Luís Henrique escreveu:Sniper escreveu:Vinicius Pimenta escreveu:Se é pra entrar num projeto conjunto, que seja o PAK.
Gente, por favor, vamos pensar num Su-35 com eletrônica israelense. Que vantagem vai ter? Se o radarzão russo é que bom, os armamentos, sensores em geral, vamos pagar - ALTO - pra colocar um inédito recheio israelense numa aeronave NOVA? Então o que de Su-35-1/BM ou coisa que o valha estaremos comprando? A plataforma? :? Se for assim, compra Su-30 e coloca recheio israelense, ora bolas! Não tem cabimento isso.
X2! :wink:
Nem no Su-35BM nem no Su-30.
O melhor seria partir de um projeto novo de caça brasileiro.
Precisariamos dos israelenses para os aviônicos e precisariamos de alguém para as turbinas....
O resto a gente sabe se virar.
Olá senhores.
É claro que a opção por um caça nacional seria o melhor para o Brasil a longo prazo, por uma série de razões. Mas existem dois problemas com esta opção:
Primeiro- Falta de expertise em aerodinâmica supersônica. Embora a Embraer já projete e construa aviões há muito tempo, jamais desenvolveu uma aeronave supersônica de qualquer tipo. Não duvido que existam extensos estudos teóricos realizados tanto pelo pessoal da própria Embraer quanto por pesquisadores do CTA, mas uma série de detalhes práticos que já são conhecidos por quem projeta este tipo de aeronave há mais tempo poderiam atrasar bastante o desenvolvimento do caça nacional, e colocar em risco sua eficiência quando pronto.
Segundo- Falta de tempo: Mesmo que o desenvolvimento de um caça de projeto nacional fosse iniciado agora, ele levaria pelo menos uma década para estar pronto, isto considerando uma competência fantástica por parte da Embraer, e muita sorte para que nenhum problema imprevisto surgisse, o que é muito difícil em se tratando de um campo inédito para a empresa. Mais realista seria esperar pelo menos 15 anos até que o avião começasse a entrar em serviço, no mínimo. E isto nos deixaria por mais de uma década em posição de nítida inferioridade na arena aérea perante alguns de nossos vizinhos na AL, uma condição realmente vergonhosa para um país com o potencial do nosso.
Estes dois fatores é que tornam extremamente arriscada a opção pelo desenvolvimento de um caça nacional agora, sem que se possa contar com nenhum auxílio externo. Mas esta opção seria realmente muito atraente, e portanto poderia-se pensar em algumas opções que permitissem ao mesmo tempo minimizar os riscos do desenvolvimento totalmente autóctone e eliminar o gap com relação aos nossos vizinho no continente:
1) Montar localmente um caça de projeto estrangeiro: Esta opção na verdade é apenas um pouco melhor que simplesmente adquirir um avião já pronto. Isto porque teria que ser escolhido um único modelo que pudesse à médio prazo substituir os vetores hoje em uso na FAB (M-2000, F-5M e A-1), de forma a garantir um número mínimo que justificasse a produção local, e este avião teria que ser avançado e poderoso o suficiente para garantir pelo menos o equilíbrio militar frente a nossos vizinhos, que já estão adquirindo aeronaves bastante avançadas. Teria que ser portanto um avião pelo menos razoavelmente grande e sofisticado (Rafale, EFA, SU-30/35) e consequentemente caro e incorporando uma grande variedade de ítens difíceis de nacionalizar, como o motor, um radar de grande capacidade, sistemas ECM complexos, etc... .
2) Nos associarmos a algum projeto de aeronave que já esteja em desenvolvimento: dá mais ou menos que no mesmo da opção anterior, trocando-se maiores prazos e riscos de desenvolvimento pela possibilidade de um avião mais moderno no futuro. Mas infelizmente só existem duas possibilidades hoje para isto, o PAK-FA, que provavelmente será grande e caro demais para ser o vetor padrão da FAB, e o F-35, programa em que dificilmente seríamos aceitos como parceiros.
3) Adquirir agora uma pequena quantidade de um avião como o citado acima, mas incluir no contrato cláusulas que garantissem a transferência de tecnologia (principalmente na área de aerodinâmica), que tornassem possível e razoavelmente seguro o desenvolvimento à médio prazo de um caça de projeto nacional. O primeiro passo deveria justamente ser compatibilizar os sistemas mais avançados deste avião top (IIR, Radar, etc...), com os aviônicos israelenses já montados no Brasil.
Esta segunda opção apresenta algumas vantagens, que vale a pena citar:
a- A escolha do modelo poderia priorizar o desempenho e não o custo, pois o número a ser adquirido não será tão elevado a ponto de pressionar em demasia o orçamento da FAB (imagino algo entre 24 e 36 exemplares). Podemos ter o melhor, sem nos preocupar com o preço.
b- O prazo para entrada em operação seria menor, pois poderia ser adquirido um avião que já estivesse em produção, ou pelo menos em fase final de desenvolvimento (dependendo da nossa pressa).
c- Dependendo do avião escolhido, pelo menos o motor poderia ser adotado como padrão para os dois aviões, o modelo comprado pronto (que seria bimotor), e o desenvolvido localmente (que seria monomotor). Isto criaria escala para a produção local sob licença do motor, fundamental caso se deseje realmente obter vantagens no desenvolvimento de um projeto nacional.
É aí que um SU-30/35 com aviônica israelense passa a ser interessante. O motores empregados nestes aviões estão na mesma faixa de potência do empregado no M-2000 e no F-16, e poderia ser utilizado no desenvolvimento de um avião nacional desta mesma classe (que é claro seria mais moderno, pois incorporaria os novos conceitos desenvolvidos nos últimos anos). A aviônica também já é produzida aqui sob licença (para os programas A-29, F-5M e A-1M), e temos alto nível e domínio sobre ela.
Assim poderíamos ter a curto prazo um caça de superioridade aérea que nos permitisse dormir tranquilos sem nos preocuparmos em demasia com o que nossos vizinhos poderiam estar fazendo, e a médio prazo poderíamos desenvolver e produzir localmente ( utilizando muito do que já teríamos aqui) um aparelho menor e multi-role, que nos colocaria em nítida vantagem sobre todos os demais países de nosso continente. E isto mantendo o máximo de comunalidade na força de primeira linha da FAB, com óbvias vantagens em termos de custos e operacionalidade.
Deu para entender as vantagens do SU-30/35 com aviônica israelense? Para o aparelho em si faria pouca diferença, mas para o Brasil poderia ser extremamente interessante.
Abraços,
Leandro G. Card