Novo Programa Nuclear?

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Brigadeiro
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#301 Mensagem por Brigadeiro » Ter Nov 20, 2007 7:36 pm

Marino escreveu:Caro amigo
Creio que as outras 3 estavam em construção quando o problema foi detectado. Creio que deu tempo de corrigi-lo, pois não me lembro de chumbo na quilha de outra Corveta que não a Inhaúma, o que não impede em nada sua operação.
Quanto aos subs, dê uma olhadinha no que acabei de postar no tópico referente ao Programa de Reaparelhamento.
Não estou dizendo que nove é o nº não (>) :lol: .
forte abraço


:shock: :shock: :shock:

Só essa informação (e considerando os planos para aquisição de novos meios de superfície) já dá pra imaginar as outras marinhas da AL como "Armadas de Aquário"...
Só falta anunciar!

Até mais!




Thiago
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Tigershark
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#302 Mensagem por Tigershark » Ter Nov 20, 2007 8:35 pm

Brigadeiro escreveu:
Marino escreveu:Caro amigo
Creio que as outras 3 estavam em construção quando o problema foi detectado. Creio que deu tempo de corrigi-lo, pois não me lembro de chumbo na quilha de outra Corveta que não a Inhaúma, o que não impede em nada sua operação.
Quanto aos subs, dê uma olhadinha no que acabei de postar no tópico referente ao Programa de Reaparelhamento.
Não estou dizendo que nove é o nº não (>) :lol: .
forte abraço


:shock: :shock: :shock:

Só essa informação (e considerando os planos para aquisição de novos meios de superfície) já dá pra imaginar as outras marinhas da AL como "Armadas de Aquário"...
Só falta anunciar!

Até mais!



Concordo que vamos ficar muito bem,amigo Brigadeiro,mas imaginar as outras armadas da AL com "Armadas de Aquário" acho um pouco exagerado,já sabemos que a Venezuela já comprou 5 subs kilo e provavelmente 4 Amur,são 9 como os nossos.E o Chile tem seus 2 Scorpenes novinhos,e não deve parar nesta quantidade.Vamos aguardar!

Abs,

Tigershark




orestespf
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#303 Mensagem por orestespf » Ter Nov 20, 2007 9:25 pm

LeandroGCard escreveu:
Tigershark escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Luiz Bastos escreveu:Penso como você, que alias devo parabenizar por seus posts sempre muito equilibrados. Recentemente fiz um questionamento em outra lista acerca da compra de projetos estrangeiros . Para que se compra tanto projeto se jamais se repetem. Por exemplo. Compraram o projeto das fragatas (lindas por sinal). Fizeram algumas e só. Me parece que nossos engenheiros navais não aprenderam muito pois agora há pouco compraram um outro da França para navios patrulha. Neste ponto cabe a seguinte pergunta. Será que a engenharia naval não aprendeu ainda a projetar um navio com tanta transferência ainda? Me parece que as ultimas embarcações projetadas e construída aqui foram as da Guerra do Paraguai. Na minha opinião isto é uma vergonha para a 8a economia do mundo. Foram construir um barco de madeira seguindo o projeto português e foi um tremendo fracasso. Já os portugueses construíram um barco da mesma categoria pela metade do custo do brasileiro e vieram navegando com ele do Rio Tejo até a Bahia para a comemoração dos 500 anos, enquanto o nosso virava com a menor brisa no traves. Hoje ele encontra-se apodrecendo em Niterói, segundo soube. Assim penso que a carreira de engenheiro naval deveria ser extinta na MB. Ganha-se bem sem muito ou quase nada pra fazer. Me parece mais um abide de empregos na MB. Fui :wink:


Pois é Luiz, sou engenheiro especializado em projetos (mecânicos, não navais) e com grande prática no treinamento de outros engenheiros (isto faz parte do meu dia-a-dia de trabalho), e sei bem como a coisa funciona.

Uma etapa do aprendizado é realmente estudar o que já foi feito, verificar as soluções adotadas e os procedimentos seguidos em um projeto já pronto na área que se deseja aprender. Isto a MB fez durante o programa das fragatas Niterói, na década de 70, e com os Tupi na década seguinte.

O passo seguinte é a realização de um ou mais projetos similares, geralmente ainda sob orientação dos idealizadores do primeiro projeto e baseados neste, mas incorporando modificações originais importantes, que caracterizem um novo projeto com novas decisões a serem tomadas. No caso da MB o programa das corvetas Inhaúma foi o exemplo típico. O submarino Tikuna não se enquadra nesta categoria, pois as alterações com relação ao projeto original não o caracterizam como um projeto novo.

O último passo é a realização de um novo projeto totalmente do zero, com apoio apenas distante da equipe mais experiente, baseado em requisitos e/ou conceitos distintos do original. Nesta etapa já se esperam inovações nas soluçoes de projeto e nos procedimentos de produção, em função do avanço técnico natural e do aumento da confiança dos engenheiros envolvidos. Por vários motivos esta etapa jamais foi realizada na MB.

O grande problema é que mesmo após a execução das etapas anteriores o conhecimento adquirido tem um certo "prazo de validade". Se as atividades de projeto e contrução são interrompidas por um período muito longo, o conhecimento se perde, seja porque os engenheiros e técnicos envolvidos se afastam para outras atividades (ou se aposentam), seja porque a tecnologia avança e o conhecimento se torna obsoleto.

Além disso, não se pode realisticamente esperar que todos os projetos desenvolvidos por um determinado grupo sejam sempre um grande sucesso. Existem diversos casos em todas as áreas da engenharia mostrando que para cada projeto bem sucedido existem um ou mais que não o foram tanto assim, e até hoje não se descobriu uma forma de garantir sucesso absoluto sempre. Portanto, é de se esperar que alguns projetos sejam realmente melhores do que outros, não importa qual seja a experiência da equipe de desenvolvimento responsável. A experiência ajuda a evitar os erros mais básicos, mas não garante o sucesso absoluto sempre.

Estes dois últimos pontos é que tornam a filosofia da MB incompatível com o domínio da tecnologia de construção de meios navais. Desde que passei, ainda criança, a acompanhar os projetos executados por nossa marinha, eles sempre foram caracterizados por séries relativamente numerosas de uma quantidade pequena de projetos (6 Niterói, 4+1 Tupis, 12 Inhaúmas nos planos originais!). Esta filosofia causa dois problemas graves:


Primeiro - grande ociosidade da área de projetos enquanto uma série de um determinado projeto está em execução. Um navio demora anos para ficar pronto, e um número grande deles demora ainda mais. E depois de prontos não sobra muito espaço na força para a aquisição de outros navios, e assim podem-se passar ( e de fato se passam) décadas entre a realização de um projeto e outro.

