceu: 116 vezes
Agradeceram: 17 vezes

#4 Mensagem por Pedro Gilberto » Ter Nov 27, 2007 12:17 pm

Centurião escreveu:Segundo o Terra, a reportagem da BBC está errada quanto à revisão do PIB brasileiro. Eles leram o relatório e disseram que a ONU está trabalhando com os dados antigos do PIB. Pelos cálculos deles, o IDH deveria ficar entre 0,802 e 0,808.

A ONU, pelo visto, só deve atualizar isso no relatório do próximo ano.
Segue a reportagem citada pelo Centurião

Erro impede que Brasil suba no ranking do IDH

Terça, 27 de novembro de 2007, 10h04

Daniel Bramatti

A ONU escolheu o Brasil como palco para apresentar ao mundo seu novo Relatório de Desenvolvimento Humano, mas cometeu, involuntariamente, uma injustiça com os anfitriões do evento. Graças a um erro metodológico, o país caiu no ranking da qualidade de vida do mundo - mas deveria ter subido.

O relatório divulgado hoje, com dados de 2005, mostra que o Brasil atingiu exatamente a "nota" mínima (0,800 numa escala de zero a um) para entrar no clube países de "alto desenvolvimento humano". A nota em questão é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), adotado pela Organização das Nações Unidas para medir e comparar o progresso social em diferentes países.

De 2004 para 2005, o IDH do Brasil subiu de 0,792 para 0,800 - evidência de que houve avanços nos quesitos renda, educação e longevidade. Mas, no ranking oficial, o país caiu da posição 69 para a 70. Sinal de que outros países melhoraram mais? Nada disso.

Terra Magazine revisou as contas da ONU e descobriu uma distorção. Os cálculos foram feitos com base no "PIB velho" do país, ou seja, não levaram em conta a mudança de metologia do IBGE, promovida em março deste ano, que revelou um país mais rico - ou menos pobre - do que se imaginava (leia aqui). O FMI já cometeu esse erro (leia aqui), mas depois se corrigiu (leia aqui).

Leia também:
» IDH correto pode variar de 0,802 a 0,808

A ONU também não atualizou os dados sobre analfabetismo - nesse caso, porém, o procedimento afetou a nota de quase todos os países, e não apenas do Brasil.

Com base no recálculo do PIB, Terra Magazine já havia anunciado há oito meses a entrada do Brasil no (atenção, leitores: ativar sensores de ironia) "primeiro mundo da área social" (leia aqui).

Mas qual é o IDH correto? Aí há números para todos os gostos, de acordo com a metodologia empregada (leia aqui). Na pior das hipóteses, o índice sobe para 0,802. Na melhor delas, salta para 0,808 e nos coloca na honrosa posição de 64º melhor lugar do mundo para se viver (desativar sensores de ironia).

A salada metodológica é uma evidência de que o ranking do IDH não deve ser encarado como verdade absoluta - alguém aí acredita que dados estatísticos da Islândia e da Tanzânia são colhidos com o mesmo rigor científico? (Antes que nos acusem de preconceito, esclarecemos que são, respectivamente, o primeiro e o último colocados na lista.)

Tomemos como outro exemplo o curioso desempenho de Rússia, Índia e China, três países que, juntamente com o Brasil, formam o chamado grupo dos Brics, estrelas do mundo emergente. Apesar de seu fantástico crescimento econômico, a China permaneceu na mesma posição nos dois últimos rankings anuais (81ª). Rússia e Índia, por sua vez, caíram (de 65ª para 67ª e de 126ª para 128ª).

Não se trata aqui de desmoralizar o IDH, mas essas evidências mostram que o índice é muito mais útil para avaliar a evolução de um país ao longo do tempo (mesma metodologia, mesma qualidade dos dados) do que para comparar diferentes nações (infinidade de metodologias, diferenças na confiabilidade das informações).

E o que exatamente a evolução dessa nota revela sobre o Brasil? E o que não revela? Vamos por partes:

1) Brasileiros estão vivendo mais

Um dos fatores avaliados para definir a qualidade de vida de um país é a longevidade - mais exatamente, a expectativa de vida ao nascer, ou a projeção do número médio de anos que irão viver os cidadãos nascidos em um determinado ano. Segundo o Pnud, órgão da ONU que calcula o IDH, os brasileiros tinham em 2005 uma expectativa de vida ao nascer de 71,7 anos. Em 2004, eram 70,8 anos, e, em 2000, 67,7 anos. Esse aumento da longevidade é um indicativo de melhoras no acesso a alimentação, saúde e saneamento.

