POSSÍVEL GUERRA - BRASIL X VENEZUELA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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soultrain
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#271 Mensagem por soultrain » Dom Nov 04, 2007 9:36 pm

orestespf escreveu:
Fernando Gaspar escreveu:Suponhamos que um hipotético agravamento da crise aconteça desta maneira:

1º Os EUA ameacem a Venezuela.

2º A Venezuela acuse o Brasil de colaborar com os EUA.

3º A inteligência dos EUA informe ao Brasil sobre a possibilidade de haver ataques aéreos do Sr. Chaves a pistas de pouso e até mesmo aeroportos próximos a fronteira Venezuela/Brasil.

Qual a melhor maneira de defender o território Nacional?


Olá Fernando,

retire o "suponha" da parte inicial do seu post e acrescente no final algo assim: mísseis de médio e longo alcance de origem asiática em solo chapolineriano. Acrescente também a pergunta yankee: o que mais você querem para acreditar em nós?

O resto é com você. rsrs


Abs,

Orestes


Que tal provas, em vez desta campanha toda?

Se é verdade, já estava o vosso presidente a fazer o que o JFK fez. Se até aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, alguma coisa está mal no retrato.

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soultrain
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#272 Mensagem por soultrain » Dom Nov 04, 2007 9:58 pm

No caso da negociação de um acordo bilateral com os EUA, isso seria possível quando, e se, a Venezuela entrar no Mercosul?

Não posso especular.

Mas não é especulação. O presidente Hugo Chávez já disse várias vezes que não quer nenhum acordo comercial com os EUA?

Veremos o que vai acontecer quando acontecer. Mas quero ressaltar que estamos sempre dispostos a conversar, a negociar com a Venezuela. Venezuela e EUA têm uma enorme relação comercial. Comerciamos todos os dias, e não só petróleo. Muitas empresas americanas estão muito bem na Venezuela. Esperamos que a Venezuela apóie instituições democráticas. Mas é prematuro especular sobre o que pode ou não ocorrer.


Adivinhem quem está a dar as respostas, acham isto natural se já se tivesse chegado a esse ponto? Ou existe uma parte obscura que planta informações?

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jauro
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#273 Mensagem por jauro » Dom Nov 04, 2007 9:59 pm

Fernando Gaspar escreveu:Suponhamos que um hipotético agravamento da crise aconteça desta maneira:

1º Os EUA ameacem a Venezuela.

2º A Venezuela acuse o Brasil de colaborar com os EUA.

3º A inteligência dos EUA informe ao Brasil sobre a possibilidade de haver ataques aéreos do Sr. Chaves a pistas de pouso e até mesmo aeroportos próximos a fronteira Venezuela/Brasil.

Qual a melhor maneira de defender o território Nacional?


A melhor defesa é o contra-ataque imediato.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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delmar
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#274 Mensagem por delmar » Dom Nov 04, 2007 10:34 pm

soultrain escreveu:
No caso da negociação de um acordo bilateral com os EUA, isso seria possível quando, e se, a Venezuela entrar no Mercosul?

Não posso especular.

Mas não é especulação. O presidente Hugo Chávez já disse várias vezes que não quer nenhum acordo comercial com os EUA?

Veremos o que vai acontecer quando acontecer. Mas quero ressaltar que estamos sempre dispostos a conversar, a negociar com a Venezuela. Venezuela e EUA têm uma enorme relação comercial. Comerciamos todos os dias, e não só petróleo. Muitas empresas americanas estão muito bem na Venezuela. Esperamos que a Venezuela apóie instituições democráticas. Mas é prematuro especular sobre o que pode ou não ocorrer.


Adivinhem quem está a dar as respostas, acham isto natural se já se tivesse chegado a esse ponto? Ou existe uma parte obscura que planta informações?