Segundo - Se por qualquer razão o projeto não for um grande sucesso, toda uma série de navios pode ficar comprometida, e é muito difícil mudar a programação para incluir um novo projeto depois de constatado algum problema. Isto aconteceu no caso das Ihaúma, e o resultado da detecção dos problemas foi o cancelamento da maior parte da série (8 unidades!) e a aquisição de emergência das fragatas classe Garcia nos EUA. Só muitos anos depois a MB está finalmente conseguindo lançar a Barroso.



Agora é novamente anunciado o re-início do processo, com a aquisição de um projeto estrangeiro e suporte técnico para novas grandes fragatas. Mas o mesmo erro é cometido de novo, fala-se em não menos que 8 unidades, o que reproduzirá exatamente a situação que coloquei acima.

Outras marinhas do tamanho da nossa ou até maiores (Alemanha, Holanda, França, etc...) executam seus projetos em números pequenos, de 2, 3 ou 4 unidades, e estão o tempo todo lançando modelos mais e mais aperfeiçoados, mantendo suas equipes de projeto ativas e atualizadas. Caso um projeto se mostre particularmente bem sucedido ele pode até ter uma segunda série encomendada, mas no caso do projeto se revelar menos promissor do que no papel o programa não afeta de forma sensível a operacionalidade da força. E em qualquer caso a capacidade de seguir projetando e desenvolvendo é sempre mantida atualizada.


Vamos ver se alguém na nossa marinha irá e pensar no assunto antes de fechar a compra das 8 fragatas novas, ou se a história irá se repetir, o que indicará claramente que a MB não tem interesse em se capacitar para projeto, quer apenas adiquirir os navios e no máximo ter a capacidade de atualizá-los.


Abraços,


Leandro G. Card



Amigo Leandro,

Concordo em grande parte com sua análise,mas gostaria de tecer alguns comentários sobre o assunto.
A construção de navios de guerra no Brasil vive/viveu momentos intermitentes de investimentos,com épocas de vacas gordas e magras.É impossível se manter a construção e desenvolvimento de projetos em uma atividade onde não se tem um fluxo de investimentos constante,um cronograma bem definido e uma política de desenvolvimento profissional de seus quadros técnicos .Li estes dias aqui no DB um post de um colega nosso levantando a possibilidade de extinguir os quadros de engenharia naval da MB,porque na sua visão eles nada produzem de efetivo,vivendo de desenvolver projetos alheios.Como você mesmo ressaltou vivemos em um mundo de constante desenvolvimento tecnológico,e as plataformasse tornam obsoletas muito rápidamente,e as grandes quantidades pedidas jogam contra.Novamente voltamos para a questão dos investimentos constantes,porque as outras marinhas mais bem abastadas podem se dar ao luxo de produzir pouco porque sabem que terão recursos ao momento desejado para programar/executar novos projetos.É exatamente o oposto conosco.Nestes "soluços" de investimentos que temos somos obrigados a desenvolver uma grande quantidade de meios porque nossos navios em sua grande maioria ou já estão ou ficarão obsoletos em curto prazo .Para mudar este quadro imagino que sómente um fluxo de investimentos constantes resolveria o problema das construções de novos meios e otimizaria toda a cadeia produtiva ligada a elas.

Abs,

Tigershark


Esta realmente é uma questão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha.

A MB desde sempre trabalhou neste sistema de arranca-pára, desde pelo menos o fim da época da vela. Os navios ficam obsoletos em massa e aí corre-se para substituí-los, e neste momento é necessário comprar uma grande quantidade de uma só vez. Aí o custo fica muito alto, o que apavora o governo e a sociedade, e é preciso esperar uma emergência para aprovar a compra. Uma vez esta aprovada e efetuada, entram em operação muitos navios de uma vez só, e aí não se tem argumentos para comprar novos por um longo período, e começa tudo de novo.

Sempre foi assim e a continuar deste jeito o Brasil realmente jamais teria condições de manter a capacidade de desenvolvimento de navios e submarinos de projeto próprio.

Mas isto não precisa ser assim sempre. Na área específica de sub`s pelo menos a MB parece já ter entendido que isto não funciona, e o que se fala agora é na aquisição de UM E APENAS UM novo sub de projeto estrangeiro, já para ser construído aqui (na época dos Tupi foram 4, e deu no que deu). Assim, após a conclusão deste e a re-absorção da tecnologia (ou da absorção da tecnologia mais atualizada, como quiser), sobrará espaço para se partir para a segunda etapa, construir um novo projeto derivado dele mas já com alterações que se encaixem melhor nas nossas próprias necessidades (por exemplo, se o objetivo é chegar a um SN, este novo projeto terá que ser consideravelmente maior que o Scorpene ou o U-214).

Depois disso já se poderá pensar em projetos totalmente novos para substituir os Tupi (que estarão chegando ao limite da vida útil), e a escala de construção então poderia se o suficiente para iniciar e manter uma indústria nacional de componentes e sistemas, pré-requisito indispensável para a construção do sub-nuclear a menos que o Brasil consiga a liberação destes sistemas no estrangeiro para o SNB, o que não sei se será muito fácil.

Da mesma forma, no caso das plataformas de superfície poderia-se começar por uma aquisição menor, digamos de 1 ou duas fragatas novas, seguida de um projeto local modificado (digamos, mais duas unidades). Depois disso se passaria para um projeto novo, totalmente nacional, que poderia novamente ser de duas unidades, e por diante mantendo o rítmo de construção ao longo do tempo. Em termo de prazos de entrega para a MB não faria muita diferença um programa assim ou a compra de 8 novos barcos de uma só vez, como anunciado. E quanto à liberação de verbas, não sei o que é mais fácil, aprovar de uma só vez 8 navios novos ou ir aprovando aos pouquinhos (de 2 a 2 por exemplo) ao longo dos anos.

Mas do jeito que a coisa está anunciada, acho que a MB não tem a intenção de dominar a arte de desenvolver plataformas de superfície, e se contenta em ter a capacidade de construir e reformar projetos estrangeiros (e é óbvio que para isto ela também precisa manter um corpo de engenheiros, só que menor e com menos especialidades).

A desvantagem é que desta forma a MB não terá a capacidade de desenvolver barcos absolutamente de acordo com uma doutrina operacional que ela definir, mas terá sempre qua adaptar a doutrina e os meios que estiverem disponíveis no mercado às suas necessidades.

Agora, não tenho certeza de que isto é tão ruim assim, já que ao contrário de sub`s nucleares (que são um assunto sensível no mundo todo) nunca houve problemas ou pressões quando quisemos adquirir projetos sistemas ou navios inteiros.


Abraços,


Leandro G. Card


Olá Leandro,

conhece o BEM (Método de Elementos de Contorno)? Não pode ser aplicado neste caso?

