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Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Koslova
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#46 Mensagem por Koslova » Seg Nov 19, 2007 8:28 pm

LeandroGCard escreveu:
Koslova escreveu:
Fragatas Classe Niterói com 35 nós de velocidade maxima, isto pra mim é novo.


Tenho uma revista da época em que foram lançadas (é antigona mesmo, só não sei exatamente onde está), que coloca a velocidade máxima em 35 nós por curtos períodos. A revista cita justamente que era um dos projetos mais rápidos da época, mas podia ser o ufanismo comum na ocasião. O pessoal do fórum que está na marinha pode confirmar esta informação para nós.

Leandro G. Card




Ola Leandro

Eu perguntei, porque existe uma questão nisto tudo.

A velocidade de um navio versus a sua potencia propulsiva não obedece a uma razão linear e sim exponencial de terceira ordem.

Sendo mais pratica.

Para dobrar a velocidade precisamos fornecer 8 vezes mais potencia para os helices.

Assim, para pular de 30.5 nós para 35 nós é necessário 51% a mais de potencia, o que no caso de uma fragata de 3500ton dá uns 25.000Hp a mais só para dar uma "esticadinha" de 5 nós.

Isto não quer dizer que um navio não pode chegar a 35 nós.

A classe Lupo italiana por exemplo chega a belos 35 nós de velocidade. Ela tem um deslocamento maximo de cerca de 2500ton e utiliza cerca de 50.000 Hp de potencia.

Tem um deslocamento de 71% da classe Niterói para praticamente a mesma potencia propulsiva.

A classe Visby é outro projeto com 35 nós de velocidade e um deslocamento pequeno, menor que 700ton.

O que estes navios de 35 nós de velocidade tem em comum?

A idéia de que não são navios oceanicos, logo seus compromissos de projeto no que tange a conforto, estabilidade e principalmente autonomia são diferentes.

Olhe que interessante um dado.

Classe Lupo: 35 nós
Classe Niteróri: 30.5 nós
Classe F100: 28 nós

A idéia é que aumentando o deslocamento, a potencia para picos de velocidade elevados passa a aumentar de forma brutal.

Como a potencia é fracionada a cada 25.000Hp (que é a potencia unitária de uma turbina como a LM-2500), um navio de 3500ton x 30 nós como a Niteroi, para atingir 35 nós precisaria de uma terceira turbina, o que representa um custo, consumo e perda de espaço interno desvaforavel.

Uma F-100 para saltar de 28.5 nós para 30,5 nós precisaria de cerca de 13500Hp o que representaria ou uma terceira turbina que seria sub utilizada ou 50% a mais de potencia diesel instalada tudo isto por miseros 2 nós a mais de velocidade

São estes compromissos de projeto que explicam as velocidades maximas dos navios.

O assunto é longo, tem muitas analises interessantes e curiosas que podem ser feitas.




Editado pela última vez por Koslova em Seg Nov 19, 2007 9:06 pm, em um total de 1 vez.
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Corsário01
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#47 Mensagem por Corsário01 » Seg Nov 19, 2007 8:57 pm

Parabéns!

O máximo que eu vi foi 28,9 nós !

As vezes muita veloc tem um preço muito alto para o navio.
E pouco a acrescentar no quadro tático.




Abraços,

Padilha
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#48 Mensagem por Tigershark » Seg Nov 19, 2007 9:03 pm

Battleaxe escreveu:Parabéns!

O máximo que eu vi foi 28,9 nós !

As vezes muita veloc tem um preço muito alto para o navio.
E pouco a acrescentar no quadro tático.


Amigo Padilha,

Confesso a minha ignorância sobre este assunto,mas esta explicação(muito boa por sinal) da Koslova me gerou uma dúvida:Qual a principal razão para,por exemplo,o A-12 S.Paulo ter como velocidade máxima 32 nós?Tem algo a ver com a velocidade mínima de pouso de aeronaves?

Abs,

Tigershark




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#49 Mensagem por SUT » Seg Nov 19, 2007 9:06 pm

El tema de la velocidad era critico en epocas pasadas por dos motivos; atacar lanzando torpedos y cerrar/abrir distancias de artilleria. Hoy por hoy una velocidad de crucero elevada mas un buen regimen de giro/aceleracion tiende a ser mas importante que una velocidad top por si misma. Por lo demas, la variacion de las relaciones eslora manga a otras mas "cortas/anchas" ewn la mayoria de las fragats esta implicando potencias cada vez mas elevadas para conseguir velocidades peak.

Alguna vez leia que el 95% de la navegacion tactica de una fragata ( fuera de escoltar un CVN yankee, que es otra cosa...) se realiza entre los 20 y 25 nudos..y muy pocas, poquisimas, ocasiones realmente se iba por sobre los 30 nudos.

De esa forma, a menos que quieras torpedear al Bismarck o al Grueso de la Rengo Kantai, dudo que necesites demasiada velocidad hoy por hoy...una velocidad de crucero en torno a los 20 a 22, unos 27 a 28 maximos bastan y sobran..si tienes 30 o 32, estupendo, pero no es para partir lanzas por ello....

Por otro lado, si necesitas mucha, muchisima autonomia.

