CONTINUA A NOVELA, E O DESENCONTRO ENTRE OS ENVC A MARINHA SOBRE OS NPO:
Estaleiros fixam data para entrega de patrulhão
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo
http://dn.sapo.pt/2007/10/29/sociedade/
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) perspectivam a entrega à Armada do primeiro navio de patrulha oceânica (NPO) em Abril de 2008, segundo a calendarização da empresa a que o DN teve acesso.
A data é considerada irrealista por fontes da Armada contactadas pelo DN, desde logo porque os navios só serão recebidos depois de concluídas as provas de mar. Na melhor das hipóteses, adiantaram, talvez em Dezembro de 2009 possa ser entregue o primeiro dos dois NPO.
"O desenho detalhado [dos NPO] ainda não está concluído" e é "um dos factores que tem influenciado negativamente este programa" de modernização da Marinha, revelou uma alta patente do ramo. Esta fonte admitiu que a Armada receba o primeiro navio "no início do próximo ano".
O NPO que os ENVC admitem ter pronto em Abril de 2009 é o primeiro de um total de oito "patrulhões", esperados desde 2006 para substituir a frota de corvetas que há mais de três décadas estão ao serviço na Marinha. Segundo o Planeamento Geral feito pela empresa para o ano de 2008, a entrega do segundo NPO está prevista para Setembro - mas que só deverá ocorrer no final do primeiro semestre do próximo ano, segundo as previsões da Armada.
Este ramo já assumiu que terá de "ceder um bocado" em relação ao estado dos dois primeiros NPO, uma vez que há problemas já impossíveis de corrigir (como os relacionados com os motores).
Esta posição ficou implícita no recente discurso de abertura do ano operacional da Marinha, por parte do comandante do ramo, almirante Melo Gomes: "Há que avançar rapidamente com a construção das restantes unidades previstas, aproveitando os ensinamentos das duas primeiras construções, simplificando em tudo o que for possível. Não podemos perder mais tempo nem dinheiro."
A entrega dos NPO esteve bloqueada durante meses devido a sucessivas alterações ao projecto. Antes, e durante mais de um ano, tinham sido problemas nos motores a protelar os trabalhos, apesar do primeiro par desses navios estar na água desde 2005.