Abraços,

Orestes




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#304 Mensagem por orestespf » Ter Nov 20, 2007 9:26 pm

Marino escreveu:Caro amigo
Creio que as outras 3 estavam em construção quando o problema foi detectado. Creio que deu tempo de corrigi-lo, pois não me lembro de chumbo na quilha de outra Corveta que não a Inhaúma, o que não impede em nada sua operação.
Quanto aos subs, dê uma olhadinha no que acabei de postar no tópico referente ao Programa de Reaparelhamento.
Não estou dizendo que nove é o nº não (>) :lol: .
forte abraço


:shock: :shock: :shock: :shock:

Menino mau... :D :D :D




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#305 Mensagem por LeandroGCard » Ter Nov 20, 2007 10:11 pm

orestespf escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Tigershark escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Luiz Bastos escreveu:Penso como você, que alias devo parabenizar por seus posts sempre muito equilibrados. Recentemente fiz um questionamento em outra lista acerca da compra de projetos estrangeiros . Para que se compra tanto projeto se jamais se repetem. Por exemplo. Compraram o projeto das fragatas (lindas por sinal). Fizeram algumas e só. Me parece que nossos engenheiros navais não aprenderam muito pois agora há pouco compraram um outro da França para navios patrulha. Neste ponto cabe a seguinte pergunta. Será que a engenharia naval não aprendeu ainda a projetar um navio com tanta transferência ainda? Me parece que as ultimas embarcações projetadas e construída aqui foram as da Guerra do Paraguai. Na minha opinião isto é uma vergonha para a 8a economia do mundo. Foram construir um barco de madeira seguindo o projeto português e foi um tremendo fracasso. Já os portugueses construíram um barco da mesma categoria pela metade do custo do brasileiro e vieram navegando com ele do Rio Tejo até a Bahia para a comemoração dos 500 anos, enquanto o nosso virava com a menor brisa no traves. Hoje ele encontra-se apodrecendo em Niterói, segundo soube. Assim penso que a carreira de engenheiro naval deveria ser extinta na MB. Ganha-se bem sem muito ou quase nada pra fazer. Me parece mais um abide de empregos na MB. Fui :wink:


Pois é Luiz, sou engenheiro especializado em projetos (mecânicos, não navais) e com grande prática no treinamento de outros engenheiros (isto faz parte do meu dia-a-dia de trabalho), e sei bem como a coisa funciona.

Uma etapa do aprendizado é realmente estudar o que já foi feito, verificar as soluções adotadas e os procedimentos seguidos em um projeto já pronto na área que se deseja aprender. Isto a MB fez durante o programa das fragatas Niterói, na década de 70, e com os Tupi na década seguinte.

O passo seguinte é a realização de um ou mais projetos similares, geralmente ainda sob orientação dos idealizadores do primeiro projeto e baseados neste, mas incorporando modificações originais importantes, que caracterizem um novo projeto com novas decisões a serem tomadas. No caso da MB o programa das corvetas Inhaúma foi o exemplo típico. O submarino Tikuna não se enquadra nesta categoria, pois as alterações com relação ao projeto original não o caracterizam como um projeto novo.

O último passo é a realização de um novo projeto totalmente do zero, com apoio apenas distante da equipe mais experiente, baseado em requisitos e/ou conceitos distintos do original. Nesta etapa já se esperam inovações nas soluçoes de projeto e nos procedimentos de produção, em função do avanço técnico natural e do aumento da confiança dos engenheiros envolvidos. Por vários motivos esta etapa jamais foi realizada na MB.

O grande problema é que mesmo após a execução das etapas anteriores o conhecimento adquirido tem um certo "prazo de validade". Se as atividades de projeto e contrução são interrompidas por um período muito longo, o conhecimento se perde, seja porque os engenheiros e técnicos envolvidos se afastam para outras atividades (ou se aposentam), seja porque a tecnologia avança e o conhecimento se torna obsoleto.

Além disso, não se pode realisticamente esperar que todos os projetos desenvolvidos por um determinado grupo sejam sempre um grande sucesso. Existem diversos casos em todas as áreas da engenharia mostrando que para cada projeto bem sucedido existem um ou mais que não o foram tanto assim, e até hoje não se descobriu uma forma de garantir sucesso absoluto sempre. Portanto, é de se esperar que alguns projetos sejam realmente melhores do que outros, não importa qual seja a experiência da equipe de desenvolvimento responsável. A experiência ajuda a evitar os erros mais básicos, mas não garante o sucesso absoluto sempre.

Estes dois últimos pontos é que tornam a filosofia da MB incompatível com o domínio da tecnologia de construção de meios navais. Desde que passei, ainda criança, a acompanhar os projetos executados por nossa marinha, eles sempre foram caracterizados por séries relativamente numerosas de uma quantidade pequena de projetos (6 Niterói, 4+1 Tupis, 12 Inhaúmas nos planos originais!). Esta filosofia causa dois problemas graves:


Primeiro - grande ociosidade da área de projetos enquanto uma série de um determinado projeto está em execução. Um navio demora anos para ficar pronto, e um número grande deles demora ainda mais. E depois de prontos não sobra muito espaço na força para a aquisição de outros navios, e assim podem-se passar ( e de fato se passam) décadas entre a realização de um projeto e outro.

Segundo - Se por qualquer razão o projeto não for um grande sucesso, toda uma série de navios pode ficar comprometida, e é muito difícil mudar a programação para incluir um novo projeto depois de constatado algum problema. Isto aconteceu no caso das Ihaúma, e o resultado da detecção dos problemas foi o cancelamento da maior parte da série (8 unidades!) e a aquisição de emergência das fragatas classe Garcia nos EUA. Só muitos anos depois a MB está finalmente conseguindo lançar a Barroso.



Agora é novamente anunciado o re-início do processo, com a aquisição de um projeto estrangeiro e suporte técnico para novas grandes fragatas. Mas o mesmo erro é cometido de novo, fala-se em não menos que 8 unidades, o que reproduzirá exatamente a situação que coloquei acima.

Outras marinhas do tamanho da nossa ou até maiores (Alemanha, Holanda, França, etc...) executam seus projetos em números pequenos, de 2, 3 ou 4 unidades, e estão o tempo todo lançando modelos mais e mais aperfeiçoados, mantendo suas equipes de projeto ativas e atualizadas. Caso um projeto se mostre particularmente bem sucedido ele pode até ter uma segunda série encomendada, mas no caso do projeto se revelar menos promissor do que no papel o programa não afeta de forma sensível a operacionalidade da força. E em qualquer caso a capacidade de seguir projetando e desenvolvendo é sempre mantida atualizada.


Vamos ver se alguém na nossa marinha irá e pensar no assunto antes de fechar a compra das 8 fragatas novas, ou se a história irá se repetir, o que indicará claramente que a MB não tem interesse em se capacitar para projeto, quer apenas adiquirir os navios e no máximo ter a capacidade de atualizá-los.