2) Brasileiros têm mais acesso à educação

Também pesam no cálculo do IDH a taxa de alfabetização de adultos e a taxa de escolarização, que mede o percentual de pessoas matriculadas no nível de ensino adequado para sua idade. No Brasil, de 2004 para 2005, o analfabetismo caiu de 11,4% para 11% - mas, curiosamente, essa evolução não foi registrada no relatório do Pnud. O relatório captou, porém, uma queda no percentual de pessoas em idade escolar fora das escolas e universidades (de 14% para 12,5%).

A ressalva é que ambos os dados são meramente quantitativos - ou seja, o índice não diz nada a respeito das diferenças entre os países no quesito qualidade do ensino, por exemplo.

3) Renda de brasileiros aumenta

Por fim, também a renda influi no cálculo do IDH. Mais especificamente, a renda per capita com base na paridade do poder de compra (PPC). Esse índice serve para comparar o poder aquisitivo em diferentes países, e leva em conta não apenas a renda, mas os preços de uma cesta de produtos - afinal, não dá no mesmo, em termos de poder de compra, receber um salário de US$ 1.000 nas já citadas Islândia e Tanzânia.

Mesmo levando em conta apenas o "PIB velho", o relatório do IDH mostra que a renda dos brasileiros aumentou, entre 2004 e 2005, de US$ 8.195 PPC para US$ 8.402 PPC.

O que o IDH não mostra é a forma como a renda é distribuída - dois países com a mesma renda per capita podem ser completamente distintos se, em um deles, a elite abocanha a maior parte da riqueza.

E o Brasil, apesar de ter reduzido a desigualdade nos últimos anos, continua sendo um dos campeões da concentração de renda. Em 2005, os 10% mais ricos abocanhavam 44,8% do PIB, e os 10% mais pobres, apenas 0,9%.

(Observação: Terra Magazine alertou há mais de um mês o escritório do PNUD em Nova York sobre a possibilidade de erro no IDH do Brasil. O alerta foi feito por email, no dia 23 de outubro)

Terra Magazine

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2104728-EI6578,00.html


IDH correto pode variar de 0,802 a 0,808

Terça, 27 de novembro de 2007, 10h03

Daniel Bramatti

É fato que está errado o IDH do Brasil anunciado hoje pela ONU, já que foi calculado com base no "PIB velho" do IBGE. E a ONU nem pode ser diretamente responsabilizada, já que usa dados do Banco Mundial. Mas qual é o IDH correto? Eis uma pergunta com várias respostas:

A lógica

Terra Magazine, por conta própria, atualizou os dados do Banco Mundial seguindo a lógica de que, se o PIB revisado pelo IBGE é 10,8% maior, então o PIB per capita PPC (que mede o poder aquisitivo em dólares) é também 10,8% maior.

Foi essa lógica que o FMI seguiu ao atualizar seu banco de dados com o novo PIB, no mês passado, depois de cometer uma mancada em abril (leia aqui).

E essa lógica é também a seguida por Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. Consultado por Terra Magazine, Olinto advertiu que o IBGE não calcula PIB per capita PPC e que essa área é como um "pântano estatístico", dada a falta de uma metodologia única. Mas ele avalizou a simples regra de três usada pela reportagem.

A conta também foi considerada correta pelo economista Fernando Prates, da Fundação João Pinheiro, especialista em IDH.

Por essa lógica, a renda per capita PPC do Brasil sobe de US$ 8.402 para US$ 9.318, e o IDH, de 0,800 para 0,806.

O pântano estatístico

Para o Banco Mundial, fonte oficial da ONU, a conta não é tão simples. A instituição atualizou o PIB brasileiro em 10,8%, mas o PIB per capita PPC em apenas 2,2%.

Consultado por Terra Magazine a respeito desse fenômeno, o economista Changqing Sun, responsável pelo cálculo, afirmou que a entidade estima o dado com base no ano referência de 1996, ou seja, o PIB PPC de 1996 é extrapolado para os anos seguintes com base no crescimento do PIB e na variação de preços no Brasil e nos Estados Unidos. "Assim, ainda que o tamanho do PIB nominal tenha sido revisado para cima, houve pouca mudança na taxa de crescimento real e nos preços entre 1996 e 2005, e não há mudança correspondente do PIB per capita PPC."

Admitindo-se a possibilidade de que o economista esteja certo, a revisão do PIB eleva a renda per capita PPC do Brasil de US$ 8.402 para US$ 8.586, e o IDH, de 0,800 para 0,802.

