Foguete de sondagem brasileiro na Europa

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Foguete de sondagem brasileiro na Europa

#1 Mensagem por Slip Junior » Qui Jun 16, 2005 1:03 pm

Propulsor projetado pela FAB levará ao espaço experimento alemão

O propulsor S30, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), foi o escolhido para levar ao espaço a atual menina dos olhos da Agência Espacial Alemã (DLR), o Projeto SHEFEX, cujo lançamento está previsto para 30 de setembro próximo.

O S30 é um propulsor de 3,7 m de comprimento, carregado com aproximadamente 900kg de combustível sólido e é o mais utilizado no Programa Espacial Brasileiro. Desde a década de 70, quando voou pela primeira vez, o S30 equipa os veículos Sonda III (primeiro estágio), Sonda IV (segundo estágio), VS-30 (monoestágio) e VS-30/Orion (primeiro estágio), contando com cerca de 50 vôos realizados.

Mais recentemente, o S30 foi utilizado como segundo estágio do VSB-30, primeiro foguete brasileiro submetido ao processo de revisão da qualificação pela Agência Espacial Européia. Isto o caracteriza como, dentre todos os propulsores disponíveis no Brasil, o de melhor desempenho e de maior confiabilidade.

O propulsor que transportará o experimento SHEFEX deverá ser entregue ao DLR no final de agosto, para ser lançado da base de Andoya, próxima à cidade de Andenes, na Noruega.

Projeto SHEFEX - A Alemanha, assim como os demais países que desenvolvem trabalhos de ponta no segmento espacial, pesquisa formas aerodinâmicas para a reentrada de veículos espaciais em regime hipersônico, quando a velocidade do corpo no ar é maior que cinco vezes a velocidade do som. O projeto SHEFEX (Sharp Edge Flight Experiment) é uma destas pesquisas que vai submeter um corpo facetado e com arestas agudas a uma velocidade de sete vezes a velocidade do som (Mach 7), por meio de uma reentrada atmosférica. A carga útil dispõe de um sistema de controle de atitude para manter o corpo de reentrada tangente à trajetória, e de uma ogiva ejetável, que será alijada no momento oportuno, expondo assim o corpo facetado. Para se verificar a viabilidade do projeto, serão efetuadas medidas de temperatura e pressão para ajustar os modelos matemáticos do ambiente hipersônico em volta do corpo. A uma certa altitude, será liberado um sistema de recuperação no mar.
Caso o projeto SHEFEX evolua, prevê-se um vôo com a velocidade do corpo no ar superior a dez vezes a velocidade do som (Mach 10), para o que será necessário um propulsor de maior capacidade, o que poderá abrir nova oportunidade de mercado para o propulsor S43, desenvolvido para equipar o primeiro e segundo estágios do VLS-1. Para mais informações sobre o SHEFEX, consulte o sítio

http://www.st.dlr.de/BK/knowhow/space/shefex-flyer.pdf.


Fonte: IAE/FAB

Foguete VSB-30 é aprovado para vôo na Europa

Pela primeira vez um foguete brasileiro foi submetido ao processo de Revisão de Qualificação por agências espaciais internacionais. O veículo de sondagem VSB-30 teve seu vôo de qualificação realizado na Agência Espacial Alemã (DLR), em Oberpfaffenhofen, arredores de Munique.

Com a presença de representantes da Agência Espacial Européia (ESA), do DLR, da Agência Espacial Sueca (SSC) e das indústrias EADS e Kayser-Threde, os especialistas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) participaram de uma série de reuniões, cujo objetivo era analisar o processo de qualificação do veículo, realizado no Brasil, bem como a capacidade do país em reproduzir o foguete com a qualidade e confiabilidade necessárias ao transporte de cargas úteis européias.

A descrição dos subsistemas; os resultados dos respectivos processos de qualificação; o relato da campanha de lançamento do primeiro protótipo do veículo, ocorrida no Brasil em outubro de 2004; os resultados obtidos em vôo; o relato da metodologia de produção do veículo; e a fase de produção em que se encontram os dois próximos veículos, cujos vôos estão previstos para o final deste ano e segundo trimestre de 2006, foram alguns dos temas abordados nas reuniões.

Após três dias de exaustivas reuniões, o VSB-30 foi considerado aprovado para ser lançado na Europa e teve sua documentação técnica elogiada pelo escopo e conteúdo.

A etapa seguinte do processo será a realização do primeiro vôo operacional, partindo de Esrange, na Suécia, em novembro próximo, com o lançamento da carga TEXUS EML, contendo experimento de levitação magnética. O vôo seguinte também já está planejado e deverá ocorrer em abril de 2006.

Os especialistas Coronel José Carlos Argolo, Diretor do IAE, Tenente-Coronel Engenheiro Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel, Ariovaldo Felix Palmerio, Silvio Fazolli, Eduardo Dore Roda, Wilson Kiyoshi Shimote, Francisco Antônio Visconti Jr e Valmir José Nogueira, fizeram parte da delegação brasileira.

Sobre o VSB-30 -- O veículo VSB-30 é um foguete de sondagem, bi-estágio, não-guiado, estabilizado por empenas e lançado de trilho.

O desenvolvimento do VSB-30 foi solicitado ao IAE pela Agência Espacial Alemã (DLR), em 2001, para emprego no Programa Europeu de Microgravidade, em substituição ao foguete Skylark 7 que não é mais fabricado.

O primeiro vôo do VSB-30 ocorreu em 23 de outubro de 2004, durante a realização da Operação Cajuana, quando foi lançado com sucesso, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) .