Abraços,


Leandro G. Card



Amigo Leandro,

Concordo em grande parte com sua análise,mas gostaria de tecer alguns comentários sobre o assunto.
A construção de navios de guerra no Brasil vive/viveu momentos intermitentes de investimentos,com épocas de vacas gordas e magras.É impossível se manter a construção e desenvolvimento de projetos em uma atividade onde não se tem um fluxo de investimentos constante,um cronograma bem definido e uma política de desenvolvimento profissional de seus quadros técnicos .Li estes dias aqui no DB um post de um colega nosso levantando a possibilidade de extinguir os quadros de engenharia naval da MB,porque na sua visão eles nada produzem de efetivo,vivendo de desenvolver projetos alheios.Como você mesmo ressaltou vivemos em um mundo de constante desenvolvimento tecnológico,e as plataformasse tornam obsoletas muito rápidamente,e as grandes quantidades pedidas jogam contra.Novamente voltamos para a questão dos investimentos constantes,porque as outras marinhas mais bem abastadas podem se dar ao luxo de produzir pouco porque sabem que terão recursos ao momento desejado para programar/executar novos projetos.É exatamente o oposto conosco.Nestes "soluços" de investimentos que temos somos obrigados a desenvolver uma grande quantidade de meios porque nossos navios em sua grande maioria ou já estão ou ficarão obsoletos em curto prazo .Para mudar este quadro imagino que sómente um fluxo de investimentos constantes resolveria o problema das construções de novos meios e otimizaria toda a cadeia produtiva ligada a elas.

Abs,

Tigershark


Esta realmente é uma questão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha.

A MB desde sempre trabalhou neste sistema de arranca-pára, desde pelo menos o fim da época da vela. Os navios ficam obsoletos em massa e aí corre-se para substituí-los, e neste momento é necessário comprar uma grande quantidade de uma só vez. Aí o custo fica muito alto, o que apavora o governo e a sociedade, e é preciso esperar uma emergência para aprovar a compra. Uma vez esta aprovada e efetuada, entram em operação muitos navios de uma vez só, e aí não se tem argumentos para comprar novos por um longo período, e começa tudo de novo.

Sempre foi assim e a continuar deste jeito o Brasil realmente jamais teria condições de manter a capacidade de desenvolvimento de navios e submarinos de projeto próprio.

Mas isto não precisa ser assim sempre. Na área específica de sub`s pelo menos a MB parece já ter entendido que isto não funciona, e o que se fala agora é na aquisição de UM E APENAS UM novo sub de projeto estrangeiro, já para ser construído aqui (na época dos Tupi foram 4, e deu no que deu). Assim, após a conclusão deste e a re-absorção da tecnologia (ou da absorção da tecnologia mais atualizada, como quiser), sobrará espaço para se partir para a segunda etapa, construir um novo projeto derivado dele mas já com alterações que se encaixem melhor nas nossas próprias necessidades (por exemplo, se o objetivo é chegar a um SN, este novo projeto terá que ser consideravelmente maior que o Scorpene ou o U-214).

Depois disso já se poderá pensar em projetos totalmente novos para substituir os Tupi (que estarão chegando ao limite da vida útil), e a escala de construção então poderia se o suficiente para iniciar e manter uma indústria nacional de componentes e sistemas, pré-requisito indispensável para a construção do sub-nuclear a menos que o Brasil consiga a liberação destes sistemas no estrangeiro para o SNB, o que não sei se será muito fácil.

Da mesma forma, no caso das plataformas de superfície poderia-se começar por uma aquisição menor, digamos de 1 ou duas fragatas novas, seguida de um projeto local modificado (digamos, mais duas unidades). Depois disso se passaria para um projeto novo, totalmente nacional, que poderia novamente ser de duas unidades, e por diante mantendo o rítmo de construção ao longo do tempo. Em termo de prazos de entrega para a MB não faria muita diferença um programa assim ou a compra de 8 novos barcos de uma só vez, como anunciado. E quanto à liberação de verbas, não sei o que é mais fácil, aprovar de uma só vez 8 navios novos ou ir aprovando aos pouquinhos (de 2 a 2 por exemplo) ao longo dos anos.

Mas do jeito que a coisa está anunciada, acho que a MB não tem a intenção de dominar a arte de desenvolver plataformas de superfície, e se contenta em ter a capacidade de construir e reformar projetos estrangeiros (e é óbvio que para isto ela também precisa manter um corpo de engenheiros, só que menor e com menos especialidades).

A desvantagem é que desta forma a MB não terá a capacidade de desenvolver barcos absolutamente de acordo com uma doutrina operacional que ela definir, mas terá sempre qua adaptar a doutrina e os meios que estiverem disponíveis no mercado às suas necessidades.

Agora, não tenho certeza de que isto é tão ruim assim, já que ao contrário de sub`s nucleares (que são um assunto sensível no mundo todo) nunca houve problemas ou pressões quando quisemos adquirir projetos sistemas ou navios inteiros.


Abraços,


Leandro G. Card


Olá Leandro,

conhece o BEM (Método de Elementos de Contorno)? Não pode ser aplicado neste caso?



Orestes



Abraços,

Olá Orestes,

Não cheguei a mexer com BEM, mas pelo que me lembro era um modelamento onde a discretização é aplicada apenas na parte externa do domínio, o que leva à modelos menores (mais "leves", rápidos de calcular). A formulação não é baseada em equações diferenciais como o FEM, mas não sei exatamente como ela é feita ( sou engenheiro e não matemático, meu negócio é mais a aplicação do método como ferramenta, não o estudo da teoria).

Me parece que o BEM teria dificuldades com alguns tipos de problemas como hiperelasticidade e deformações plásticas, pois o interior do domínio é afetado de forma não linear pelas condições de contorno. Por outro lado, recordo vagamente que ele poderia lidar melhor com algumas outras situações, como propagação de ondas e interfaces bifásicas (por exemplo para calcular os esforços sobre um casco flutuando na água, um problema infernal para o FEM). Já vi aplicações do FVM (Finite Volume Method) para estes casos também.

Provavelmente os dois métodos poderiam ser combinados com vantagem em alguns casos, o BEM fornecendo as reações do sistema sobre um corpo, e o FEM calculando as reações deste corpo em si. Mas nunca vi aplicação prática do método, não sei se existe algum software comercial que trabalhe com ele como acontece com o FEM (NASTRAN, COSMOS, etc...). Talvez o ANSYS, este tem de tudo...