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Soultrain,

Tradicionalmente a América do Sul divide-se entre os países de colonização espanhola e o Brasil (português). A história das lutas de Bolivar, Sucre, San Martim e outros, tão caras aos amigos dos países de colonização espanhola, não diz nada aos brasileiros. Já os bandeirantes, que aumentaram o território do Brasil, não passam de bandoleiros sanguinários, caçadores de escravos, para os nossos vizinhos. Em resumo, colonizados por espanhóis e portugueses, temos uma história diferente.
Assim quando Evo Morales da Bolivia, num ato de força desnecessário, mandou os soldados bolivianos ocuparem as refinarias da Petrobras, com apoio do CHAVEZ, surgiu ele como inimigo do BRASIL. Já está na alma de nosso povo, que viu as imagens pela TV dos "castelhanos" ocupando pela força as "nossas" refinarias, que Chavez é o inimigo do Brasil. A imprensa publica coisas contra o Chavez porque é o que os leitores querem.
Assim, se de um lado nós não estamos tendo atitudes totalmente racionais, de outro lado o Chavez não faz nada para melhorar a coisa, pelo contrário, cada vez coloca mais lenha no fogo. Então aos poucos a coisa vai esquentando e, alegremente, vamos tocando os tambores de guerra.

saudações




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Vinicius Pimenta
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#275 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Nov 04, 2007 11:43 pm

Soultrain, me responda: que campanha?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem calando sistematicamente qualquer oposição, vide exemplo da rede RCTV?

Por acaso estamos inventando que o Chavez fez 69 mudanças na constituição venezuelana?

Por acaso estamos inventando que o Chavez agora terá reeleição indefinida?

Por acaso estamos inventando que o Chavez está investindo bilhões em equipamentos militares?

Por acaso estamos inventando que o Chavez disse que transformará a Bolívia num "Vietnã" caso aconteça algo?

Por acaso estamos inventando que o Chavez apoiou explícitamente a Bolívia na questão do gás envolvendo o Brasil?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem insultando o Congresso brasileiro?

Além do mais, como bem o Delmar definiu de maneira corretíssima, quem disse que o Chávez precisa invadir e ocupar o Brasil? Há diversas outras ações; ações que nem mesmo poderiam ser diretamente contra nós, mas que nos deixariam em situação delicadíssima. Um exemplo claro: Guiana. Ou uma ação militar em apoio ao Morales em caso de problemas internos bolivianos. Enfim, são conjecturas.




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Guerra
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#276 Mensagem por Guerra » Dom Nov 04, 2007 11:50 pm

Sei não, mas esse negocio de Brasil vs venezuela vai acabar e fedendo memso.

Para quem não sabe o governo americano mandou um avião para ficar a disposição do adido militar americano no Brasil. Dizem que o homem ta fazendo um tour pelo Brasil, visitando tudo que é quartel. Se tratando de Brasil e EUA (no campo militar) isso não é coisa que ve desde da 2ª GM.




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#277 Mensagem por sri_canesh » Seg Nov 05, 2007 12:58 am

Vinicius Pimenta escreveu:Soultrain, me responda: que campanha?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem calando sistematicamente qualquer oposição, vide exemplo da rede RCTV?

Por acaso estamos inventando que o Chavez fez 69 mudanças na constituição venezuelana?
.


Por acaso estamos inventando que o Chaves mudou o fuso horário do país para que todos tivessem acesso igualitário ao Sol bolivariano?

Por acaso estamos inventando que o Chaves disse que as mulheres não devem colocar silicone?

[018] [018]


Fala sério. Esse animal de circo colocou a América Latina 10 anos para trás na marcha a um futuro um pouco menos pior ao qual estávamos acostumados (ditadores,caudilhos e outros fanfarrões).




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#278 Mensagem por douglas_bc » Seg Nov 05, 2007 8:52 am

SGT GUERRA escreveu:Sei não, mas esse negocio de Brasil vs venezuela vai acabar e fedendo memso.
GM.


Também tenho achado que estamos caminhando para conflagração. Está acontecendo o processo clássico de preparação para isso.




orestespf
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#279 Mensagem por orestespf » Seg Nov 05, 2007 9:31 am

soultrain escreveu:
orestespf escreveu:
Fernando Gaspar escreveu:Suponhamos que um hipotético agravamento da crise aconteça desta maneira:

1º Os EUA ameacem a Venezuela.

2º A Venezuela acuse o Brasil de colaborar com os EUA.

3º A inteligência dos EUA informe ao Brasil sobre a possibilidade de haver ataques aéreos do Sr. Chaves a pistas de pouso e até mesmo aeroportos próximos a fronteira Venezuela/Brasil.

Qual a melhor maneira de defender o território Nacional?


Olá Fernando,

retire o "suponha" da parte inicial do seu post e acrescente no final algo assim: mísseis de médio e longo alcance de origem asiática em solo chapolineriano. Acrescente também a pergunta yankee: o que mais você querem para acreditar em nós?

