Marino escreveu:RenaN escreveu:Marino escreveu:Já Expedito Carlos Stephani Bastos, pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, acha que, ao invés de termos um submarino nuclear, "extremamente caro e complexo", seria melhor termos "uma frota de vinte ou mais submarinos convencionais, modernos, fabricados localmente com tecnologia externa que fosse sendo agregada e absorvida, como foi feita em um passado recente". Nesse caso, sim, teríamos, para o especialista, "uma frota com capacidade dissuasória em nossas águas territoriais, criando condições para mantermos itens e fluxos importantes e estratégicos ao país".
Faz sentido o que ele falou, estratégicamente?
Veja bem:
- o sub convencional é empregado em uma Zona de Patrulha (ZP) limitada, tendo em vista sua incapacidade em termos de velocidade e a necessidade de indiscrição (snorkel) para recarregar baterias. Na teoria, pode ficar todo o conflito em uma ZP limitada, sem atuar, por não ter reserva de velocidade para se reposicionar, ou perseguir as forças inimigas.
- o sub nuclear não possui problema de indiscrição pelo snorkel, possui "mobilidade estratégica", termo utilizado para explicar sua capacidade de se reposicionar em velocidade para interceptar as forças inimigas, em todo o Teatro de Operações. Também persegue a força inimiga sem restrições de velocidade ou combustível.
Os ítens estratégicos e importantes ao país não estão localizados em nosso mar territorial, mas em nossa ZEE, a distâncias bem maiores que as 12 milhas do mar territorial. Além disso, todo o fluxo comercial se dá por navios, para outros continentes, a distâncias que não preciso comentar.
Qual o sub que se presta melhor então?
Usei acima somente o argumento do autor, mas vejamos outro:
- 85% da população brasileira se concentra em uma faixa de até 200 Km da costa. Se uma força naval inimiga investe contra o Brasil, não seria melhor fustigá-la 24 horas por dia com um sub que não possui problemas de combustível ou velocidade? Ou seria melhor esperá-la próximo ao país, com subs posicionados em ZP que poderiam ou não estar localizadas convenientemente?
- ou os 2, com subs nucleares fustigando até a loucura a força inimiga, com ela sabendo que ainda iria encontrar subs convencionais mais a frente? (solução dos demais países, fora os EUA)
Em estratégia, principalmente a naval, não há o preto ou o branco, mas uma grande área cinza. Não há uma solução definitiva e inquestionável, mas várias aceitáveis.
Forte abraço
O Teatro de Operações SEMPRE é FLUIDO.
O professor Expedito esqueceu esse detalhe. Uma das nossas vulnerabilidades(assim como de quase todos os países) são nossas SLOC.
Porta-aviões e SSNs são fundamentais para dar uma savaguarda credível a nossa capacidade de defender nossas comunicações marítimas.