Esquadra nacional está sucateada

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Koslova
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Esquadra nacional está sucateada

#1 Mensagem por Koslova » Seg Set 24, 2007 10:50 am

Defesa nacional
Esquadra nacional está sucateada

Metade da frota de navios, submarinos, aviões e helicópteros da Marinha está fora de operação. Relatório aponta a vulnerabilidade estratégica do país e reconhece: há uma grave perda de capacidade dissuasória

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Leonel Rocha
Da Equipe do Correio
A Marinha brasileira baixou o estaleiro. A força só pode contar hoje, em média, com metade dos navios, submarinos, aviões e helicópteros de sua frota. E mesmo os equipamentos disponíveis, operam com restrições. Documento entregue pelo comandante da Marinha, almirante Moura Neto, em sessão secreta na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Congresso, revela o grau de sucateamento da esquadra. Criada por dom Pedro I para entrar em combate na guerra pela independência, a força vem navegando em orçamento raso há muitas décadas.

Desde 1999, a Marinha descartou 22 navios e nove aviões. No mesmo período o dinheiro só deu para repor 10 aparelhos. Nos próximos três anos, outras 17 embarcações de guerra entrarão na fila da baixa. Isso representa quase 20% da frota. O documento entregue aos parlamentares, obtido com exclusividade pelo Correio, considera “críticos os índices de disponibilidade” da força e contém um alerta: “Tal situação nos leva a uma constrangedora e crescente vulnerabilidade estratégica, sem precedentes nos últimos 40 anos, que requer providências permanentes”.

Em tom grave, o relatório reservado da Marinha mostra a preocupação da **pula militar com a segurança nacional e traz uma avaliação negativa da situação. “A atual condição de aprestamento já representa uma perigosa redução da capacidade do sistema de defesa nacional, o que limita significativamente as opções do país para fazer frente a crises político-estraté gicas”. A Marinha também dá combate aos delitos transnacionais e cita no documento o crime organizado e até o terrorismo internacional entre suas atribuições.

O documento oficial aponta que “a perda de credibilidade da capacidade dissuasória nacional tende a fragilizar a política externa brasileira em todos os foros de atuação e decisão”. Desenhando cenários preocupantes, o relatório apresentado pelo comandante Moura Neto aponta, entre as principais conseqüências da baixa capacidade de operação da Marinha, a vulnerabilidade das plataformas de petróleo que produzem 1,6 milhões de barris por dia de óleo e 17,1 mil metros **bicos de gás.

Riscos
Segundo avaliação da **pula militar, a atual situação já compromete a segurança nas rotas dos 500 grandes navios por dia que chegam e saem do Brasil carregando 95% do comércio exterior brasileiro — perto de US$ 230 bilhões no ano passado, segundo dados da equipe econômica. O empobrecimento da Marinha também atinge diretamente o cidadão. Segundo o relatório reservado, já está comprometida a segurança da navegação marítima e fluvial no país.

Caso o governo não libere o dinheiro para um programa de reaparelhamento da Marinha, a projeção da **pula militar é que, em 2025, quase 90% dos equipamentos hoje existentes estarão no ferro-velho. O atraso é tanto que a corveta Barroso está sendo construída há mais de 10 anos e, quando ficar pronta, algum dia, estará defasada tecnologicamente. “A Marinha padece de grave crise de reaparelhamento em razão dos cortes no orçamento. Há uma perda significativa do poder naval”, declarou o comandante Moura Neto aos deputados, na última quarta-feira, em sessão pública na Câmara.

Pela primeira vez em 10 anos, o orçamento para a força proposto pelo governo Lula para 2008 atende às necessidades mínimas da Marinha. Foram prometidos R$ 2,1 bilhões somente para custeio e investimento. Pouco mais do dobro do valor previsto para este ano, que permitiu ficar acima da linha d’água, quando ficou com pouco mais de R$ 2,3 bilhões. “Sem este tipo e poder, o Brasil não conseguirá fazer a política externa que espera, nem almejar pertencer ao Conselho de Segurança da ONU”, lamenta o vice-almirante Armando Ferreira Vidigal, hoje na reserva e que integra a direção do Sindicato das Empresas de Navegação Marítima.