Saudações,


Leandro G. Card




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#306 Mensagem por orestespf » Qua Nov 21, 2007 9:48 am

LeandroGCard escreveu:
orestespf escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Tigershark escreveu:
LeandroGCard escreveu:
Luiz Bastos escreveu:Penso como você, que alias devo parabenizar por seus posts sempre muito equilibrados. Recentemente fiz um questionamento em outra lista acerca da compra de projetos estrangeiros . Para que se compra tanto projeto se jamais se repetem. Por exemplo. Compraram o projeto das fragatas (lindas por sinal). Fizeram algumas e só. Me parece que nossos engenheiros navais não aprenderam muito pois agora há pouco compraram um outro da França para navios patrulha. Neste ponto cabe a seguinte pergunta. Será que a engenharia naval não aprendeu ainda a projetar um navio com tanta transferência ainda? Me parece que as ultimas embarcações projetadas e construída aqui foram as da Guerra do Paraguai. Na minha opinião isto é uma vergonha para a 8a economia do mundo. Foram construir um barco de madeira seguindo o projeto português e foi um tremendo fracasso. Já os portugueses construíram um barco da mesma categoria pela metade do custo do brasileiro e vieram navegando com ele do Rio Tejo até a Bahia para a comemoração dos 500 anos, enquanto o nosso virava com a menor brisa no traves. Hoje ele encontra-se apodrecendo em Niterói, segundo soube. Assim penso que a carreira de engenheiro naval deveria ser extinta na MB. Ganha-se bem sem muito ou quase nada pra fazer. Me parece mais um abide de empregos na MB. Fui :wink:


Pois é Luiz, sou engenheiro especializado em projetos (mecânicos, não navais) e com grande prática no treinamento de outros engenheiros (isto faz parte do meu dia-a-dia de trabalho), e sei bem como a coisa funciona.

Uma etapa do aprendizado é realmente estudar o que já foi feito, verificar as soluções adotadas e os procedimentos seguidos em um projeto já pronto na área que se deseja aprender. Isto a MB fez durante o programa das fragatas Niterói, na década de 70, e com os Tupi na década seguinte.

O passo seguinte é a realização de um ou mais projetos similares, geralmente ainda sob orientação dos idealizadores do primeiro projeto e baseados neste, mas incorporando modificações originais importantes, que caracterizem um novo projeto com novas decisões a serem tomadas. No caso da MB o programa das corvetas Inhaúma foi o exemplo típico. O submarino Tikuna não se enquadra nesta categoria, pois as alterações com relação ao projeto original não o caracterizam como um projeto novo.

O último passo é a realização de um novo projeto totalmente do zero, com apoio apenas distante da equipe mais experiente, baseado em requisitos e/ou conceitos distintos do original. Nesta etapa já se esperam inovações nas soluçoes de projeto e nos procedimentos de produção, em função do avanço técnico natural e do aumento da confiança dos engenheiros envolvidos. Por vários motivos esta etapa jamais foi realizada na MB.

O grande problema é que mesmo após a execução das etapas anteriores o conhecimento adquirido tem um certo "prazo de validade". Se as atividades de projeto e contrução são interrompidas por um período muito longo, o conhecimento se perde, seja porque os engenheiros e técnicos envolvidos se afastam para outras atividades (ou se aposentam), seja porque a tecnologia avança e o conhecimento se torna obsoleto.

Além disso, não se pode realisticamente esperar que todos os projetos desenvolvidos por um determinado grupo sejam sempre um grande sucesso. Existem diversos casos em todas as áreas da engenharia mostrando que para cada projeto bem sucedido existem um ou mais que não o foram tanto assim, e até hoje não se descobriu uma forma de garantir sucesso absoluto sempre. Portanto, é de se esperar que alguns projetos sejam realmente melhores do que outros, não importa qual seja a experiência da equipe de desenvolvimento responsável. A experiência ajuda a evitar os erros mais básicos, mas não garante o sucesso absoluto sempre.

Estes dois últimos pontos é que tornam a filosofia da MB incompatível com o domínio da tecnologia de construção de meios navais. Desde que passei, ainda criança, a acompanhar os projetos executados por nossa marinha, eles sempre foram caracterizados por séries relativamente numerosas de uma quantidade pequena de projetos (6 Niterói, 4+1 Tupis, 12 Inhaúmas nos planos originais!). Esta filosofia causa dois problemas graves:


Primeiro - grande ociosidade da área de projetos enquanto uma série de um determinado projeto está em execução. Um navio demora anos para ficar pronto, e um número grande deles demora ainda mais. E depois de prontos não sobra muito espaço na força para a aquisição de outros navios, e assim podem-se passar ( e de fato se passam) décadas entre a realização de um projeto e outro.

Segundo - Se por qualquer razão o projeto não for um grande sucesso, toda uma série de navios pode ficar comprometida, e é muito difícil mudar a programação para incluir um novo projeto depois de constatado algum problema. Isto aconteceu no caso das Ihaúma, e o resultado da detecção dos problemas foi o cancelamento da maior parte da série (8 unidades!) e a aquisição de emergência das fragatas classe Garcia nos EUA. Só muitos anos depois a MB está finalmente conseguindo lançar a Barroso.



Agora é novamente anunciado o re-início do processo, com a aquisição de um projeto estrangeiro e suporte técnico para novas grandes fragatas. Mas o mesmo erro é cometido de novo, fala-se em não menos que 8 unidades, o que reproduzirá exatamente a situação que coloquei acima.

Outras marinhas do tamanho da nossa ou até maiores (Alemanha, Holanda, França, etc...) executam seus projetos em números pequenos, de 2, 3 ou 4 unidades, e estão o tempo todo lançando modelos mais e mais aperfeiçoados, mantendo suas equipes de projeto ativas e atualizadas. Caso um projeto se mostre particularmente bem sucedido ele pode até ter uma segunda série encomendada, mas no caso do projeto se revelar menos promissor do que no papel o programa não afeta de forma sensível a operacionalidade da força. E em qualquer caso a capacidade de seguir projetando e desenvolvendo é sempre mantida atualizada.


Vamos ver se alguém na nossa marinha irá e pensar no assunto antes de fechar a compra das 8 fragatas novas, ou se a história irá se repetir, o que indicará claramente que a MB não tem interesse em se capacitar para projeto, quer apenas adiquirir os navios e no máximo ter a capacidade de atualizá-los.


Abraços,


Leandro G. Card



Amigo Leandro,

Concordo em grande parte com sua análise,mas gostaria de tecer alguns comentários sobre o assunto.
A construção de navios de guerra no Brasil vive/viveu momentos intermitentes de investimentos,com épocas de vacas gordas e magras.É impossível se manter a construção e desenvolvimento de projetos em uma atividade onde não se tem um fluxo de investimentos constante,um cronograma bem definido e uma política de desenvolvimento profissional de seus quadros técnicos .Li estes dias aqui no DB um post de um colega nosso levantando a possibilidade de extinguir os quadros de engenharia naval da MB,porque na sua visão eles nada produzem de efetivo,vivendo de desenvolver projetos alheios.Como você mesmo ressaltou vivemos em um mundo de constante desenvolvimento tecnológico,e as plataformasse tornam obsoletas muito rápidamente,e as grandes quantidades pedidas jogam contra.Novamente voltamos para a questão dos investimentos constantes,porque as outras marinhas mais bem abastadas podem se dar ao luxo de produzir pouco porque sabem que terão recursos ao momento desejado para programar/executar novos projetos.É exatamente o oposto conosco.Nestes "soluços" de investimentos que temos somos obrigados a desenvolver uma grande quantidade de meios porque nossos navios em sua grande maioria ou já estão ou ficarão obsoletos em curto prazo .Para mudar este quadro imagino que sómente um fluxo de investimentos constantes resolveria o problema das construções de novos meios e otimizaria toda a cadeia produtiva ligada a elas.