Outra referência

Assim como o Banco Mundial, o FMI também calcula a renda per capita PPC, com uma metodologia diferente. Até o ano passado, as duas entidades apresentavam resultados bem próximos, com uma diferença em torno de 2,5%. Mas, após o recálculo com o "novo PIB" brasileiro, abriu-se uma divergência de quase 11%, ou US$ 8.586 (Banco Mundial) contra US$ 9.547 (FMI).

O FMI não é usado como fonte da ONU, mas, se o seu cálculo de renda per capita PPC estiver correto, o IDH chega a 0,808.

Outras variáveis

A ONU não levou em conta, no relatório do IDH, a evolução da taxa de alfabetização no mundo entre 2004 e 2005. No caso do Brasil, o analfabetismo caiu de 11,4% para 10,9% no período, de acordo com o IBGE. Isso significaria uma elevação de 0,003 no IDH final.

Outro problema estatístico: a renda per capita de 2005 foi calculada com base em uma projeção de população de 184 milhões de brasileiros. Mas a Contagem Nacional da População, feita recentemente pelo instituto, revelou que apenas em 2007 chegamos a esse número.

Levando-se em conta um crescimento populacional de cerca de 1,15% desde o Censo de 2000, havia em 2005 cerca de 180 milhões de pessoas no país, ou 4 milhões a menos.

Consultado por Terra Magazine, o IBGE afirmou que pode revisar a renda per capita de 2005, mas somente após refazer as projeções de população para o futuro. Se isso acontecer, com menos gente para repartir o PIB, a renda per capita subirá, e o IDH ganhará um acréscimo de 0,002.

Terra Magazine

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2104696-EI6578,00.html


[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
PRick

#5 Mensagem por PRick » Ter Nov 27, 2007 1:21 pm

Pedro G.,

Não é nenhuma novidade os erros ou incorreções de nossa mídia, e ainda com os cálculos defasados ou incorreto estamos melhorando, imagine quando foram consertados os cálculos e colocarem as estásticas mais recentes do PIB, entre outras. :wink:


[ ]´s




Sniper
Sênior
Sênior
Mensagens: 9654
Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
Localização: Contagem - MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 7 vezes
Contato:

#6 Mensagem por Sniper » Ter Nov 27, 2007 1:40 pm

Não confio neste tipo de estatística.

Por conta de um erro o país sai ou entra na faixa dos elevados IDH's, a Arábia Saudita por exemplo, após concertado um erro referente a taxa de matrículas nas escolas subiu 15 posições.

Esse tipo de estatística não serve para muita coisa... :?




Imagem
Sniper
Sênior
Sênior
Mensagens: 9654
Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
Localização: Contagem - MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 7 vezes
Contato:

#7 Mensagem por Sniper » Ter Nov 27, 2007 1:54 pm

Pobres da Noruega ganham mais que ricos em 57 países

Um cruzamento de dados divulgado pelo escritório brasileiro do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) mostra que os 10% da população de renda mais baixa na Noruega ganham mais do que os 10% mais ricos de 57 países, entre eles Ucrânia, Egito, Índia e Paquistão.

Os dados divulgados pelo PNUD mostram ainda que os 10% da população mais rica do Brasil, apesar de ter renda média 57 vezes maior do que os 10% mais pobres do próprio país, ganham apenas 2,5 vezes mais do que os 10% mais pobres da Noruega.

As conclusões são baseadas em dados contidos no Relatório de Desenvolvimento Humano, divulgado anualmente pelo PNUD, e que classifica os países de acordo com diversos indicadores socioeconômicos, como educação, renda e expectativa de vida.

A Noruega ocupa o 1º lugar no índice de desenvolvimento humano do PNUD divulgado em 2006, enquanto o Brasil ocupa apenas o 69º lugar.

Diferenças

A pesquisa mostra que os 10% mais ricos do Brasil ganham em média US$ 37.534 ao ano, enquanto os 10% mais pobres da Noruega têm uma renda média anual de US$ 14.964. Os 10% mais pobres do Brasil têm renda média anual de US$ 656.

A diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres na Noruega é de apenas seis vezes.

As comparações dos valores foram feitas levando em consideração a paridade do poder de compra, que elimina distorções causadas pela diferença no custo de vida dos diversos países.

O cruzamento de dados do PNUD mostra que em sete países a renda anual dos 10% mais pobres ultrapassa os US$ 10 mil anuais – além de Noruega, Japão, Finlândia, Irlanda, Suécia, Áustria e Bélgica.