O resto é com você. rsrs


Abs,

Orestes


Que tal provas, em vez desta campanha toda?

Se é verdade, já estava o vosso presidente a fazer o que o JFK fez. Se até aprovaram a entrada da Venezuela no Mercosul, alguma coisa está mal no retrato.

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Caro Soultrain,

o que você chama de "prova"? Link´s na Internet? Publicação em revista, jornais, etc.?

Existem coisas na vida que não se prova desta forma, principalmente no campo militar. Lembra da conturbada discussão entre o Marino e o Degan sobre a corveta brasileira em um exercício lá no Chile? Pois é... O Marino apresentou um documento que demonstrava o que ele dizia, mas isto nem sempre é possível.

Ou você está me pedindo para eu exibir as fotos tiradas de algumas regiões da Venezuela que compravam o fato? Não posso fazer isso, elas não me pertencem. Aliás, já sei que você vai me pedir a prova da prova, ou seja, que existem tais fotos também. rsrs

E para encerrar, não existe aprovação da Venezuela no Mercosul, pelo menos até agora, não.

E por que nosso Presidente deveria fazer como JFK? Existem outras alternativas viáveis e estas estão sendo tomadas. Não tem como comparar aquela época, aquele dois países, aqueles dois presidentes, com a tal realidade que hoje se desenha. Pense! Crise dos mísseis? Não se trata disso... Ainda!!!

Não acredita, tudo bem. Basta acender uma vela para São Tomé também, um modismo aqui no DB. rsrsrs

Se tem uma coisa que não fiz, faço ou farei em minha vida é discutir informações baseadas em fontes de Internet, revista e jornais. Prefiro outra forma de debate, mas respeito os que pensam diferente. Observe que não dou fontes, mas também não exijo. Se duvido de alguém, é porque tenho informações que os contestam. Se não as tenho, as busco, e fico na minha.

Sinto-me por decepcioná-lo em não poder "provar" as coisas. Façamos assim, ignore o que eu disse, não tem valor mesmo.

Abraços,

Orestes




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#280 Mensagem por orestespf » Seg Nov 05, 2007 9:33 am

Vinicius Pimenta escreveu:Soultrain, me responda: que campanha?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem calando sistematicamente qualquer oposição, vide exemplo da rede RCTV?

Por acaso estamos inventando que o Chavez fez 69 mudanças na constituição venezuelana?

Por acaso estamos inventando que o Chavez agora terá reeleição indefinida?

Por acaso estamos inventando que o Chavez está investindo bilhões em equipamentos militares?

Por acaso estamos inventando que o Chavez disse que transformará a Bolívia num "Vietnã" caso aconteça algo?

Por acaso estamos inventando que o Chavez apoiou explícitamente a Bolívia na questão do gás envolvendo o Brasil?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem insultando o Congresso brasileiro?

Além do mais, como bem o Delmar definiu de maneira corretíssima, quem disse que o Chávez precisa invadir e ocupar o Brasil? Há diversas outras ações; ações que nem mesmo poderiam ser diretamente contra nós, mas que nos deixariam em situação delicadíssima. Um exemplo claro: Guiana. Ou uma ação militar em apoio ao Morales em caso de problemas internos bolivianos. Enfim, são conjecturas.


X2

[009]


PS: isso vale para o post do Delmar também, muito bom.




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#281 Mensagem por soultrain » Seg Nov 05, 2007 9:44 am

Boas,

Orestes eu não pedi prova aqui no forum, ou para nós, não sou ingénuo. O que quis dizer é que à "inteligência" Americana não basta dizer aos vossos militares, têm de provar e provar claramente. Devido a acontecimentos recentes, como sabe, a sua competência e confiabilidade foi posta à prova, com toda a manipulação, alteração de provas etc.

Quanto às noticias positivas, continuo a aguardar.

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Editado pela última vez por soultrain em Seg Nov 05, 2007 9:47 am, em um total de 1 vez.
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#282 Mensagem por PQD » Seg Nov 05, 2007 9:45 am

"Apenas substituímos armas dos EUA"

General venezuelano nega planos de operação militar fora das fronteiras e justifica compra de armas como reposição

Alberto Müller Rojas critica novas milícias e diz que seu país não tem capacidade para fazer uma intervenção militar efetiva na Bolívia

FABIANO MAISONNAVE

DE CARACAS



Um dos principais conselheiros militares do presidente Hugo Chávez nos últimos anos, o general Alberto Müller Rojas, 72, diz que as recentes compras de armas feitas pela Venezuela foram a solução para o embargo imposto pelos EUA e seguem a lógica de uma guerra assimétrica defensiva. Para ele, as preocupações do senador José Sarney (PMDB-AP) sobre o assunto são "ridículas".

