Vector escreveu:Se a decisão for de governo ou não... o que vai acontecer é que a Embraer não vai engolir nada!!!
Ela só vai entrar em algum lance se tiver interesse e se for ganhar. Não vai produzir o avião que o governo quiser porque o governo não decide o que ela vai produzir ou não, como fez no passado.
Se ele quiser que ela monte ou produza algo especificamente pra ele, vai ter que investir muito, e garantir a compra de um número minimo para a viabilização do negócio...
E se vcs acham que o relaciomento FAB x Embraer anda abalado... Participo de reuniões toda semana com pessoal da FAB, e este mal estar, que realmente existiu (e não por causa do FX e sim por causa da privatização e da venda de ações), está se diluindo a cada dia que passa e está apenas na cabeça de alguns dentro da organização. E o tempo passa e estes vão pra reserva...
O relacionamento FAB x Embraer de hoje em qualquer novo programa é muito melhor do que o de um potencial cliente x potencial fornecedor.
Mas empresa só vai entrar em algum novo empreendimento se for um negócio altamente atraente e lucrativo. Senão o conselho de acionistas não aprova e simplesmente não rola.
É por isso que os estudos do C-390 estão sendo efetuados. Estão estudando a já quase um ano a viabilidade técnica e econômica do empreendimento. Estão negociando com parceiros e potenciais clientes, estão conversando com dezenas de forças aéreas do mundo inteiro (inclusive das super-potências) para estabelecer os requisitos de uma aeronave desta categoria, estão conversando com empresas de transporte de carga, etc, etc, etc... Depois tudo isso é preparado um plano de negócio que é levado para o conselho. Este o analisa, verifica o nível de investimento necessário, os riscos e a previsão de retorno. Analisa os cenários possíveis e decide se dá ou não o Go-ahead. Caso sim, já liberam a verba pro projeto começar, caso não... é gaveta e pronto! Acabou o programa.
É assim que a coisa funciona. Não é mais como foi no passado.
Não adianta o governo escolher o avião e mandar pra Emb montar. Pois ela só irá fazê-lo depois de uma detalhada análise de retorno do investimento e de inúmeras considerações políticas, econômicas e tecnológicas. E vai seguir o processo descrito acima.
Acho que alguns comentários aqui são muito simplistas... coisas do tipo "ela vai te que engolir", "vai ficar com prêmio de consolação", etc.
Sds,
Vector
Vector
Está corretíssimo Vector. A Embraer como empresa privada tem total autonomia para aceitar ou não participar de um projeto.
Por outro lado, não passa pela cabeça do governo empurrar nada goela abaixo da Embraer, isto tudo será negociado. Será feita escolhas de vetores (não apenas caças) e a coisa passará pela Embraer naturalmente. As negociações vão ocorrer paralelamente, mas com uma grande diferença: a Embraer também não vai dizer ao governo e à FAB qual é o vetor que deve ser escolhido. Isto aconteceu no FX-1 e a Embraer já deve ter aprendido a lição da lambança que fez.
Ou seja, o governo não vai empurrar nada pra Embraer, mas não aceitará que a Embraer empurre nada pra FAB. Este é o ponto.
E se acontecer de um vetor ser escolhido e a Embraer se negar a participar? Isto pode acontecer? Sim, claro! Mas como eu disse, as coisas estão sendo planejadas e inclusive essa hipótese. Mas quem disse que o Brasil precisa apenas de uma fábrica de aviões? rsrsrs
Já tem coisas rolando neste sentido (no campo das pressões ainda), inclusive o Marino posto um texto do FSP e que parece que passou batido. rsrsrs
O lance é: desde que hajam lucros, qualquer empresa topa a parada, inclui-se aí a Embraer.
Abraços cordiais,
Orestes