Otra cosa interesante es que los buques propulsadospor turbinas de gas suelen dar mucha mas velocidad que la que les es atribuida, pero eso es a costa de forzar las cajas de reductores, asumir mantenimiento mucho mas pesado/frecuente y meter un ruido capaz de despertar a un muerto.

Saludos,

Sut




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#50 Mensagem por Corsário01 » Seg Nov 19, 2007 9:08 pm

Tigershark escreveu:
Battleaxe escreveu:Parabéns!

O máximo que eu vi foi 28,9 nós !

As vezes muita veloc tem um preço muito alto para o navio.
E pouco a acrescentar no quadro tático.


Amigo Padilha,

Confesso a minha ignorância sobre este assunto,mas esta explicação(muito boa por sinal) da Koslova me gerou uma dúvida:Qual a principal razão para,por exemplo,o A-12 S.Paulo ter como velocidade máxima 32 nós?Tem algo a ver com a velocidade mínima de pouso de aeronaves?

Abs,

Tigershark


No caso do SP é fundamental sim, poder ter uma veloc alta para lançar e receber os aviões.




Abraços,

Padilha
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#51 Mensagem por ferrol » Ter Nov 20, 2007 9:54 am

Estou en parte dacordo coa mensaxe de Sut. A velocidade máxima dun buque de guerra é equivalente á velocidade máxima dun automóbil...apenas se usa...no único caso que sí interesa esa velocidade alta é por exemplo aproando un porta cara ó vento, a maior velocidade do vento en contra, maior sustentación dos avións ó despegar. E a velocidade en contra do vento tamén se obtén acelerando o porta, sexa un CVN, sexa un convencional..

De tódolos xeitos, podo matizar que a velocidade máxima dunha F-100 non é de 28,5 nós, senón de máis de 30, vistos por min naquel incomparable programa "Código Alfa" da TVE, na que se repasóu en varios capítulos todo o referente ós exércitos españois. Unha referencia ó capítulo:
http://www.ejercitodelaire.mde.es/WebEA/static/ServContenidos?id=37D1B97E9D003CD8C12570E00040F315&plantilla=generica

Así, a velocidade media de calquera dos buques dalgunha Stanav da OTAN, ou dalgún grupo en tráfico pode ser de 15-18 nós, coa maquinaria traballando a media potencia e reducindo o consumo. O malo da velocidade é que confunde ós sonares, gasta combustible, envellece prematuramente os motores, baixa a precisión dos canóns...

En fin, un saúdo.




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#52 Mensagem por Tigershark » Ter Nov 20, 2007 10:23 am

Battleaxe escreveu:
Tigershark escreveu:
Battleaxe escreveu:Parabéns!

O máximo que eu vi foi 28,9 nós !

As vezes muita veloc tem um preço muito alto para o navio.
E pouco a acrescentar no quadro tático.


Amigo Padilha,

Confesso a minha ignorância sobre este assunto,mas esta explicação(muito boa por sinal) da Koslova me gerou uma dúvida:Qual a principal razão para,por exemplo,o A-12 S.Paulo ter como velocidade máxima 32 nós?Tem algo a ver com a velocidade mínima de pouso de aeronaves?

Abs,

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No caso do SP é fundamental sim, poder ter uma veloc alta para lançar e receber os aviões.



Obrigado pela ajuda,amigo Padilha!

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#53 Mensagem por LeandroGCard » Ter Nov 20, 2007 1:56 pm

Só complementando um pouco as informações sobre potência x velocidade para quem se interessar:

Como disse a Koslova, a potência necessária para uma dada velocidade cresce exponencialmente com o aumento desta velocidade, para um determinado casco (principalmente no caso de cascos deslocantes como são os de praticamente todos os navios de guerra de corveta para cima).

Agora o próprio projeto do casco também tem uma influência importante. Vejamos por exemplo o comparativo dos dados de duas classes de destroyers americanos (dados da Wikipédia):

-Classe Spruance:
Deslocamento = 8.040 ton
Comprimento total = 172m
Boca máxima = 16,8m
Potência = 80.000 SHP
Veloc. Máxima = 32,5 nós

-Classe Arleigh Burke:
Deslocamento = 8.315 ton
Comprimento total = 154m
Boca máxima = 18m
Potência = 100.000 SHP
Veloc. Máxima = 30 nós


Ou seja, para deslocamentos muito próximos os Spruance utilizam de 80.000 SHP para atingir 32,5 nós, e os A. Burke que têm 100.000 SHP disponíveis só chegam aos 30 nós. A diferença está justamente no desenho do casco, mais longo e estreito e no caso dos primeiros (isto diminui principalmente a componente de arrasto "de onda", mas aí a coisa já começa a ficar técnica demais).

Vê-se assim que o projeto do casco pode priorizar a velocidade ou algum outro fator (estabilidade, capacidade de navegar em águas mais rasas, etc...), para um determinado valor de potência instalada. E como a velocidade máxima é pouco útil para a guerra moderna e paga um pesado preço em termos de alcance, durabilidade e operacionalidade dos sistemas, a tendência nos últimos anos tem sido privilegiar estes outros fatores, e deixar a velocidade final em segundo plano.

Abraços à todos,

Leandro G. Card




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#54 Mensagem por FIGHTERCOM » Sáb Nov 24, 2007 4:17 pm

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