Abs,

Tigershark


Esta realmente é uma questão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha.

A MB desde sempre trabalhou neste sistema de arranca-pára, desde pelo menos o fim da época da vela. Os navios ficam obsoletos em massa e aí corre-se para substituí-los, e neste momento é necessário comprar uma grande quantidade de uma só vez. Aí o custo fica muito alto, o que apavora o governo e a sociedade, e é preciso esperar uma emergência para aprovar a compra. Uma vez esta aprovada e efetuada, entram em operação muitos navios de uma vez só, e aí não se tem argumentos para comprar novos por um longo período, e começa tudo de novo.

Sempre foi assim e a continuar deste jeito o Brasil realmente jamais teria condições de manter a capacidade de desenvolvimento de navios e submarinos de projeto próprio.

Mas isto não precisa ser assim sempre. Na área específica de sub`s pelo menos a MB parece já ter entendido que isto não funciona, e o que se fala agora é na aquisição de UM E APENAS UM novo sub de projeto estrangeiro, já para ser construído aqui (na época dos Tupi foram 4, e deu no que deu). Assim, após a conclusão deste e a re-absorção da tecnologia (ou da absorção da tecnologia mais atualizada, como quiser), sobrará espaço para se partir para a segunda etapa, construir um novo projeto derivado dele mas já com alterações que se encaixem melhor nas nossas próprias necessidades (por exemplo, se o objetivo é chegar a um SN, este novo projeto terá que ser consideravelmente maior que o Scorpene ou o U-214).

Depois disso já se poderá pensar em projetos totalmente novos para substituir os Tupi (que estarão chegando ao limite da vida útil), e a escala de construção então poderia se o suficiente para iniciar e manter uma indústria nacional de componentes e sistemas, pré-requisito indispensável para a construção do sub-nuclear a menos que o Brasil consiga a liberação destes sistemas no estrangeiro para o SNB, o que não sei se será muito fácil.

Da mesma forma, no caso das plataformas de superfície poderia-se começar por uma aquisição menor, digamos de 1 ou duas fragatas novas, seguida de um projeto local modificado (digamos, mais duas unidades). Depois disso se passaria para um projeto novo, totalmente nacional, que poderia novamente ser de duas unidades, e por diante mantendo o rítmo de construção ao longo do tempo. Em termo de prazos de entrega para a MB não faria muita diferença um programa assim ou a compra de 8 novos barcos de uma só vez, como anunciado. E quanto à liberação de verbas, não sei o que é mais fácil, aprovar de uma só vez 8 navios novos ou ir aprovando aos pouquinhos (de 2 a 2 por exemplo) ao longo dos anos.

Mas do jeito que a coisa está anunciada, acho que a MB não tem a intenção de dominar a arte de desenvolver plataformas de superfície, e se contenta em ter a capacidade de construir e reformar projetos estrangeiros (e é óbvio que para isto ela também precisa manter um corpo de engenheiros, só que menor e com menos especialidades).

A desvantagem é que desta forma a MB não terá a capacidade de desenvolver barcos absolutamente de acordo com uma doutrina operacional que ela definir, mas terá sempre qua adaptar a doutrina e os meios que estiverem disponíveis no mercado às suas necessidades.

Agora, não tenho certeza de que isto é tão ruim assim, já que ao contrário de sub`s nucleares (que são um assunto sensível no mundo todo) nunca houve problemas ou pressões quando quisemos adquirir projetos sistemas ou navios inteiros.


Abraços,


Leandro G. Card


Olá Leandro,

conhece o BEM (Método de Elementos de Contorno)? Não pode ser aplicado neste caso?



Orestes



Abraços,

Olá Orestes,

Não cheguei a mexer com BEM, mas pelo que me lembro era um modelamento onde a discretização é aplicada apenas na parte externa do domínio, o que leva à modelos menores (mais "leves", rápidos de calcular). A formulação não é baseada em equações diferenciais como o FEM, mas não sei exatamente como ela é feita ( sou engenheiro e não matemático, meu negócio é mais a aplicação do método como ferramenta, não o estudo da teoria).

Me parece que o BEM teria dificuldades com alguns tipos de problemas como hiperelasticidade e deformações plásticas, pois o interior do domínio é afetado de forma não linear pelas condições de contorno. Por outro lado, recordo vagamente que ele poderia lidar melhor com algumas outras situações, como propagação de ondas e interfaces bifásicas (por exemplo para calcular os esforços sobre um casco flutuando na água, um problema infernal para o FEM). Já vi aplicações do FVM (Finite Volume Method) para estes casos também.

Provavelmente os dois métodos poderiam ser combinados com vantagem em alguns casos, o BEM fornecendo as reações do sistema sobre um corpo, e o FEM calculando as reações deste corpo em si. Mas nunca vi aplicação prática do método, não sei se existe algum software comercial que trabalhe com ele como acontece com o FEM (NASTRAN, COSMOS, etc...). Talvez o ANSYS, este tem de tudo...


Saudações,


Leandro G. Card


Olá Leandro,

agradeço o retorno. Fiz a pergunta sobre o BEM porque trabalhei/trabalho com ele, inclusive em modelos mecânicos. Na verdade o BEM é para ser usado em sistemas governados por equações diferenciais, mais especificamente as parciais (EDP), que é a minha área.

Também desconheço um software comercial para o BEM, a gente tem que fazer tudo no braço mesmo. O método ainda é objeto de estudo, mas consegue-se melhores resultados do que o FEM em vários casos. Não sei se seria efetivo no estudo de cascos de navios, mas acredito que sim. Talvez não seja utilizado por causa da "praticidade", algo do tipo, não investir em um estudo sem amplo domínio do mesmo. O FEM é mais trabalhoso, mas é muito confiável. Não sei, opinião mesmo.