Em julho, Müller Rojas teve uma divergência pública com Chávez ao afirmar que as Forças Armadas do país estão "politizadas" e foi repreendido. Com isso, se afastou da cúpula do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), em processo de criação, embora continue filiado. Leia a entrevista que concedeu à Folha:
FOLHA - As preocupações do senador Sarney sobre as compras de armas da Venezuela procedem?

ALBERTO MÜLLER ROJAS - É simplesmente ridículo. Quando se examinam os gastos militares na Venezuela, o país ocupa o sexto lugar. O país que mais gasta é o Chile, seguido do Brasil. A Venezuela não está em nenhuma corrida armamentista. O ex-presidente Sarney deve estar louco ou é simplesmente um farsante. Ele conhece perfeitamente, por sua experiência de chefe de Estado, qual é o tamanho da força do Brasil e qual é o tamanho da força venezuelana. É uma diferença abismal.

FOLHA - A Venezuela já comprou US$ 4 bilhões em armamentos da Rússia, e a expectativa é que o montante triplique. Qual é o motivo?

MÜLLER - A Venezuela nunca usou as Forças Armadas em relações internacionais. Isso não mudará, não é do espírito venezuelano. A compra que a Venezuela está fazendo é, em parte, originada do fato de que uma boa proporção de equipamento militar venezuelano, como os F-16, é americana, e os EUA bloquearam a compra de peças de reposição. As compras são simplesmente para substituir material americano e europeu, porque o bloqueio inclui não apenas a indústria americana, já que a maior parte dos equipamentos fabricados na Europa tem tecnologia americana. O mesmo que a indústria brasileira, nós íamos comprar aviões Tucano, mas não pudemos porque os EUA impediram. Estamos simplesmente mantendo nosso nível de defesa.

FOLHA - As compras seguem a tese da "guerra assimétrica" contra uma invasão?

MÜLLER - Claro, claro. Não podemos equipar as Forças Armadas com equipamentos convencionais. Primeiro, seria um gasto inútil, porque a guerra convencional deixou de existir. É de caráter defensivo, estamos comprando principalmente material antiaéreo e sistemas de vigilância para evitar uma surpresa. Inclusive, na área naval, os submarinos não são armas de ataque, não se pode invadir um país com submarinos, é uma arma defensiva mais barata do que corvetas. Por isso é que esse senador Sarney está especulando ou seguindo os interesses do Pentágono.

FOLHA - A proposta de reforma constitucional de Chávez traz mudanças na área militar, sobretudo a criação de uma quinta Força, a das milícias. O que mudará caso a reforma seja aprovada em referendo?

MÜLLER - Em geral, a reforma não é essencial, está dentro dessa tradição latino-americana do fetichismo pelas leis. Na área militar, a reforma é mais retórica do que efetiva. As milícias existem na Venezuela desde 1811. Originalmente, se chamavam milícias, depois reserva, estamos recuperando o nome histórico do compromisso da sociedade e de seus cidadãos na defesa do país. Isso não tem finalidade agressiva, com uma milícia desse tipo não há capacidade de choque nem mobilidade. Isso é para defesa territorial. E é justamente uma das contradições da reforma, porque se está colocando a milícia como parte de uma força burocratizada, que são os Exércitos convencionais. É uma das contradições das quais discordo.

FOLHA - Chávez disse que interviria militarmente na Bolívia para defender o governo Evo Morales. É um foco potencial de confronto regional?

MÜLLER - Dada a capacidade das Forças Armadas venezuelanas, não há a possibilidade de atuar na Bolívia de forma eficaz em nenhuma circunstância. O raio de ação de nossas forças militares não permite a projeção de contingentes importantes fora do espaço venezuelano. E, caso isso ocorresse, seria uma violação flagrante da Constituição venezuelana.





Militares contam com reaproximação dos EUA

Expectativa é que Brasil seja aliado preferencial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA



Um dos subprodutos mais curiosos que a divisão na América Latina promovida pela retórica chavista pode render é uma reaproximação das áreas militares dos EUA e do Brasil.