Fonte: IAE/FAB

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Abraços




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#2 Mensagem por Einsamkeit » Qui Jun 16, 2005 7:59 pm

Nao teria como ter uso Militar desse propulsor? Algo como Colocar ogiva e Eletronicos? Seria tao caro?




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
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ou talvez memórias de homens.
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#3 Mensagem por Marechal-do-ar » Qui Jun 16, 2005 8:04 pm

Einsamkeit, o problema é a INS, nós não dominamos a tecnologia, o sistema vem em uma caixa fechada da Rússia e eles tem técnicos aqui para garantir que não a usaremos para outros fins, sendo assim mesmo que um foguete desses seja um bom missel balístico não poderemos usa-lo dessa maneira ja que os russos não liberariam a INS para esse fim, a marinha esta desenvolvendo um sistema desses para o SNB mas não sei qual o nivel tecnológico daquilo e quanta performace ele perderia com altas acelerações.




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#4 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Jun 16, 2005 11:51 pm

Olha, não sei nada quanto a técnicos russos no Brasil para esses fins. O Brasil já iniciou o projeto de um INS.




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#5 Mensagem por Carpoa » Sex Jun 17, 2005 1:08 pm

Ok pessoal. o que é INS ?




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#6 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Jun 17, 2005 6:18 pm

Inercial Navigation System,
É um sistema que detecta acelerações permitindo a um missel, foguete, submarino ou qualquer outro veículo viajar por uma rota predefinida sem auxílio de instrumentos externos.




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#7 Mensagem por Brasileiro » Sáb Jun 18, 2005 12:19 pm

Olha, não sei nada quanto a técnicos russos no Brasil para esses fins. O Brasil já iniciou o projeto de um INS.


Já? Desculpe a minha ignorância, mas isso tem alguma coisa a ver com giroscópios e tal? Se não me engano um sistema de guiagem, não sei qual, foi testado no VSB-30.

Uma curiosidade: Quando o Brasil comprou o sistema de navegação inercial da Rússia, havia um software para gerenciar a plataforma e um outro para gerenciar o VLS. E no teste do sistema, técnicos brasileiros detectaram um erro de software no sistema russo, e na verdade era uma programação para o sistema deles e tiveram que depois refazer uma programação para o sistema brasileiro.

abraços




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#8 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jun 18, 2005 12:43 pm

Sim brasileiro, tem haver com giroscópios, mas não é nada simples, temos ainda muito chão.




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#9 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Jun 18, 2005 3:46 pm

Marechal-do-ar escreveu:Sim brasileiro, tem haver com giroscópios, mas não é nada simples, temos ainda muito chão.

Exato!


Um INS depende de capacitação da Indústria em Mecânica Fina, o que o Brasil ainda é incipiente.

Aqui perto de casa, na cidade de São Leopoldo existe um "Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão", o CETEMP, do SENAI.

É preciso continuar investindo nesses etores estratégicos, como Mecânica Fina, Química Fina, Eletrônica/Informática/Mecatrônica.

Um país não pode eternamente viver de exportar Comoddities agrícolas!




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#10 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Jun 18, 2005 3:47 pm

Foi iniciado um projeto de INS também. Postei essa notícia há algum tempo no fórum.




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#11 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Jun 18, 2005 3:52 pm

Brasileiro escreveu:Já? Desculpe a minha ignorância, mas isso tem alguma coisa a ver com giroscópios e tal? Se não me engano um sistema de guiagem, não sei qual, foi testado no VSB-30.

Creio que sim!


Existe uma notícia na Internet, que dá conta disso!

http://inventabrasilnet.t5.com.br/sensdire.htm

http://www.comciencia.br/200412/noticias/3/sensores.htm

Só o tempo dirá se é verdadeiro ou não! Como tudo no Brasil que se refere às FFAA!




Editado pela última vez por FinkenHeinle em Sáb Jun 18, 2005 3:54 pm, em um total de 1 vez.
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#12 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Jun 18, 2005 3:54 pm

Vinicius Pimenta escreveu:Foi iniciado um projeto de INS também. Postei essa notícia há algum tempo no fórum.

Onde postaste tal notícia?!




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#13 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Jun 18, 2005 4:00 pm

Acho que está aqui nessa seção. Não lembro se foi antes da mudança. Se foi, pode ser que ainda esteja na parte de Forças Aéreas.




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#14 Mensagem por Lauro Melo » Sáb Jun 18, 2005 8:07 pm

Marechal-do-ar escreveu:Sim brasileiro, tem haver com giroscópios, mas não é nada simples, temos ainda muito chão.


Marechal-do-ar escreveu:Inercial Navigation System,
É um sistema que detecta acelerações permitindo a um missel, foguete, submarino ou qualquer outro veículo viajar por uma rota predefinida sem auxílio de instrumentos externos.



Fala Marechal,

Umas dúvidas minhas. Os Misseis Balísticos ( ssbn por exemplo ) tem INS ?

Na nova edição da RFA, tem uma ótima reportagem sobre Radar X Caça, o artigo mostra que os SA-2's ( 45 km de alcançe ) podiam ser disparados de 3 formas.

1 - Ótico.
2 - Balístico.
3 - Guiado por Radar de terra.

O que seriam as de Nº 1 e 2 ?

Abraços,




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#15 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jun 18, 2005 8:33 pm

Misseis balisticos usam INS sim, e quanto a dúvida do SA-2:
O 1 seria o cara mirar com o olho, atirar e deixar que o missel engaje o alvo por conta própria;
O 2 seria o missel ser disparado a grande distância e voar guiado somente pela INS até detectar algo com seus sensores.




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