LeandroGCard escreveu:Centurião escreveu:LeandroGCard escreveu:Soa como um programa consistente para quem está no início do desenvolvimento de tecnologia própria de combustíveis líquidos (embora o esforço para dominar esta tecnologia neste nível de autonomia possa ser questionável tendo em vista os objetivos modestos do programa espacial brasileiro).
Leandro G. CardCenturião escreveu:
Você acha que o objetivo da AEB é muito maior do que o anunciado ou se busca mesmo a total independência nesta área?
Olá Centurião
Na verdade o que eu quis dizer é que se o objetivo for desenvolver apenas foguetes de porte pequeno/médio (com capacidade digamos digamos para até 1 ou 2 toneladas em órbita baixa) nos próximos 12 ou 15 anos, o esforço para dominar as tecnologias de concepção e projeto de motores de combustível líquido talvez não seja o melhor caminho.
Seria possível simplesmente adquirir prontos os projetos de motores na Rússia, e concentrar o esforço apenas na produção dos foguetes em si. Ao contrário do que muitos imaginam isto não seria um retrocesso, esta foi exatamente a solução adotada por diversos países que hoje tem programas espaciais ativos e bem sucedidos, como China, Índia e Japão. Podemos facilmente construir os motores completamente no Brasil à partir de um projeto estrangeiro sob licença, e com eles os foguetes, em um espaço de tempo bem menor e com muito menos riscos que iniciando agora um programa de motores.
Todos os brasileiros tem grande orgulho da Embraer, um orgulho plenamente justificado, e o caminho seguido pelo país no caso dela foi exatamente este, de se montar uma empresa especializada no desenvolvimento do sistema ao invés de tentar desenvolver cada componente do zero.
Sei que muitos dirão que esta tecnologia (projetos prontos de motores foguete) não se vende, mas é óbvio que isto não é verdade. Os países que citei acima compraram exatamente isto dos EUA e da Rússia durante os tempos de guerra fria, e hoje as restrições são bem menores. O que estamos comprando da Rússia é algo muito mais profundo, e eles estão nos vendendo assim mesmo.
Poderíamos simplesmente comprar o projeto dos motores prontos agora, construir os foguetes que necessitamos (ou queremos) e desenvolver a tecnologia de projeto de motores com a calma que quisermos depois, após já estarmos plenamente inscritos no clube das nações espaciais.Centurião escreveu:
Um ponto interessante do documento:Encontram-se também em desenvolvimento os seguintes Bancos de Testes:
Para motores de até 400 kN a propelente líquido, usando querosene e oxigênio líquido, constituído de uma célula para testes de câmaras regenerativas, uma célula para testes de turbo-bomba completa e uma célula para testes de motor completo
Nesse caso, seria um estudo para um motor de 40 toneladas de empuxo, certo? Qual o tipo de foguete que usaria isso? O Gama, Delta, Epsilon ?
Esta já foi respondida pelo Brasileiro. Motores de 400 kN (aprox. 40 ton de empuxo) permitiriam a construção de foguetes da classe do Beta, com capacidade para 1 ou 1,5 toneladas LEO. Os motores seriam utilizados em número de 4 a 5 em um foguete com algo em torno de 100 toneladas no lançamento. Pelas capacidades propostas para o Gama, o Delta e o Epsilon seria necessário um motor maior, a menos que se partisse para clusters com vários motores em um arranjo único, uma receita que não foi muito bem sucedida em termos históricos.
Abraços,
Leandro G. Cardoso
Leandro,
Quero agredecer suas respostas. Muito do que você disse eu não tinha nem idéia de que estava acontecendo.
Eu também não entendo porque queremos desenvolver a tecnologia de projetos de motores, se estamos correndo contra o tempo na área espacial.
Somos muito ambiciosos e sempre tivemos o objetivo de independência tecnológica total, mas se isso significar atrasos no programa espacial, eu preferia que adquiríssemos o projeto de motores dos russos.
Brasileiro escreveu:Alguns dados mais completos:
Alfa: 250 Kg, 750 Km
Beta: 800Kg, 800Km
Gama: 900 Kg, 1000Km (polar) - 650Kg para geoestacionária
Delta: 1700 Kg, 1000Km (polar) - 2000Kg Geoestacionária
abraços]
Obrigado pelos dados, Brasileiro.
Você sabe quanto o Epsilon carrega?