Há uma expectativa na cúpula militar brasileira de que haja até negócios decorrentes da necessidade de Washington em ter o Brasil como aliado preferencial na região -título hoje da Colômbia e do Chile.

A Venezuela de Chávez, ao adotar a retórica antiamericana e lucrando fortemente com a subida do preço do petróleo, recebeu um veto explícito a negócios com fornecedores bélicos americanos. Assim, Chávez não pôde comprar Super Tucanos brasileiros com peças americanas, já que a Embraer seria retaliada pelos EUA se os fornecesse. O mesmo ocorreu com aviões espanhóis de transporte. Com sua frota de caças F-16 americanos caindo aos pedaços, a solução óbvia foi buscar na Rússia do "neoczar" Vladimir Putin o que necessitava.

Resultado: US$ 4,3 bilhões de compras anunciadas desde 2005. Antes, apenas o Peru operava grande quantidade de material russo na região. E a Venezuela ainda busca equipamento no Irã e na China, não exatamente confiáveis para os interesses dos EUA. Para os russos, foi ótimo negócio. Eles já vinham tentando emplacar os Sukhoi, e agora helicópteros, em compras brasileiras.

Dificilmente os EUA assistiriam a esse movimento de dominação de mercado impassíveis. Não por acaso, a concorrência para caças F-X, na qual a Rússia era favorita, acabou, entre outros motivos, por pressão dos concorrentes ocidentais.

Além disso, Chávez amealhou muitos aliados por meio do favorecimento energético. A Bolívia, o Equador e, em menor escala, a Argentina, estão sob sua influência. Os EUA temem que isso cause um futuro rearmamento do "eixo bolivariano" com equipamento russo (e chinês, e talvez iraniano), para o que Chile e Colômbia não serviriam de anteparo estratégico. A expectativa dos militares brasileiros de que Washington namore o Brasil segue essa lógica.

Resta saber como o governo agirá se isso acontecer. Depois de somar muitas derrotas e algumas vitórias com sua política "altiva" e antiamericana em dados momentos, o Itamaraty parece ter adotado um tom mais sóbrio no segundo mandato de Lula. Haveria um embate entre pragmatismo e ideologia curioso de ser assistido. (IGOR GIELOW)




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#283 Mensagem por soultrain » Seg Nov 05, 2007 10:26 am

Vinicius Pimenta escreveu:Soultrain, me responda: que campanha?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem calando sistematicamente qualquer oposição, vide exemplo da rede RCTV?

Por acaso estamos inventando que o Chavez fez 69 mudanças na constituição venezuelana?

Por acaso estamos inventando que o Chavez agora terá reeleição indefinida?

Por acaso estamos inventando que o Chavez está investindo bilhões em equipamentos militares?

Por acaso estamos inventando que o Chavez disse que transformará a Bolívia num "Vietnã" caso aconteça algo?

Por acaso estamos inventando que o Chavez apoiou explícitamente a Bolívia na questão do gás envolvendo o Brasil?

Por acaso estamos inventando que o Chavez vem insultando o Congresso brasileiro?

Além do mais, como bem o Delmar definiu de maneira corretíssima, quem disse que o Chávez precisa invadir e ocupar o Brasil? Há diversas outras ações; ações que nem mesmo poderiam ser diretamente contra nós, mas que nos deixariam em situação delicadíssima. Um exemplo claro: Guiana. Ou uma ação militar em apoio ao Morales em caso de problemas internos bolivianos. Enfim, são conjecturas.


A maior parte do que escreveu são politicas internas da Venezuela, veja pelo outro lado e tente perceber o que sentia se um Venezuelano desse opinião sobre politicas internas do Brasil. Concordo com a parte do insulto ao congresso, mas não foi o congresso o primeiro a desrespeitar a tomada de dicisão soberana da Venezuela?

Corrida ao armamento na Venezuela? Por favor que impolação, que meios de ataque compraram? Flanker? Seria uma invasão maciça com flanker, seguido de uma vaga de guerrilheiros armados cam AK pela amazónia a dentro.

Podemos fazer analogia com o Brasil, acha que o Brasil nestes anos todos tem participado na corrida? Têm gasto bem mais que a Venezuela, mas todos sabemos que o Brasil está a substituir meios, alguns obsoletos, se o Brasil pode, porque outro qualquer país não pode?