No outro extremo, em 42 países a renda média dos 10% mais ricos não ultrapassa os mesmos US$ 10 mil – isso ocorre, por exemplo, na Índia, no Paquistão, em Bangladesh e no Vietnã.

Segundo o relatório, a Bolívia é o país com a maior desigualdade entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres – US$ 12.849 por ano contra US$ 82, uma diferença de 157 vezes.

O segundo mais desigual é a Namíbia, onde a diferença é de 129 vezes – US$ 48.052 anuais para os 10% mais ricos contra US$ 372 para os 10% mais pobres.

O país menos desigual, segundo o PNUD, é o Azerbaijão, onde os 10% mais pobres recebem US$ 2.218 ao ano, cerca de um terço da renda dos 10% mais ricos (US$ 7.393 anuais).

O segundo país menos desigual é o Japão, com uma renda anual de US$ 63.408 para os 10% mais ricos contra US$ 14.026 para os 10% mais pobres – uma diferença de 4,5 vezes.

Os relatório mostra ainda que os países com as maiores rendas médias anuais entre os 10% mais ricos da população são Estados Unidos (US$ 117.931), Hong Kong (US$ 105.747), Irlanda (US$ 104.820) e Cingapura (US$ 90.848).

Entre os países com as menores rendas entre os mais pobres estão Serra Leoa (US$ 28 anuais), Níger (US$ 62), República Centro-Africana (US$ 77) e Bolívia (US$ 82).

:shock: :shock: :shock:




Imagem
Sniper
Sênior
Sênior
Mensagens: 9654
Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
Localização: Contagem - MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 7 vezes
Contato:

#8 Mensagem por Sniper » Ter Nov 27, 2007 1:58 pm

Brasil avança menos do que outros países

O economista brasileiro Flávio Comin, assessor especial para Desenvolvimento Humano da ONU e um dos autores do relatório de desenvolvimento humano divulgado nesta terça-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), diz que é preciso ter cautela na hora de avaliar a importância da classificação do Brasil entre os países de alto desenvolvimento humano.
“É um fato simbólico, mas é preciso cautela na leitura dos números”, afirmou. “O Brasil vem avançando em termos absolutos e caindo em termos relativos”, disse.

O país passou de 0,798 para 0,800 entre 2004 e 2005 (num índice que vai até 1), mas caiu da 69ª para a 70ª posição no ranking de 177 países neste mesmo período. “É a questão do copo meio cheio ou meio vazio. Pra mim, o copo está meio vazio”, diz Comin.

A piora em relação a outros países, apesar da melhora dos indicadores em termos absolutos, mostra que o Brasil está avançando, mas indica que os outros países estão avançando mais, avalia o especialista. “O IDH foi feito para comparar vizinhos”, afirma.

Uma comparação entre o PIB per capita e o IDH mostra se o país está avançando mais na área econômica ou nos indicadores sociais.

Nos outros seis países da América Latina classificados como de alto desenvolvimento humano – Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba e México – o IDH é maior do que o PIB. No Brasil, o PIB per capita é maior do que os indicadores de desenvolvimento humano.

Pobreza e desigualdade

Além do IDH, ele diz que é preciso olhar outros dados, mais específicos, para avaliar melhor a situação do país em termos de desenvolvimento humano.

Os cinco principais indicadores, diz ele, são pobreza humana, desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna.

O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.

Outro indicador importante, diz Comin, é a mortalidade infantil. A média brasileira de 31 mortes por mil crianças nascidas é maior do que na maior parte da região, mas o indicador mais preocupante, segundo ele, é a desigualdade entre as camadas mais ricas e mais pobres da população.

Enquanto entre os 20% mais ricos a mortalidade infantil é de 29 por mil, entre os 20% mais pobres salta para 83 por mil. “É uma taxa africana”, diz Comin.

Já a mortalidade materna é de 110 por 100 mil, quase o dobro da Venezuela, por exemplo, de 57 por 100 mil.

O coordenador do relatório, Kevin Watkins, elogiou os programas de distribuição de renda do governo brasileiro e os resultados "dos últimos quatro ou cinco anos" na redução da desigualdade.

"Frequentemente os economistas nos dizem que é preciso escolher entre crescimento econômico e redistribuição, e o Brasil está mostrando que se pode ter os dois", afirmou.

A expectativa dos especialistas é que o Brasil continua a melhorar o índice nos próximos anos, mas a classificação no ranking depende também das ações dos outros países, que podem melhorar sua condições num ritmo mais acelerado.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... iadb.shtml




Imagem
Sniper
Sênior
Sênior
Mensagens: 9654
Registrado em: Dom Fev 15, 2004 9:28 pm
Localização: Contagem - MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 7 vezes
Contato:

#9 Mensagem por Sniper » Ter Nov 27, 2007 2:06 pm

O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?




