Conflito colonial analisado com pormenor
Ricardo Paz Barroso / http://jn.sapo.pt/2007/10/16/primeiro_plano/
Imagens de arquivo, testemunhos e infografias recheiam o trabalho
"Esta guerra durou mais de 50 anos e não apenas 13, como é costume considerar. Este documentário é feito nessa perspectiva", contou, ao JN, o jornalista Joaquim Furtado,autor de "A Guerra", que hoje estreia na RTP1, logo a seguir ao Telejornal.
"A guerra como nunca foi vista" poderia ser um dos títulos do trabalho do jornalista da RTP. É que, para fazer este documentário, Furtado acabou por organizar os arquivos da RTP neste tema, explicando o que são e a que se referem muitas das imagens ali encerradas. Recorde-se que "a guerra era um tabu e havia pouca contextualização das imagens do conflito", explicou.
Visionados os dois primeiros episódios, o JN está em condições de afirmar que há testemunhos impressionantes, descrições arrebatadoras e certas imagens que chocam pela sua frieza.
O documentário começa com dois ex-combatentes da Guerra Colonial, um português e um guineense, no norte da Guiné, a rememorar o último incidente oficial desta guerra, ocorrido a 27 de Abril de 1974. Estes nove primeiros episódios só "chegam" até 1964. Os restantes nove seguem em data a anunciar.
Ao longo das próximas nove semanas, os portugueses vão ter oportunidade de perceber, "de forma integrada e muito completa", como foi a última guerra travada por Portugal e onde cerca de 10 mil militares perderam a vida, isto sem falar da quantidade de sequelas físicas e mentais deixadas na nação.
A aritmética usada por Joaquim Furtado, para afirmar ter sido uma guerra que durou mais de 50 anos, é simples "Conto os 13 anos de guerra em Angola. Mas também conto os 11 anos de guerra na Guiné. Conto ainda os 13 anos de esforço de guerra feito por Portugal e as implicações políticas que isso teve no país. Ao que lhe acresce os 10 anos de guerra em Moçambique. Descrevendo os anos que antecederam a guerra, tudo junto são mais de 50 anos".
As guerras e o sofrimento foram simultâneos, mas "as motivações e cronologia de cada são bem diferentes", disse.
O subtítulo, "Do Ultramar, Colonial, de Libertação", mostra que assim é "para Portugal era a Guerra do Ultramar; para os portugueses contestatários do regime era Colonial; para os povos colonizados era de Libertação".
Joaquim Furtado admite que precisou de "estilhaçar" o tema da guerra, "nas suas várias perspectivas", para depois o conseguir unificar no que concerne a fio narrativo. "Não encontrei ninguém, nem mesmo nas chefias militares de então, que soubesse de facto o que se passou em toda a guerra. Sabem uma ou outra coisa do que viveram ou assistiram, mas ninguém tem uma visão completa da guerra".
Além do recurso frequente às imagens de arquivo, que Joaquim Furtado conseguiu sonorizar recorrendo às reportagens radiofónicas do mesmo momento a que se referem, o documentário vive muito das infografias em três e duas dimensões, além de um vasto espólio testemunhal.
"Fiz questão que as imagens sobre determinado momento da Guerra fossem mesmo do momento que estou a descrever", revelou. Acrescente-se que muitas dessas imagens são completadas com os seus intervenientes no tempo actual, a lembrar o que fizeram, porque o fizeram, a quem o fizeram.
Mais de 400 entrevistas e cinco mil horas de filme
O projecto era antigo e chegou a estar congelado por se achar "que o assunto ainda estava muito fresco na memória dos portugueses", lembrou Joaquim Furtado.Isto aconteceu nos anos de 1980.
Foi autorizado já quando o próprio Furtado ocupava a direcção de Programas e Informação da RTP, em meados da década de 1990.
Mas só quando o jornalista deixou aquele cargo, em 1998, é que começou a coligir material. "Fiz algumas entrevistas e vi alguns filmes de arquivo". Mas depois veio a ruptura com a RTP, quando começou o consulado de Emídio Rangel. Só com a actual administração é que Furtado retoma o projecto. "Atendendo a diferentes velocidades de execução do projecto, o documentário demorou seis anos a terminar", revelou. Furtado visionou mais de cinco mil filmes, "um a um". E consultou "milhares de fotografias".
Quanto a entrevistas, foram mais de 200 depoimentos filmados e ainda 200 entrevistas sem câmara.
GUERRA COLONIAL PORTUGUESA - O DOCUMENTÁRIO
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- Rui Elias Maltez
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GUERRA COLONIAL PORTUGUESA - O DOCUMENTÁRIO
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cabeça de martelo escreveu:Vou tentar ver.
Tenho de ver
Por sinal, também tenho algumas horas de filme super 8, filmadas por mim em 1973/74. O problema é que a máquina para os ver já não funciona. Tentei passá-los para DVD na Kodak mas pediram muito dinheiro e desisti. Mas quero recuperá-los pois também tenho alguns episódios do PREC importantes tais como o linchamento no cais de Cacilhas.
-
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JLRC escreveu:cabeça de martelo escreveu:Vou tentar ver.
Tenho de ver
Por sinal, também tenho algumas horas de filme super 8, filmadas por mim em 1973/74. O problema é que a máquina para os ver já não funciona. Tentei passá-los para DVD na Kodak mas pediram muito dinheiro e desisti. Mas quero recuperá-los pois também tenho alguns episódios do PREC importantes tais como o linchamento no cais de Cacilhas.
JLRC tu és ex-combatente das guerras coloniais? por qto. tempo lutaste?
sds
Walter
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Apanhei ontem o 1º Episódio já depois de ter começado, mas pelo que vi achei muito bom.