Tenho muita dificuldade em perceber estes pedidos de sangue, percebo a rivalidade Histórica, mas confesso que o resto não.

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#284 Mensagem por soultrain » Seg Nov 05, 2007 10:28 am

delmar escreveu:
soultrain escreveu:
No caso da negociação de um acordo bilateral com os EUA, isso seria possível quando, e se, a Venezuela entrar no Mercosul?

Não posso especular.

Mas não é especulação. O presidente Hugo Chávez já disse várias vezes que não quer nenhum acordo comercial com os EUA?

Veremos o que vai acontecer quando acontecer. Mas quero ressaltar que estamos sempre dispostos a conversar, a negociar com a Venezuela. Venezuela e EUA têm uma enorme relação comercial. Comerciamos todos os dias, e não só petróleo. Muitas empresas americanas estão muito bem na Venezuela. Esperamos que a Venezuela apóie instituições democráticas. Mas é prematuro especular sobre o que pode ou não ocorrer.


Adivinhem quem está a dar as respostas, acham isto natural se já se tivesse chegado a esse ponto? Ou existe uma parte obscura que planta informações?

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Soultrain,

Tradicionalmente a América do Sul divide-se entre os países de colonização espanhola e o Brasil (português). A história das lutas de Bolivar, Sucre, San Martim e outros, tão caras aos amigos dos países de colonização espanhola, não diz nada aos brasileiros. Já os bandeirantes, que aumentaram o território do Brasil, não passam de bandoleiros sanguinários, caçadores de escravos, para os nossos vizinhos. Em resumo, colonizados por espanhóis e portugueses, temos uma história diferente.
Assim quando Evo Morales da Bolivia, num ato de força desnecessário, mandou os soldados bolivianos ocuparem as refinarias da Petrobras, com apoio do CHAVEZ, surgiu ele como inimigo do BRASIL. Já está na alma de nosso povo, que viu as imagens pela TV dos "castelhanos" ocupando pela força as "nossas" refinarias, que Chavez é o inimigo do Brasil. A imprensa publica coisas contra o Chavez porque é o que os leitores querem.
Assim, se de um lado nós não estamos tendo atitudes totalmente racionais, de outro lado o Chavez não faz nada para melhorar a coisa, pelo contrário, cada vez coloca mais lenha no fogo. Então aos poucos a coisa vai esquentando e, alegremente, vamos tocando os tambores de guerra.

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Delmar é por ai e como o Brasil não tem um inimigo natural, devido à sua importância, o mais fácil é isso.

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#285 Mensagem por Alcantara » Seg Nov 05, 2007 10:42 am

orestespf escreveu:
Fernando Gaspar escreveu:Suponhamos que um hipotético agravamento da crise aconteça desta maneira:

1º Os EUA ameacem a Venezuela.

2º A Venezuela acuse o Brasil de colaborar com os EUA.

3º A inteligência dos EUA informe ao Brasil sobre a possibilidade de haver ataques aéreos do Sr. Chaves a pistas de pouso e até mesmo aeroportos próximos a fronteira Venezuela/Brasil.

Qual a melhor maneira de defender o território Nacional?


Olá Fernando,

retire o "suponha" da parte inicial do seu post e acrescente no final algo assim: mísseis de médio e longo alcance de origem asiática em solo chapolineriano. Acrescente também a pergunta yankee: o que mais você querem para acreditar em nós?

O resto é com você. rsrs


Abs,

Orestes



Independentemente do Brasil, que adora se fingir de morto e depois reclama que não é consultado nas grandes questões mundiais, os EUA já está trabalhando para "cercar" o Sr Hugo Chaves...


O Globo
O Brasil e os americanos no Suriname
Ilimar Franco Com Fernanda Krakovics

O governo brasileiro (o Itamaraty e os comandos militares) não vêem com simpatia a intenção do governo americano de instalar uma base militar no Suriname. O secretário de Defesa, Robert Gates, esteve em Paramaribo no início de outubro tratando do tema. O principal temor é de uma ampliação da tensão com a Venezuela, que está investindo no reaparelhamento de suas Forças Armadas. A presença americana também atrapalharia os esforços da Venezuela e do Brasil para articular um acordo de paz que ponha fim aos 41 anos de guerra entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano.




Imagem


Fora as bases que eles podem usar no Caribe...


Abraços!!! :wink:




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
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