Imagem
WalterGaudério
Sênior
Sênior
Mensagens: 13539
Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
Agradeceu: 56 vezes
Agradeceram: 201 vezes

#10 Mensagem por WalterGaudério » Ter Nov 27, 2007 2:40 pm

Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Avatar do usuário
Wolfgang
Sênior
Sênior
Mensagens: 7809
Registrado em: Seg Nov 27, 2006 8:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 45 vezes

#11 Mensagem por Wolfgang » Ter Nov 27, 2007 2:42 pm

cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.




Avatar do usuário
Centurião
Sênior
Sênior
Mensagens: 1153
Registrado em: Qui Set 29, 2005 1:14 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 21 vezes

#12 Mensagem por Centurião » Ter Nov 27, 2007 4:17 pm

Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.


Plenamente de acordo. As universidades devem conseguir mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada. De certa forma, as condições para esse cenário foram dadas.




Avatar do usuário
manuel.liste
Sênior
Sênior
Mensagens: 4056
Registrado em: Seg Set 12, 2005 11:25 am
Localização: Vigo - Espanha
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 8 vezes

#13 Mensagem por manuel.liste » Ter Nov 27, 2007 7:41 pm

http://hdr.undp.org/en/media/hdr_20072008_tables.pdf

Quince europeos entre los veinte primeros con mayor desarrollo :D

España, a dos milésimas de los EUA (les vamos a superar) :twisted:




orestespf
Sênior
Sênior
Mensagens: 11430
Registrado em: Ter Out 17, 2006 5:43 pm
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 1 vez

#14 Mensagem por orestespf » Ter Nov 27, 2007 8:20 pm

Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.



Bem... É muito desagradável pra mim falar em universidades federais, sempre passará a idéia que estou puxando brasa pra minha sardinha. Mas...

O governo FHC investiu fortemente no ensino fundamental e médio, criou condições para melhorar o acesso ao ensino universitário privado (Prouni). As universidades federais (públicas em geral, menos as paulistas) sofreram pesadas perdas de investimento naquele governo (estratégia do sr. Paulo Renato, ex-ministro da Educação, para privatizar as mesmas. Não estou entrando no mérito). Este governo não mudou as regras para as universidades públicas.

Pergunto:

1) Quais os resultados concretos e visíveis da política de "valorização" do ensino fundamental e médio adotado pelo governo FHC? Dados oficiais, claro.

2) O que significa dizer que as universidades ganham muito? Quanto? Qual parâmetro de comparação.


Com dados oficiais a gente pode discutir melhor o assunto.


Grande abraço,

Orestes




orestespf
Sênior
Sênior
Mensagens: 11430
Registrado em: Ter Out 17, 2006 5:43 pm
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 1 vez

#15 Mensagem por orestespf » Ter Nov 27, 2007 8:22 pm

Centurião escreveu:
Wolfgang escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
Sniper escreveu:
O saneamento básico no Brasil, acessível a 75% da população, é menor do que vários países que estão classificados como de desenvolvimento médio. A Síria, em 108º no IDH, tem 99% de saneamento no país.


Um exemplo emblemático deste tipo de pesquisa!

A síria tem um território de 180 mil Km e uma população de 17 milhões de pessoas, óbviamente é muito mais fácil se sanear um país assim do que o Brasil com cidades no meio da floresta amazônica, metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e regiões semi-áridas.

Infelizmente esses números frios se não forem acompanhados de uma análise meticulosa não servem para absolutamente nada! :?



Exato. Acho que o bode principal ainda é a junção de concentração de renda mais péssima educação.


Agora que o PT descobreiu que descentralização estatal pode ser uma boa (vide concessões de rodovias), a grande coisa a se fazer é investir a níveis noruegueses na educação infantil, média e técnica. As universidades já recebem muito dinheiro.
Em 10 anos, subiríamos muito.


Plenamente de acordo. As universidades devem conseguir mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada. De certa forma, as condições para esse cenário foram dadas.


Quais são as condições que foram dadas para as universidades obter mais dinheiro através de parcerias com a iniciativa privada?

Tem anos que faço parte do processo e que este ponto é reivindicado e não conseguido.

Poderia apontar as fontes para tal informação? Se não, este pensamento não procede, acaba caindo no vazio.


Abraços,

Orestes




Responder