Abraços,

Orestes




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#307 Mensagem por Brigadeiro » Qua Nov 21, 2007 11:21 am

Tigershark escreveu:
Brigadeiro escreveu:
Marino escreveu:Caro amigo
Creio que as outras 3 estavam em construção quando o problema foi detectado. Creio que deu tempo de corrigi-lo, pois não me lembro de chumbo na quilha de outra Corveta que não a Inhaúma, o que não impede em nada sua operação.
Quanto aos subs, dê uma olhadinha no que acabei de postar no tópico referente ao Programa de Reaparelhamento.
Não estou dizendo que nove é o nº não (>) :lol: .
forte abraço


:shock: :shock: :shock:

Só essa informação (e considerando os planos para aquisição de novos meios de superfície) já dá pra imaginar as outras marinhas da AL como "Armadas de Aquário"...
Só falta anunciar!

Até mais!



Concordo que vamos ficar muito bem,amigo Brigadeiro,mas imaginar as outras armadas da AL com "Armadas de Aquário" acho um pouco exagerado,já sabemos que a Venezuela já comprou 5 subs kilo e provavelmente 4 Amur,são 9 como os nossos.E o Chile tem seus 2 Scorpenes novinhos,e não deve parar nesta quantidade.Vamos aguardar!

Abs,

Tigershark


Tudo bem Tiger,

Não quis rebaixar as outras marinhas, muito pelo contrário, considero todas muito profissionais, somente disse que o Brasil terá uma marinha com capacidade de projeção muito maior do que as outras marinhas contando com os submarinos (convencionais e nucleares), fragatas novas (5800 ton) e outros meios. Isso ampliará ainda mais a nosso poder, não é verdade? E considerando que as outras marinhas possuem uma tonelagem bem menor do que a nossa, suas capacidades de projeção são mais limitadas, concorda? Concordo que exagerei, mas o "armada de aquário" nada mais era do que "marinha de águas marrons".

Até mais!




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#308 Mensagem por Tigershark » Qua Nov 21, 2007 2:28 pm

Brigadeiro escreveu:
Tigershark escreveu:
Brigadeiro escreveu:
Marino escreveu:Caro amigo
Creio que as outras 3 estavam em construção quando o problema foi detectado. Creio que deu tempo de corrigi-lo, pois não me lembro de chumbo na quilha de outra Corveta que não a Inhaúma, o que não impede em nada sua operação.
Quanto aos subs, dê uma olhadinha no que acabei de postar no tópico referente ao Programa de Reaparelhamento.
Não estou dizendo que nove é o nº não (>) :lol: .
forte abraço


:shock: :shock: :shock:

Só essa informação (e considerando os planos para aquisição de novos meios de superfície) já dá pra imaginar as outras marinhas da AL como "Armadas de Aquário"...
Só falta anunciar!

Até mais!



Concordo que vamos ficar muito bem,amigo Brigadeiro,mas imaginar as outras armadas da AL com "Armadas de Aquário" acho um pouco exagerado,já sabemos que a Venezuela já comprou 5 subs kilo e provavelmente 4 Amur,são 9 como os nossos.E o Chile tem seus 2 Scorpenes novinhos,e não deve parar nesta quantidade.Vamos aguardar!

Abs,

Tigershark


Tudo bem Tiger,

Não quis rebaixar as outras marinhas, muito pelo contrário, considero todas muito profissionais, somente disse que o Brasil terá uma marinha com capacidade de projeção muito maior do que as outras marinhas contando com os submarinos (convencionais e nucleares), fragatas novas (5800 ton) e outros meios. Isso ampliará ainda mais a nosso poder, não é verdade? E considerando que as outras marinhas possuem uma tonelagem bem menor do que a nossa, suas capacidades de projeção são mais limitadas, concorda? Concordo que exagerei, mas o "armada de aquário" nada mais era do que "marinha de águas marrons".

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#309 Mensagem por WalterGaudério » Qua Nov 21, 2007 2:57 pm

rcolistete escreveu:
Marino escreveu:...
- o nº de submarinos é bem maior, aguardem.
...
- não são 8 unidades a serem construídas da nova Fragata de 6.000 ton. A série inicial deve ser de 3 unidades, seguidas de outras que substituirão todos nossos escoltas. O nº total é de ... 8-] .
forte abraço


Olá Marino,

Caramba ! Vários subs ! E somente uma classe de fragata substituindo todas as escoltas (eu tinha perguntado isso há semanas atrás) ! Estou surpreso, espero que os planos da MB se concretizem. E também estou muito curioso, mas aguento esperar.

[]s, Roberto


Isso mesmo. Algumas coisas sairam melhor que a encomenda. :wink:




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


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#310 Mensagem por Marino » Dom Nov 25, 2007 2:54 pm

Globo:
Merval Pereira

Submarino nuclear



A parte mais polêmica da discussão em curso sobre o Plano Estratégico Nacional de Defesa é a que se refere ao projeto do submarino nuclear, que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou recentemente em seminário no Rio como imprescindível para a defesa de nosso litoral, depois da descoberta do megacampo petrolífero Tupi, na costa santista. Embora Jobim tenha deixado claro que o programa nuclear brasileiro não será usado para fins não-pacíficos, em um governo que desde seus primórdios não esconde as críticas ao fato de o Brasil ter assinado, na gestão de Fernando Henrique, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), sempre que o tema nuclear é abordado há a sensação de que se trata de preparação para uma mudança de posição.

Ainda mais que, na mesma época, o secretário de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa, general-de-Exército José Benedito de Barros Moreira, defendeu em um programa de televisão que o Brasil desenvolva a tecnologia necessária para a fabricação da bomba atômica: "Nós temos de ter no Brasil a possibilidade futura de, se o Estado assim entender, desenvolver um artefato nuclear. Não podemos ficar alheios à realidade do mundo."

O descumprimento do TNP ocorreria, segundo ele, no caso hipotético de um país vizinho fabricar a bomba ou "no momento em que o Estado se sentir ameaçado". O general não foi desautorizado por ninguém do governo, mas o uso do submarino nuclear para a defesa de nossa costa provocou polêmica.

Clóvis Brigagão, do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade Candido Mendes, atribui à veia política do ministro o uso do exemplo do submarino nuclear, mas admite que "não há ninguém responsável que não afirme, diante da grandeza do Brasil e de suas exigências de defesa, que as Forças Armadas necessitam ser reaparelhadas, modernizadas, atualizadas para enfrentar situações críticas, quer em decorrência de corrida armamentista encabeçada por Hugo Chávez quer por ameaças e vulnerabilidades na Amazônia - o principal foco de atenção de defesa do país pela sua riqueza, natureza multidimensional econômico-ecológica - quer por quaisquer razões que entrem no rol de ameaças à defesa do país, como será o caso do novo campo de petróleo Tupi".

Para Francisco Carlos Teixeira, professor de História Contemporânea da UFRJ, o novo terrorismo internacional procura "janelas" de oportunidades, visando atingir o inimigo e seus desdobramentos vitais e/ou simbólicos, tais como bases militares, empresas, franquias, embaixadas, pessoal de cooperação etc. "Se for difícil atingir o inimigo no núcleo duro e blindado dos centros de poder, busca-se a periferia 'mole'. Veja, os atentados contra a Embaixada de Israel e a AMIA, em Buenos Aires, com centenas de mortos".