No ano passado, menos de R$ 500 milhões foram liberados pelo governo. Somente 20% dos recursos destinados ao funcionamento da máquina administrativa, de ensino, pesquisa e área de tecnologia. Nas duas rubricas do orçamento que está sendo executado pelo governo, menos de 20% tinham sido aplicados até agosto. “A situação de elevada degradação da Marinha foi reconhecida tanto pelo Ministério da Defesa quanto pela área econômica”, revela o documento reservado.





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A atual condição de aprestamento já representa uma perigosa redução da capacidade do sistema de defesa nacional, o que limita significativamente as opções do país para fazer frente a crises político-estraté gicas


Trecho de relátorio entregue à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional


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Prejuízo de US$ 1,1bilhão

No relatório que trata das “necessidades orçamentárias” da Marinha, apresentado pelo comando da força ao Congresso, revela que o “estado vegetativo” do programa nuclear brasileiro já provocou um prejuízo de US$ 1,1 bilhão aos cofres públicos até dezembro do ano passado. O dinheiro desapareceu com o sucateamento tecnológico do programa, que deixou de receber investimentos adequados desde quando foi criado. Além disso, a Marinha perdeu técnicos para multinacionais e o conhecimento científico específico foi junto.

Desde 1999, o programa vinha sendo tocado com recursos exclusivos da Marinha. Para 2007 estão previstos apenas R$ 41,4 milhões para mantê-lo vivo. “Mas sem avanço no desenvolvimento da tecnologia nuclear”, segundo o relatório apresentado pela **pula militar. Para tentar ressuscitá-lo, a força estima investimento mínimo de R$ 130 milhões por ano. O comandante apresentou no relatório de necessidades um programa de recuperação que prevê — além da retomada do programa nuclear para gerar energia e combustível em Centro de Pesquisa de Aramar, interior de São Paulo, — a construção de um submarino, modernização de cinco outros e aquisição de torpedos até 2012 como prioridade absoluta. Valor estimado: R$5,3 bilhões.

Reconhecidamente, a Marinha é a força mais prejudicada com os consecutivos cortes no orçamento, impostos pela equipe econômica. O comando tem direito, por lei, a royalties pela exploração do petróleo no mar e outras taxas e impostos pagos por empresas de navegação e estruturas de portos e docas. Mas não recebe parte disso. (LR)
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Re: Esquadra nacional está sucateada

#2 Mensagem por RenaN » Seg Set 24, 2007 11:04 am

Koslova escreveu:O comando tem direito, por lei, a royalties pela exploração do petróleo no mar e outras taxas e impostos pagos por empresas de navegação e estruturas de portos e docas. Mas não recebe parte disso. (LR)


Qual a justificativa do governo para não repassar este dinheiro à MB?
[<o>]
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Re: Esquadra nacional está sucateada

#3 Mensagem por Koslova » Seg Set 24, 2007 11:18 am

RenaN escreveu:
Koslova escreveu:O comando tem direito, por lei, a royalties pela exploração do petróleo no mar e outras taxas e impostos pagos por empresas de navegação e estruturas de portos e docas. Mas não recebe parte disso. (LR)


Qual a justificativa do governo para não repassar este dinheiro à MB?



Assim como outros recursos destinados a areas especificas como saude, educação, os governos FHC e Lula, os contingenciam a fim de geraram superavit primário para a rolagem da divida publica.
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#4 Mensagem por Marino » Seg Set 24, 2007 11:26 am

Eu já havia posteado e feito alguns comentários aqui:
http://defesabrasil.com/forum/viewtopic ... &start=585
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#5 Mensagem por Sniper » Seg Set 24, 2007 11:38 am

O assunto já está sendo debatido no tópico supracitado. Este tópico será fechado.

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