Ciclone, o VCR esteve na Guerra em Moçambique, se não me falha a memória, mas ele é que te poderá dar as "fuentes"
João,
que "linchamento de Cacilhas" é esse de que falas? podes dar pormenores?
Ciclone, o VCR esteve na Guerra em Moçambique, se não me falha a memória, mas ele é que te poderá dar as "fuentes"
João,
que "linchamento de Cacilhas" é esse de que falas? podes dar pormenores?
Triste sina ter nascido português
- Rui Elias Maltez
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Trata-se de uma série de 18 episódios de que a 1ª parte é constituida por 9, e que vão até 1964, ano do início da luta de libertação de Moçambique.
Para mim, o primeiro episódio foi fraco num aspecto, ou por falha do autor, ou por opção que poderá vir a ser emendado em futuros episódios:
Deu a impressão de que tudo começou os acontecimentos do 15 de Março de 1961, de má memória, no norte de Angola.
Passaram tábua raza dos acontecimentos do 4 de Fevereiro e enão houve neste 1º episódio uma contextualização histórica do que se passou, não se falou da presença colonial, modos de orgnização social em África antes do início dos conflitos, não se falou dos movimentos africanistas que apioavam a via armada, liderados pelas ideias de Fanon, não se falou do regime em Lisboa, não se falou no MPLA ou do PAIGC , não se falou de nada.
Centrou-se unicamente nas actividade da UPA em Março de 1961, com imagens continuadas dos massacres, e relatos dos assasinos, e nada mais.
Para mim, começou com o pé esquerdo.
Para mim, o primeiro episódio foi fraco num aspecto, ou por falha do autor, ou por opção que poderá vir a ser emendado em futuros episódios:
Deu a impressão de que tudo começou os acontecimentos do 15 de Março de 1961, de má memória, no norte de Angola.
Passaram tábua raza dos acontecimentos do 4 de Fevereiro e enão houve neste 1º episódio uma contextualização histórica do que se passou, não se falou da presença colonial, modos de orgnização social em África antes do início dos conflitos, não se falou dos movimentos africanistas que apioavam a via armada, liderados pelas ideias de Fanon, não se falou do regime em Lisboa, não se falou no MPLA ou do PAIGC , não se falou de nada.
Centrou-se unicamente nas actividade da UPA em Março de 1961, com imagens continuadas dos massacres, e relatos dos assasinos, e nada mais.
Para mim, começou com o pé esquerdo.
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- Rui Elias Maltez
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JLRC tu és ex-combatente das guerras coloniais? por qto. tempo lutaste?
sds
Walter
Sim, o nosso VCR esteve em Moçambique .
Normalmente era assim:
Depois de alistados, faziam uma recruta rápida em Portugal de 3 a 4 meses, e eram enviados em contingentes para um dos teatros de África.
O pior em todos os níveis era o da Guiné, dada o estado muito bom de combate e de armas do PAIGC, quer dada a insalubridade do terreno.
As comissões eram de 24 meses, mas por vezes tinham que esperar mais algum tempo até à rendição por outro contingente.
O teatro mais pacífico a partir de 1965 foi o de Angola, onde dada a divisão entre MPLA e FNLA e o apoio da UNITA ao Exército português manteve a guerra muito bem controlada, e de baixíssima intensidade.
Se querem ver imagens de Angola durante esse periodo, consultem http://www.sanzalangola.com e verão que até parece que nem havia lá uma guerra larvar.
Os oficiais do quadro permanente podiam fazer mais que uma comissão.
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A formação que o meu pai teve foi de 6 meses e não 4...mas é claro que depende das especialidades. Já agora, era mais rápido formar um Oficial Miliciano de Infantaria do que um praça Pára-quedista.
É por isso é que havia o CTOE, para dar uma formação mais completa e rigorosa aos graduados que iam para a guerra. Infelizmente nem todos tinham o curso de Operações Especiais.
É por isso é que havia o CTOE, para dar uma formação mais completa e rigorosa aos graduados que iam para a guerra. Infelizmente nem todos tinham o curso de Operações Especiais.
- Al Zarqawi
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Documentário
Tudo bem,
Enquanto não assisto esse documentário.Encontrei este.Achei interessante.É do Discovery Channel.
http://br.youtube.com/watch?v=Zuin4adCDjQ
http://br.youtube.com/watch?v=w4f3VXvdgOo
http://br.youtube.com/watch?v=3arimTHrrWg
Abraços,
Enquanto não assisto esse documentário.Encontrei este.Achei interessante.É do Discovery Channel.
http://br.youtube.com/watch?v=Zuin4adCDjQ
http://br.youtube.com/watch?v=w4f3VXvdgOo
http://br.youtube.com/watch?v=3arimTHrrWg
Abraços,
Al Zarqawi - O Dragão!
"A inveja é doce,o olho grande é que é uma merda"Autor desconhecido.
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- cabeça de martelo
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- Al Zarqawi
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????
Cabeça,
Esse assunto é muito sério.Tem alguma ideia, de como um cidadão comum pode ajudar à causa,ou não atrapalhar?Que haja dignidade nessa questão.Obrigado pelo alerta.
Abraços,
Al Zarqawi - O Dragão!
"A inveja é doce,o olho grande é que é uma merda"Autor desconhecido.
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- zawevo
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Quando se deram os acontecimentos relatados no documentário estava a viver no norte de Angola.
Confesso que passados estes anos não consigo ser objectivo, talvez por isso o documentário pareceu-me um pouco pobre.
Z
Confesso que passados estes anos não consigo ser objectivo, talvez por isso o documentário pareceu-me um pouco pobre.
Z
"Never wrestle with a pig. You get dirty and besides the pig likes it".
George Bernard Shaw
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