Para ele, qualquer um que diga hoje que o terrorismo é uma ilusão no nosso país e continente "ou possui uma bola de cristal ou é mesmo irresponsável". Francisco Carlos acha que é preciso adotar "medidas básicas de prevenção", entre elas o submarino nuclear.

Assim como o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, um dos maiores críticos da assinatura do TNP, considera que, à medida que o país cresce de influência internacional, terá mais responsabilidades, inclusive a de defender os investimentos de empresas brasileiras no exterior, também o professor Francisco Carlos Teixeira acha que o terrorismo ou outros tipos de conflito podem atingir nossos cidadãos ou interesses em países bem mais conflitados, tais como Angola, Líbano, Bolívia.

Além disso, a crescente relevância da nossa região off-shore, a chamada Amazônia Azul, "implica clara responsabilidade de defesa de tamanha riqueza de gás, petróleo, pesca, medidas antipoluição e conservação do santuário do Atlântico Sul, entre outras", ressalta.

Eliezer Rizzo, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas, acha que o projeto do submarino nuclear, que existe desde os anos 80 envolvendo a Marinha e a USP, "em boa hora foi aberto à sociedade e às universidades, ainda naquela década. Os resultados parecem relevantes, considerando que se trata de propulsão e não de armamento nuclear. Portanto, o projeto deve ser concluído com recursos adequados e fluentes, definindo-se quantos submarinos terão estas características".

Mas ele acha que o submarino nuclear deve atuar nas costas brasileiras, sem a missão de defender especificamente uma plataforma ou algo assim, "pois isto limitaria seu âmbito de atuação, que teria caráter estratégico, no sentido de que este instrumento de dissuasão se encontrará em permanente movimento em águas profundas". Outros setores da Marinha do Brasil garantiriam a segurança da produção de petróleo, pesca etc.

Como não se tratará de atitude agressiva com relação a qualquer Estado, para Rizzo "nada impedirá que o Brasil abra a países como Argentina e Chile, se houver interesse, alguma forma de participação em etapas futuras". O mesmo poderá ocorrer com o Sivam e o programa aeroespacial, lembra ele, acrescentando: "Se temos cooperação com a China, porque não com vizinhos respeitados e democráticos?"

Já Expedito Carlos Stephani Bastos, pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, acha que, ao invés de termos um submarino nuclear, "extremamente caro e complexo", seria melhor termos "uma frota de vinte ou mais submarinos convencionais, modernos, fabricados localmente com tecnologia externa que fosse sendo agregada e absorvida, como foi feita em um passado recente". Nesse caso, sim, teríamos, para o especialista, "uma frota com capacidade dissuasória em nossas águas territoriais, criando condições para mantermos itens e fluxos importantes e estratégicos ao país".




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#311 Mensagem por RenaN » Dom Nov 25, 2007 6:10 pm

Marino escreveu:Já Expedito Carlos Stephani Bastos, pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, acha que, ao invés de termos um submarino nuclear, "extremamente caro e complexo", seria melhor termos "uma frota de vinte ou mais submarinos convencionais, modernos, fabricados localmente com tecnologia externa que fosse sendo agregada e absorvida, como foi feita em um passado recente". Nesse caso, sim, teríamos, para o especialista, "uma frota com capacidade dissuasória em nossas águas territoriais, criando condições para mantermos itens e fluxos importantes e estratégicos ao país".


Faz sentido o que ele falou, estratégicamente?




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#312 Mensagem por Marino » Dom Nov 25, 2007 6:56 pm

RenaN escreveu:
Marino escreveu:Já Expedito Carlos Stephani Bastos, pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, acha que, ao invés de termos um submarino nuclear, "extremamente caro e complexo", seria melhor termos "uma frota de vinte ou mais submarinos convencionais, modernos, fabricados localmente com tecnologia externa que fosse sendo agregada e absorvida, como foi feita em um passado recente". Nesse caso, sim, teríamos, para o especialista, "uma frota com capacidade dissuasória em nossas águas territoriais, criando condições para mantermos itens e fluxos importantes e estratégicos ao país".


Faz sentido o que ele falou, estratégicamente?

Veja bem:
- o sub convencional é empregado em uma Zona de Patrulha (ZP) limitada, tendo em vista sua incapacidade em termos de velocidade e a necessidade de indiscrição (snorkel) para recarregar baterias. Na teoria, pode ficar todo o conflito em uma ZP limitada, sem atuar, por não ter reserva de velocidade para se reposicionar, ou perseguir as forças inimigas.
- o sub nuclear não possui problema de indiscrição pelo snorkel, possui "mobilidade estratégica", termo utilizado para explicar sua capacidade de se reposicionar em velocidade para interceptar as forças inimigas, em todo o Teatro de Operações. Também persegue a força inimiga sem restrições de velocidade ou combustível.

Os ítens estratégicos e importantes ao país não estão localizados em nosso mar territorial, mas em nossa ZEE, a distâncias bem maiores que as 12 milhas do mar territorial. Além disso, todo o fluxo comercial se dá por navios, para outros continentes, a distâncias que não preciso comentar.
Qual o sub que se presta melhor então?
Usei acima somente o argumento do autor, mas vejamos outro:
- 85% da população brasileira se concentra em uma faixa de até 200 Km da costa. Se uma força naval inimiga investe contra o Brasil, não seria melhor fustigá-la 24 horas por dia com um sub que não possui problemas de combustível ou velocidade? Ou seria melhor esperá-la próximo ao país, com subs posicionados em ZP que poderiam ou não estar localizadas convenientemente?
- ou os 2, com subs nucleares fustigando até a loucura a força inimiga, com ela sabendo que ainda iria encontrar subs convencionais mais a frente? (solução dos demais países, fora os EUA)
Em estratégia, principalmente a naval, não há o preto ou o branco, mas uma grande área cinza. Não há uma solução definitiva e inquestionável, mas várias aceitáveis.
Forte abraço




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#313 Mensagem por Duka » Dom Nov 25, 2007 9:26 pm

Faz muito mais sentido atacar os inimigos longe, do q perto...
Pq deixar alguem se aproximar do nosso país, se podemos destrui-los a milhares de Km??




Abraços
orestespf
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#314 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 9:32 pm

Duka escreveu:Faz muito mais sentido atacar os inimigos longe, do q perto...
Pq deixar alguem se aproximar do nosso país, se podemos destrui-los a milhares de Km??



:shock: :shock: :shock:

Está sugerindo terrorismo??? :?: :?: :?:




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#315 Mensagem por Duka » Dom Nov 25, 2007 10:12 pm

:lol: :lol: :lol:
obviamente q não!




Abraços
Responder